Roberta saiu do quarto meio sem rumo. Nada mais fazia sentido. Sentou no chão apoiando a cabeça nos braços. Não queria ter que voltar para o quarto e explicar tudo para Lupita nem para ninguém. Precisava de um tempo sozinha. Se levantou e e decidiu ir para o quarto, até que se lembrou que tinha que passar no quarto de Luiz.

–Luiz? - Ela disse batendo na porta.

–Pode entrar.

–Oi, eu vim só porque você tinha pedido mesmo. - Ela disse indo em direção a cama dele.

–Obrigado. - Ele se levantou. Ela reparou no rosto de Luiz. - Meu deus! Isso foi o Diego?

–Foi... Ainda não tive pasciencia para limpar.

–Vem cá. - Ela o puxou pelo braço e subiu as escadas para ir para o banheiro.

–O que você fazer hein? - Ele disse quando entraram no banheiro.

–Limpar isso, tá horrível. - Ela disse passando um algodão molhado no nariz dele.

–Diego é um grosso. Tudo culpa dele.

–E minha.

–Sua?

–Se eu não fosse tão besta nada disso tinha acontecido. - Ela disse molhando de novo o algodão.

–Nada disso... Ah, desculpa, eu esqueci, você tá bem?

–Bem não, mas dá pra suportar.

–Aaaai. - Ele fez uma cara de dor.

–Isso não tá doendo, deixe disso. - Ele fechou os olhos.

"-Ai, isso doi!

–Não reclama, quando a garrafa estourou você nem sentiu.

–Aaaai, tá doendo! - Ele gritou enquanto eu enxugava com um paninho.

–Você é muito mole, bonequinho de plástico! Fecha os olhos então." Roberta parou de limpar quando se lembrou disso.

–O que foi?

–Nada... Luiz, eu não to bem, desculpa, você pode terminar sozinho?

–Posso, mas eu queria muito conversar contigo.

–Eu acho que eu não to bem para conversar agora.

–Eu entendo, mas eu queria que você soubesse que qualquer coisa eu to aqui, ok?

–Obrigada por tudo, você sempre quis me avisar, eu que sou burra mesmo.

–E outra coisa.

–Diga.

–Eu queria te pedir para não acreditar de novo nele, você e eu sabemos que ele vai insisitir muito.

–Eu sei, eu não vou acreditar nele, nunca mais.

–Que bom escutar isso, eu não aguentar te ver sofrer de novo. - Ele disse a puxando para um longo abraço.

–Obrigada, de verdade. - Ela disse fechando os olhos deitada no peitoral dele. - Cadê o Miguel?

–Vai dormir no quarto da Vic, para variar.

–Ah.

–Daqui a pouco aquela alí engravida.

–Eu to indo, vê se limpa direito esse rosto para não infeccionar.

–Não se preocupa, quer que eu te leve no seu quarto?

–Não precisa. - Eles desceram a escada.

–Ok então, fique bem ouviu? Não quero te ver chorando por causa dele.

–Meio impossível, mas eu prometo que vou tentar. Tchau. - Ela disse fechando a porta.