..Na diretoria...

–Sente-se Bustamante. - O diretor apontou para a cadeira. Jena e Luiz já estavam lá.

–O que aconteceu ontem foi muito, muito delicado.

–Roberta tá aqui? Ela tá chegando? - Diego perguntou sem ligar muito por estar na coordenação.

–Não, ela não dormiu no colégio e nem vai vim hoje. Depois eu digo qual foi o castigo dela.

–E quando ela vem?

–Não sei Diego. Eu não sei exatamente o que aconteceu ontém, em termos sentimentais, mas isso não importa agora. O que importa são os fatos. Um: Diego e Roberta estavam nús em um dormitório masculino. Dois: Diego deu um murro no rosto de Luiz.

–Como você disse, você não sabe o que aconteceu, então a versão que eles te contaram é totalmente diferente do que realmente aconteceu e... - Diego interrompeu.

–Como eu disse, não me importa a versão, não me importam os motivos, o que importa é o que os dois estavam nus e o aluno Luiz foi agredido por você.

–Mas depois Roberta me ajudou a limpar meu rosto, então já to bem melhor.

–Não se amostra porque ela te ajudou a limpar o rosto, ela já fez muito mais coisas por mim.

–Que você nunca valorizou.

–Continuando. - Ricardo interrompeu. - Não deu tempo de me reunir com a comissão, apesar de ser bem grave o que aconteceu, pela amizade que eu tenho com o seu pai, Diego, não vou te expulsar, nem colocar um castigo tão grande como deveria. E pela amizade que eu tenho com a mãe da Roberta também, mas eu quero que vocês saibam que o que aconteceu poderia ser caso de expulsão. Enfim, pela agressão você vai ser suspenso por três dias. Hoje mesmo você vai para casa. E depois, pelo segundo acontecimento, que pela amizade com os pais de vocês não vou nem comentar com a comissão, vai ser um castigo meu, quando você voltar da suspensão e a senhorita Pardo retornar à escola eu os digo qual será o castigo. Estão dispensados. Filha, você não tinha mais algo para me contar?

–Não, pai. - Ela disse saindo da sala.

–Jena, por que você não disse que Roberta te agrediu? - Luiz perguntou a puxando para outro corredor quando eles sairam da sala.

–Porque eu não sabia que o Diego tinha sido suspenso.

–E daí?

–E daí que eu quero que ela fique na escola para sofrer sem que tenha o Diego para protege-la.

–O que você vai fazer?

–Vou fazer da vida dela um inferno. Começando por esses três dias.

–Jena, você não acha que já tá bom a gente ter mostrado a verdade para ela? E mais esse castigo que ela vai receber. Por mim já tá bom.

–O que você tá dizendo Luiz? Não tá nada de bom, enquanto aquela vadia não poder estar pior, nada vai tá bom.

–Não chama ela de vadia!

–Vai defender a virgenzinha agora?

–Eu não to defendendo ninguém, se eu fiz alguma coisa nesse seu plano foi para não a ver sofrendo depois, eu me importo com ela, de verdade.

–Não foi bem isso que você me disse quando disse que queria fazer parte.

–Para de tentar colocar na minha cabeça que eu tenho motivos para ter raiva dela! - Ele gritou a apertando pelo braço.

–Estamos no corredor do lado da sala do meu pai, cuidado com o que você fala. Você já entrou nisso comigo, agora vai ter que ficar, se não eu conto tudo para ela, e aí você nunca vai ter mais chances nenhuma com ela.

–Jena, eu quero que ela fique comigo pelo que eu sou, não por causa dos seus planos.

–E é? Mas eu preciso de você, então vai ser assim. Se não você não vai ficar com ela nem pelo que você é, nem pelos seus planos. Vou contar tudo a ela.

–Não. Eu te ajudo.

–Ajuda mesmo?

–Ajudo.

–Ajuda a transformar a vida dela no pior pesadelo que ela poderia ter?

–Se for para poder ficar com ela.

–Então agora vai ser assim, não adianta mais tentar fugir, você entrou nessa comigo.