A Vida Como Ela É escrita por LauC


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Aeh mais um capitulo o



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— Estou morta — Falei para as paredes do quarto enquanto me jogava em cima da cama depois de treinar que nem uma condenada no dojo.  Levantei da cama e fui até o closet, peguei um par de roupas e me arrastei até o banheiro.  Tirei as roupas e me sentei no banquinho que tinha no banheiro, comecei meu banho, terminei depois de uns 10 minutos quando meu estomago roncou alto.

Vesti a calcinha e o sutiã, short bege e uma camisa branca de manga. Coloquei a roupa suja na maquina de lavar e fui para a cozinha, para ver algo para comer, quando eu cheguei perto da porta senti um aroma agradável de carne. Abri a porta e vi minha avó cozinhando alguma coisa, ela se virou para ver quem tinha entrado e deu um sorriso pra mim. Aproximei-me do fogão e vi que ela estava fazendo carne ao molho madeira. Obaa-chan era cozinheira antigamente e ela me disse que tinha trabalhado em muitos países, então não era de se admirar que ela soubesse fazer aquele tipo de carne.

— Parece gostoso — Falei quase babando.

— Sei que deve estar faminta — Disse sorrindo, mexeu na panela e disse — Chame seus pais para jantar.

— Certo — Sai da cozinha e fui até o quarto dos meus pais, bati na porta.

— Pode — Disse minha mãe,abri a porta e antes de falar ela disse — Jantar?

—Aham. Pai ainda está no dojo? — Mamãe confirmou com a cabeça. — Vou chamar ele.

— Tá.

Sai de casa e entrei no corredor que dava para as salas do dojo, escutei um barulho vindo da sala de equipamentos e afastei a porta. Pai estava guardando umas espadas de bambu e madeira no armário, havia alguns alunos que como eu praticavam ou gostavam de kendo.

— Jantar? — Perguntou quando me viu parada na porta, fiz que sim com a cabeça. — Estou faminto.

— Somos dois — Falei sorrindo. Caminhamos juntos em silencio até chegar à porta de casa, não me incomodei de ficar em silencio com ele, afinal nos não tínhamos assunto mesmo. Entramos em casa, tiramos as sandálias e fomos para a cozinha, a mesa estava pronta e mamãe e vovó já estavam sentadas, lavamos as mãos e nos sentamos também.

— Então como foi o seu dia Charlie? — Perguntou Mamãe colocando arroz no meu prato.

— Foi o mesmo — Falei pegando o prato da mão dela com cuidado, coloquei a carne e o molho no prato, peguei os hashis e juntei as mãos — Itadakimasu .

— Não teve nada interessante? Aluna nova? — Perguntou vovó, mastiguei a comida que por sinal estava uma delicia e acenei para ela esperar enquanto engolia. — A comida como está?

— Maravilhosa — Respondi quando terminei de engolir — Bem, não sei se disse que eles misturaram as turmas esse ano e que Yoi está em outra sala.

— Não, você não mencionou isso.

— Pois é, é chato porque vocês sabem estamos juntas a tanto tempo que chega a ser estranho não ficar perto dela — Coloquei arroz na boca e mastiguei. Quando eles não falaram nada eu continuei — Entrou uma garota nova na sala, ela veio da Alemanha.

— Alemanha? — Disse meu pai interessado.

— Sim.

— Ela fala japonês? — Perguntou ele apontando os hashis em minha direção.

— Esse é o problema, ela não fala nada.

— Eita — Disse mamãe seria, apontou o hashis em minha direção. Ok, acho que isso pega. — Mas ela falou com os professores? Tipo, eles vão ter que escolher um tutor ou indicar algum professor para ajuda-la.

— Isso é verdade, eles não podem simplesmente deixa-la aprender sozinha já que é uma das melhores escolas do Japão. — Comentou o meu pai, até que eu entendo de ele estar preocupado com Amanda, pois passamos por uma situação semelhante quando nos mudamos para cá. A diferença era que sabíamos mais coisas que ela.

— Bem, eles escolheram um tutor — Falei e comi mais um pouco da comida, estendi meu prato para mãe. — Mais arroz por favor. Escolheram uma aluna da sala que sabe falar inglês perfeitamente.

— Ah sim, que bom — Falou vovó.

— Pois é. Me escolheram — Falei de uma vez e vi a reação deles, que foi mais normal do que eu previa.

— Era de se imaginar — Disse minha mãe sorrindo.

— Verdade.

— Bem, só vai ser meio difícil, porque eu não sou acostumada a ensinar e também por causa do meu horário — Falei colocando um pedaço de carne na boca.

— O que acha de ter uma noite de folga amanha? — Perguntou meu pai de forma quase natural.

Eu engasguei com a carne, minha mãe bateu nas minhas costas enquanto brigava comigo dizendo que era para ter mais cuidado. Tomei um copo de água para desentalar e quando me senti melhor, me sentei direito na cadeira.

— Ok, isso foi uma surpresa.

— Se for ficar mais fácil para você ensinar ela, eu te concedo uma noite de folga do dojo até ela não precisar mais da sua ajuda — Disse dando um sorriso.

— Ah, então eu aceito — Respondi antes que ele tivesse a chance de mudar de ideia. Me perguntei onde estariam os livros e dicionários que compramos quando estávamos aprendendo japonês. — Ainda temos aqueles livros e dicionários?

— Sabe que eu não sei, talvez estejam em uma caixa no deposito. Dê uma olhada mais tarde lá — Disse Mamãe.

Terminamos o jantar, ajudei a lavar a louça e fui para o quarto. Verifiquei se não tinha atividade da escola e fiquei feliz em saber que não. Olhei para a minha TV e depois para o Xbox.

—Bem, acho que não faz mal da uma jogadinha agora — Liguei a TV e conectei os cabos do Xbox, coloquei no meu jogo favorito do momento, o Endless. A tela escureceu e apareceu o meu personagem no centro, era uma maga, que usava uma capa negra, uma calça sem umas das pernas, um cinto prateado e um cajado. Levei um tempo para finalmente deixar ela top, quero dizer conseguir armas,roupas e nível fortes o suficiente para não ter que morrer para qualquer um.

Apertei para continuar e a tela escureceu de novo, a minha maga apareceu em uma floresta, havia mais outros dois personagens lá. Peguei o microfone e coloquei na cabeça.

— Boa noite galera — Falei para os outros dois que eram do mesmo grupo que eu no jogo.

— Boa Charlie — Escutei a voz do garoto que se chamava Xin pelo fone, o personagem dele era um guerreiro, de roupas negras e uma espada grande que ficava nas costas.

— Então que vocês estão aprontando pra noite?

— Nada demais Charlie — Respondeu o outro garoto, o Jack, o personagem dele era um arqueiro de roupas negras e um arco dourado nas costas. — Estávamos pensando em ir procurar o chefe da floresta norte, quer vim conosco?

— Claro, nos somos um time — Respondi, então começamos a correr pela floresta. — Fica muito longe a área dele?

— Nunca ouviu falar sobre o chefe da floresta? — Perguntou Jack.

— Não.

— É uma nova área que lançou agora, faz uma semana. Fico surpreso de saber que você não sabia — Comentou Xin.

— Não sabia mesmo não, tenho andando um pouco ocupada — Respondi, os personagens deles dobraram para o lado e os segui. — Mas enfim, se lançou agora alguém já conseguiu matar ele?

— Vamos ser os primeiros que tal?

—Bem, temos que fazer jus os nossos nomes — Disse Xin parando de correr. — Chegamos.

Olhei para o lado que eles estavam virados e vi uma área aberta, com um fundo pegando fogo. Foi então que um gigante de pedra e fogo saiu de entre as arvores, ele era enorme, olhei para o nível dele, ele estava no 68. Ok, nos três estávamos no 66, iria ser um pouco demorado matar ele, porem não iria ser tão difícil por causa que nos tínhamos os melhores equipamentos do jogo. Éramos conhecidos como o trio negro por outros jogadores, por causa das nossas vestes.

— Mesma tática de combate? — Perguntei tirando meu cajado do chão.

— Sim — Responderam os dois. Então eu lancei um feitiço em volta de nos e lancei um ataque contra o gigante. O gigante olhou para nós e correu em nossa direção, nós nos separamos. Atingi o monstro com uma chama negra e ele cambaleou para trás, Jack acertou uma flecha certeira no peito dele e em seguida Xin atingiu ele com a espada. Vimos a vida do gigante diminuir um pouco.

— É vai ser mais demorado do que eu pensei — Falei e os dois concordaram. Depois de um tempo finalmente conseguimos diminuir a vida dele mais da metade. — Vocês não disseram os itens que ganhamos nele.

— Pode vim qualquer coisa — Respondeu Xin, colocando seu personagem ao lado do meu.

— Cai a mesma quantidade de itens para cada jogador — Jack se aproximo de nós. Lancei um poder de cura entre nos três e vimos nossa vida subir rapidamente. — Um para cada.

— Entendi — Falei, vi minha magia ficar carregada e levantei o cajado na direção deles — Vou aumentar a velocidade de vocês, vamos matar logo ele.

Uma luz roxa ficou em volta dos dois e os dois saíram correndo em direção ao gigante, apontei o cajado em direção ao monstro e lancei uma magia para diminuir a defesa, Jack e Xin atacaram ele em cheio no peito, Jack com sua flecha dourada de maior força e Xin com seu ataque cortante que produzia ondas de ventos, levantei meu cajado em direção ao gigante e uma magia preta me envolveu e eu lancei aquele poder em direção a ele, os três poderes atingiram o monstro ao mesmo tempo, houve uma breve explosão de luz e depois apareceu um baú no centro.

Nos aproximamos do baú e abrimos, dentro dele havia três anéis cada um com uma pedra diferente, uma era roxa, outra verde e a restante era azul. Entreolhamos-nos ,pegamos os três anéis e verificamos as informações 

— Aumenta a habilidade de fogo(Força) em 70% — Disse Jack segurando o anel verde.

— Esse aumenta a habilidade de terra (defesa) em 70% também — Xin disse enquanto segurava o anel azul. — E o roxo?

— Aumenta o ar (Poder mágico, o que os magos usam) em 70% — Respondi.

— Bem, está claro que esse é o seu — Disse Xin. — Para mim tanto faz Jack, qual você acha que é o melhor para você?

— Rapaz, a minha força não está muito boa e como percebi que você é o único que entra mais em contato físico com o inimigo, acho que seria melhor você aumentar a sua defesa — Respondeu Jack entregando o anel azul a Xin, Xin fez o mesmo com o verde.

— Tem razão — Confirmou ele, então colocamos os anéis e vimos nossas habilidades aumentarem. — Itens bons para bons jogadores.

— Certo — Concordei sorrindo. Uma tela apareceu e nos vimos nossos nomes escritos nele.

— Parece que vamos para o top 5 do jogo — Disse Jack animado pelo microfone.

— Aham — Disse Xin na mesma animação.

Conversamos e jogamos um pouco mais até eu me dar conta do horário, me despedir deles e desliguei a TV. Eram 00:10, me joguei na cama e me cobri com o lençol, acabei dormindo mais rápido do que imaginei. 

Acordei com o despertador gritando do meu lado, estendi a mão e derrubei-o no chão sem querer, por sorte ele desligou. Olhei as horas no celular e vi ainda que eram 6:00 hrs, não estava afim de caminhar hoje. Uma noite de folga para ensinar Amanda hã?

Sentei-me na cama e me espreguicei, peguei o despertador do chão e coloquei-o no lugar. Fiquei de pé e sai de mansinho do quarto, a casa estava escura, provavelmente todos estavam dormindo ainda, abri a porta dos fundos e sai. Vi o lago que ficava no fundo de casa, era bem bonito, apesar de que eu não tinha tempo para ficar admirando muito recentemente. Caminhei até uma porta que ficava mais ao lado e a abri, o deposito estava cheio de coisas e tinha um cheiro nem um pouco agradável de mofo.

Puxei uma cordinha que tinha no teto e a luz acendeu, olhei para o monte de caixas empilhadas e alguns equipamentos velhos e soltei um suspiro. Eu tinha que procurar pelos livros que ensinava japonês. Comecei a olhar as caixas de uma por uma, nelas tinham alguns itens que eu não fazia ideia de o que era e de quem era.  Cobri minha boca e nariz com um pano e entrei no deposito, procurei por alguma caixa escrita o meu nome ou o da mãe e por muita sorte eu consegui achar uma que estava no canto do deposito.

Abri-a e vi que os livros estavam lá dentro e mais outras coisas de quando éramos dos EUA. Olhei o estado dos livros e vi que eles tinham uma mancha aqui e outra lá, mas davam para se usados. Tirei todos os livros que precisava da caixa e coloquei do lado de fora do deposito, coloquei as caixas de volta no lugar e fechei a porta. Peguei a pilha de livros e entrei em casa, os levei até o quarto, passei um pano limpo para tirar a poeira e os coloquei dentro de uma bolsa. Olhei no relógio, era 6:30. Bem eu tinha que ir comprar o pão pelo menos. Peguei a chave de casa, o dinheiro e sai.

— Bom dia — Falei para quando entrei na padaria.

— Ah, bom dia Tanaka-san — Disse o dono da padaria dando um sorriso. — Mesmo pão de sempre?

— Sim, por favor — Ele entrou por uma porta e eu fiquei vendo os outros tipos de pão que ele tinha, o formato deles iam desde redondo a uma flor e todos pareciam muito bom.

— Aqui está — Disse ele interrompendo meus pensamentos.

— Ah certo — Tirei o dinheiro do bolso e peguei a sacola de pão — Obrigada.

—Volte sempre — Disse quando abri a porta e sai.

Caminhei calmamente pela calçada, cumprimentei a vovó que molhava o jardim e em alguns minutos cheguei em casa. Tirei os sapatos e entrei na cozinha, mamãe não tinha acordado ainda, olhei no relógio e vi que ainda dava tempo para fazer o café. Tirei o café e o leite do armário, peguei alguns ovos, bacon e torradas e comecei a preparar tudo. Não demorou muito e minha família acordou, se sentaram à mesa e esperaram eu servi. Coloquei no prato de cada um, ovos,bacon, duas torradas e um pão com pasta de amendoim, pus café com leite na xícara de cada e me sentei para comer também.

— Café está bom — Disse vovó para mim.

— O bacon e os ovos também — Complementou mamãe, olhei para o pai que comia sem reclamar, ele deu um positivo com o polegar e senti um sorriso surgir no meu rosto. Depois do café, papai foi para a sala assistir o jornal da manhã, vovô preparava meu obento para escola, mamãe limpava a louça e eu fui tomar banho.

Tomei um ótimo banho e fui para o quarto me vestir. Coloquei a blusa branca, depois a saia, a gravata e o casaco. Fui até a minha mochila e tirei os tempos de aula, vi que iríamos ter aula de educação física. Abri o closet e tirei de lá a camisa e o short para a aula, e um kimono limpo para o clube, enfiei os dois na mochila. Penteei os cabelos, coloquei a mochila nas costas, peguei o celular da mesa e a bolsa onde estavam os livros para ensinar Amanda.

 Sai do quarto e fui até a cozinha, vovó me entregou o obento e disse que era frango. Mamãe se aproximou e olhou para a bolsa sem ser a da escola.

— Achou os livros?

— Sim — Respondi colocando o obento na mochila da escola, sentei no chão e comecei a calçar o tênis. — Estavam escondidos no deposito, estão um pouco velhos, mas vai dar para o gasto, qualquer coisa eu pego alguns livros da biblioteca.

— Certo, tome cuidado no caminho — Disse Mamae quando eu terminei de calçar o tênis.

— Ok — Fiquei de pé e abri a porta — Estou indo.

Eu estava no horário certo hoje, encontrei Yoi no ponto de encontro e fomos para a estação.

— Essa bolsa ai tem o que? — Perguntou Yoi depois que entramos no trem.

— Livros e dicionários para Amanda.

— Entendi — Foi então que ela pulou em cima de mim, me dando um abraço. Estava demorando. — Vai ser difícil ensinar ela.

— Com toda certeza sim — Falei me  afastando do abraço de Yoi. — Papai me liberou nos dias de quartas para poder ajuda-la.

— O QUE?! — Exclamou surpresa.

— É eu sei, minha reação não foi diferente da sua quando escutei isso — Digo me lembrando do momento que me engasguei.

— Bem, isso foi uma surpresa — Disse cruzando os braços, ela me olhou dos pés a cabeça e sorriu. — Não esta vestida igual ontem. Já desistiu de lançar uma nova moda?

— Affes Yoi — Falei virando os olhos, Yoi começou a rir, o trem se aproximou da estação e fiquei de pé. — Estamos chegando.

Descemos na estação e andamos pelo parque até que vimos Amanda parada na frente do prédio do qual ela morava. Ela nos recebeu com um sorriso enorme quando nos aproximamos.

— Bom dia — Disse Yoi e logo em seguida pulou em Amanda, fazendo-a quase cair.

— Bom dia — Amanda disse rindo e dando um tapinha no braço de Yoi, ela olhou para mim e disse — Bom dia para você também Charlie.

— Bom dia — Respondi para ela com um sorriso e puxei Yoi para longe dela — Parece uma gata carente.

— Hey! — Exclamou ela me dando um tapa no braço.

Estendi a bolsa para Amanda que me olhou sem entender.

— Para você, são alguns livros lá de casa. — Expliquei quando ela pegou a bolsa de mim. — Vamos começar hoje suas aulas, espero que não tenha feito planos para hoje a noite.

— Ah não, tenho nada para hoje não — Disse sorrindo — Pensei que sua aula de Karate fosse todos os dias.

— Fui liberada nos dias de quarta — Respondi coçando a parte de trás da cabeça.

— Humm, vou deixar em casa rapidinho. Vocês me esperam?

— Sem problemas — Respondeu Yoi .

Amanda saiu do prédio depois de uns 3 minutos e fomos juntas para o colégio.


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Notas finais do capítulo

Então que acharam?



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