A Vida Como Ela É escrita por LauC


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oks. Ta ai mais um capitulo, Se tiver algo errado ou tiver muito idiota, desculpem, mas foi porque eu estava escrevendo sem perceber a hora e fiquei com dor de cabeça e sono. Mas espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/345997/chapter/6

Subi as escadas correndo, quando cheguei no topo vi alguns alunos entrando no dojo.

— Atrasada Charlie — Disse James, um dos meninos que treinavam comigo, ele era alto, de cabelos pretos lisos, ombros um pouco largos e com um sorriso meigo.

— Sei disso — Falei passando por ele e entrando rápido em casa. — Cheguei !  — tirei os meus sapatos e corri para o meu quarto. Tirei minha farda, vasculhei o guarda roupa e puxei o meu kimono, camisa regata e um short. Vesti o mais rápido que pude, prendi o cabelo em um rabo de cavalo e sai do quarto. Quando cheguei perto da sala, eu escorrei de bunda no chão. — Aiiiii. Droga — Olhei para os meus pés e vi que tinha esquecido de tirar as meias. Arranquei elas dali e joguei elas dentro do quarto.

Entrei no corredor que dava para as salas do dojo e parei na frente de uma. Sala de avançada. Soltei um suspiro e abri a porta, Yoi já estava lá, ela deu um sorriso quando me viu e apontou para a frente, olhei para onde ela disse e vi meu pai com braços cruzados me encarando.

— Desculpa pelo atraso — Me curvei pra ele.

— Continuando o que eu estava falando, esse ano vamos nos preparar para ganharmos de novo no nacional, até o meio do ano vamos fazer a seleção dos alunos que vão participar do torneio. E nada melhor do que começar um treino, então por favor Tanaka-san — Meu pai acenou pra mim, encarei ele sem entender, Yoi fez uma cara de se ferrou pra mim. — Como chegou atrasada vai ser a primeira.

Engoli em seco, respirei fundo e fui para o meio, pai ficou em posição de luta. Eu não era ruim, o problema é que lutar contra seu pai que por acaso é o dono do dojo e que também é o fodinha dali meio que complica as coisas. Separei meus pés e fiquei em posição, no começo nós estávamos em sincronia, até que vi que ele estava começando a ficar serio, seu pé veio em minha direção, desviei dele, mas então ele me derrubou de costas no tatame. Fiquei olhando para o teto por um momento e então para o meu pai. Me sentei esfregando a cabeça.

— Está bem? — Perguntou, acenei com a cabeça e me levantei. — Certo, vamos para o próximo — Disse meu pai, se curvando e eu fiz o mesmo. Andei até onde estava Yoi.

— Queda bonita, hein? — Ironizou ela.

— Cala a boca — Falei, Yoi sorrio da minha cara — Nunca mais chego atrasada de novo.

— Estava onde? Pensei que tinha ido para casa mais cedo.

— Não, eu estava no parque, só que me distrai e perdi a hora — E que distração era! Me lembrei da garota de mais cedo e senti uma dor do peito. Queria vê-la novamente algum dia.

— Humm — Yoi me puxou para um abraço e sussurrou  — Não chegue tarde de novo.

— Certo — Sussurrei de volta.

O Dojo fechava as 20:30, Yoi sempre ficava até mais tarde lá em casa, ficávamos assistindo TV,jogando ou lendo alguma coisa. Ela tinha a mesma idade que eu agora , 17  anos, seu cabelo continuou castanho e liso, tinha um sorriso doce e gentil, achava seu sorriso lindo por causa que ela tinha os caninos perfeitos e seus olhos eram deu um castanho escuro. Eu achava Yoi bem bonita.

— Charlie — Chamou ela me cutucando no braço — Vou indo para casa, estou cansada, a professora me fez demonstrar um monte de coisa para os novos alunos, estou quebrada.

— Entendo — Comecei a sorrir dela. Ela me deu um tapa no braço.

— Não fui eu que cai de costas  — Disse brava, sorri de novo.

— Ah é assim é? — Falei dando um olhar desconfiado, Yoi tentou entender o que eu estava pensando, pulei em cima dela a fazendo deitar no chão e comecei a fazer cócegas na sua barriga.

— M-me l-larga — Tentou dizer entre os risos. — P-para C-Ch- Charlie! — Segurou minha cintura e giramos no chão, ela ficou em cima de mim, segurando as minhas mãos e repirando rapido. Engoli em seco quando percebi que ela estava muito perto e senti meu rosto começar a corar, Yoi demorou o mesmo tempo para perceber, então como se não ligasse saiu de cima de mim e deitou ao meu lado. — Chata.

— Fresca

— Sem graça

— Sem noção — Falei me sentando e encarando ela.

— Vermelhinha — Disse ela, demorei para entender o que era. Era porque eu corava rápido e por qualquer coisa que me deixava com vergonha, comecei a corar involuntariamente — Aha, ganhei!

— Chata — Sussurrei.

— Oh fica assim não — Disse me dando um abraço. — Não tenho culpa se fica vermelha rápido.

— Pensei que estava cansada — Mudei de assunto, adiantava nem discutir com Yoi ela sempre ganhava.

— Ah é verdade — Me soltou e se colocou de pé. — Vou nessa, nos vemos amanhã ?

— Claro — Falei ficando de pé também. Acompanhei ela até a parte da frente do dojo e nos despedimos.  Tomei um bom banho e me larguei na cama, dia hoje foi cansativo, olhei para o teto e fechei os olhos.  Sonhei com a garota do parque, nós estávamos sentadas no calçadão da praia olhando o por do sol, ela se virou pra mim e disse alguma coisa que não entendi, mas não importava por que a única coisa que eu queria era estar com ela. Os últimos raios de sol faziam os cabelos dela ficarem claros e seus olhos escuros, quase ficando cinzas.

— Charlie — Ouvi ela me chamar, que voz doce ela tinha, fechei meus olhos e memorizei ela dizendo meu nome. — Charlie — Tentei dizer alguma coisa para ela só que não saiu vz da minha boca, ela me chamou de novo só que a sua voz estava diferente. E incrivelmente familiar. — Charlie. Charlie acorda.

Senti alguém sacudindo meu ombro, foi então que me toquei que era um sonho, abri meus olhos e vi minha mãe ao meu lado. Olhei para o despertador do lado e vi a hora, 7:45. Saltei da cama.

— Pensei que não ia acordar, porque o tanto de vezes que te chamei! — Disse ela um pouco irritada.

— Aí meu Deus, desculpa — Peguei minha toalha e comecei a sair do quarto. Tomei um banho rápido, vesti a saia, a camisa branca, coloquei a gravata, penteei o cabelo e arrumei minha bolsa. Sai do quarto nas presas, entrei na cozinha coloquei um pouco de café e leite em um copo, peguei torrada e comecei a comer. Mamãe colocou o obento na minha mochila.

— Não vai se engasgar — Disse ela quando via que eu não estava mastigando direito e bem na hora que ela falou eu me engasguei. Ela se pôs ao meu lado e começou a bater nas minhas costas — Eu disse!

Quando parei de tossir, voltei para o quarto porque tinha esquecido de pegar o casaco/jaqueta da escola. Peguei ele de cima da cadeira e quase cai de bunda de novo quando entrei no corredor, consegui chegar inteira a porta, calcei o primeiro tênis preto que eu vi, que era um da Nike preto e branco com cano curto.

— Estou indo ! — Gritei abrindo a porta. Olhei no relógio 7:55. Encaixei a mochila nas costas e corri, desci as escadas morrendo de medo de cair.

— Atrasada pra escola Charlie ?! — Gritou uma vovô que morava na nossa rua.

— Sim — Gritei de volta passando por ela. Droga eu iria perder o trem, acelerei o passo passei pela padaria e lojas, entrei  na estação escorrendo e vi o trem se aproximando. Entrei nele e por azar ele estava lotado. Me segurei na barra de ferro mais próxima e vi a estação começar a sumir de vista. Meu celular! Enfiei a mão na minha bolsa e por milagre ele estava lá, Havia 2 ligações e 3 mensagens de Yoi, abri as mensagens. Todas as mensagens ela estava reclamando por ter a deixado esperando 10 minutos na rua e dizendo que já estava na escola.

O trem parou e eu desci, comecei a correr pela estação, vi alguns alunos correndo também. Pelo menos não sou a única pensei dando um sorriso idiota. Sai da estação e logo depois eu estava correndo pelo parque, olhei em direção da arvore que eu sentava. Ela não estava lá. Olhei no relógio 8:10, o próximo trem passava 8:20. Entrei na estação e me sentei ofegando no banco, ali tinha uma boa brisa.

O trem chegou exatamente as 8:20 e parou na próxima estação 5 minutos depois. O ruim daquela estação era que ela parava em meio a uma área que tinha um transito daqueles.  Corri para o semáforo dos pedestres que estava quase fechando, mas quando cheguei lá ele fechou. Mas é sempre assim, quando você esta com pressa mais coisas aparece para lhe atrasar. Quando ele abriu novamente eu passei pelos outros como uma bala, corri pela calçada e sai daquela área.  Olhei no relógio novamente 8:32. Droga.

Entrei na rua da escola, não havia ninguém nela. Empurrei o portão da escola e corri até a entrada, troquei de sapatos rapidamente e comecei a subir os degraus da escada em dois em dois. Cheguei no terceiro andar quase morrendo de falta de ar, coloquei o casaco e andei ofegante até a minha sala.

— Desculpa pelo atraso — Falei me curvando e ainda com dificuldade em respirar ao abrir a porta. Esperei o professor Ikeda falar alguma coisa.

— Bem, como estamos no segundo dia de aula ainda, vou dar uma chance para você, mas espero que não aconteça de novo — Disse o professor de estudos sociais, Ikeda-sensei.

— Não vai acontecer de novo Ikeda-sensei — Falei me curvando de novo. Levantei minha cabeça e foi então que meus olhos se encontraram com nada alem do que os olhos da mesma garota de ontem. Ela ficou me encarando de volta também sem acreditar. Olhei ela desde os pés a cabeça, ela estava usando o uniforme do colégio e estava simplesmente linda, então antes que eu pudesse me segurar eu falei — Você é a garota de ontem.

Vi todos da sala olhando para mim e depois para ela, a garota me olhou dos pés a cabeça e comecei a ficar com vergonha. Ikeda-sensei, olhou pra mim e depois para ela.

— Fico feliz que vocês se conheçam de algum outro lugar, mas Tanaka-san você poderia se sentar e deixar eu prosseguir?

— M-Me desculpe — Me curvei rapidamente e fui até a minha carteira. Sato me deu bom dia quando passei por ela, puxei a minha cadeira e sentei.  Olhei para a garota e nossos olhos se cruzaram de novo, senti meu coração começar a bater mais forte. O uniforme caiu muito bem nela.

— Certo. Alunas essa é Amanda Schmidt. Ela foi transferida ontem para o nosso colégio, Amanda veio da Alemanha e não sabe falar direito o Japonês — Ele deu uma pausa e olhou para a garota que se chamava Amanda e voltou a dizer. — Mesmo ela não falando um japonês perfeito, suas notas foram altas o suficiente para ela ser aceita e — Ele olhou para mim e deu um sorriso. — para ajuda-la com esse problema os professores decidiram escolher uma aluna da mesma classe que ela para ser a sua tutora. Amanda fala inglês perfeitamente.

Senti minha garganta fechar. A garota era alemã por isso que falava um japonês tosco ontem, engoli em seco quando entendi o que o professor queria dizer. E eu sabia exatamente quem iria ser a tutora da garota.

— Tanaka-san

— S-Sim, Ikeda-sensei — Respondi insegura e ficando de pé.

— Você vai ser a tutora dela — Disse ele com um sorriso.

— E-E-Eu??? — Falei colocando a mão no peito. Eu iria adorar conhecer a garota, quero dizer Amanda, o problema era que eu não sabia como ensinar alguém. — Mas...

— Vocês se conhecem de algum lugar, você fala inglês fluentemente e ela também. Você é a melhor escolha que achamos. Então vai aceitar ?

Olhei para ele em choque, claro eu tinha que aceitar.  Olhei para a sala, elas estavam me encarando, eu não poderia negar. Soltei um suspiro cansado, que na verdade eu estava muito para se quer discutir.

— Tudo bem — Falei me sentando novamente. Professor me deu um sorriso e pediu para Amanda se sentar na cadeira ao meu lado.

Amanda andou até a cadeira ao meu lado, colocou sua bolsa do lado e sentou. Olhei para ela e vi que ela estava corada.  Suspirei novamente e estendi a mão para ela.

— Tanaka, Charlie Tanaka — Me apresentei.

— Amanda, Amanda Schmidt — disse segurando a minha mão.

Professor começou a dar aula, mas depois de um tempo eu já não estava prestando atenção. Olhei para o lado e vi Amanda copiando o que estava no quadro, me inclinei e falei.

— Pensei que não sabia japonês — Ela se inclinou na minha direção.

— Na verdade eu não faço ideia do que ele esta escrevendo — Disse ela dando de ombros, me segurei para não rir alto.

— Como assim, está escrevendo tudo.

— Eu sei imitar só isso. Mas eu  juro que não to entendendo nada.

O sinal do almoço tocou e eu deitei em cima da mesa. Olhei para Amanda que guardava o caderno na bolsa. Ela se virou para mim e me olhou nos olhos, senti meu rosto começando a corar, fiquei de pé para disfarçar e as meninas da sala foram pra cima dela.  Fizeram mil e umas perguntas para Amanda, que só ficava olhando de uma pra outra tentando entender, aquilo era bem engraçado. 

Escutei alguém abrindo a porta e vi Yoi entrando. Vixe Parou na minha frente com os braços cruzados e com um olhar irritado.

— Dá pra você explicar porque me abandonou logo de amanha cedo?

— Para de ser dramática Yoi — Falei cruzando os braços e dando um sorriso. Ela me deu um sorriso de volta e pulou em cima de mim. Uma hora Yoi ainda vai quebrar algum osso meu com esse abraços dela. — Você tem que parar de pular em mim.

— Eu não pulo, é apenas um abraço diferente — Disse rindo da minha cara, olhou para onde estava um monte de gente — Aluna nova?

— Aham — Aluna da qual eu vou ser tutora, mas no momento eu queria apenas descansar, correr daquele jeito logo de manha tirou minha energia.

— Tanaka-san é a tutora dela — Disse Sato de repente ao meu lado.

— T-tutora? — Disse Yoi olhando de Sato para mim e depois para Amanda. Ela começou a rir alto. — Oks, essa eu quero ver.

— Professores me pediram para ajudar ela

— Inglês suponho — Disse Yoi. Não precisei nem dizer o motivo que ela já tinha sacado a historia. Andou até onde estavam as meninas, que gentilmente se afastaram para ela se aproximar de Amanda e disse em inglês. — Oi, meu nome é Matsumoto, Yoi Matsumoto. Mas pode me chamar de Yoi se não conseguir falar Matsumoto.

—Hã. Oi — Disse Amanda timidamente, ela olhou para mim e eu acenei com a cabeça pra ir em frente. — Amanda Schmidt, prazer.

— A loirinha ali — Yoi apontou para mim, que diabos que ela tava aprontando? — Tá pedindo para você a acompanhar para o almoço.

Encarei Yoi com aquela cara de WTF. Soltei um suspiro  e fui até lá.

— Com licença meninas, vocês poderiam me deixar levar Amanda para almoçar? — Falei gentilmente em japonês para as meninas que estavam ali. Elas acenaram com a cabeça e me deram um sorriso. — Obrigada!

— Bem o que quer que você tenha dito para elas funcionou — Disse Amanda respirando fundo e afrouxando a gravata quando as meninas da sala sairam de cima dela.

— Serio que você não fala japonês? — Perguntou Yoi incrédula.

— Sim

— Bem — Yoi colocou o braço em volta de mim e sussurrou — Você pegou um caso difícil, boa sorte! — Ela começou a rir alto.

— Você trouxe algum almoço ou comida? — Perguntei ignorando Yoi que estava morrendo de rir ao meu lado.

— Não, não tive tempo de preparar nada — Disse ela meio triste.

— Então vamos comprar alguma coisa para você — Falei, então tirei meu obento da bolsa e dei um peteleco em Yoi. — Vamos almoçar.

Descemos para o 1º andar, pedimos para Yoi pegar uma mesa enquanto Amanda e eu ficamos na fila para comprar lanche. Falei para ela os tipos de comida, pão e bebidas que tinha ali, quando ela escolheu, tirei o dinheiro do bolso e paguei.

— Eu poderia ter pago — Disse ela.

— Presente — Falei. Encontramos Yoi em uma mesa do canto e nos sentamos lá.  Abri o meu obento e vi que ele estava uma bagunça — Mas que diabos...

— Andou sacudindo muito sua bolsa?

— Vim correndo para cá, me esqueci da comida — Respondi, peguei os hashis e peguei um pedaço da carne. — Comida é comida.

Amanda olhou do obento de Yoi para o meu, vi seu rosto ficar pensativo e achei aquela expressão super fofa.

— Suas comidas são diferentes — Disse finalmente, afirmamos com a cabeça e continuamos a comer. — Por que?

— Bem, eu sou japonesa e Charlie como você pode ver não é — Disse Yoi mexendo os hashis de um lado para o outro.

— Sou americana — Falei, vi os olhos de azuis de Amanda brilharem quando eu disse isso. — Aí que eu gosto de comer um pouco da comida de lá.

— Americana, hein? Eu sempre quis ir lá. Em que cidade você morava? — Vi que ela era bem entusiasmada.

— NY. Vim para cá com 12 anos — respondi, virei meu obento para ela e entreguei os hashis. — Quer provar?

Ela pegou os hashis de mau jeito e pegou um pedaço da carne, que quase deixou cair. Sorri com aquela cena que me parecia tão familiar, olhei para Yoi que estava sorrindo também. Vimos Amanda engoli então provar um pouco da comida de Yoi e depois de um tempinho ela sorriu.

— Bem, não é tão ruim como eu pensei que seria.

Depois que terminamos o almoço apresentamos as outras partes do colégio a Amanda, que fazia muitas perguntas e que basicamente gostava de tudo. Explicamos os clubes que tinham e o que faziam, falamos sobre o uniforme, os broches e algumas regras da escola.

— Falando em uniforme — Disse Yoi parando na minha frente me obrigando a parar de andar. — Você tá legal desse jeito.

— Desse jeito? — Falei sem entender, abaixei meu olhar para minha roupa e entendi o que ela estava falando. Minha blusa branca que ficava pra dentro da saia estava solta, minha gravata estava frouxa e meu casaco estava aberto, que geralmente ficava preso pelo botão. Se a diretora me visse. — Yoi! Por que não me avisou antes? Eu sai andando pela escola inteira desse jeito, era por isso que algumas meninas estavam me encarando.

— Não bota culpa em mim — Ela levantou as mãos inocentemente — Eu pensei que você sabia ou que estava tentando lançar uma nova moda no colégio.

— Idiota — Corri atrás dela pelo jardim. Consegui derrubar ela em cima da grama e comecei a fazer cócegas nela. Yoi começou a rir em voz alta e a se contorcer. — É para você aprender que é melhor me avisar da próxima vez.

— Ah é — Disse, então me empurrou e ficou em cima de mim.  — Essa vai ser por ter me deixado esperando mais cedo. — Ela segurou minhas mãos e começou a fazer cócegas em mim, senti um arrepio me percorrendo e não aguentei comecei a rir.

— Acho melhor vocês duas pararem — Disse Amanda olhando pra gente. — Estão acabando com a grama.

Yoi e eu nos entreolhamos e sorrimos.  Fomos para o banheiro para nos limparmos, olhei para o meu reflexo no espelho, que tinha uma aparência um pouco rebelde e largada, porém tinha ficado legal. Enfiei a minha blusa para dentro, apertei minha gravata e fechei meu casaco, mesmo o outro estilo ter ficado legal ainda me sentia melhor agora. Se bem que se eu parasse para pensar, tinha passado a manha inteira daquele jeito e me senti bem confortável.

— Agora sim — Falei dando uma volta em frente ao espelho.

— Eu gosto dos dois — Disse Yoi penteando os cabelos. — Mas admito que seria legal se você usasse o uniforme daquele jeito.

— Fica linda das duas formas — Disse Amanda me olhando dos pés a cabeça. A olhei nos olhos e senti meu coração batendo mais forte, se ela visse quem eu achava linda naquele uniforme. Perai, ela disse que eu sou linda das duas formas? Senti meu rosto esquentando e virei para a parede.

— Vixe — Disse Yoi. — Ela fica com vergonha muito fácil. Não diga uma coisa dessas naturalmente.

— Ah — Escutei Amanda dizer. — Me desculpe, por deixar você, você sabe constrangida — A voz dela soou suave e sincera.

Me virei lentamente e as duas me encararam, vi as suas expressões faciais mudarem de um confuso para um que se parecia bobo.

— Que linda — Disseram as duas. Senti o sangue subir pra minha cabeça e sai correndo do banheiro. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, comentem :DD
bjus e eu vou dormir agora kkkkkkkkkkk ZzzZzZzZz