Fale O Que Quiser Mas Sou Uma Garota escrita por Risadinha


Capítulo 101
Eu que mando agora


Notas iniciais do capítulo

OLÀÀÀàjgoldjk! É, esse foi um oi super legal! Vim com o capítulo adiantado, porque o outro era especial e eu queria logo seguir com a história... Ok?! Capítulo de hoje tem muita tensão, então se você tem problema de coração, leia assim mesmo kekeke
Quinta feira esta linda fic completou 4 anos! Uhuuuuulllll !!!! Muitas coisas para dizer, mas vamos deixar para depois :3
Capa: Kaneki (Tokyo Ghoul. TG nunca é pouco kkk)
Boa Leitura!



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Para Lass, cada vez que ele piscava, mas vontade de descansar sentia. Era difícil ficar de pé em um momento daqueles, seu corpo doendo, principalmente em seu rosto, e sua mente. As manchas vermelhas que estavam em seu uniforme o incomodava, já tinha tentado tirar mas não adiantou.

— Que tal esfriar a cabeça por um momento, hein? -As vozes das chamas o desperta por um pouco. - Você não pode entrar ali desse jeito.

Lass não respondeu, devia nem ter ouvido às chamas. A única coisa que ocupava sua mente era a voz de Gwen, os gritos que ela soltou quando sofreu e ele pôde fazer nada. Sentia-se tão inútil olhando daquela forma, vendo seu próprio estado físico e mental. Lass estava acabado, não sabia de onde vinha a força para ficar de pé, e a que precisaria após atravessar aquele portão de madeira.

Ergue o olha ao ouvir a voz daquela pessoa do outro lado. Zidler anunciava algo, que tinha a ver com o ninja. Queria poder colocar as mãos em seus ouvidos e começar a cantarolar, como sempre fazia quando criança. Lass aprendeu a cantar assim, quando sentia-se em desespero, criava uma canção com palavras boas e positivas; adiantava de uma certa forma.

Engole seco, tirando-se à força dos próprios pensamentos quando o portão na sua frente se abre. Viu o palco do circo à sua frente, porém diferente, apenas a luz da lua iluminava o local. Em vez de pessoas na plateia, asmodianos e haros ocupavam o espaço, e outras raças que pouco importava. Se houvesse algum humano ali, não devia ser qualquer pessoa. Olhando tudo aquilo, Lass sentiu uma forte dor de cabeça e náusea.

— E aqui está meu candidato, o melhor que já tive, Lass! - Exclama Zidler, apontando com a mão para o ninja.

Respira fundo e toma um passo à frente. Lass sentiu o clima mudar ao entrar na arena, sim, arena, não palco, e precisou ficar calmo para que não saísse correndo dali. Preferiu não olhar em volta para ver aquelas aberrações gritar por ele, ou contra ele. Logo à frente, viu a silhueta parada de outra pessoa, ao lado de Zidler.

Era seu adversário.

— Temos aqui um meio haro contra um haro de sangue puro! - Continuava Zidler. - Meu caro Lass pode parecer uma criatura medíocre, mas quero que pensem duas vezes antes de apostarem. Sem mais delongas, que o show comece!

O chão que estava sob seus pés pareceram sumir quando Zidler desapareceu. A plateia gritou em agitação, mais violeta quando o verdadeiro show tinha começado. O ninja olhou para frente, para seu adversário. Aquele rapaz era mesmo um haro puro, que lembrava até um pouco seu meio irmão. Seus cabelos eram escuros, tinha as orelhas pontudas e dentes mais afiados que o comum. Em suas mãos, nada além dos próprios punhos.

Foi isso que mais o perturbava Lass, o fato de não ter armas naquela luta. Só uma pessoa sairia viva daquela arena, de um jeito ou de outro. Se tivesse sua katana, seria algo mais rápido e direto, mas como não havia nada...

O haro avançou disparado. O corpo de Lass congelou, travado para se mover ou desviar. Parece que tinha voltado para a época de criança, onde agia inseguro e sem saber lutar. Mas era verdade, o rapaz não sabia mais nada, ele estava sozinho e sem algo para se apoiar. Suas mãos vazias pareciam mais pesadas que o comum.

— Mova-se, idiota! - As chamas gritam.

Ele não se moveu. O haro parou em um pé e o outro erguia contra o ninja, acertando o joelho na costela do mesmo. Lass sente a dor aguda no local e seu corpo cai para o lado, rolando até ele forçar a parar. Coloca a mão na costela e tenta esconder suas arfadas.

— Lass, você precisa levantar e revidar! Tá querendo dar uma de vítima?! Lute, homem! - Berrava as chamas.

O ninja fica de pé, quase se ajoelhando pela a dor sentida. As chamas tinham razão, ele precisava revidar se quisesse sair dali vivo, e inteiro. Seus punhos foram levantados, ficando em uma posição de ataque. Lass tinha que lutar.

O haro volta a avançar. O ninja se prepara, seu corpo não trava dessa vez. Ele desvia do chute ao recuar, em seguida levando seu punho na cara do adversário. Consegue acerta, mas não com força o suficiente para derruba-lo. O pulso de Lass é agarrado, logo ele sendo arremessado contra o chão. Sua costela e costas doeram.

O haro continua seus ataques, pula contra o ninja para atingi-lo no chão. Lass é mais rápido ao girar pelo o chão e levantar, todo atrapalhado. Ergue seus braços para se defender dos socos que é recebido em seguida, o haro mostrando que tinha muita resistência que não acabaria tão cedo. Lass tinha que revidar, senão seria sua resistência que acabaria primeiro.

Esperou mais um ataque e se defendeu, em seguida atacando. Não soube se estava sendo lento demais ou seu adversário era rápido demais, mas Lass não o atingiu. O garoto haro se agachou, acertando um soco em seu estômago. O ninja perdeu totalmente o ar, inclinando o corpo para frente sem perceber. O garoto ficou de pé novamente, outro soco sendo acertado em Lass, mas sendo em sua face.

Levou mais de 5 ataques e tombou para trás, tudo em sua volta girando. Lass tenta levantar, mas o peso do haro sobre ele o impede. Seus braços ficam presos sob as pernas do mesmo, que fazia aquilo de propósito.

— Lass, revide! - As chamas gritavam.

O ninja nem ouve o chamado quando é acertado por um soco bem no nariz. Ele ouviu um barulho de algo quebrar, então uma coisa quente cobrindo seu rosto dolorido. Seu nariz doía muito, o sangue que escorria não era pouco.

Tenta sair debaixo do Haro, mas ele não deixaria tão facilmente. Outros socos são acertados em seu rosto, suas bochechas ardendo pelas feridas que abriam. Lass começava a perder a noção de tudo em sua volta, logo sua consciência se apagaria. Mova-se, era ele que gritava agora.

Os socos param, para seu alívio, mas outra dor vem em seguida. O haro agarra o pescoço de Lass com uma mão, apertando de uma forma tão agressiva que até suas unhas entravam em sua pele. O ninja move as pernas em agonia, arrastando seus pés descalços no chão. Começava a perder o ar que pouco restava em seus pulmões, e com sua garganta fechada, nenhum oxigênio entraria.

Um grito abafado sai de sua boca, não sendo uma boa escolha na situação que estava. Lass começa a entrar em desespero quando sua visão começa a embaçar, apagar-se aos poucos. Suas pernas não se moviam tanto, mas ele continuava a tentar a sair. Seu corpo esquenta com o tempo, o desespero se transforma em raiva por não conseguir vencer uma luta tão boba que era aquela. Se tivesse sua katana, teria acabado antes mesmo de começar, mas como estava tão fraco, um vento o venceria.

Ele não perderia, não era permitido a fazer isso... Ainda. Ver que o Haro se preparava para acertar mais um soco nele, para apaga-lo de vez. Esperou, torcendo para que não morresse antes do ataque. Quando o punho foi em sua direção, deixou que seus instintos fizessem o resto.

Sua boca se abriu o máximo que pôde para pegar uma parte do punho do haro. Lass fechou seus dentes contra a pele do rapaz, fazendo de tudo para que ele sentisse a maior dor possível. O aperto em seus pescoço diminui quando o grito é solto pelo o garoto. Mordeu com mais força, o sangue entrando em sua boca e quase o sufocando assim; o gosto nada agradável para tudo que acontecia.

O haro soltou o pescoço de Lass e o usou para soca-lo, conseguindo se soltar à força. Saiu de cima do mesmo, afastando-se com sua mão escorrendo bastante sangue. O ninja aproveita esse tempo e fica de pé também, recuando em tropeços que quase o leva ao chão de novo.

Lass parecia ter recebido um banho de tinta vermelha. Seu rosto estava coberto tanto por seu sangue quanto o do haro, que ele acaba de cuspir o que restava em sua boca. Seu nariz já estava inchado e sangrando, por mais que tivesse diminuído um pouco. Tirando tudo isso, ele parecia poder continuar a luta.

Percebe que o haro não tinha se recuperado, então avança contra ele. O atingi com um soco no rosto, mas não o suficiente para derruba-lo; continua os ataques. Tudo que precisava agora era ser o mais rápido que podia, como sempre foi, acertar o máximo de ataque e um fatal para acabar logo com aquela luta. Então foi isso que fez, deu alguns socos no rosto, um chute na barriga e o agarrou pelo o pescoço, arremessando contra o chão com força. O haro rolou sem poder revidar a tempo, ficando de pé com Lass já na sua frente.

O ninja agarrou seu pescoço com ambas as mãos e ergueu o corpo do garoto, o deixando longe de qualquer apoio para os pés. O haro balançou as pernas, tentando acertar Lass para que descesse, mas não adiantava, perdia as forças. O ninja o encarava sem emoções, suas mãos apertavam cada vez mais em volta do pescoço do garoto, não se importando com a expressão de medo que ele fazia. Se havia algo dentro de Lass o impedindo de fazer aquilo, não apareceu. O rapaz estava tão frio naquele momento que nem as chamas ousaram a falar algo.

O pescoço do haro se parte, suas pernas param de balançar. Lass continua a encarar a expressão sem vida do garoto, logo o soltando no chão como se fosse nada. Leva um tempo até que ouve a plateia gritar animada, agitados pelo o que ver. O ninja não ousa olhar para aquelas pessoas, apenas se focava no corpo morto na sua frente. Lentamente, as dores em seu corpo volta como se ele despertasse. Apoia sua mão na sua costela ferida, mas não mudando sua pose para parecer fraco.

Porque, aliás, a luta ainda não tinha acabado.

***

— É bom ter você de volta, Eléo. - Fala Sieghart, dando um tapa nas costas da mesma.

Elesis se encolheu com o toque, um pouco agressivo, do moreno. Ela não podia negar, estava feliz por voltar a ser Eléo e praticar seus treinos. Finalmente seu castigo tinha acabado, como o de Sieghart e Dio também tinham. Agora de volta, sua velha rotina voltaria.

— Valeu. - Diz a espadachim, evitando passar a mão onde foi atingida. - É bom te ver novamente, Sieg.

— Já se recuperou de tudo aquilo? - Olha preocupado.

— Ah, sim! Estou totalmente bem, não se preocupe. - Balança as mãos, forçando uma risada. - Eu disse que ficaria bem quando voltasse.

Sieghart não evita de olhar a garota dos pés a cabeça, conferindo se era mesmo verdade. Quando ver que ela não estava escondendo nada, sorri como uma criança.

— Que bom. - É tudo que diz.

Quando o rapaz sai do quarto, Elesis pode ficar mais calma. Desde que tinha chegado no colégio que Sieghart não parava de enche-la de perguntas, só agora que ele dava uma folga. Pôde finalmente vestir seu uniforme, não sentindo muita falta do jeito apertado que ele ficava nela.

— Está bem mesmo? - Jin pergunta, do outro lado da cama.

O ruivo sabia de verdade o que ela tinha passado depois da missão, então por isso ele queria se certificar que estava tudo de acordo.

— Estou. E mesmo que eu estivesse morrendo, não contaria para vocês. - Responde a espadachim.

— Uau, agora estou desconfiando que você possa está morrendo. - Debocha o ruivo.

— Sim, tenho apenas 7 dias.

— Claro, claro. Agora vamos para a aula, não quero ver Astaroth castigando a gente por sua demora.

Uma coisa ela não sentia falta, era ter que correr para chegar no tempo certo na aula de Astaroth. Aquele cara parecia ter uma paciência muito pequena quanto se tratava de seus alunos, mas quando era ele, podia chegar a hora que quisesse.

Elesis foi até a porta, levando sua mão até a maçaneta. Era uma coisa simples de se fazer, mas ela fica encarando a porta, sua mão ainda erguida para tocar na maçaneta. Algo estava errado, ela sentia. Era um sentimento de estar esquecendo algo, como se seu uniforme não estivesse completo, era o que achava. Ficou assim, encarando o nada na espera que uma resposta para esse estranho sentimento viesse.

— Tudo bem? - Jin pergunta ao seu lado.

Elesis não o ouviu. Do outro da porta, deveria ter algo a esperando, começou a se sentir assim. Sua mão ficou trêmula, então ela fechou o punho. Aperta seus lábios, querendo não expressar esse estranho sentimento.

— Elesis?

— Vamos logo, o Astaroth vai brigar com a gente. - Fala a espadachim de repente.

Segura na maçaneta e a gira, finalmente saindo do quarto. Quando chega no corredor, Elesis automaticamente olhou para o lado de sua porta, para a parede vazia. Estranha, achando ter visto alguém apoiado ali a olhando.

Nega com a cabeça, seguindo em frente. Precisava parar de imaginar coisas.

***

Elesis esfrega seus olhos, seu rosto quase caindo em sono. Tinha lanchado alguma coisa após ter terminado sua aula, agora encarava um livro tentando lê-lo de uma forma mais rápida e fácil. Não conseguiria.

— Que chatice. - Resmunga Jin.

Debruçado sobre a mesa da biblioteca, o ruivo estava quase dormindo em meio àquele silêncio. Elesis tinha o trazido junto, já que ele pediu. Pelo visto, o lutador se arrependia.

— Eu que estou lendo e você que está reclamando. O que está acontecendo? Trocamos de corpos? - Fala Elesis.

— Aparentemente, sim. Sério, você precisa mesmo ler essas coisas? Por quê?!

— Eu preciso aprender a usar as chamas roxas. - Fala como um sussurro. - Então preciso aprender todos os jeitos possíveis de lidar com elas.

— Você não é de estudar, por que está fazendo isso consigo mesma? O que você fez com a Elesis verdadeira?

A espadachim ri, Jin não achando o mesmo. Ele dizia sério, estranhava o fato de ver a morena querer estudar por conta própria.

— Seria bom se você me ajudasse também, assim eu acabaria mais rápido, sabe. - Ela continua. Estica o livro que lia para o ruivo. - Aqui, marque as partes importantes.

Jin ergue o corpo, olhando preguiçosamente para o livro à sua frente. Estava bem claro que ele não queria fazer aquilo.

Elesis se levanta antes de ouvir o rapaz reclamar de sua tarefa, afastando-se. Pretendia achar mais um livro que dissesse sobre as chamas roxas, ou até mesmo as outras sagradas. Passou pelas as estantes, olhando prateleira por prateleira.

— Será que aqui tem algum que poderia me ajudar? - Questiona.

Acaba não achando nada que fosse de tão importante, mas pega alguns sobre poções de cura; seria útil. Antes de sair, Elesis sente aquele estranho sentimento novamente. Não havia ninguém por perto, mas mesmo assim a espadachim continuava a sentir aquela presença.

Sente um arrepio repentino, olhando para o alto. Fica sem entender por que olhava para o alto da estante, esperando que algo estivesse sobre ela. Pôs a mão em seu peito e soltou um suspiro. Devia estar cansada e imaginando coisas.

Quando voltou para a mesa, colocando os livros sobre ela, olhou incomodada para Jin. O ruivo ergue as sobrancelhas ao vê-la assim.

— O que foi? - Pergunta o ruivo.

— Você não está sentindo nada de estranho? Tipo, algum pressentimento ruim. - Dizia sem jeito.

— Bem, não. Por quê, você está?

— Não é bem isso. - Passa a mão nos cabelos, virando a cabeça de um lado para o outro. - É que ultimamente estou me sentindo estranha, parece que tem um espírito me perseguindo. Será que eu fui amaldiçoada?

Jin olha confuso de primeira, logo sem saber como se expressar. O que Elesis falava?

— Como assim?

— Eu não sei. - Agora era ela que se debruçava sobre a mesa. - Está muito estranho as coisas desde que eu voltei da missão da Cazeaje. E também isso, olha.

Levantou, mexendo no bolso de seu casaco. Tirou um caderno não muito grande, colocando sobre a mesa. Com vergonha, abriu em uma certa página, esticando para Jin ver.

— O que é isso? - Ele pergunta.

— Meu diário. Eu tinha esquecido onde tinha colocado, então o encontrei debaixo da minha cama. - Cruza os braços. - Quando eu abri, fiquei bem confusa ao ler uma coisa que escrevi.

Jin olha para a página que a espadachim mencionava. Ler, ficando confuso como ela ficou.

— Posso não fazer parte da sua vida, mas eu não conheço esse cara. - Olha para Elesis. - Quem é Lass?

A morena joga as mãos para o alto, em resposta.

— É isso que eu quero saber. Sei que não foi a Lire ou a Arme que escreveram isso porque ninguém consegue fazer uma letra tão parecida com a minha, nem mesmo com magia. Então julguei que eu mesma tivesse escrito isso, mas por quê, eu não sei. - Olha para o lado, pensando em uma resposta. Aquilo era muito estranho até mesmo para ela. - Só sei que eu escrevi sobre esse garoto em algum momento.

— Tem certeza que nunca o conheceu? Você não pode escrever de alguém que nunca ouviu falar.

— Eu sei, eu sei. É por isso que eu estou confusa. - Apoia as mãos na cabeça, apoiando na mesa com os cotovelos. - Eu não sou sonâmbula, nem nada do tipo.

Jin sente o pequeno desespero que a espadachim sentia, confusa pelo o que tinha escrito no próprio diário. O ruivo dá uma olhada no que ela escreveu, tentando ficar sério no começo, mas logo soltando uma risada que escapa.

Elesis o encara.

— Do que você tá rindo? - Quase grita, irritada.

— Você escreveu isso no começo do ano, aparentemente. - Analisava o lutador, mas sem tirar o sorriso do rosto. - Nessa época, você parecia ter uma pequena queda... por ele.

Não deixou de encarar Jin. Elesis soltou uma risada, reconstando no apoio da cadeira.

— Está escrito isso aí? - Ela debocha.

O ruivo assente. A espadachim para de rir, um pouco mais tensa agora. Como estava escrito na sua cara, ela não tinha lido o que estava escrito no seu diário sobre esse garoto.

— Lass é meu amigo, mas desde que ele voltou das férias tem agido como um completo idiota. - Jin lia. - Mas o pior disso é ver ele e fica sem jeito, agindo como uma boba perto dele. Odeio ele.

Olha para a espadachim, ela sem saber como reagir. A garota arrancou o diário das mãos de Jin, lendo para ter certeza se aquilo estava mesmo ali.

Elesis ficou um bom tempo encarando o diário.

— E aí? - Jin a chama.

— Hunf, com certeza não fui eu que escrevi isso! - Dizia com todo seu jeito artificial, querendo não demonstrar o nervosismo que tanto sentia. - Aqui está dizendo que quando eu me encontrei com Gerard, esse tal Lass me salvou. Eu mesma me salvei, eu que tive que levantar e sair de lá; ninguém me salvou.

Agora Elesis estava séria, fitando suas mãos sobre o diário. Ela tinha lido o que estava escrito, e ficou mais surpresa ao ver que até o jeito que escrevia era parecido com o dela... até seus erros ortográficos. Queria parar de olhar para aquelas palavras, não queria acreditar que foi ela mesma que escreveu aquilo.

— Talvez possa ter sido um personagem que você criou. - Menciona Jin. Elesis olha confusa. - Depois que você enfrentou Gerard, você ficou um pouco maluquinha. Durante esse tempo, você deve ter criado alguém na sua mente para não se sentir sozinha.

A espadachim passa a mão na nuca, sem saber o que falar. Podia até fazer sentido, mas não a convencia totalmente.

Olha para o diário, apertando seus lábios. Rapidamente, arranca as páginas do caderno com raiva, tirando todas as folhas que tinham sobre esse garoto. Elesis não queria mais saber disso, queria esquecer e fingir que nunca tinha visto aquilo.

— Eu cansei! Já deu! - Gritava furiosa, não se importando se chamava a atenção das pessoas que tinham naquele lugar. - Isso nunca aconteceu!

Ela para, as folhas sendo amassadas em suas mãos. Tinha levantado da cadeira e nem percebeu, só agora que via Jin sentado, a olhando espantado. A espadachim engole seco, também percebendo que alguns alunos olhavam para ela, como Jin olhava.

Juntou as folhas e as amassou em uma grande bola de papel.

— Não me importo com esse cara. - Diz Elesis, mais tranquila que a atenção dos alunos saíram dela. - Se ele é importante ou não, eu deveria conhecê-lo, não acha?

— Acho que sim.

— Bem, então vamos dar o fim nisso. - Estica a bolinha de papel para Jin. - Queime.

— Você tá falando sério? Não vai se arrepender?

Se Elesis pudesse, ela mesmo fazia aquilo. Ela e Jin possuíam as mesmas chamas vermelhas, porém o ruivo também tinha o fogo de verdade, que poucas vezes ele usava quando lutava.

— Existem muitas coisas para me arrepender, essa não é uma delas. Queima.

Jin olha um pouco sem certeza, mas logo pegando a bola de papel e fazendo o que a espadachim pede. Fechou seu punho em volta e deixou os papeis queimarem até virarem cinzas, então mostrou para a espadachim o que restou.

— Jogue no lixo. - Ela pede, fria. - Não me importo mais.

Antes de sair, fechou seu diário e o levou junto. Não se despede, sai apressada da biblioteca, deixando os livros que lia para Jin guardar.

Tudo que mais queria agora era ficar em um lugar em completo silêncio e calma e poder esquecer do que viu no diário. Se esse tal Lass mesmo existiu, não estava afim de saber sobre ele, no momento.

***

— Hum, Eléo, você não vai vim? Vai se atrasar para a aula. - Diz Sieghart na porta.

Elesis tinha acordado cedo, mas isso não queria dizer que ela estava vestida para ir para a aula. Ainda de pijama, a espadachim mexia em sua cômoda e jogava as roupas para fora, não se importando com a bagunça que ela fazia.

— Não, eu vou depois. Pode ir. - Diz ela sem dar atenção para o moreno.

— Ok, então.

Não se importou também se Sieghart saiu do quarto com estranheza, ela precisava achar mais coisas além de seu diário. O que tinha visto sobre aquele garoto, o Lass, ainda não saía de sua cabeça. Precisava descobrir quem ele era, e logo.

— Não pode ser ninguém, ele deve ser importante. Preciso saber mais sobre esse garoto. — Pensava a morena.

Para de fazer mais bagunça quando ver uma pequena caixa no fundo da gaveta, bem escondida. Elesis tinha se esquecido que tinha a deixado ali. Pegou a caixa e se sentou na cama, a abrindo sem pensar duas vezes. Não sabe o que era aqueles papeis, mas logo os reconhece.

— Minhas primeiras missões. - Ela lembra, sorrindo.

Tinha pego os folhetos das missões para ela, até colaria na parede para ver melhor, porém teve vergonha. Por quê? Ela não sabia. Encarava as folhas, lembrando de cada situação que passou nas missões.

Ergue as sobrancelhas ao ver algo de diferente na caixa. Deixa os papeis de lado e pega a foto que tinha ali. Aquilo tinha sido tirado na sua primeira missão, onde ela tinha visto um senhor com uma câmera velha e pediu para que ele tirasse a foto. Lembrava muito bem desse momento.

Mas seu sorriso diminui. Apenas ela e Jin na foto parecia vazio demais, Elesis percebe. Algo faltava, o que a fez não tirar os olhos da foto. Negou com a cabeça, levantando da cama e puxando o coxão para o alto, podendo pegar seu diário dali. Volta a se sentar, mais séria. Abriu o caderno, folheando as páginas até parar onde queria.

No outro dia, tinha rasgados as folhas que tinha sobre Lass e dado para Jin queimar, o que ele fez. O ruivo não sabia que Elesis tinha arrancado apenas folhas em branco, enganando ele. A espadachim não queria envolve-lo nessa procura, gostaria de fazer sozinha.

— Hã?

Elesis rapidamente olha confusa. Escrito no diário, com suas palavras, dizia que sua primeira missão não tinha sido com Jin, pois ele havia aparecido depois sem querer. Quem tinha feito companhia com ela tinha sido Lass, em todas missões ele estava ao seu lado. Elesis fica mais confusa ainda quando olha para a foto e ver que apenas ela e Jin estava ali.

Passou o polegar sobre a foto, vendo se aquilo era real. Nesse momento, forçando sua visão, sua cabeça começa a doer. Elesis apoia a mão na testa, querendo que aquilo passasse. Abriu um dos olhos, vendo que sua mão que segurava a foto trêmula. Não era uma simples dor, era aquela que ela tinha de repente.

— Até que ficou bonitinho em você as orelhinhas. - Ouve sua própria voz.

— Não enche! - A voz desconhecida exclama.

Era uma conversa, Elesis percebe. Não lembra de quando, mas foi bastante tempo atrás. Porém, a única coisa que a intriga é não saber quem era a outra pessoa com quem ela conversava. Sua mão desencosta da testa, olhando séria para a foto. Passou o dedo novamente sobre o papel. Nada mudou.

Levanta da cama, guardando todos os papeis, inclusive a foto, dentro da caixa. A colocou no mesmo lugar, no fundo da gaveta e a fechou. Antes de sair do quarto, pegou o primeiro casaco que viu pela frente e vestiu sobre seu pijama. Não estava com tempo para colocar o uniforme, Elesis estava com sede de curiosidade, precisava descobrir logo o que estava acontecendo.

Saiu do quarto apressada, os passos longos pelo o corredor movimentado pelos os alunos. Alguns conhecidos a cumprimentava, mas a carranca séria da espadachim não parecia dizer o mesmo. Quando se tinha um objetivo em mente, Elesis costumava ser fria.

— Para onde pensa que vai?

Seu corpo freou bruscamente, sendo puxado pelo o capuz do casaco. Elesis olha sobre o ombro, não ficando muito contente ao ver que era Astaroth. Ele devia estar indo para a aula.

— Oi, Astaroth. - Diz mal humorada.

— Vai para a aula com esse pijama, porque saiba que está escondendo nada com o casaco por cima.

— Não vou para a aula, tenho um compromisso agora. - É direta.

Astaroth ri, cruza os braços e mostra aquele sorriso convencido.

— Eu quero um motivo muito bom para você não ir para a aula.

— É pessoal. Olha, se quiser me dar um castigo, dê depois, ok? Agora eu estou com pressa.

— Você falta muitas aulas, sabe disso, não sabe? Castigo parece ser algo muito fácil para você agora. Que tal métodos de tortura?

— Astaroth, a gente ver isso depois. Tortura, castigo ou sei lá o que você tenha na cabeça, eu aceito. - Dá alguns passos para sair dali. - Contanto que não me mate.

Já estava se afastando, até ter algo em mente. Olha para Astaroth, que ainda estava com seus braços cruzados e olhando para ela. Soltou uma bufa e voltou a se aproximar dele.

— Lass. - Elesis fala.

— Quê? - Astaroth olha confuso.

A espadachim ergue as sobrancelhas, esperando alguma reação que gostaria de ver no professor. Nada.

— É um nome de um doce? - É tudo que ele fala.

— Você não conhece ninguém com esse nome? Ou acha familiar?

— Não, não conheço. Por quê?

Seria perda de tempo tentar explicar uma coisas dessas para Astaroth. Balançou a cabeça, mandando para que ele esquecesse.

— Deixa pra lá. - Fala antes de voltar a andar apressada pelo o corredor.

***

Jin se assusta quando Elesis entra de repente no quarto e se deita na cama. O ruivo tinha chegado a pouco tempo, tinha terminado de tomar seu banho e já se preparava para se deitar e dormir. Aparentemente, ele não teria seu descanso tão cedo.

— Onde você esteve o dia todo? - Pergunta. - Faltou todas as aulas. Astaroth não parava de repetir que teria um treino especial para você. Ele deve fazer você correr sem roupa.

— Eu procurei por todas as partes, até nos banheiros, e achei nada. Estou exausta. - Dizia olhando para o teto.

— Procurou o quê? - O ruivo estranha.

— O que você acha? Sobre aquele garoto! Eu não consigo tirar isso da cabeça, preciso descobrir logo.

— Ah. - Diz Jin. - Isso. Pensei que tivesse desistido disso.

— Como posso desistir que cada vez mais eu ignoro, mais isso me persegue. - Suspira. - Pode ser algo bom, não é?

— Ou uma coisa ruim. - Senta na cama ao lado. - Deve ser por isso que você não se lembra.

Podia até ser verdade, mas Elesis não acreditava nisso. Do jeito que ela mesmo falava no diário não parecia que ele era um cara como Gerard, e sim o contrário. Ele era importante, a espadachim sentia isso.

— Mas não importa. - Menciona Jin. - Vai tomar um banho e descansar, amanhã você não pode perder outra... Ei, para onde você tá indo?!

Elesis levantou de repente, voltando a sair do quarto. Não deu tempo do lutador debater com ela, e ele também não a perseguiria no corredor com seu pijama super fofo. A espadachim não tinha acabado ainda seu dia.

O corredor podia estar vazio, mas Elesis via a silhueta de alguém à sua frente. Ela estava imaginando, aquela pessoa vestida de gato branco não era real. A espadachim olha confusa, mas logo seguindo a criatura a cada acenada com a mão que ele dava. Não sabia para onde estava sendo levada, só sabia que subia escadas demais.

Chegou no último andar sem fôlego, quase caindo no chão ao subir o último degrau. Ao ergue o rosto já com a respiração tomada, o gato tinha sumido. Olhou para os lados, então se achou uma louca em ter visto aquilo. O seu corpo cansado devia estar causando alucinações nela, pensou assim.

Até desceria todas as escadas novamente, porém para e olha para uma porta no final do corredor. Naquele andar tinha poucos quartos, mas aquele em si parecia ser mais isolado. Elesis deixou a curiosidade levar ela até lá.

— Alguém dorme aqui? - Murmura.

Levanta a mão para bater na porta, para enfim descobrir se tinha mesmo alguém ali. Elesis não fez, encarou a porta com um sentimento estranho. Ela sentia um enorme vazio do outro lado da porta, mas não foi isso que chamou sua atenção, e sim o sentimento que aquele lugar causava nela.

— Eu já estive aqui. - Pensa. - Não é?

Seus dedos encostam na madeira da porta, então deslizam. Esteve poucas vezes naquele andar, mas todas elas que Elesis lembrava não era dentro daquele quarto. Por que tinha uma certa familiaridade ali? As coisas ultimamente andavam tão estranhas à ponto de ela achar que uma porta podia ser confortante para seus olhos.

Segurou na maçaneta e a girou. A porta estava trancada. Elesis podia simplesmente ter dado meia volta e ido embora, mas se ela fizesse isso não seria a Elesis de verdade. Volta a segurar a maçaneta, agora jogando seu corpo contra a porta. A madeira fez um estalo alto e a morena caiu pra dentro.

Só não caiu no chão porque continuava a se segurar na maçaneta. Ficou de pé e fechou a porta atrás de si, querendo que ninguém visse o estrago que ela fez. Quando se virou para frente, quase recuou um passo. Aquele era um quarto, muito bem arrumado, porém os milhares de papeis colados nas paredes e teto fizeram a cabeça de Elesis doer. Ela dá uma rápida olhada para o que tinha de escrito nos papeis, vendo que eram datas.

— O que é isso? - Murmura um pouco assustada.

Ignora por um momento, se aproximando da cama. Tocou o colchão, sentindo a maciez do tecido. Olha em volta e ver nada que a chamasse tanta atenção quanto os papeis. Decidi ir até o armário, o abrindo e vendo algumas roupas comuns. Nada de incomum, até ver uma arma no fundo do armário. Pegou aquela katana, um pouco mais pesada que imaginava, e a olhou com admiração. A bainha era bem detalhada, o cabo da espada do mesmo jeito. Era uma arma linda.

Elesis junta suas sobrancelhas ao tirar a espada da bainha. A lâmina estava quebrada no meio, o outro pedaço sumido em algum lugar longe dali. A espadachim estranha.

— Quem guardaria uma arma quebrada? Não tem utilidade.

Volta a guardar a espada na bainha, porém sem a colocar no lugar. Andou pelo o quarto, ainda segurando a katana como se tivesse medo de perde-la. Parou do lado da cama, só agora notando aquele envelope sobre a cama. Colocou a katana de lado e pegou a carta, reconhecendo logo que era de Cazeaje.

— Carta do Conselho.

Já estava aberta, então Elesis não teve problema ao abri-la. Desdobrou o papel e viu que era parecido com as folhas de missão que Cazeaje dava para ela. Não, não era igual; eram as cartas de missão de Cazeaje. Ao ler sobre o que se tratava, a espadachim não conseguiu respirar depois. Abaixou o papel, olhando de forma vazia para a katana sobre a cama.

Era a mesma folha que Elesis tinha recebido para fazer a missão em Ellias. Ela lembra que só tinha recebido uma, e que tinha jogado no lixo depois daquilo. Como que a carta estava naquele quarto? E por que aquele lugar tinha um cheiro tão familiar?

Ela não sabia. Apoiou as mãos em seu rosto, escondendo sua expressão chorosa. Suas emoções ficavam descontroladas novamente e seu cabelo voltava a crescer. Não se importava, se alguém a visse daquele jeito, ela não ligaria.

Tudo que se importava agora era sua cabeça doendo. Algumas coisas sem sentido apareciam em sua mente. Mas pior que isso...

Por que, mesmo não o conhecendo, Lass fazia tanta falta?

***

Zidler finalmente pôde tirar seu disfarce quando todo o público foi embora do circo. A apresentação de hoje tinha sido complicada, muito mais sem a ajuda de Lass. O ninja não estava presente, mas isso não o preocupava, o lugar onde ele estava era o mais seguro possível.

Antes que mandasse Ortina arrumar a bagunça, palmas o interrompe. Olha para a entrada do circo, vendo alguém entrar e descer as escadas, ainda aplaudindo.

— Uau, posso não ter visto o show, mas pela a cara do público acredito que foi muito bom. Maravilhoso!

— Desculpe, senhor, mas o circo fechou. Por favor, retire-se. - Zidler pede gentilmente.

— Ah, mas eu só vim porque diziam que tinha uma apresentação muito legal. Gostaria de vê-la.

— Só amanhã. Sinto muito.

O rapaz para de aplaudir ao chegar no palco. Zidler podia estar sorrindo, mas por dentro olhava ameaçado para aquela pessoa. Quem fosse, não estava ali para ver o show.

— Desculpe, mas amanhã não dá. - Joga os braços de lado. - Tive uma longa viagem e não chego aqui para ser expulso por um palhaço gordo.

O sorriso de Zidler não desmanchou, mas sua raiva aumentou. Suas mãos coçavam para usar magia naquele homem à sua frente.

— Quem é você?

— Do que isso importa? - Diz Gerard, balançando suas sobrancelhas em provocação. - Se você não me conhece, bem, não tenho muito o que dizer.

— Percebo que é muito tagarela. Não o conheço, para ser honesto, então não temos motivos para rivalizar, senhor...

— Bonitão, me chame de senhor bonitão. E sim, temos muitos motivos para rivalizar, senhor palhaço. Não! Zidler, certo? - Corrige-se.

Mais um motivo para olhar desconfiado para o ruivo. Nunca dizia seu verdadeiro nome para a plateia, isso provava que Gerard não era uma pessoa comum no seu ponto de vista.

— Indo direto ao ponto principal, você tem algo que me pertence. - Fala o ruivo. - Não só meu, mas de muitas pessoas.

— Que seria...?

— Lass. - Ganha um tom pesado. - Sei que está com o meu garoto e que usou uma magia sem vergonha para escapar disso. Uma pena não me atingir.

Zidler desmancha o sorriso quando o nome do ninja é mencionado. Ao contrário dele, Gerard se delicia com a raiva do palhaço, quase rindo de sua cara.

— Minha magia não o atingiu, infelizmente. - Dizia Zidler, dando passos aleatórios pelo o palco. - Me pergunto como é possível.

— Que tal parar de enrolar e me deixar ver logo o que eu quero. Não tenho muito tempo a perder aqui.

Zidler fica em silêncio, algo que irrita Gerard. O ruivo dá um passo à frente e já percebe o que acontecia. Recua em dois passos, a tempo de evitar o chicote de Ortina. A rosada continua a avançar, não precisando de ordens diretas de seu mestre para saber que Gerard precisava ser abatido.

— Eu disse que eu não tenho tempo! - Grita o ruivo.

Ortina nem ver quando o rapaz tira a espada das costas, a lâmina tão grande que quase o ultrapassava. Ela tenta recuar quando se sente ameaçada, mas Gerard já corria contra ela. Tenta acerta-lo com o chicote, porém ele desvia e a acerta com o lado cego da espada. Ortina não sente os pés no chão, voando o mais longe possível.

Zidler vai atingi-lo com uma de suas magias e não consegue a tempo nem de se preparar. Sua vestimenta balançou quando Gerard parou na sua frente, a lâmina da espada parada em seu pescoço. O ruivo tinha uma expressão coberta por seriedade, mortal para qualquer pessoa que se atrevesse a ir contra.

Nenhum dos dois se falaram, o olhar para cada um já dizia por si. Gerard tirou a espada de seu pescoço e colocou nas costas.

— Bom que entendeu. - Ele fala antes de sair andando.

As mãos de Zidler se fecharam em fúria, não podia fazer nada, nem quando o ruivo entrou para dentro do circo. Precisava fazer algo em relação a Gerard, mas sentia que sua magia não era equivalente com a do ruivo.

Ele era perigoso.

Gerard andava pelos os corredores sem ter a preocupação de ser atacado pelas costas. Pelas as poucas informações que tinha sobre Zidler, ele não fazia o tipo de atacar o adversário sem antes avisar. Ele era sádico e tinha prazer em fazer as pessoas em sua volta saber disso.

— Lass, onde você está?! Seu príncipe veio te salvar! - Exclamava o ruivo.

Para de andar, percebendo que aquilo não adiantaria muito. Fecha os olhos e inspira fundo.

— Vamos, chaminhas, apareçam.

Uma fonte de calor vinha do andar de baixo. Gerard sorri, indo direto para aquele lugar. Não tinha dúvidas que era lá que Lass estava, não existia outra pessoa com aquele energia. A única coisa que o intrigava era o fato de sua fonte de magia não está tão grande como sempre foi, era como se ele estivesse bastante fraco para estar naquele estado.

Desceu as escadas, sentindo o clima a sua volta ficar frio. O lugar era mais escuro, algumas lâmpadas apenas funcionando. Gerard seguiu em frente, finalmente parando de frente para uma porta. Depois dela, a energia de Lass era sentida.

— Lass! É bom que esteja aí.

A porta estava trancada, um problema pequeno para o ruivo. Segurou a maçaneta e puxou com toda força, a tranca sendo quebrada sem dificuldades. Deslizou a porta para o lado, dando uma passo para frente. Dentro da sala ainda tinha uma cela improvisada, as grades separando Gerard do outro lado que estava mais escuro que o corredor.

— Gerard.

O ruivo olha atento para aquela voz fraca, quase como um sussurro. Não se aproxima da cela, espera.

— É você mesmo?

As mãos trêmulas seguram nas grades da cela. O ruivo quase fecha os olhos quando uma luz entra em sua visão. Quando percebe o que é, não sabe se sorrir ou... Ele não fica feliz, mesmo as chamas azuis despertadas na sua frente.

O olhar de Lass era exausto, quase se fechando, e seu corpo parecia que iria cair para o lado a qualquer momento. Mas mesmo que o estado do rapaz fosse o que mais chamava a atenção, Gerard acabou nem reparando nisso, e sim no rosto do mesmo. Em suas bochechas tinha uma espécie de pedra presa à sua pele, algumas menores que as outras. Não sabia o que era aquilo, mas parecia ser nada humano. Sem falar que a pele do ninja estava meio acinzentada, principalmente na área das pedras.

— Nossa, sua aparência está... Horrível. - Diz Gerard, sem conseguir achar outra palavra que definisse melhor o rapaz. - O que aconteceu com você?

Lass desvia o olha para o lado, uma mistura de sentimentos ruins em sua face.

— É uma longa história. - O olha. - O que você faz aqui? Veio rir de mim?

— Seria bem difícil. O que são essas coisas na sua cara? Caiu no cimento, por acaso?

Lass estala a língua, seu corpo deslizando lentamente até se sentar no chão. Gerard percebe a dificuldade que o ninja estava tendo em ficar de pé, ele está fraco demais até para isso.

— Acho que você se esqueceu o que eu sou de verdade. - Menciona Lass, a voz mais cansada.

As chamas que estavam acesas em suas costas deslizaram até o chão, ficando à sua volta. A cela continuava iluminada, como os olhos de Gerard.

— Nunca tinha visto um híbrido de verdade, para ser honesto. É assim que você é de verdade?

Ele acena. O ruivo olha com pesar, entendendo que a situação de Lass era mais complicada que ele pensava. Provavelmente isso se dava à magia de Zidler, ele podia fazer muitas coisas, e deixar o ninja em sua aparência original era uma delas.

— Como conseguiu entrar aqui? - Lass pergunta. - Zidler é muito forte, ele não permitiria você nem chegar perto.

— Eu sou mais.

— Então isso explica como você não foi atingido pela a magia dele? Você lembra de mim, diferente de algumas pessoas... - Sua voz quase some nas últimas palavras.

Gerard se aproxima da cela, ficando agachado na frente de Lass. Assim conseguia conversar melhor.

— É, a magia dele não me atingiu. Mas eu não fui o único. Cazeaje também lembra de você.

Lass olha mais cansado, quase caindo de lado ao saber da notícia.

— Mas ela não sabe onde você está, felizmente. E mesmo que soubesse, não poderia mandar ninguém aqui atrás de um desconhecido.

É um incomodo para Lass ao ser tratado assim, como um desconhecido. As únicas pessoas que lembram dele são as que ele menos gostaria. Seu dia parecia melhorar nunca.

— A magia de Zidler também me atingi. - Menciona o ninja.

— Como assim?

— Minhas memórias também estão se apagando, a cada momento uma parte delas somem. Não sei como lembro quem você é.

— Meu rostinho lindo é inesquecível, eu sei. - Dá de ombros.

A capacidade de rir, mesmo forçadamente, não pertencia mais a Lass. Ele olha com a mesma expressão para Gerard, quieta e fria. Seu cabelos estava maior que antes, quase cobrindo seus olhos gelados.

— Mas falando sério agora. - Diz Gerard. - Não estou aqui só para te ver, quero te ajudar; te tirar daqui, em outras palavras.

Se esperava uma reação vinda do ninja, não veio nenhuma. Ele deveria está pensando em algo.

— Mas em troca disso, eu preciso que você me dê as chamas.

— Gerard, não comece. Não vai adiantar de nada você ter as chamas, as coisas continuarão as mesmas. - Diz áspero. - Para de ser estúpido!

— Você que está sendo. Sem as chamas, você não terá que se preocupar com mais nada, você terá uma vida em paz que tanto deseja.

— Não é tão fácil assim. Se você compreendesse as chamas não estaria pedindo por elas!

Lass abaixa o rosto, ficando ofegante quando começou a gritar. Sua saúde não era uma das melhores, ele não podia gastar muita energia desse jeito.

— Lass, há coisas mais importantes, e tirar você daqui é uma delas. - O ruivo estica a mão até a cela. - Confie em mim, eu te deixarei em segurança. Tudo voltará ao normal, não é isso que você quer?

Não o olha, mas a mão do ninja é esticada para fora das grades. Quando iria apoiar na de Gerard, Lass acerta um tapa, bem fraco e desajeito, na palma do rapaz. Recua seu braço, encarando o ruivo sério.

— Você pode não conhecer Zidler, mas eu sim. Acha mesmo que a magia dele se quebra tão facilmente?

— Eu mato ele, se for preciso.

— Mata-lo não é o suficiente. - Nega com a cabeça. - Nada é o suficiente.

Lass se cala, sem mais o que dizer. Esperanças não existiam mais dentro dele, depois de ter passado não sabe quantos dias no circo ele ficou assim, sem esperar que alguma coisa de bom viesse até ele.

— Então me explique como conseguiu controlar as chamas. - Pede Gerard. - Zidler parece nem saber o nível de perigo que tem dentro de você.

— Eu não uso elas. - O ruivo olha confusa. - As chamas têm consciência, não é apenas uma magia para ser usada. Fiz um acordo e desde então estou usando sua magia. Se não fosse por isso, acho que estaria morto.

Não precisava perguntar para ver os machucados que ainda saravam no corpo de Lass. As chamas cuidavam dele como ele cuidava delas.

Gerard arregala os olhos, parando de respirar. Era isso, uma coisa que ele nunca parou para pensar porque achava impossível. Lass criava uma relação com as chamas, ele aprendia a usa-las. Se ele estivesse mesmo fazendo isso, as chamas seriam mais manipuláveis, Lass seria manipulável. Mas por que ele fazia isso?

Desespero. O ninja é o tipo de cara que não teme a nada, porém, há um medo que o torna fraco: O circo. Lass era como um rato preso, faria qualquer coisa para se manter vivo, até cavar o chão mais duro para isso. O ninja à sua frente estava desse jeito, aceitando a proposta de qualquer um para continuar lutando.

Gerard sorri, um sorriso largo.

— Muito esperto da sua parte.

Lass não aceita como um elogio, olha de lado para o ruivo.

— É uma pena ter vindo aqui sem poder te ajudar. - Menciona Gerard, ficando de pé. - Gostaria muito.

Um olhar desconfiado para ele. O ninja não entende a mudança repentina do ruivo, aceitando o que ele disse.

— Sem você, minha ruivinha deve está muito solitária.

Gerard esconde o sorriso vitorioso quando percebe que as chamas de Lass se mexem. Olha para o ninja, a atenção dele toda no ruivo. Era como olhar para uma criança, esperando que o doce fosse entrega a ela.

— Ela... - Lass começa, não sabendo o certo o que perguntar. - Ela está bem?

— Ela? - Fingi de desentendido. - Ela quem?

A boca de Lass se abre para dizer seu nome, mas a fecha ao ver que não sabia qual era. Seu olhar triste abaixa como as chamas em sua volta. Segura a barra da cela e apoia sua testa, querendo afunda-la ali.

— Eu não lembro o nome dela. Poderia me dizer qual é?

Estava sendo difícil para Gerard ver Lass como um cachorro abatido. Lembra de quando o encontrou pela primeira vez, o rapaz forte que ele era, totalmente diferente de agora. Mas preferiu não demonstrar isso, se quisesse que o jogo andasse da forma que ele queria, tinha que agir sem piedade.

— Me dê as chamas e eu digo.

— Gerard, por favor. - Aperta a grade com força. - Eu não aguento mais isso. Eu não lembro do rosto de mais ninguém, nem mesmo do dela. Eu só gostaria de ao menos saber o nome dela.

Era de dar pena mesmo, pensava Gerard.

— Por quê?

— Porque eu quero morrer, seu idiota! - Grita, sua garanta seca sendo machucada por isso. - Eu não quero mais viver, não assim. Mas... não quero partir sem ao menos lembrar seu nome.

Ouve os passos de Gerard se afastar, ele quase indo embora. Estaria sendo abandonado novamente naquele lugar, a única diferença era que ele estava acostumado a isso agora. Já se preparava para apagar as chamas e voltar a se deitar, torcendo para que não tivesse outro pesadelo dessa vez.

— Não fará diferença saber o nome dela se continuar aqui. - Gerard menciona. Olha para o ruivo, ele parado na porta. - Se quiser saber, levante e vá você mesmo atrás disso. Zidler não é tão forte quanto parece.

Lass se prepara para rebater, Gerard continua.

— Mas continue aqui se quiser. Os outros não sentem mesmo a sua falta, ninguém sente. A ruivinha é o mesmo, não sabe nem que você é. - Solta uma risada. - É até melhor assim, todos felizes sem ter você ao lado deles. - Olha para Lass, seu sorriso ficando maior. - Minha ruivinha é mais feliz assim.

Gerard se foi dessa vez, fechando a porta com a fechadura quebrada. A sala volta a ficar escura como antes, só as chamas iluminando a cela. O olhar de Lass continuava parado à porta, esperando que Gerard voltasse e dissesse mais uma coisa. Ele não voltou. O ninja abaixou o olhar, vendo suas mãos manchadas pelo o vermelho. O que sentia por dentro não era nada além do vazio.

As palavras de Gerard o atingiram com tanta força que suas esperanças ficaram abaixo de zero. Se tinha vontade de ver a garota ruiva novamente, perdeu totalmente após aquilo. Seus sentimentos se apagaram como as chamas à sua volta, o deixando em um completo breu.

Enquanto isso no andar de cima, Gerard chegava no palco. O ruivo teve que parar ao ver Zidler do outro lado, esperando ele. Ignora o palhaço e continua seu caminho.

— Não se preocupe, seu querido Lass está no seu lugar de sempre. - Diz Gerard. - Então se vier pra cima, te parto no meio.

— Para que tanta agressividade, rapaz? Não farei nada com você.

— Espero que sim.

É obrigado a parar outra vez por Zidler está na frente da escada, o olhando com aquele sorriso irritante.

— Cai fora! - Grita o ruivo.

Sem discutir, Zidler se coloca de lado, deixando Gerard passar com seus passos furiosos. O ruivo tinha perdido uma longa viagem vindo ali para voltar com as mãos vazias.

— Volte para ver o próximo show!

Gerard para na entrada, olhando sobre o ombro.

— Garanto que o próximo show será feito por mim se continuar assim, palhaço.

Zidler solta uma risada mesmo com a ameaça jogada contra ele.

***

O barulho da multidão invade o corpo de Lass. Outra vez, ele teria que passar por aquilo, e depois mais vezes, como um eterno looping. Suas mãos estavam um pouco dolorida depois de ter enfrentado seus outros adversários, mas felizmente, não precisaria usar suas mãos nessa luta.

Ele se assusta quando o cabo da espada é esticado para ele. Pega a arma, olhando para Halter que tinha entregado se afastar. Estranho não ter sido Ortina, mais ainda quando percebe que a rosada não estava em canto algum. Ela deveria está fazendo algo mais importante.

— Você está estranho. - Diz as chamas.

— Não é nada. - Olha a espada. - Concentre-se no seu trabalho.

— Lass, se você tentar algo, eu...

— Não tentarei nada. - O interrompe.

Como havia dito, Lass tentaria nada.

O portão se abriu à sua frente, a luz do palco iluminando Lass. O ninja entrou com a espada arrastando, a arma tão pesada para ele a manter em pé. Parou alguns metros de seu adversário, que também usava uma arma afiada.

Lass não presta atenção no que Zidler fala, ele não ouve nada. Seu olhar fica parado no seu adversário, sem muita reação. Sua respiração estava calma, fraca para ficar agitado. Só move quando a plateia começa a gritar quando a luta começa.

Seu adversário avança, sem erguer sua espada. Acerta um chute no rosto do ninja, o derrubando no chão sem dificuldades. Todos ficam surpreso, até mesmo o adversário, com a queda de Lass.

— Lass! O que você tá fazendo?!

Outra vez, acertado no nariz, mas sem o quebrar dessa vez. Um fio de sangue escorre e passa por sua bochecha. Lass encara o alto, o teto do circo. Tudo parecia ter parado, o tempo lento só para ele. O barulho tinha sumido, o circo estava silencioso.

— Por que eu devo lutar? - Murmura.

— Que tipo de pergunta idiota é essa?! Pra continuar vivo, é claro! - Grita as chamas.

— E por que eu devo continuar vivo?

— Para não morrer!

Perguntas tão bobas que faziam sentido para o ninja. O tempo começa a voltar ao normal lentamente, então Lass volta a ouvir a plateia e seu adversário avançar.

Fica de pé, apenas para receber outro chute no rosto, mas sem cair. Lass não tenta revidar os socos e chutes que recebe, recua os passos a cada golpe recebido. Só consegue se afastar quando seu adversário o acerta um chute no peito que o faz andar para trás desajeitado.

Lass precisava revidar, por mais que ele não quisesse. Segura sua espada com ambas as mãos, andando com muito esforço até o rapaz. Seu adversário não se move, olha confuso para o estado do ninja. Quando o mesmo vai ataca-lo com a espada, ele simplesmente anda para o lado e desvia. Lass tenta acerta-lo outra vez, sendo desviado facilmente.

O ninja estava claramente sem vontade de continuar a viver com aqueles ataques. Sem dificuldades, seu adversário o acerta com um chute na mão, a espada voando para longe. Lass olha desanimado para a arma distante, depois para seu adversário. Ele não fez nada, esperou pelo o pior.

— Lass, o que você está fazendo?! Não quer mais viver, é isso?!

Quando viu seu adversário tirar sua espada da bainha, o ninja fez uma coisa inesperada.

Ele sorriu.

Tudo foi bem rápido. Seu adversário nem precisou se aproximar, apenas moveu sua espada e investiu contra Lass. A lâmina perfurou seu peito e atravessou até o outro lado, o sangue escorrendo pela a ponta da arma. A plateia se silenciou com aquele simples movimento, surpresos em ver o ninja ser acertado tão facilmente.

Lass olha para a lâmina cravada no seu peito, seu sorriso ainda no rosto, até ser manchado pelo o sangue que escorre pelo o canto de seus lábios. A dor que sentia é insuportável, mas ele não demonstrava, não precisava mais. Tudo que fez foi fechar os olhos, querendo entrar em seus sonhos e ficar por lá para sempre.

— Vai esperando que eu vou deixar você fazer isso.

A mão do ninja segurou a lâmina, assustando seu adversário. Segurou firme a arma, o sangue saindo das feridas que se abriam em sua mão. O rapaz tentou puxar a espada de volta, mas ela não era solta facilmente.

— É bom finalmente estar no controle.

Quando Lass ergue seu rosto, seu adversário congela no lugar. Com a outra mão, o ninja passa os dedos pelo o sangue que escorria de seus lábios, provando o gosto que tinha. Ele ri, encarando o garoto à sua frente.

Solta a espada, seu adversário puxando a arma rapidamente e se afastando. A ferida no peito de Lass se fecha em poucos segundos, a regeneração estando ao máximo. Ele estica os braços e estala os dedos, finalmente rindo.

Os olhos vermelhos de Lass deixava claro quem estava no comando.


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Notas finais do capítulo

Review?
* Muitos devem está se perguntando por que carais Gerard deixou Lass lá. Bem, é algo bem simples: As chamas. Gerard percebeu que Lass estava ficando mais a vontade com as chamas no circo, então ele preferiu deixar o nosso ninja lá só para que ele pudesse dominar as chamas melhor. Em outras palavras, Gerard está pouco se importando com o sofrimento do Lass lá dentro, ele só quer as chamas.
* Elesis se lembrou do Lass naquele finalizinho? Hummmm... talvez.
* A fanfic completou 4 anos, então tudo que eu tenho a fazer é agradecer a vocês! Sério, muito obrigada :3
* E em forma de presente, em todo o capítulo postarei nas notas finais uma curiosidade da fic que ninguém sabe, e se sabe é porque é muito antigo aqui kkkkk
Primeira curiosidade: Quando criei essa fic, não pretendia me afundar na história como faço agora. Gerard apenas seria uma desculpa para Elesis se vestir de homem e entrar no colégio, e só. A história seria totalmente voltada para a comédia e o romance de Lass e Elesis. Mas aí eu parei e pensei: Cara, eu posso fazer algo melhor que isso! Então foi aí que veio a história das chamas e muitas e muitas coisas. E com certeza, Gerard ser um grande vilão como Cazeaje é também.
Espero vocês no próximo capítulo!