The Deal (Em pausa) escrita por Larinha


Capítulo 1
A notícia.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. :)



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Acordar às seis da manhã deveria ser proibido, alguma lei deveria ser imposta para nos impedir de levantar tão cedo. – Ainda mais quando é seu aniversário de dezessete anos e você é acordada pelo seu irmão mais novo dizendo que há estranhos na nossa casa. Jeremy mal esperou eu abrir os olhos para puxar o cobertor e jogar uma enxurrada de palavras que eu não entendia. Enquanto ele falava, eu reparava no meu quarto. Estava uma bagunça sem fim, mas quando dormi estava limpo e arrumado. Alguém revistou minhas coisas, e não fora Jeremy. Meus pais deviam estar procurando alguma coisa, alguma coisa que acham que eu estava escondendo. Para deixar o quarto daquele jeito e não arrumar significava que era algo importante.

Jeremy saiu da minha frente e foi em direção à janela e abriu as cortinas, o que fez meus olhos arderem. Ao reparar o outro lado, havia um senhora tentando enxergar dentro do nosso quarto. – Mystic Falls é onde vivo, uma cidade que tem mania de investigar a vida dos outros a fundo. Uma cidade que simplesmente acorda cedo todos os dias só para ver se o vizinho já tomou o café da manhã para se encontrar com alguém ou apenas ir trabalhar. Felizmente somos uma das únicas pessoas que não se preocupam com isso, mas todos olham para minha família com um jeito estranho depois do que aconteceu com Jeremy no verão passado.

Nossa mãe apareceu na porta do meu quarto e cortou meus devaneios.

— Meus amores... Precisamos falar com vocês lá embaixo. Elena se levante e se vista, quero que desçam o mais rápido possível. – Ela estava trêmula e angustiada. E Miranda Gilbert só ficava daquele jeito quando havia algo errado conosco.

Ela saiu do quarto e começou a descer as escadas. Jeremy esperou que os passos não pudessem mais ser ouvidos para voltar a falar, e dessa vez eu estava atenta e escutando.

— Sabe aquela família rica, nossos vizinhos? – Assenti. – Eles que estão lá embaixo. Não estou com um pressentimento bom em relação a isso, já não gosto de Giuseppe, não sem como será em relação aos filhos.

— Stefan e Damon Salvatore vieram com o pai? Mas eles nunca... O que querem? Desejar-me feliz aniversário? – Eu estava incrivelmente confusa, eu nunca havia visto os dois, ambos estudavam em casa. Por qual motivo eles viriam nos visitar?

— Teremos de descer para descobrir. Depressa, antes que nosso pai suba. – Ele levantou da cama e foi para o corredor me esperar.

Depois de fechar a porta, pus as roupas espalhadas no chão de volta na gaveta e as caixas de volta no armário que ficava em frente à parede cinza do meu quarto. Troquei os lençóis da cama e abri o armário novamente para pegar um suéter e uma calça jeans. Tudo isso do jeito mais rápido que consegui. Me troquei no banheiro, fiz minha higiene pessoal e fui para porta de encontro a Jeremy.

Quando chegamos à escada podemos ouvir algumas vozes falando: tinham dois homens rindo e uma mulher, nossa mãe, tentando entender o que eles haviam dito. A cada passo eu ouvia melhor o que eles diziam, eram coisas normais, como se aquilo fosse apenas uma visita normal. Quando descemos completamente e nos viramos em direção à sala de estar, nós vimos dois garotos em pé de frente para nós. Ambos eram lindos, um deles possuía os olhos azuis mais hipnotizantes que já vi e um cabelo negro desgrenhado. O outro tinha um rosto incrivelmente angelical que poderia derreter qualquer garota.

Quando Jeremy entrou na sala, na minha frente, minha mãe se virou em minha direção e me mandou chegar mais perto. Eu estava parada no corredor olhando os dois como uma perfeita pateta. Não era futilidade minha, e sim porque eu senti alguma energia estranha ao olhar para os dois; e ambos me devolveram o olhar, o que me assustou e me fez voltar à realidade.

Cheguei à sala e minha mãe me abraçou, ela irradiava um pedido de desculpas. Aquele clima estava completamente estranho.

— Elena, minha filha. – Começou meu pai. – Já conhece Giuseppe Salvatore?

— Nunca o vi pessoalmente, mas eu sei que ele os ajudou quando estavam em uma crise... Certo? – Me virei para minha mãe, que estava sentada na poltrona perto ao abajur desligado. Ela me deu um sorriso confirmando, mas depois fechou novamente a cara.

— Exato. – Meu pai começou a ficar sério. – Mas essa ajuda foi muito, muito grande. E até hoje não temos como o pagar... – Meu pai hesitava e não conseguia falar, então Mr. Salvatore tomou a palavra.

— Mas seus pais e eu fizemos um acordo, minha cara. – Ele sorriu e usou uma voz acolhedora, tentando não me assustar. – Caso eles não tivessem o dinheiro até os seus dezoito anos, você se casaria com um dos meus filhos.

Por um momento eu ri, achando que era brincadeira, mas meu pai assentiu e eu fiquei branca na mesma hora, meus lábios provavelmente ficaram roxos e meus olhos se arregalaram. Eu não podia acreditar no que eu estava ouvindo, todo aquele tempo passara e eu estava prometida a um dos dois desconhecidos parados perto da janela sem saber. Eu não podia me casar, não com eles...

Saí do lado da minha mãe e procurei Jeremy pela sala, ele estava de boca aberta perto da lareira, fui a sua direção e ele me abraçou. Apesar de ter quinze anos, ele era o único que de fato me consolaria no momento. Meus pais me explicaram tudo o que acontecera na época, e como eles não sabiam que um dia teriam uma filha, pois minha mãe foi considerada estéril.

— Mas... Mas... Vocês não podiam... E eu? – Não saiam frases coerentes da minha boca enquanto lágrimas caíam dos meus olhos. Os dois garotos, os meus... pretendentes, tossiram juntos como se aquilo fosse constrangedor ou os dois estivessem sendo rejeitados.

— É por isso que eu cobrei um ano antes. – Meu pai olhava para os dois garotos rigidamente. Giuseppe gesticulou para os seus filhos, eles deram um passo à frente quando foram chamados pelo nome. – Como tive dois filhos, Damon e Stefan, ambos conviverão com você até os seus dezoito anos. Um dia depois do seu aniversário você escolherá entre eles. Aceita?

— Mas como amar alguém em apenas um ano?! – Eu estava desesperada, mas o brilho nos olhos de Damon me deu esperança, ele estava apaixonado e não queria se casar tanto quanto eu. Minha mãe me olhou triste, se eu não me casasse era capaz daquele homem cobrá-los pelo resto da vida ou então fazer algo a respeito. Vou desistir dos meus planos e desejos pela minha família... – Eu... acei...to.

A minha confirmação causou reações diferentes, ambos os irmãos arregalaram os olhos. Minha mãe soltou um grito abafado, meu pai tampou a própria boca e Giuseppe deu um sorriso vitorioso. Mas o único a se pronunciar e dizer o que pensava, foi meu irmão. Ele foi até o centro da sala e pisou no tapete com força e encarou nossos pais.

— Ela tem dezessete anos, nem se formou no ensino médio, não sabe nem o que comerá para jantar e vocês decidem a vida dela assim? Na sala? Por causa de uma dívida de vocês e não dela? Que grande exemplo eu tenho! – As palavras dele rodearam pela casa e se eu fosse louca, poderia jurar que ouvi um eco.

Ele passou por mim e subiu, olhou mais uma vez em minha direção, suplicando para que eu retirasse minhas palavras anteriores, mas eu não fiz. Nem poderia. Ele me deu um olhar de reprovação e subiu. Após o baque da porta, ninguém mais falou. Meu olhar percorria as pessoas presentes, e eu simplesmente não raciocinei quando resolvi atravessar o cômodo, puxar os dois garotos e levá-los para varanda da casa.

O clima do lado de fora era úmido, o vento passava pelo meu cabelo constantemente. Alguns pingos de chuva começaram a cair em frente à casa na parte que não possuía telhado. Fechei a porta e me verei para os dois.

— Vocês concordam com isso? – Perguntei com a mão na cintura. – Não querem liberdade? Eu sou chata, feia, ninguém gosta de mim, vocês também não irão... Diga ao pai de vocês que isso não passa de uma grande perda de tempo! – Eu não sabia se estava implorando ou simplesmente mandando os dois fazerem o que eu queria.

Eles se olharam e então o mais velho respondeu.

— Elena... Nosso pai nos disse isso desde pequenos, temos liberdade de escolha desde nunca. Por que acha que não fomos à escola? Sempre soubemos que isso ia acontecer. – Ele disse com um sorriso de canto triste. – E você não é feia.

— É isso... Esse ano se resumirá em você. – Disse o mais novo. Ele sorriu – Sua rotina será normal, a diferença é que agora você tem dois namorados. Aliás, feliz aniversário.



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Notas finais do capítulo

Estou escrevendo três ao mesmo tempo e estudo em colégio militar, eu posso ficar um tempo sem escrever, mas eu prometo que não vou abandonar nenhuma das fics.