A Vida Como Ela É escrita por LauC


Capítulo 28
Capitulo 28


Notas iniciais do capítulo

Começar pedindo desculpas pela demora, só que esses tempos realmente tem estado dificil de achar tempo para escrever, e quando tenho faço outras coisas, tenho que tomar vergonha na cara. kkk. Mas bem, espero que gostem do capitulo, este eu achei cansativo. kkk. Semana q vem posto mais. Estou decidida a acabar logo kkk. Bjus e Boa leitura XD



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Olhei para o meu reflexo no espelho do banheiro e suspirei, estava com uma aparência normal, porem eu me sentia exausta e triste. Queria muito que me desse noticias de Amanda. Enxuguei o meu cabelo na toalha e destranquei a porta, sai com a toalha envolta do meu pescoço. Fui para o quarto e vi Fugi terminando de se arrumar, ele deu um sorriso tímido para mim e eu acenei com a mão. Vesti a parte debaixo do meu quimono e vesti uma regata azul escura. Olhei em volta e vi que Fugi não estava mais lá. Peguei minhas coisas e sai do quarto. Encontrei as meninas na sala conversando e assistindo TV. Escutei o barulho do ônibus se aproximando e respirei fundo.

— Pessoal? — Disse a treinadora de kendo entrando na sala. — O ônibus já chegou.

— Okayy! — Disse James dando um pulo animado, ele estava sentado no meio das meninas de kyudo, elas deram um risinho para ele. Tive que me segurar para não rir alto. — Vamos acabar com a raça deles!

— Vamos! — Gritou Ichi ficando de pé também. Balancei a cabeça e sai da sala, em direção ao ônibus. Sentei na primeira cadeira pra janela e encostei minha cabeça no vidro. Eles começaram a entrar no ônibus, Ichi olhou para mim e deu um sorriso — Charlie.

— Ichi — Respondi e olhei para a janela novamente. O céu estava começando a escurecer e não estava parecendo que as estrelas iriam aparecer hoje.

O ônibus deu a partida e fomos em direção a luta. Chegamos em poucos minutos no ginásio. A equipe de karate se separou e foi para a sala. Sentei no sofá e cruzei os braços, não sei porque, mas estava me sentido com raiva. Os outros notaram e ficaram calados. Esperamos anunciarem que iriam começar e fomos para a quadra. Nossos adversários a escola Fong estava do outro lado da quadra, estavam vestindo a faixa vermelha, entregaram a azul para nós .

Ichi iria ser o primeiro a lutar, amarrou a faixa na cintura e passou as mãos pelos cabelos. Chamaram o nome dele e ele deu um sorriso nervoso em minha direção.

— Manda ver — Falei, ele deu um aceno com a cabeça e subiu no tatame. Tínhamos que vencer hoje para irmos para as semifinais. O adversário dele era uma mulher mais alta que ele alguns centímetros, se cumprimentaram e o juiz apitou.

Ichi desviou de uma serie de golpes e derrubou a mulher no chão, deu um soco no abdomem e o placar mudou, 1 a 0. Esfreguei o meu queixo e respirei fundo. Ela se levantou e continuaram a lutar. A partida terminou com 4 a 2. Ichi só podia estar de brincadeira. Ele desceu do tatame calado, dei apenas um olhar para ele e ele se sentou no banco sem falar nada.

— Fez o que podia — Disse Tony dando uma batidinha no ombro de Ichi equanto se levantava. Era a sua vez agora, olhou para mim e eu balancei a cabeça. Ele subiu no tatame, encarou o seu adversário e se cumprimentaram. Era uma mulher mais baixa do que ele, com cabelos pretos brilhantes e olhos azuis. Iniciaram a luta e Tony se afastou da mulher. Ela veio pra cima dele e ele desviou, deu um dois socos nas costas dela e o placar mudou, 2 a 0. Logo depois de recomeçarem, Tony ficou na defensiva, enquanto que a mulher com a guarda toda aberta tentava acertar ele.

— Porque ele não bate? — Disse meu pai ao meu lado.

— Porque ela é uma mulher — Falei começando a ficar com raiva. A guarda dela estava totalmente aberta, o juiz apitou e eu olhei para o placar, 2 a 3. Tony se levantou do chão e olhou para baixo. Foi para cima dela e a derrubou no chão deu dois socos no abdômen e a partida acabou. 4 a 3. Ele desceu do tatame e eu levantei minhas mãos para cima. —Você não viu que a guarda dela estava aberta? — Olhei para ele com raiva.

— Foi mal — Disse ele passando por mim.

— Mal nada — Falei me virando para ele e para o resto. — Podemos estar ganhando, mas se não formos com tudo que temos, e ficarem sentindo pena de bater em um sexo feminino — Apontei para os meninos, eles me olharam nervosos. — Vocês podem parar de querer ganhar o nacional por aqui. Eles não vão sentir pena da gente e nós não temos que ter deles. Entenderam?

— Sim ! — Falaram eles, olhei para o lado e vi meu pai e Yoi me encarando. Virei para frente e cruzei meus braços. Saya se levantou e passou por mim. Subiu no tatame e olhou para mim, fiz um Ok com o polegar para ela e ela confirmou com a cabeça. O adversário dela era bem mais alto que ela. O juiz apitou e começaram a luta. O rapaz era rápido para o tamanho dele, Saya tentou desviar, mas levou um chute no rosto, caindo com força no tatame.

— Viram, eles não se importam com quem seja o adversário — Falei.

Ela se levantou devagar e esfregou o rosto que estava vermelho, ficou em posição de ataque e partiu para cima, deu uma sequencia de socos no peito dele e o derrubou no chão. O placar estava 3 a 3. O juiz apitou pra recomeçar e o rapaz foi pra cima de Saya, ela desviou e deu um chute na sua perna, ele caiu de costas e ela deu vários socos. O juiz apitou o final da luta, 6 a 3. Ela cumprimentou o adversário e saiu do tatame. Olhou para mim e eu dei um sorriso de canto.

— Assim que se faz — Comentei. Anunciaram o intervalo e meu pai me puxou para um canto da quadra.

— Que diabos foi aquilo antes? — Perguntou me olhando preocupada.

— Uma chamada. Eles não estavam lutando serio.

— Mas você não...

— Pai, que eu me lembre foi você que me ensinou que não deveria ter pena de nenhum adversário, que apartir do momento que entramos no tatame deveríamos deixar nossos conceitos para trás e lutar — Falei, olhei para os seus olhos azuis sérios e respirei fundo. — Apenas quero que eles saibam disso. É o meu dever como capitã dizer isso para eles.

— Certo, mas tente não ser tão dura com eles, ou consigo mesma — Disse dando um beijo na minha testa e se afastando. Olhei para a arquibancada a minha frente e esfreguei minha cabeça. Fui para o banheiro lavei o meu rosto e voltei para a quadra. Os 20 minutos de recesso acabaram e James era o próximo a lutar.

Ele olhou para mim e deu um sorriso meigo.

— Manda ver James — Falei, ele subiu no tatame confiante e olhou para a sua adversária. Senti a minha equipe ficar quieta atrás de mim, o juiz apitou e a torcida começou a gritar. Olhei em volta e vi muitas meninas da minha escola torcendo lá. James girou e derrubou a garota com um chute. 3 a 0. Iniciaram novamente e James desviou dos golpes dela e a derrubou no chão com um chute nas costas. 5 a 0. A garota se levantou com dificuldade e ficou na defensiva, vi que James estava com medo de machuca-la mas foi para cima do mesmo jeito, derrubou ela de costas no tatame deu dois socos no abdômen, o juiz apitou e o placar sinalizou 7 a 0.

James desceu do tatame com um sorriso enorme e deu um tapinha no ombro de Yoi, ela deu um sorriso para ele e apertou a faixa na cintura. Ela olhou para mim e eu acenei com a cabeça. Chamaram o nome dela e ela subiu no tatame, escutei gritos vindo de toda a quadra e sorri.

Yoi ia lutar com um cara da mesma altura que ela, eles se cumprimentaram e Yoi se afastou, o rapaz veio para cima dela e Yoi desviu, se abaixou e derrubou ele no chão, deu dois socos no peito dele e se afastou. O placar mudou para 3 a 0. Ele se levantou rapidamente e foi para cima dela, atingiu as suas costas com 2 socos, o placar mudou para 3 a 2. Yoi ficou em modo de ataque fui para cima dele, girou em seus pés e o atingiu no rosto, ele caiu no tatame e o placar mudou para 6 a 2, olhei para o cronometro e ainda tinha mais 50 segundos. O rapaz se levantou quando viu que faltava tempo e ficou na frente de Yoi. Foi para cima dela e ela deu um passo para o lado, segurou o braço dele e girou derrubando-o no chão, deu um soco no seu abdômen e o juiz apitou finalizando a luta. 9 a 2. Yoi cumprimentou o adversário e saiu do tatame, deu um grande sorriso para mim e eu sorri de volta.

— Bom trabalho Yoi — James disse dando uma batidinha no ombro dela. Ela sorriu sem graça e se sentou no banco. Chamaram o meu nome e eu engoli em seco. Apertei minha faixa e respirei fundo. Fui para o tatame e olhei para o meu adversário, ele tinha os cabelos pretos e os olhos verdes. Olhei em volta e vi as garotas torcendo por mim, me curvei cumprimentando o adversário e o juiz apitou. Dei dois passos para trás e esperei ele vim me atacar. Ele não o fez, olhou para mim como se mandasse vim pra cima.

Fechei meus punhos, senti uma pontada de raiva e fui para cima dele. Meu punho atingiu com força o seu abdômen o fazendo dar um passo para trás, me abaixei e chutei sua perna, ele caiu de costas no chão, dei um soco rápido no seu peito e o juiz apitou, me afastou dele e o placar mudou para 3 a 0. O rapaz se levantou assustado e me encarou, ele estava com um olhar de raiva, veio para cima de mim e eu desviei de seus golpes, passos curtos, me abaixei e deferi um soco no seu peito e o derrubei da mesma maneira que antes. 6 a 0. Ele rangeu de dor e raiva e veio para cima de mim. A guarda dele estava aberta, bloqueie um chute dele com o braço e dei um murro no seu abdômen, me afastei o suficiente para movimentar os meus pés e girei. Meu pé atingiu o seu rosto e ele caiu no tatame. O juiz verificou se ele estava bem, fez que sim com o polegar e o placar mudou para 9 a 0. Finalizaram a luta e eu escutei o barulho vindo da arquibancada. Dei um sorriso e acenei para eles. Senti alguém me abraçando por trás e vi que era Yoi, pulamos de alegria e nos abraçamos. Iríamos para as semifinais.

Depois de muito festejo voltamos para a pousada. Tomei bom banho, vesti uma calça de tactel azul escura e uma blusa de manga branca e fui par ao jardim. Sentei-me no degrau da varanda e observei o céu noturno. Peguei o meu celular do bolso e liguei para o celular de Amanda, sem sinal. Olhei para a foto de contato, ela estava encostada na arvore de cerejeira olhando para o por do sol. Disquei o numero do celular de Anne e deu fora de área. Abri a pasta de fotos, e a primeira foto que surgiu foi a minha e de Amanda na Alemanha, ela estava com a boina e o colar que eu tinha dados de presente, antes do incidente com o pai dela. Suspirei e uma lágrima caiu do meu rosto.

Olhei para o céu novamente e fechei meus olhos. Onde você esta? Foi então que eu pensei em algo que eu não tinha pensado antes. Procurei o numero de Bernhad e liguei para ele. Não demorou muito e eu ouvi uma voz rouca e familiar do outro lado da linha.

— Charlie!! — Disse ele, tive quase certeza que ele estava sorrindo.

— Bernhad! — Falei dando um enorme sorriso. — Como o senhor está?

— Eu estou ótimo, minha querida — Bernhad estava feliz aparentemente. — E você? Eu estou acompanhado as lutas pela Tv. Você luta muito garota!

— Obrigada! Eu estou bem Bernhad — Respondi dando um sorriso de canto. — Na verdade eu liguei para perguntar uma coisa para o senhor.

— Diga diga — O sotaque dele estava fortíssimo hoje, era bonito, mas ao mesmo tempo enrolado.

— Você tem visto Anne ou Amanda ultimamente? — Perguntei, fechei meus olhos e rezei para que ele dissesse que sim.

— A ultima vez que as vi foi ontem, quando as deixei no aeroporto — Respondeu ele, senti meu coração batendo mais forte e mordi minha boca.

— Serio??

— Sim, porque? Aconteceu alguma coisa? — Perguntou, escutei a voz de preocupação.

— Não sei, elas só não retornam as minhas ligações — Falei soltando um suspiro.

— Hum, entendo — Bernhad ficou calado por um momento e eu já ia desligar a ligação. — Mas não se preocupe Charlie, elas estão bem. Devem ter perdido ou esquecido o celular em algum lugar. Mas logo logo elas irão entrar em contato com você ou até mesmo irão assistir a sua luta.

— Assim espero Bernhad — Comentei tristemente. Respirei fundo e dei um sorriso para a noite. Pelo menos elas estavam bem até ontem. — Obrigada então Bernhad.

— De nada, Charlie — Disse. — Boa noite e se cuide por ai, ganhe todas as lutas por mim.

— Pode deixar! — Sorri e desliguei a ligação. Olhei para o celular nas minhas mãos e fiquei de pé, dando de cara com os olhos verdes de Fuji. — Não me assuste assim.

— Desculpe — Disse dando um sorriso sem graça. — Mandaram eu perguntar se você vai querer participar da sessão de historias de terror no quarto.

— Ah sim — Falei coçando a parte de trás da cabeça. — Vamos lá.

Acompanhei Fugi até o quarto e entramos, vi as meninas sentadas em um circulo no chão, algumas estavam com lanternas apontadas para o rosto, tirando isso o quarto estava totalmente escuro. Sentei ao lado de Rieko no circulo e começaram a contar historias. Nenhuma das histórias me assustou, acredito que seja porque eu não estava prestando atenção em nenhuma. Mamãe mandou irmos dormir e eu arrumei minha cama, fiz uma rápida oração a Deus, pedindo que protegesse Amanda e Anne e que nos abençoasse nas competições, e dormi.

Acordei quando levei um chute de alguém do lado, olhei em volta e vi que estavam todos dormindo. Olhei para Yoi que estava dormindo do meu lado e chiei, ela estava no décimo sono. Olhei as horas no celular, 6 horas, sentei na cama e me espreguicei, vi algumas camas vazias e me levantei. Caminhei lentamente para fora do quarto e fui para a sala onde ouvi vozes. Cheguei lá não havia ninguém, escutei um barulho vindo do jardim e sai devagar da sala.

— A Charlie está bem? — Ouvi alguém falando. Parei de andar na hora e me encostei na parede.

— Está sim, apenas apaixonada — Disse minha mãe para minha surpresa.

— Ah, é isso é? — Perguntou alguém. Acho que era a treinadora de kendo. — Esses adolescentes.

— Pois é, mas não se preocupe com isso — Dessa vez era minha avó — Charlie sabe se controlar.

— Espero que ela saiba mesmo, porque se não vai se desconcentrar na luta — Disse a treinadora.

— Relaxa, ela não vai — Confirmou minha mãe. Fiquei sem entender aquela conversa do nada e voltei para o quarto, sentei na minha cama e bem na hora minha mãe abre a porta, olhei para ela com se tivesse acabado de acordar e ela acenou para mim. Levantei novamente e a segui.

— Bom dia — Falei dando um sorriso.

— Bom dia — Disse ela me dando um beijo na testa. — Como você está?

— Com fome — Respondi sorrindo, mamãe deu um tapinha no meu braço e entramos na cozinha.

— Vem, nós ajude a preparar o café da manhã — Disse ela. Confirmei com a cabeça e ajudei ela e as outras a prepararem o café da manhã. Depois de uma hora, o café ficou pronto e o pessoal tinha se levantado e trocado de roupa. Reunimos- nos na sala de estar e comemos todos juntos. Depois disso fui para o banheiro tomar um banho. Lavei o meus cabelos e escovei os dentes, vesti um top preto com uma camisa vermelha de manga comprida, calça jeans, botas pretas e um cachecol cinza. Peguei minha mochila e coloquei meu kimono limpo, óculos escuros, uma regata preta e um short de lycra.

Yoi, Rieko e o resto do time de Kyudo estavam vestidas com seu kimono branco com peças pretas, cabelos presos em um rabo de cavalo. Papai e os outros estavam botando os equipamentos delas no ônibus. Apesar do dia estar frio, o céu estava incrivelmente claro, coloquei os óculos escuros e me sentei no banco do ônibus. O pessoal começou a entrar e logo em seguida partimos. Chegamos em minutos ao ginásio e Yoi segurou a minha mão.

— Que houve? — Perguntei olhando em seus olhos, vi ela engolindo em seco e sorri. — Vai me dizer que está nervosa?

— Claro que não — Disse ela olhando para o outro lado. — Só quero que você me acompanhe.

— Sei — Falei dando um sorriso de canto. Olhei para o meu pai e falei. — Vejo vocês na arquibancada do campo.

— Ta bom — Disse ele dando um sorriso. — Boa sorte Meninas!

— Obrigada — Disse Rieko sorrindo.

Caminhei ao lado de Yoi pelo corredor que dava para a sala delas e entramos. Sentei no sofá e Yoi sentou ao meu lado, as outras meninas sentaram também. Olhei para cada uma delas, elas estavam com um olhar nervoso. A treinadora ainda não estava na sala.

— Ok — Olhei para elas e elas olharam para mim. — Qual é o problema?

— Problema? — Disse Rieko sem entender.

— Sim, todas vocês estão agindo estranhamente hoje. Relaxem garotas, vocês treinaram muito, vão conseguir se classificar — Encorajei-as enquanto olhava diretamente para cada uma delas. — Não precisam ficar nervosas.

— Mas... — Começou Yoi ao meu lado.

— Sem mas — Segurei a sua mão e com a outra toquei no topo da sua cabeça. — Vai ficar tudo bem, vocês vão ver. Agora — Olhei para os olhos castanhos de Yoi e sorri. — Parem de frescura e arrasem lá fora. Eu vou me juntar com as outras.

Fiquei de pé e olhei para elas, elas me deram um sorriso e sai da sala. Caminhei rapidamente em direção ao campo e entrei nas arquibancadas, havia muita gente. Mas diferente de Karate, Tanto Kyudo quanto Kendo eram proibidos de ter torcida. Olhei em volta e vi Sato acenando para mim, sorri e fui até eles. Sentei ao lado de Sato, na primeira fileira. Cerca de 20 minutos depois começaram a chamar as participantes. Haviam colocado alvos a vários metros de distância do atirador, quatro escolas entraram no campo, cada um com a sua primeira atiradora.

Os juízes tinham diferentes maneiras de fazerem as provas de Kyudo, as vezes era tiro ao alvo fixo, outras era alguma coisa móvel. E dessa vez, resolveram fazer as duas, uma para cada fase. Se a equipe atingisse ou passasse 45 pontos na primeira fase, passariam para a segunda, que seriam os alvos moveis. E a partir daí, somariam os pontos das duas fases, as duas equipes de maior ponto iriam para a próxima fase da competição. E o alvo da primeira fase era redondo, com 5 camadas de diferentes tamanhos e diferentes pontos. Os tamanhos e os pontos eram inversos, ou seja, o maior tamanho valia 2 pontos; o segundo 4 pontos; o terceiro 6 pontos; o quarto 8 pontos; o quinto e menor circulo 10 pontos.

Vi a primeira atiradora da nossa escola ir para o campo, logo em seguida outras três. A nossa escola era a 3 a atirar. O juiz acenou para começarem, levantaram os arcos e atiraram em ordem. A nossa amiga foi a terceira a tirar e acertou bem no centro do alvo. Olhamos para o telão que tinha acima delas e apareceu 10 pontos para cada equipe.

Depois de vários minutos, finalmente tinha chegado a vez de Rieko, a nossa escola já estava com 40 pontos, estava na frente. Rieko deu um sorriso para nós e nos acenamos silenciosamente para ela. Ela ficou em posição e levantou o seu arco, vi que ela estava concentrada e atirou, a sua flecha atingiu o alvo no meio com força. 50 pontos. Yoi deu um sorriso enorme, já estavam classificadas para a segunda fase. Ela deu um abraço rápido em Rieko que sorria e foi para o campo. Dei um sorriso para ela quando ela olhou para mim.

Yoi esperou as outras atirarem até chegar a sua vez. Levantou o seu arco em direção ao alvo e senti uma brisa surgir, as roupas de Yoi sacudiram e seu cabelo voou ao vento, ela estava genuína, modificou a mira do arco e atirou, a flecha cortou o vento e atingiu o centro do alvo. Me segurei para não gritar e respirei fundo. Estavam com 60 pontos, logo em seguida 58pontos da escola Tomura. Fizeram um intervalo enquanto arrumavam os alvos moveis e logo em seguida recomeçaram.

O alvo móvel eram diversas bolas que ficavam se movendo tanto horizontalmente quanto verticalmente. Nas bolas haviam o mesmo sistema de pontos do primeiro alvo, a diferença agora era que as bolas possuíam diferentes camadas de cores. Começaram uma por uma. Varias acertaram mais de um alvo, varias não acertaram nenhuma, varias acertaram camadas de baixos níveis. Quando foi a vez de Rieko, acho que eu e mais metade do pessoal da arquibancada estavam sem unhas.

Rieko foi para o centro do campo, olhou em volta para os alvos que se mexiam, levantou o arco, pegou uma flecha das 3 que tinha, e mirou. Seu arco acompanhou o movimento de uma bola que ia na horizontal e atirou. Pegou a outra flecha rapidamente e atirou em outra bola, e fez a mesma coisa com a ultima flecha. Rieko era rápida, queria ver ela com uma aljava cheia de flechas, atirando uma atrás da outra. O juiz verificou as bolas e acenou para os outros juízes, 30 pontos apareceu ao lado do nome de Rieko, ela fez um YES com as mãos e sorriu para nós e para a sua equipe. Elas estavam na frente do placar, com 140 pontos da segunda fase.

Yoi olhou para o placar e sorriu, respirou fundo e olhou para mim, fiz um ok com o polegar e ela fez o mesmo. O arco em sua mão parecia pesado, mas ela segurou ele sem nenhum problema, pegou uma das flechas e mirou em um alvo, acertou ele exatamente na cor preta, no centro, pegou outra flecha e atirou e fez a mesma coisa com a ultima. Tudo aconteceu em cerca de 20 segundos. O juiz verificou as bolas e acenou para o outro juiz, 30 pontos surgiram no nome dela e ela deu um pulo de alegria. Lideravam com 170 pontos + 60 pontos, total de 230 pontos. A escola que ficou logo em seguida foi a Wanaki com 215 pontos.

Amanhã elas competiriam com elas. As competidoras se cumprimentaram e sairam do campo, corri pelo corredor até achar a porta que dava para o campo e pulei em cima de Yoi. Ela me abraçou com força e sorriu, abracei Rieko e as outras.

— Virão só, vocês são demais — Falei sorrindo e bagunçando o cabelo de Yoi — Eu disse que não precisavam ficar nervosas.

— Verdade — Disse Rieko ao meu lado com um sorriso alegre.

— Só temos que ter cuidado amanhã — Disse a treinadora delas, olhamos para ela e depois para o placar. 15 pontos de diferença. —15 pontos de diferença é muito pouco.

— Amanhã vamos nos sair melhor, não é mesmo meninas? — Falou Yoi para as outras, elas confirmaram com a cabeça e deram um sorriso enorme.

Guardaram os seus equipamentos e trocaram de roupas, nos reunimos com o resto do pessoal e fomos para algum lugar almoçar. Depois de almoçar e comer muito, me sentia super cansada, na verdade com preguiça. Usei o ombro de Yoi como apoio e tirei um cochilo. Acordei com ela se mexendo ao meu lado, esfreguei meus olhos e olhei para ela. Ela estava sorrindo, o ônibus estava quieto, alguns dos nossos pais estavam dormindo também, outros conversando e rindo.

— Perdi algo? — Perguntei sentando direito na cadeira.

— Não — Disse Yoi sorrindo. — Treinadora pediu para eu acordar você e as outras, para irem se arrumar.

— Ah é mesmo — Falei bochechando e coçando a cabeça. Olhei no relógio as horas, faltava 1 hora ainda para começar. Levantei devagar da cadeira e fui até Yuku, que estava dormindo apoiada na janela e apoiada nela estava Rei dormindo. Cutuquei Rei devagar e ela abriu os olhos cor de mel, olhou para mim sem entender e eu sorri. — Falta 1 hora para começar, temos que ir nos arrumar.

— Humm, ok — Resmungou se espreguiçando. — Deixa que eu acordo essa aqui. — Disse acenando com a cabeça em direção a Yuku. Sorri e fui para a próxima fileira. Sammy e Fugi estavam apoiadas uma na outra, toquei gentilmente o rosto de Fugi e ela acordou, olhou para mim e eu corri, seu rosto corou e eu tive vontade de rir em voz alta.

— Está na hora, acorde Sammy — Ela concordou com a cabeça e olhei para a fileira ao lado. Amae estava poiada em Saeko que estava quase caindo no corredor do ônibus. Cutuquei Saeko devagar e ela abriu os olhos, me encarou com aqueles olhos azuis e eu sorri. — Temos que ir, acorde Amae.

Ela sacudiu Amae ao seu lado, ela deu um pulo de susto e eu ri alto. O resto do pessoal que estava dormindo acabou acordando com a minha risada. Eles me olharam surpresa, acho que fazia tempos que não ria assim. Baguncei o cabelo de Amae e sai do ônibus. Esperei as meninas descerem do ônibus e fomos juntas para a nossa sala. Chegando lá a treinadora estava com o nosso equipamento. Peguei a minha mochila e tirei de lá o meu kimono, tirei minha camisa e senti alguns olhares em mim e ignorei totalmente, vesti a minha regata rapidamente e tirei a minha calça jeans, estava com o short por baixo, vesti a parte debaixo do meu kimono, amarrei o meu cabelo em um rabo de cavalo, peguei a parte de cima do kimono e guardei as minhas outras roupas.

Virei e olhei para trás, as meninas estavam se trocando também. Peguei o meu celular e olhei as horas, na verdade o que eu vi foi a foto de Amanda e eu no papel de parede. Respirei fundo e guardei o celular na mochila. As meninas estavam prontas e nos ficamos apenas conversando e matando o tempo até chegar a hora. Yuku estava nervosa, eu percebia apenas vendo o jeito como ela olhava para cima.

— Yuku — Segurei a sua mão com força e ela olhou para mim. — Relaxe, vai dar tudo certo.

— Okay — Disse ela soltando um suspiro. Anunciaram para irmos para a sala de luta. Ela ficou de pé e olhou em volta. — Uma reunião rápida aqui antes de irmos meninas.

Nos reunimos em circulo, Fuji estava ao meu lado, coloquei um braço em volta do seu ombro e sorri. Ela estava nervosa para não ter notado.

— Bem, sei que estão nervosas, eu estou nervosa — Começou Yuku a dizer. — Mas como Charlie acabou de me dizer, nós vamos ficar bem, vai dar tudo certo. Nos treinamos, certo? — Confirmaram com a cabeça. — Então vamos nos sair bem. Trabalhamos duro o ano inteiro para isso. Nos somos da escola Shinseki, somos vencedoras na arte de trabalhar em equipe e em contar com nossas companheiras. Então meninas, quero que quando chegarem lá, mandem ver, mostrem do que vocês são capazes, mostrem do que nossa escola é capaz, mostrem que o nosso treinamento valeu a pena, que nossas brigas — Ela olhou para mim e eu dei um sorriso sarcástico. — nossos machucados serviram para alguma coisa. Certo?!

— Sim! — Gritamos para ela, senti uma energia positiva nos envolvendo, o que na verdade era só emoção. Unimos nossas mãos e gritamos — Shinseki!

— Seus discursos lembram os discursos de uma certa pessoa — Comentei para Yuku quando ela passou por mim.

— Me pergunto de quem — Disse me dando um sorriso de canto.

Saímos da sala rapidamente e fomos em direção a sala grande. Na verdade era uma sala do tamanho de uma quadra, havia vários bancos e um tatame no centro. Olhei em volta e vimos os nossos amigos, demos um aceno para eles e fomos para o canto da sala. Entregaram a faixa vermelha para nós, amarramos na cintura e Rei seria a primeira a lutar, seguida por Sammy, Fuji, Amae, Saeko, eu e Yuku. Entregaram para Rei a espada de madeira e o capacete, ela olhou para Yuku ao meu lado e elas deram uma troca de olhares, que eu tentei decifrar mas em vão. Rei olhou para mim e eu me aproximei dela.

— Não hesite, sei que você treinou muito, se você quiser, você pode derrotar todas que estão aqui — Sussurrei e toquei o topo da sua cabeça. Ela deu um sorriso tímido para mim e foi para o centro da sala, sentei ao lado de Yuku e observei o inicio da luta. Rei iria lutar contra uma garota da mesma altura que ela da escola Tomura, ficaram em posição de ataque e começaram a luta. Rei defendeu todos os golpes da garota e atingiu a cintura da outra. 1-0.

O tempo era de dois minutos para cada luta. Rei foi para cima da garota, o estilo dela era muito parecido com o de Yuku, o que não era de se surpreender, pois era sua aprendiz. Rei atingiu a cabeça dela, mudando o placar para 2-0, a outra garota passou a ficar na defensiva e no ultimo momento Rei desviou de um golpe na cabeça e bateu com a espada na cintura da outra, o juiz apitou e a luta acabou. 3- 0. Rei cumprimentou a garota e veio quase pulando de felicidade para onde estávamos. Yuku bagunçou o cabelo dela e sorriu.

— Bom trabalho — Olhou para Sammy que estava se levantando — Mande ver loirinha.

Sammy corou e colocou o capacete, pegou a espada e foi para o centro. A sua adversária tinha a mesma altura que ela, fiquei me perguntando se eles tinham feito de propósito ou se tinham pensado a mesma coisa que nós. Sammy avançou logo que o juiz apitou, atingiu a adversária na cabeça. 1-0. Depois a outra foi para cima, Sammy defendeu o que pode dos seus ataques e foi atingida na cintura. 1-1. Ficou em posição vi seu olhar ficando serio e foi para cima da adversária, desviou de um golpe e bateu com a espada na cabeça da outra. O Juiz sinalizou o fim da luta. 2-1. Sammy sentou ao nosso lado, bagunçamos o cabelo dela e sorrimos.Fuji ficou de pé e eu me aproximei.

— Ei — Sussurrei, ela olhou para mim e eu sorri. — Dê tudo de si, mostre o que você aprendeu quando eu estava ausente.

— Ok — Disse ela me dando um sorriso, ela deu um passo para frente e eu segurei a sua mão.

— Mais uma coisa, um dos segredos meu e de Yuku para ir bem no kendo, não é apenas ter técnica, mas sim se divertir — Dei um sorriso de canto para ela e coloquei o capacete na sua cabeça. — Por isso se divirta também.

— Pode deixar — Ela confirmou com a cabeça e foi para o centro da sala. Ela iria lutar contra um rapaz, engoli em seco nervosa. Ela iria se sair bem, ela era boa. Ela o cumprimentou e ficou em posição, seus pés afastados e a espada apontada para a cabeça. O adversário veio para cima dela, ela deu um passo para o lado e sacudiu sua espada, atingiu a cintura dele rapidamente. Senti minha boca abrindo. Eu não tinha ensinado aquilo para ela, sorri e balancei a cabeça. 1-0. Vi um sorriso surgir no rosto dela e ai que eu tive vontade de rir em voz alta. Voltou a mesma posição e encarou o adversário. Partiu para cima dele e atingiu a sua cabeça, 2-0. Ela estava lutando igualzinho a mim. Não que eu achasse ruim, era genial. Fugi se afastou um pouco, deixando a guarda aberta e o outro foi para cima. Péssima ideia amigo, fugi deu um passo para o lado bem na hora que a espada passou ao seu lado, virou a espada na sua direção e bateu contra a sua cintura. O Juiz apitou anunciando o fim da luta, 3 – 0. Fugi cumprimentou o adversário surpreso e veio para onde estávamos. Olhei para ela surpresa e ela me deu um sorriso enorme.

— Fez um ótimo trabalho ali — Comentei.

— Obrigada — Disse ela sorrindo.

Amae seria a próxima, ela ficou no ataque em todos os momentos, atingiu o adversário na cintura duas vezes e logo em seguida na cabeça. 3-0. Depois foi Saeko, ela ficou mais na defensiva, marcou dois pontos na cintura e levou um na cabeça. 2-1. Yuku deu um tapa em mim e eu me levantei. Era a minha vez, dei um sorriso para elas e coloquei o capacete, já estávamos classificadas para a próxima fase, só tínhamos que manter o ritmo. Encarei o meu adversário a minha frente e o cumprimentei. Ele ficou em posição de ataque, a sua espada estava acima da cabeça, Kamae de fogo era sua especialidade.

Dei uma rápida olhada para o lado e vi as meninas me olhando, esperando se eu ia manter a mesma posição que a dele, sorri e coloquei um pé na frente do outro, deixei o corpo reto e movi a espada para cima no meu ombro direito. Eu havia aprendido outro Kamae recentemente.

— Essa posição — Escutei a treinadora falando baixinho, dei um sorriso e encarei o meu adversário. Era bom ter truques na manga. O juiz apitou e ele veio para cima de mim, dei um passo para o lado rapidamente e movi minha espada rapidamente em direção a sua cabeça, ele deu um passo para trás e eu dei um para frente, movi meu s pés e atingi a sua cintura. Ele me encarou surpreso. 1-0.

Fiquei em posição novamente, com a espada para cima. Kamae de madeira, uma variante do kamae de fogo, tão perigoso quanto. Fui para cima dele e atingi o topo do seu capacete. 2-0. Ele mudou a posição da espada para uma mais defensiva e sorri, mudei a espada em direção a sua cabeça, kamae de fogo. Ele me olhou nervoso. Parti para cima dele, ele defendeu com dificuldade os meus golpes e eu abri a minha guarda, ele percebeu e tentou me atingir, movi os meus pés rapidamente para o lado e desvie da sua espada, girei e minha espada raspou contra a sua cintura. 3-0. Ele se virou para mim surpreso e sorri.

— Boa maneira de lutar — Disse ele enquanto segurava a minha mão.

— Obrigada — Falei e tirei o capacete, fui até onde estavam as meninas e sorri ao ver a cara de bobas delas. — Que foi?

— Desde quando sabe lutar com kamae de madeira? — Perguntou a treinadora ao meu lado.

— Não muito tempo — Respondi coçando a parte de trás da cabeça, entreguei a espada para Yuku e sorri. — Mande ver capitã.

Ela deu um balançar de cabeça e colocou o capacete, caminhou em direção ao centro e apareceu a sua adversária. As duas ficaram em posições diferentes, Yuku atacou ela rapidamente e atingiu a sua cabeça. 1-0. Yuku mudou a posição para uma mais defensiva e a outra foi para cima, Yuku defendeu os ataques dela sem problema, até que Yuku girou a sua espada em direção a cintura da garota, só que ela não iria atingir a cintura dela como a garota pensou, a espada da garota voou para o chão. A sala ficou em silencio mortal, e eu quase pude ouvir Yuku sorrindo debaixo do capacete.

Quando um dos lutadores deixavam cair a espada, perdiam um ponto. Ou seja o placar ficou 1 a -1. Yuku basicamente já tinha vencido. A garota pegou a espada do chão e ficou em posição de luta novamente, Yuku defendeu os ataques dela e avançou para cima dela, sua espada atingiu a sua cintura rapidamente, o placar mudou para 2 a -1. O juiz apitou o fim da partida e Yuku cumprimentou a capitã do outro time. Ela se juntou conosco e eu sorri.

— Você foi mal ali — Comentei sorrindo, Yuku deu de ombros e deu uma piscadinha para mim.

— Faço o que posso — Disse começando a rir.

O placar total ficou 15 a 1, esperamos a outra equipe lutar e minutos depois descobrimos com que íamos lutar amanhã, seria a escola Wanaki com 13 pontos. Acabando tudo, fui para o vestiário feminino e tomei um rápido banho, vesti a minhas roupas de antes, a calça jeans, botas, a camisa de manga cumprida vermelha e o cachecol cinza, penteei meu cabelo para o lado e sai dali rapidamente. Encontrei com o pessoal no refeitório que tinha ali, estavam sentados em uma enorme mesa. Yoi e o resto da minha equipe de kendo estavam com roupas normais. Nos comemos alguma coisa e conversamos um pouco, até que as treinadoras decidiram que estava na hora de voltarmos para a pousada.

Despedi-me de Fugi, Sato e as outras, nós iríamos ficar para ver a luta da escola Dijang, a escola de Toku. Pegamos um lugar na arquibancada que dava para ver perfeitamente o tatame. Eles lutariam contra a escola Muta. Chamaram os primeiros lutadores, papai estava com uma caderneta na mão, ele anotou o nome da primeiro lutadora do Dijang, Kubo Aika, ela era baixinha, tinhas os olhos pretos e cabelos castanhos. Ela lutou rapidamente e ganhou a partida por 7-0. Logo em seguida foi o Ueno Mitsuko, ele era rápido apesar da sua altura, ganhou a partida por 7-2. Depois foi o Yokoyama Quon, ele era incrivelmente rápido. Ganhou por 6-1. A quarta lutadora era Hara Mika, ela tinha uma aparência doce, mas logo percebi que ela só tinha aparência, derrubou o adversário em questões de segundos e venceu a partida por 7-0. O quinto lutador era o Ren Daisuke, ele era alto, cabelos pretos, olhos verdes e um rosto assustador, escutei Yoi engolindo ao meu lado. Ele não estava na competição do ano passado. Derrotou o adversário por 7-0.

E por ultimo veio Toku, a que eu faria beijar o tatame a todo custo. Ela subiu no tatame e olhou diretamente para mim, deu um sorriso de canto e apontou para o chão. Senti minha raiva surgindo e aumentando repentinamente, o juiz apitou e o pobre do adversário dela mal teve tempo de piscar, caiu no tatame de cara. 3-0. Ele se levantou com dificuldade e foi para cima dela, Toku nem fez esforço de sair do lugar, se abaixou e deu dois golpes no peito dele e depois um chute. 5-0. O rapaz respirou fundo e ficou na defensiva, Toku partiu para cima dele, ele defendeu com dificuldade e por fim levou outro chute no rosto. O placar terminou com 8-0. Dessa vez quem engoliu em seco foi eu.

Olhei para o lado e vi que a folha da caderneta do papai estava toda riscada, e a maioria das observações era: Perigoso. Ele estava tão surpreso quanto eu. Pegamos nossas coisas e saímos dali o mais rápido possível, ônibus estava nos esperando do lado de fora. Entramos em silencio e nos largamos no banco.

— Eles são uns monstros — Comentou Ichi olhando para o teto do ônibus.

— Bote monstros nisso — Concordou Saya.

Olhei para Yoi ao meu lado e para papai a minha frente, de fato eles estavam realmente perigosos, como as anotações do papai diziam. Esfreguei minhas nádegas e fechei meus olhos. Agora sim eu estava preocupada. Chegamos a pousada e a única coisa que consegui fazer foi comer e ir deitar, estava cansada e ainda estava carregando o que eu tinha visto. Yoi estava do mesmo jeito ao meu lado, passamos a noite trocando olhares nervosos até que caímos no sono.


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Notas finais do capítulo

Então que acharam? o que será que vai acontecer? Gente e cadê a Amanda? kkkk Nem eu sei kkk



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