A Vida Como Ela É escrita por LauC


Capítulo 29
Capitulo 29


Notas iniciais do capítulo

Aehh lol finalmente terminei esse capitulo. UFA. dois dias escrevendo. kkk. Cenas de luta cansam. Mas enfim estamos no penúltimo capitulo da fic! Espero que gostem do capitulo, e peço desculpas pelo atraso, so que semana passada tive uma prova daquelas, fiquei 4 horas escrevendo. Mas to viva!
Bjus.
Ah e não posso esquecer de agradecer pela recomendação que tive, e que é de imensa alegria saber que gostam do jeito que escrevo XD. Eu ganho o dia quando voces comentam e principalmente quando recomendam.



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Amanda! Dei um pulo da cama e olhei em volta, ela não estava lá. Respirei fundo e coloquei a mão na cabeça, senti o meu corpo pesando e olhei para baixo. Minha roupa de dormir estava colada ao meu corpo, minha testa estava quente de febre, me abaixei e olhei as horas no celular. 4:40 da manhã.

— Era só o que me faltava — Resmunguei e andei devagar até a porta, fui para o banheiro e peguei um termômetro. Coloquei-o debaixo do braço e sentei no vaso. Depois de alguns minutos vi a temperatura, 38º C. Tirei a minha roupa e abri o chuveiro. A água estava com temperatura normal, entrei rapidamente e comecei a me tremer de frio, saí dali rapidamente e me enxuguei, senti que a minha temperatura tinha baixado e voltei para o quarto. Troquei de roupa e deitei novamente.

Senti a mão fria de alguém sobre a minha testa e tremi, puxei o meu cobertor para mais perto do peito e respirei com dificuldade.

— Ela está queimando de febre — Ouvi a voz da minha mãe.

— Quanto? — Perguntou Yoi. Forcei meus olhos a abrirem, mas o máximo que consegui foi ver um monte de borrões, do quais consegui identificar Yoi, minha mãe e meu pai.

— 40º C — Respondeu mamãe dando um suspiro.

— Isso não é bom — Disse meu pai. Realmente não era. Eu ia lutar hoje a tarde, tinha que está em boas condições. O borrão de papai se aproximou e ele me deu um beijo na testa. — Você vai ficar bem. Descanse, okay?

Tentei dar uma balançada de cabeça, mas o que fiz foi um gemido de dor. Mamãe colocou mais um cobertor em cima de mim e dei um sorriso fraco.

— Aqui — Escutei vovó dizer, senti um pano molhado na minha cabeça e respirei fundo. — Vão para o ginásio meninas, nos cuidamos de Charlie por enquanto.

— Mas... — Disse Yoi.

— É verdade, temos que ir — Reconheci a voz da treinadora de Kyudo e senti um pequeno alivio. Não queria que elas fossem prejudicadas por minha culpa. — Charlie precisa descansar por enquanto.

— Tudo bem — Yoi deu um suspiro e logo depois escutei passos se afastando. Meu peito rangeu e eu gemi. Era horrível ficar com febre. Será que estou ficando doente novamente?

— Mãe? — Resmunguei.

— Estou aqui querida — Ela segurou a minha mão devagar e eu tremi.

— Á.. água — Ela me deu um pouco de água, que fiz questão de escorrer pelo meu pescoço, e voltei a dormir.

Não sei quanto tempo passou, provavelmente a manhã inteira. Respirei fundo e meu peito não doeu tanto quanto antes. Abri meus olhos devagar e vi vovó sentada ao meu lado, lendo um livro. Coloquei a mão na cabeça e ela olhou para mim surpresa.

— Como se sente? — Perguntou colocando o livro de lado e pegando o pano na bacia ao lado.

— Melhor — Falei, minha voz soou roca. Olhei em volta e não havia ninguém. — Onde?

— Estão no ginásio. Apenas seus pais e eu que ficaram aqui — Respondeu espremendo o pano e colocando na minha cabeça.

— Que horas são?

— 1:00 da tarde — Respondeu. Tirei o pano da minha testa e sentei devagar. — Charlie não!

— Eu tenho que ... — Coloquei minhas mãos do lado e levantei da cama, minha visão escureceu e meu corpo pesou. Vovó me segurou bem a tempo de eu cair. A porta abriu e vi meus pais entrando no quarto.

— O que... — Começou o meu pai a dizer. Parou na minha frente e me olhou preocupado. — Está bem?

— Sim — Menti e afastei o braço de vovó de mim. Fiquei de pé com dificuldade e olhei para os olhos azuis do meu pai. — Temos que ir para o ginásio.

— Mas você não está em condições — Disse minha mãe.

— Eu aguento — Falei com mais firmeza, engoli em seco e olhei para eles. — Não posso permitir que elas se desclassifiquem por minha culpa.

Papai olhou para mim preocupado, mas ele sabia que era verdade e que eu não ia mudar de ideia. Mamãe e vovó olharam para ele, suplicando que não deixasse eu ir, mas ele deu um suspiro e levantou as mãos se rendendo.

— Você não vai mudar de ideia mesmo. Tome um banho para abaixar essa febre e se arrume.

— Obrigada — Falei dando um sorriso fraco. Peguei minha toalha e sai devagar do quarto.

— Ela vai acabar se matando — Escutei minha mãe falando. Entrei no banheiro e tirei a minha roupa rapidamente. Liguei o chuveiro e entrei debaixo d’água, meu corpo começou a tremer e me contive por alguns minutinhos ali até que não dava mais. Me enrolei na toalha, me enxuguei e fui para o quarto. Vesti minhas roupas rapidamente, um short, blusa de manga, kimono e um cachecol em volta do pescoço. Saí do quarto e encontrei minha mãe na cozinha, ela olhou para mim e balançou negativamente a cabeça.

— Coma alguma coisa antes de ir pelo menos.

— Acho que não vou conseguir manter — Falei dando de ombros, ela se virou pegou uma maçã e jogou para mim.

— Tente — Disse, suspirei e mordi a maçã, engoli com dificuldade mas me forcei a comer tudo, se não ela não me deixaria sair. Joguei fora o resto e olhei para ela. — Tome cuidado lá, okay?

— Tá bom — Respondi, ela me deu um beijo na bochecha e eu sai, encontrei o papai junto com um taxi na entrada. Ele olhou para mim e me ajudou a entrar no carro.

— Tem certeza? — Perguntou olhando para mim.

— Absoluta — Ele fechou a porta do carro e se sentou ao meu lado. O motorista demorou 15 minutos para chegar lá, o transito não estava muito bom hoje. Descemos no estacionamento e papai me ajudou a descer, senti minha vista escurecer e ele me segurou. Papai me apoiou durante todo o percurso, entramos no corredor que dava para a sala de Kendo, e papai abriu a porta.

As lutas ainda não tinham começado. Olhei para o lado e vi a minha equipe olhando surpresa para mim. Dei um sorriso fraco e papai me ajudou a ir até elas.

— Charlie, você está bem? — Perguntou Yoku tocando a minha testa.

— Estou sim — Menti retirando sua mão, olhei para o papai e ele me colocou no chão. Senti suor escorrendo pela minha roupa e engoli em seco. Fuji se aproximou e ficou na minha frente, observei os seus olhos verdes e ela tocou a minha bochecha.

— Você tá de brincadeira, né? — Sua voz estava alterada, olhei para ela surpresa. — Você ainda está com febre.

— Eu tinha que vim — Falei olhando para ela cansada, passei a mão pelo meu cabelo e suspirei. — Não podem ser desclassificadas por minha culpa.

Elas ficaram caladas e o juiz anunciou a primeira luta. Senti uma mão no meu ombro e olhei para cima.

— Descanse aí, nós vamos ganhar pontos o suficiente para você não se esforçar — Disse Fuji dando um sorriso de canto, olhei para as outras meninas e elas me deram um sorriso.

— Obrigada — Dei um sorriso para elas.

Rei colocou o capacete e foi para o centro da sala. Cumprimentou o adversário e ficou em posição de luta, o juiz apitou. Rei não desperdiçou tempo, partiu para o ataque e atingiu ele na cabeça. Ficou em posição de defesa e esperou o ataque dele. Ele foi para cima dela e ela defendeu os seus ataques, movimentou os pés novamente e sua espada passou pela cintura dele. 2-0. Minha visão estava embaçando novamente e limpei o suor que escorria da minha testa. Rei foi para cima dele e atingiu o seu peito. 3-0. Ela cumprimentou o rapaz e se sentou ao lado de Yuku.

A próxima foi Sammy. Não prestei muita atenção na luta dela, pois estava tentando me manter acordada.

— Charlie? — Perguntou alguém. Pisquei e olhei em volta assustada. Fuji estava em pé a minha frente. — Você está bem?

— Sim sim — Menti dando um sorriso. — Ganhe alguns pontos para nós.

— Pode deixar — Disse colocando o capacete e indo para o centro, cumprimentou e apontou a espada para o pescoço da adversária, o juiz apitou e Fugi foi para cima dela. Atacou a outra rapidamente e a atingiu na cintura. 1-0. Fugi voltou a posição inicial e deixou a guarda aberta de propósito, a adversário ficou na defensiva. Ela sabia do truque de Fugi. Fugi deu um sorriso para ela e avançou. Fingiu que ia para esquerda e foi para direita, deu um passo rápido para o lado bem na hora q a espada passou, e bateu com a espada na cabeça da outra. 2-0.

Fugi se afastou e vi ela olhando para mim, fiz um ok com o polegar e ela se voltou para a adversária. Levantou a sua espada e esperou a outra vim lhe atacar, e ela foi. Fugi defendeu os seus ataques, desviou de alguns até que viu uma brecha e conseguiu atingir o peito dela. 3-0.

Respirei fundo e meu peito deu um solavanco, coloquei a mão sobre o meu peito e tentei disfarçar a dor. Fugi se aproximou com um sorriso para mim e eu olhei para o outro lado. Pôs a mão na minha testa antes que eu pudesse desviar, a mão dela estava gelada contra a minha pele, tremi e olhei para ela.

— Charlie, você está queimando — Disse baixinho. Yuku olhou para mim preocupada.

— Eu sei — Falei tirando a mão dela de mim. — Mas não saio daqui até acabar.

— Mas...

— Sem mas — Cortei, engoli em seco e pisquei com força. — Vamos terminar isso.

Chamaram Amae e ela se levantou com um olhar preocupado no rosto. Colocou o capacete e foi para o centro. Fechei os meus olhos e respirei devagar. Não consegui ver a luta de Amae e muito menos a de Saeko. Tinha pegado no sono.

— Charlie! — Abri os meus olhos de repente e vi meu pai na minha frente. — Você acha que consegue?

Olhei para ele sem entender e pisquei, olhei para o placar que marcava 12- 3 e depois para o centro, havia um rapaz alto me esperando. Tentei engolir em seco, mas minha boca estava muito seca.

— Sim — Falei. Papai olhou preocupado, segurou meus braços e me ajudou a ficar de pé. Minha vista escureceu quase totalmente e dei um passo para frente, consegui me manter em pé. Entregaram a espada e o capacete, tirei o cachecol e senti um frio por toda a minha espinha. Coloquei o capacete na cabeça e andei lentamente para o centro da sala.

— Ela não está legal — Ouvi Rei comentando.

Cumprimentei o meu adversário e fiquei em posição de defesa. Estava sem força para atacar, na verdade estava ali apenas para não sermos desclassificadas. Olhei para o placar, mesmo se eu perdesse ainda estaríamos na frente. O juiz apitou. O rapaz viu que eu não ia atacar e veio para cima de mim. Dei um passo com dificuldade para o lado e a espada passou por mim. Minha vista ficou desfocada e eu vi uma espada vindo em minha direção. Levantei a minha espada e senti minhas pernas se dobrando, se eu caísse era o fim. Empurrei a espada dele com dificuldade e meu peito ruiu.

Olhei para o relógio, faltava 1 minuto ainda. Ele veio para cima de mim e eu dei um passo para trás, depois outro e mais outro. Dei quantos podia para não ser atingida e também o suficiente para não ter que levantar a espada para me defender. Olhei para o relógio, 20 segundos. Senti meu corpo pesando de vez e minha visão escureceu, a ultima coisa que senti foi a espada do adversário na minha cintura.

Abri os meus olhos devagar e vi um borrão na minha frente.

— Amanda? Amanda é você? — Falei, toquei o rosto dela e ela segurou a minha mão.

— Vai ficar tudo bem — Beijou a minha testa e eu dormi.

Onde que eu estou? Olhei em volta e me vi em um beco, o mesmo beco do qual lutamos contra aqueles caras na primeira semana de férias. Forcei a minha vista e vi o homem careca com Amanda nos braços, olhei para ele.

— Solte ela — Pedi.

— Em troca de? — Falou, vi a faca pressionada contra a garganta dela, uma linha de sangue escorreu e eu engoli em seco. — Meus pais tem dinheiro.

— Dinheiro? Eu não me importo com dinheiro — Disse e então cortou o pescoço de Amanda, vi o sangue e mais sangue escorrer do seu pescoço e ela caiu no chão.

— Não!!! — Gritei e avancei contra ele. Tentei bater em seu rosto, mas ele desviava de cada golpe meu.

— Charlie!!

Pisquei e olhei em volta, estava no meu quarto novamente, em pé, as roupas coladas ao meu corpo, girei e olhei em volta, Amanda não estava ali. O careca não estava ali. Olhei para as minhas mãos que tremiam e tentei ficar calma. Eu estou ficando louca? Coloquei minhas mãos na cabeça e comecei a perder o fôlego.

— Charlie, Charlie olhe para mim — Disse Yoi ficando a minha frente, segurou o meu rosto entre suas mãos. Tentei me afastar dela, mas ela me segurou com força. Não consegui respirar. — Fique calma, está tudo bem. Você está bem.

Minha vista ficou embaçada e vi novamente o careca na minha frente. Com um sorriso maléfico e com as mãos sujas de sangue. Senti minha raiva aumentado.

— É só isso que você consegue fazer? Você quer proteger as pessoas assim? – Zombou.

Fechei minhas mãos em punhos e trinquei os dentes, mas antes que eu avançasse levei um tapa na cara.

— Mas o que? — Falei colocando a mão no rosto, estava no quarto novamente, Yoi estava na minha frente com a mão levantada. Seu rosto estava assustado, olhei em volta e vi as meninas me olhando assustadas, eu reconhecia aquele olhar. Era o mesmo olhar que recebi depois de quase matar o careca no beco. Olhei para as minhas mãos, elas estavam sujas de sangue e feridas. Olhei em volta e estavam todas bem, meus pais estavam lá me encarando assustados. Eu estou louca. Fechei os meus olhos e respirei fundo várias vezes.

— Charlie? — Ouvi a voz de Yoi a minha frente. Abri os olhos e olhei para as minhas mãos, elas estavam normais. Coloquei as mãos na cabeça, meu corpo pesou como uma pedra e Yoi me segurou antes de eu cair. Apoiei meu rosto no seu ombro. Eu não sabia o que estava acontecendo. Estava tendo um ataque pós- traumático depois de tanto tempo? Estava pirando? Será que estava ficando doente novamente?

Yoi me abraçou com força e disse alguma coisa que não entendi. Meu corpo doía, muito. Era uma dor que tinha sido muito familiar há alguns meses atrás, era como se tivesse revivido a minha separação de Amanda, aquilo doía demais. Segurei a camisa de Yoi e comecei a chorar. Não me importei com as pessoas no quarto, não me importei de verem minha fraqueza ou de acharem que eu era louca, apenas coloquei toda aquela dor e frustração para fora.

Não sei quantos minutos passaram, não sei se estava sonhando novamente. Afastei meu rosto do ombro de Yoi, sua camisa estava ensopada. Eu estava com frio, mas ao mesmo tempo sentia a minha pele pegando fogo. Ela tocou a minha testa e vi um olhar preocupado.

— Eu preciso vê-la — Falei colocando a minha mão sobre a sua e então desmaiei.

Acordei quando alguém tocou o meu rosto com um pano molhado, era minha avó. Respirei fundo e vi que não estava sentindo nenhuma dor. Toquei o meu peito e engoli em seco. Olhei para vovó e ela colocou o dedo sobre a minha boca antes que eu falasse algo.

— Sua febre baixou consideravelmente — Disse dando um sorriso de canto. Levantei minhas sobrancelhas e ela continuou. — Você ficou dois dias dormindo.e

— Estou doente de novo? — Consegui falar com a minha voz rouca e tive um ataque de tosse.

— Aqui — Ela me deu um copo de água e eu tomei devagar. — Mais ou menos.

— Hum — Esfreguei a minha cabeça e olhei para o chão. — Que dia é hoje?

— Domingo — Respondeu.

— Domingo? — Repeti sem acreditar. Botei a mão nos rosto e pressionei o meus olhos. — Devo ter deixado vocês preocupadas.

— Do que você se lembra? — Perguntou me olhando fixamente.

— Bem — Lembrei da noite que vi o careca e do tapa que Yoi tinha me dado para voltar a realidade. Depois disso tudo é um borrão. — Não muita coisa.

— Entendo.

Coloquei minhas mãos no chão e me sentei lentamente. Vovó olhou para mim preocupada.

— Relaxa, eu estou bem. Só preciso dar uma caminhada, por que se não achou que vou enferrujar se fica deitada por mais tempo — Falei sorrindo. Vovó riu do meu comentário e se levantou.

— Espere ai que vou preparar alguma coisa pra você comer — Dei um sorriso ainda maior e ela saiu do quarto.

Olhei para as minhas mãos e fechei-as com força. Estava tudo normal. Quase normal. Respirei fundo e vi que ainda estava de manhã, tirei o cobertor de cima de mim e toquei meus pés com as mãos. Estiquei minhas pernas e tentei me levantar devagar. Dei um passo para a frente devagar e não senti nada de errado. Eu estava normal novamente. Peguei um par de roupas limpas e uma toalha e fui para o banheiro rapidamente, antes que vovó notasse.

Tirei minhas roupas e vi que estava pálida, mas eu estava bem. Entrei de baixo da água morna e senti meu corpo esquentar com vida. Fiquei uns 5 minutos ali e sai, me enxuguei, vesti roupas limpas, uma calça branca e vermelha de tactel, uma blusa de manga curta vermelha e calcei meias. Penteei meu cabelo e os baguncei logo em seguida, fui para o quarto e vi vovó com as mãos na cintura. Dei de ombros e sorri. Sentei no chão e comecei a comer o que ela tinha trago para o café da manhã.

— Fazia tempo que não comia assim — Falei sorrindo para ela, ela me deu um sorriso de volta. — Vovó quero dar uma volta lá fora.

— Tudo bem, você já tomou banho mesmo — Disse rindo e saindo do quarto.

Peguei o meu celular e verifiquei se tinha alguma mensagem e nada. Coloquei-o no bolso e sai do quarto. Fui para a sala e encontrei os meus pais sentados no sofá, os dois olharam para mim e deram um pulo.

— Calma, eu estou bem — Falei, eles me puxaram para um abraço e eu sorri. — Eu estou bem, serio.

— Graças a Deus você acordou — Disse meu pai segurando o meu rosto e dando um beijo na minha bochecha.

— Estávamos preocupados — Disse minha mãe me abraçando com força.

— Eu estou bem, sem febre, sem alucinações — Eles olharam para mim com um olhar feliz e triste ao mesmo tempo. — Estou pronta para chutar algumas bundas no nacional.

Meus pais caíram na risada com o meu comentário. Abracei eles novamente e sentamos no sofá.

— Então, cadê todo mundo?

— Estão lá fora treinando — Respondeu meu pai. Fiquei de pé e ele segurou a minha mão. — Você não vai treinar agora.

— Claro que não, acabei de comer — Falei, ele soltou o meu braço e fui até lá fora. A equipe de karate estava treinando na casinha perto das termas, as meninas de kendo e Kyudo estavam treinando no jardim. Olhei para elas e me sentei na beirada na varanda, todos estavam se esforçando. Fiquei cerca de 2 minutos observando eles treinarem até que alguém tinha me notado.

— Charlie! — Disse Fugi de repente se jogando em cima de mim, envolveu os braços em volta de mim e me abraçou com força. Seu rosto estava contra o meu ombro.

— Fugi — Falei dando um sorriso e a abraçando de volta. Senti a minha camisa ficando molhada e engoli em seco.

— Estava tão preocupada com você! — Disse ela chorando.

— Sei disso — A abracei com força e a me afastei o suficiente para ver o seus olhos, dei um sorriso gentil para ela. — E agradeço por terem cuidado de mim por esse tempo.

Fugi olhou para mim com os olhos cheios d’água, mas com um brilho de alegria. Baguncei o cabelo dela e olhei para frente. Yoi estava parada à alguns metros, com o arco na mão. Olhei para Rei, Yuku, Amae, Saeko, Sammy e dei um abraço apertado em cada uma delas. Abracei Rieko e o resto da equipe de Kyudo. Olhei para onde Yoi estava e ela ainda estava lá, esperando. Caminhei até ela e a puxei para um abraço apertado. Senti as mãos dela segurando com força a minha blusa, colocou o seu rosto no meu ombro e eu sorri.

— Eu estava tão preocupada — Começou a dizer, a abracei com mais força. — Eu pensei que tinha ficado louca.

— Eu estou bem — Falei tocando a parte de trás da sua cabeça. — Você cuidou de mim.

— Mas eu te bati — Disse se afastando e olhando nos meus olhos. Dei um sorriso de canto e pus a mão no seu cabelo.

— Acredite você fez a coisa certa.

— Certeza? — Perguntou.

— De certeza — Confirmei sorrindo. Segurei a sua mão gentilmente e inclinei a cabeça. — Que tal me dizer o que houve nesses dois dias que eu passei off?

— Não muita coisa na verdade — Disse dando de ombros e sorrindo de volta. Nos juntamos com as outras meninas na varanda.

Elas me atualizaram sobre as competições. A nossa escola iria lutar as semifinais e a final de Kyudo e Kendo amanhã. A semifinal iríamos lutar contra a escola Yamata. E terça feira iríamos para a semifinais de karate com a escola Wataka. E que a escola de Toku também tinha se classificado para as semifinais.

— Bem, era de se esperar isso — Comentei por final. Olhei para as duas treinadoras que apareceram na entrada da pousada, balançaram a cabeça quando viram que as meninas estavam conversando ao invés de treinar e eu sorri. — Acho melhor vocês voltarem a treinar.

Elas olharam para trás e saíram correndo. As treinadoras brigaram com elas e as duas vieram ao meu encontro.

— Ainda bem que você está melhor.

— Digo o mesmo — Falei dando um sorriso — É uma droga ficar doente.

— Isso é verdade — Disse a treinadora de Kyudo dando um sorriso de canto. — Nós vamos tomar um pouco de chá, quer ir?

— Ah não, obrigada, acabei de tomar café — Respondi.

— Tudo bem, então — Treinadora bagunçou o meu cabelo e as duas entraram na casa.

Fiquei observando o pessoal treinando amanhã inteira, e nunca tinha me sentido tão entediada. Depois do almoço fiquei assistindo um filme na sala com meu pai, enquanto todos treinavam. Soltei um suspiro alto e olhei para o meu pai, que olhou para mim.

— Chega, não tem nada pior do que ficar vendo os outros treinando enquanto assiste filme — Reclamei ficando de pé e jogando o controle da Tv no sofá. Papai levantou as sobrancelhas para mim.

— Você se sente 100% bem? — Perguntou ficando de pé.

— 100% não, porque acho q perdi peso, mas uns 89% sim — Respondi dando de ombros. Ele deu uma risada com a minha resposta e balançou a cabeça.

— Vá se trocar rápido, então — Saí da sala correndo e entrei no quarto. Troquei de roupa, por uma bermuda de lycra preta e uma regata branca, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e sai.

Encontrei papai na varanda com duas espadas de madeira. Ele olhou para mim e jogou uma espada, a peguei e a segurei com firmeza. Fizemos um alongamento rápido e achamos um espaço do jardim que não estava ocupada. Passamos pelas meninas no caminho e quase que apanhei de Fuji e Yoi. Papai estava morrendo de rir da situação.

Ficamos em posição de ataque e começamos a treinar. Papai estava pegando leve comigo, mas mesmo assim eu estava lenta. Forcei o meu corpo a aumentar a velocidade e assim o fez. Comecei a suar e a atacar mais rápido. Papai foi obrigado a aumentar o ritmo também. Ele me atacou com a espada, desvie para o lado e tentei acertar a sua cintura, ele deu dois passos para trás rapidamente, avancei contra ele e ele desviou novamente.

Parei de atacar e fiquei em posição de defesa, ele veio para cima de mim. Desviei do seus ataques e bloqueei os que consegui. Os piores para defender era os que vinham por cima, principalmente se botassem força. Ficamos durante muito tempo treinando até que ele me atacou com o pé, desviei do seu ataque bem a tempo. Olhei para ele e levantei minhas sobrancelhas.

Respirei fundo e limpei o suor que escorria pela minha testa, apontei minha espada para o seu pescoço e ataquei. Ele defendeu os meus ataques com a sua espada, troquei os pés rapidamente e girei, meu pé atingiu o seu braço esquerdo ao invés do rosto. Ele me deu um sorriso de canto e veio para cima de mim. Defendi os seus ataques com a espada e dei um passo para trás bem na hora que ele deu um soco na direção do meu rosto, ele se abaixou para me derrubar com uma rasteira( que por acaso era proibido em competições), coloquei minhas mãos no chão e saltei para trás.

Raramente dava saltos nas minhas lutas, mas em momentos difíceis era bom ter uma carta na manga. Vi um brilho nos olhos do papai e sorri. Então ficamos nessa de revezar entre Kendo e Kyudo, só depois de uns minutos que notei que tinham parado de treinar e estavam todos me observando. Me distrai por um momento e levei um soco no rosto, cai no chão de costas e olhei para o papai.

— Não se desconcentre.

Confirmei com a cabeça e levantei do chão. Deixei a espada no chão e fui para cima dele rapidamente, e ele ficou na defensiva. Dei uma serie de socos no seu peito da qual ele defendeu muito bem, desviei de um soco seu e me abaixei, ele saltou para trás, na hora que ele ficou de frente para mim, meu pé atingiu o seu peito e ele cambaleou para trás, me aproximei e dei dois socos, ele conseguiu defender, girei rapidamente e meu pé atingiu com força o seu braço novamente. Me abaixei e girei, derrubei ele no chão com força. Dei um sorriso para ele.

Quando terminamos já estava de noite, minhas roupas estavam ensopadas e meu cabelo estava colado no meu pescoço. Guardamos nosso equipamento e entramos em casa, estavam todos na sala assistindo um programa de perguntas e respostas. Eles olharam para nós e papai e eu passamos rapidamente por eles. Entrei no quarto, peguei roupas limpas e fui para o banheiro, tomei um bom banho, troquei de roupa e me juntei aos outros na sala.

— Seu pai costuma misturar as lutas? — Perguntou Yuku olhando para mim.

— Apenas em casos especiais — Falei sorrindo.

— Ah sim — Disse dando um sorriso de canto.

— Charlie? — Olhei para Fugi — eu não sabia que dava saltos.

— Ah isso? — Sorri para ela. — acho que é umas das primeiras coisas que aprendemos no dojo. Yoi sabe dá saltos magníficos.

— Sei nada — Descordou Yoi sorrindo.

— E nós aprendemos isso em que ano do dojo? — Perguntou Ichi para mim. — Por que não me lembro de ter uma aula assim.

— É verdade — Confirmou Tony, Yoi e eu sorrimos.

—Bem, nós aprendemos quando éramos mais novas — Falei acenando para Yoi.

— O senhor Tanaka não ensina mais porque quase não são permitidos nas competições atuais — Disse Yoi dando de ombros.

— Isso é verdade — Concordou James sorrindo.

— Você sabe também? — Perguntou Saya para ele.

— Sei.

— Isso não é justo — Resmungou Ichi cruzando os braços.

— O quê não é justo? — Disse meu pai entrando na sala. Eles fecharam a boca e eu sorri.

— Eles não acham justo que não saibam dar saltos — Respondi.

— Bem, se quiserem aprender eu dou algumas aulas — Disse ele dando de ombros, olhou para Tony e os outros. — Mas eu não garanto segurança.

— Ah, então não — Disse Ichi rapidamente e começamos a rir deles.

Eu dormi que nem uma pedra depois do jantar, estava cansada e acho que meu corpo precisava ter uma noite de descanso, sem que meus anticorpos lutassem durante toda a noite. Acordei cedo na manhã de segunda, tomei um banho e me arrumei, acordei as outras meninas, tomamos café e finalmente fomos para o ginásio. Seria o ultimo dia da competição em grupos de Kendo e Kyudo.

— Yoi — Falei segurando a sua mão quando paramos na frente da sala de Kyudo. Ela olhou para minha mão e depois para mim. — Boa sorte.

— Obrigada — Disse dando um sorriso enorme e entrando na sala.

Juntei-me com o pessoal na arquibancada do campo e esperamos. A nossa escola foi a segunda a entrar em campo. E então começaram, perdi a noção de quantos tiros deram e de o quão bom eram elas. Nossa equipe estava pau a pau com a escola Yamata 50 a 50 pontos.

Rieko entrou no campo com uma cara seria, olhou rapidamente para nós e foi para a sua posição, levantou o arco e atirou, a flecha acertou no centro do alvo. 10 pontos. Foi a vez da nossa adversária, ela levantou o arco e atirou, acertou em cheio no centro. Ainda estava tudo empatado. Agora era a vez de Yoi, ela entrou no campo, com os cabelos presos em um rabo de cavalo e com um arco negro nas mãos. Ficou em posição e atirou, a flecha atingiu com força o centro do alvo. Pude perceber que a outra capitão estava calma, ela levantou o seu arco e atirou. Acertou em cheio. 70 a 70.

Agora iam para a segunda fase. Era a mesma coisa dos outros dias, alvos móveis que iam da direita para a esquerda, e de cima para baixo. As meninas começaram a entrar no campo e a atirar uma por uma. As meninas da nossa escola acertaram os alvos rapidamente. Rieko foi a mesma coisa, entrou no campo com uma cara seria, eu quase podia ver uma aura nela, ela estava com uma aljava nas costas, 3 flechas. Ela pegou uma e mirou, lançou e acertou o alvo. Fez o mesmo com as outras duas flechas restantes. Ela deu um sorriso para gente antes de sair do campo e deu um tapinha no braço de Yoi.

A nossa pontuação ainda estava empatada com a outra. Yoi entrou em campo, com uma cara de que estava indo matar alguém, havia uma aura prateada em volta dela. Ela ficou em posição e analisou os alvos, pegou uma flecha e atirou, depois outra e a outra. Os alvos caíram no chão, todos com os centros perfurados. Yoi era demais, ela nem tinha piscado para fazer aquilo. Ela saiu do campo, mas vi o momento em que ela e a capitã do outro time se cruzaram, Yoio sabia ser ameaçadora quando queria.

Eu tinha quase certeza que a outra capitã tinha tremido na base. Ela foi para o centro, pegou uma flecha e atirou, depois outra e outra. O Juiz foi até os alvos e 28 pontos apareceram no placar. Ficamos olhando sem reação, ela tinha errado o ultimo alvo. O placar brilhou e apareceu o nome do nosso colégio em 2ºlugar e em 1º vinha a escola Wataka, a qual lutaríamos a final.

Yoi deu um pulo de alegria e sorriu para mim. Fiz um OK com o polegar e sorri, elas estavam indo bem. Deram um intervalo de 20 minutos para poder arrumarem os alvos e logo em seguida começaram novamente. Só tinha a nossa escola e a Wataka em campo, as duas foram ótimas na primeira fase, os pontos ficaram empatados, 70 a 70. O clima na arquibancada estava tenso e silencioso, acho que quase não respirei durante toda a partida.

— Bem, iremos colocar uma regra agora — Disse um dos juízes, todos olharam para ele sem entender. — A segunda fase permanecerá a mesma, 3 flechas para cada, põem se conseguirem é permitido que acertem mais de três alvos. Como podem perceber tem alguns alvos que se encontram em um determinado tempo. Quem fizer mais pontos vence, boa sorte meninas.

Olhei para os alvos e ele tinha razão, havia vários alvos que se encontravam. Limpei minha garganta e olhei para Yoi. Aquilo era decisivo, uma oportunidade única de mostrar o quão bom eram, perto dos juízes havia uma equipe de televisão. Yoi olhou para mim, falei sem voz “ acabe com eles” e fiz um sinal de morte, aquele que você passa o dedo na garganta. Yoi sorriu e fez que sim com a cabeça.

— Isso foi estranho — Disse Sato de repente ao meu lado.

— Yoi sabe o que significa — Respondi sorrindo e dando de ombros.

Começaram a segunda fase, cada uma mostrando o que podia fazer ou tentando. Nenhuma delas tinha acertado mais de três alvos. Rieko entrou em campo, ela andou confiante para o centro, respirou fundo e pegou a primeira flecha, mirou em duas bolsa que se cruzavam e atirou, a flecha acertou uma e errou a outra. Ela não desanimou e continuou a acertar o resto dos alvos. 30 pontos.

A capitã da escola Wataka entrou em campo, ela tinha cabelos negros como a noite e olhos azuis, tive que esfregar os meus olhos duas vezes, para ver se não era a minha imaginação quando vi que havia uma aura negra em volta dela. Ela ficou em posição e a vi mirando em um alvo de movimento duplo, atirou a flecha e os dois alvos caíram no chão. Depois mirou para outro par de alvos, e atingiu os dois. E fez a mesma coisa com a ultima. Eu quase podia sentir a arquibancada fazendo um uhh silencioso. Ela tinha feito 60 pontos.

Yoi se levantou do banco e entrou em campo, cruzou com a outra capitão como se nada tivesse acontecido. Vi que ao contrario da outra Yoi estava com uma aura prateada brilhante. Ela pegou o seu arco e uma flecha, mirou em alvos duplos e esperou por uns segundos, soltou a flecha e ela atravessou os dois alvos no centro. Pegou outra flecha e girou para outro par de alvos, esperou novamente e atirou, acertou os dois no centro. Faltava uma flecha, Yoi tinha que fazer alguma coisa, acertar dois alvos não era o suficiente. Ela olhou para a flecha em sua mão e olhou para os alvos, tentei ver para o que ela estava olhando e engoli em seco. Havia três bolas que se cruzavam, só que o tempo de encontro delas era muito curto.

Yoi levantou o seu arco e mirou, fechou os olhos e respirou fundo, depois de 2 segundos atirou, a flecha cortou o vento com uma velocidade incrível e acertou os três alvos no centro. Fiquei de queixo caído, pois eu jurava que as bolas não iam se encontrar a tempo. Fiquei de pé na arquibancada e olhei para os juízes. Eles estavam tão atônitos quanto nós, verificaram os alvos e 70 pontos apareceu no placar. Tínhamos vencido por 10 pontos a mais. As meninas correram na direção de Yoi e elas se abraçaram forte.

— Elas ganharam — Falei para mim. Sato me abraçou com força.

— Sim!

Então todos começaram a gritar e a bater palmas para elas, e olha que tinha muita gente nas arquibancadas. Enquanto elas guardavam os arcos e trocavam de roupas, um pódio era montado no campo, três lugares.

— Por favor recebam a escola que ficou em 3º lugar, a escola Yamata — Disse um dos juízes. Elas entraram em campo usando o uniforme de ginástica da escola, uma calça preta e jaqueta pretas. Entregaram as medalhas de terceiro lugar para elas e chamaram as outras. — Agora recebam a escola que ficou em 2º lugar — A escola Wataka subiu no pódio, vestiam uma calça e jaquetas brancas. Receberam as medalhas e ele chamou as meninas. — Recebam agora, a escola vencedora de Kyudo, a escola Shinseki!

As meninas entraram no campo com um sorriso enorme no rosto, usavam o nosso uniforme, calça, camisa e jaqueta vermelhas com detalhes brancos, subiram no degrau mais alto do pódio e o juiz colocou as medalhas no seus pescoços. Elas levantaram as mãos e sorriram para nós. Deram uma entrevista rápida para a televisão e saíram do campo. Desci das arquibancadas rapidamente e corri ao encontro de Yoi, quando a vi pulei em cima dela.

— Parabéns! — gritei a abraçando com força.

— Obrigada! — Ela me abraçou de volta, dei um beijo na sua bochecha e baguncei o seu cabelo. Ela sorriu de canto e bagunçou o meu cabelo também. — Obrigada por confiar em mim.

— Sempre — Falei sorrindo.

Nós juntamos no corredor e depois de muitos abraços e parabéns, procuramos algum restaurante para almoçarmos. Pedimos o Almoço e comemos tudo, acho que o restaurante lucrou com a gente. Depois voltamos para o ginásio, tomei um banho no vestiário e troquei de roupa, vesti o meu kimono e me juntei com as garotas no corredor.

— Bem — Começou Yoi a dizer, olhou para mim e sorriu — Agora é a vez de vocês.

— Mandem ver! — Disse Rieko sorrindo e dando um tapinha no ombro de Fugi.

—Pode deixar — Yuku disse sorrindo.

— Charlie — Olhei para o canto e vi o meu pai me chamando, fui ate ele e ele me abraçou. — As outras equipes acham que você não está bem. Use isso como uma arma.

— Ta bom — dei um sorriso para ele e me afastei. Juntei-me com as meninas de Kendo. — Vamos ganhar isso.

E entramos na sala. Havia varias pessoas lá dentro, no canto da sala vi a equipe do canal 132 e engoli em seco. Eles estavam cobrindo todas as partidas do nacional. Olhei para os nossos adversários, escola Yamata e se vencermos iríamos lutar contra a Wataka. Coloquei minha expressão de exausta na cara e me sentei no chão.

— Charlie? Você está bem? — Perguntou Yuku, olhei para ela e pisquei. Ela ficou sem entender e eu inclinei a cabeça para o lado, ela olhou para as outras equipes nos observando e vi que ela tinha entendido.

As meninas sentaram ao meu lado em silêncio e esperamos começar a chamar a primeira dupla. Rei se levantou e colocou o capacete, segurou a sua espada com força e foi para o centro da sala, encarou o seu adversário e começaram a luta. Ela atacou o adversário rapidamente, ele defendeu os seus ataques e tentou atingir ela na cabeça, ela deu um passo rápido para o lado e bateu com a espada na sua cabeça. Reiniciaram a luta, e Rei ficou na defensiva, desviou dos ataques do outro e atingiu ele na cintura. O rapaz ficou e posição de ataque e se moveu rapidamente, Rei não conseguiu desviar do seu ataque e a espada dele a atingiu na cabeça, o juiz apitou o fim da luta. 2-1. Rei ajudou Sammy a se levantar e se sentou no chão.

Sammy colocou o capacete e foi para o centro da sala, cumprimentou o adversário e ficou em posição de ataque. Atacou ele rapidamente e conseguiu marcar um ponto. Depois ele que foi para cima dela, Sammy se viu obrigada a ficar na defensiva e acabou sendo atingida na cabeça. 1-1. Ficaram em posição novamente e ela foi para cima dele, ele defendeu os seus golpes, vi o seus pés em posição de ataque. Sammy não notou isso, ele desviou do golpe dela dando um passo par ao lado e fez um movimento passando a sua espada pela cintura dela. 1-2 para eles. Sammy o cumprimentou e se sentou sem falar nada. O placar estava empatado.

Fugi ficou de pé e colocou o capacete, olhou para mim e eu sorri. “Se divirta”. Ficou de frente para o seu adversário. Essa escola só tinha garotos pelo visto no clube de Kendo. Se cumprimentaram e começaram a luta, Fugi se defendeu com dificuldade dos ataques dele e conseguiu atingir ele na cintura. Ele olhou para ela serio e se afastou. Dessa vez ela foi para cima dele, ele desviou do seus ataques e em um desses desvios atingiu Fugi na cintura. 1-1. Fugi respirou fundo e apontou a espada para o pescoço dele. Avançou contra ele rapidamente, seus pés se movimentaram rápido quando a espada dele passou ao seu lado. Girou para o lado e se abaixou, sua espada tocou a sua cintura. 2-1.

Se sentou ao meu lado no chão e Amae entrou em cena. Ela atacou o adversário o mais rápido que pode e acertou a espada no capacete dele. Depois ela ficou na defensiva e partiu par o ataque novamente, acertou a cintura dele. Nos últimos segundos de tempo ela foi atingida na cabeça. 2-1. O placar total mostrava 7 a 5.

Saeko se levantou e deu um tapinha no braço de Amae, que lhe deu um sorriso. Saeko cumprimentou o seu adversário que era menor do que ela e ficou em posição de ataque. Mas o adversário dela foi mais rápido, atingiu Saeko na cabeça em menos de10 segundos de luta. Fiquei olhando aquele menino baixinho intrigada com a sua rapidez. Saeko ficou no modo de defesa, mas o menino era mais rápido do que ela, atingiu a sua cintura e nos últimos segundos acertou ela novamente. O placar terminou com 0-3. Saeko sentou do lado de Amae com uma cara triste, Yuku olhou para mim e eu dei de ombros. Eles estavam com um ponto na frente. Coloquei o capacete e segurei a espada, caminhei lentamente para o centro da sala, fingindo que ainda estava doente e cumprimentei o adversário, vi no seu olhar que a luta já estava ganha e sorri.

Apontei minha espada para o pescoço dele e afastei os meus pés. Ele veio para cima de mim e dei um passo para o lado, abri meus pés e cortei a sua cintura com a espada. Ele olhou para mim surpreso e fingi que ainda estava doente. Recomeçamos a luta e fui para cima dele, ele desviou dos meus ataques com dificuldade e atingi a sua cabeça. 2-0. Coloquei a espada na frente do meu ombro direito e vi ele começando a ficar nervoso. Dei um passo para frente e ele deu um para trás, movi meus pés rapidamente, dando a ver que eu ia atacar pela direita e fui para a esquerda, minha espada tocou a sua cintura e o juiz apitou. Olhei para o placar, 10-8. Cumprimentei o adversário e me sentei ao lado de Yuku.

— Recuperamos os pontos — Disse dando um sorriso para mim.

— Sim, agora basta você ganhar, capitã — Falei dando um tapinha no seu ombro. Ela me entregou um sorriso e ficou de pé.

— Vai ser moleza — Disse colocando o capacete na cabeça e indo para o centro. Cumprimentou o capitão do outro time e começaram a luta. Yuku defendeu os seus ataques e o atingiu na cabeça rapidamente. Depois foi a vez dela de ir para o ataque, o capitão ficou um pouco nervoso e ela usou isso como arma, fingiu que ia atacar por um lado e atacou de outro, sua espada tocou a cintura dele. Depois disso o que vi foi Yuku sorrindo e brincando com o nervosismo dele, ela era má as vezes. Nos últimos segundo ela acertou o capacete dele. 3-0. Tínhamos ganhado com 13- 8, estávamos nas finais e iríamos lutar contra a escola Wataka. Deram um intervalo de 20 minutos e recomeçamos a luta.

Rei lutou contra uma garota da sua idade loira, desviou de seus ataques e atacou como pode, as duas eram boas, o tempo acabou e o placar ficou 1-1. Depois foi a vez de Sammy, atacou a adversária rapidamente e acertou a sua cabeça, depois ficou na defensiva e conseguiu marcar mais um ponto quando viu a guarda aberta da outra. Ganhamos por 2-0.

Chegou a vez de Fugi e ela colocou o capacete. Apontou para o adversário e começou a luta. Desviou dos seus ataques e contra atacou, atingiu ele na cintura e logo depois na cabeça. Ele aumentou a sua velocidade de ataque e atingiu Fugi na cintura, o placar terminou com 2-1.

Amae se levantou do chão e colocou o capacete, ficou em posição de defesa e o adversário foi para cima dela, foi atingida na cabeça e logo em seguida na cintura. Amae foi para cima dele e o atingiu na cintura. Terminou com 1-2. O placar total estava 5 a 5. Saeko foi para o centro da sala e deu uma batidinha no ombro de Amae, elas se entreolharam e eu vi um clima ali. Levantei minhas sobrancelhas e Amae sentou rapidamente do lado de Fugi. Saeko ficou em posição de luta e começou, partiu para cima do adversário o atingindo na cabeça. Depois desviou de uma serie de ataques e o atingiu na cintura. Consegui ver que ele estava com raiva e atacou ela mais rapidamente a atingindo na cabeça. A luta terminou com 2-1.

Fiquei de pé e olhei para as meninas, estávamos na frente por 1 ponto. Dei um abraço em Saeko e fui para o centro, cumprimentei a adversária e fiquei em posição de luta, com a espada apontada para o seu pescoço. O juiz iniciou a luta e eu fui para cima dela, defendi o seu ataque e atingi a sua cintura. Me afastei dela e começamos de novo, não ia dar chance para ela me atacar, fui para cima novamente, afastei os meus pés e girei, passando pelo seu lado direito, bati com a espada no topo da sua cabeça. Ela ficou de frente para mim surpresa, mas com raiva. Ela veio para cima de mim e eu desviei do seu ataque, levantei a minha espada bem a tempo de ela quase atingir a minha cintura, empurrei minha espada contra a sua com força e girei minha mão, a sua espada caiu no chão. A sala ficou quieta e o juiz apitou o fim da luta. Olhei para o placar e estava com 2 a -1. Total de 9 a 5, elas perderam um ponto.

— Termine isso por nós — Falei estendendo a mão para Yuku, ela segurou-a e a puxei para cima. Ela me deu um abraço e sorriu.

— Depois diz que a má sou eu — Disse abaixando o capacete e passando por mim.

Sorri disso e me sentei onde ela estava antes. Yuku iria vencer aquilo para gente. Ela cumprimentou a adversária e apontou a espada para o estomago dela, o juiz apitou e as duas começaram a lutar. Yuku deu um passo para trá quando a espada da outra quase tocou ela, girou e atingiu a cintura da capitã. 1-0. Ela foi para cima da adversária e atingiu o seu capacete. A capitã do outro time a olhou com raiva e partiu para o ataque, o que resultou com um ponto em Yuku. Yuku ficou segurando os segundos que faltava para a luta e o juiz apitou.

Yuku olhou para mim e eu para ela, depois olhamos para o placar para ter certeza. 11 a 6 para nós, o nosso nome brilhou na tela do placar e um enorme sorriso preencheu nossos rostos. Tínhamos ganhado a competição. Corri e abracei Yuku com força, ela retribuiu o abraço, as meninas se juntaram conosco e demos aquele abraço coletivo. Demoraram uns 10 minutinhos e depois entregaram as medalhas para a gente, não tínhamos toda aquela coisa de subir em pódio e tals. Sem dizer que estávamos muito cansadas para se dar o trabalho.

Papai me abraçou com força e logo depois foi Yoi que me abraçou. Estávamos muito felizes por termos todas ganhado em primeiro lugar. Arrumamos as nossas coisas e voltamos para casa, eu estava quebrada, tomei um banho nas termas antes da janta e depois fui dormir. Pois amanhã seria um grande dia.

O dia de fazer Toku beijar o tatame.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam???? Sei, estão ansiosos pela luta de Toku e tals. Só que eu precisava terminar as lutas das meninas. Mas o proximo capitulo vai ser oh ( Top de linha), claro é o ultimo. Enfim, cometem pois alegra o coração do autor. Recomendem, se quiserem, vai que uma pessoa entra no seu perfil ache a fic interessante e ai recomenda ai outra pessoa ver, e se torna aquele circulo viciante KKKKKKKKKKKK. Tenham uma otima semana! Bjus.= *



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