A Vida Como Ela É escrita por LauC


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Aehhh finalmente kk. Pedi desculpas mais uma vez, era para eu ter escrito e postado mais cedo, porem o meu computador quebrou ai tive que mandar consertar e etc. Aqui está, mais um capitulo.
Confesso que esse para mim foi um dos que eu mais quis escrever, espero que gostem como eu gostei. Eu recomendo que olhem os links e se eles não abrirem por favor avisem!
Bjus XD



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Quando acordei era 9 horas da manhã, sentei na cama e liguei a TV. Não entendi nada do que eles falavam, procurei no controle a opção de mudar o idioma até que eu consegui colocar pelo menos a legenda em inglês. Levantei da cama e me alonguei.

— Vamos explorar a cidade! — Fui até a janela e abri a cortina, olhei para o céu e vi que estava nublado, olhei para baixo e vi muito movimento nas ruas. Sorri e fechei as cortinas. Caminhei até a minha mala e tirei algumas coisas. Tomei um rápido banho quente, pois mesmo tomando banho de água quente você sentia frio. Vesti uma calça jeans preta, uma blusa branca e por cima uma camisa de manga preta, botas pretas e o cachecol cinza em volta do pescoço. Peguei o meu celular e mandei uma mensagem para Yoi e para minha família, dizendo que tinha chegado bem. Verifiquei se tudo que precisava estava dentro da bolsa e coloquei-a no ombro, peguei o sobretudo e sai do quarto.

Tirei o celular e o cartão que o senhor taxista tinha me dado, Bernhad era o seu nome. Disquei o seu numero e esperei ele atender.

— Alô, é o senhor Bernhad? — Perguntei em Inglês.

— Sim, quem fala? — Respondeu em inglês.

— Charlie, a americana de ontem.

— Ah sim, senhorita! Bom dia — Disse, sua voz soou alegre do outro lado da linha. — Como foi a noite?

— Dormi como uma pedra — Respondi rindo. — O senhor está ocupado?

— Não, quer fazer um tour pela cidade?

— Era exatamente isso que eu iria pedir — Falei animada, caminhei pelo corredor e esperei o elevador chegar.

— Então em 10 minutinhos chego aí — Bernhad estava animado.

— Tá eu vou espera-lo no Hall — Vi a luz que indicava que o elevador tinha chegado se ascender, a porta se abriu e eu entrei.

— Ok — disse e então desligou o telefone.

Não demorou nem um minuto e eu já estava no hall do Hotel, dei um sorriso para a recepcionista e me sentei no sofá de couro preto. Olhei meu celular e vi que tinha uma mensagem de Yoi.

“ Tudo bem por ai?”

“ Sim sim, estou saindo pra um tour pela cidade agora”, digitei no whatsapp.

“ Rsrsrs, aproveite, mas não se esqueça do que foi fazer ai”.

“ Claro que não vou me esquecer, conversou com Amanda?”, perguntei.

“ Sim, mas não tive a oportunidade de perguntar ainda”.

Olhei para o lustre dourado e suspirei, senti o celular vibrando.

“ Mas não se preocupe, vou te mandar assim que eu conseguir”.

“ OK, vou tá esperando. Espera ai, não tá em aula?”.

“KKKK, estou sim, aula de Educação física, o professor está falando alguma coisa ai”.

“ Baka, vai fazer exercício!”, Brinquei.

“Tá bom sua chata. Mande me fotos.”

“ Pode deixar que eu vou, kkk, Bom dia Yoi”.

“ Bom dia para você tbm Charlie”.

Fiquei olhando para o nada por um tempo, até que eu vi um senhor com seus 50 e poucos anos entrando no hotel, ele olhou para mim e eu me levantei sorrindo.

— Dez minutos certinho — Falei olhando no relógio do celular e me aproximando dele.

— Gosto de ser pontual com meus clientes — Disse sorrindo e apertando o casaco. — Vamos?

— Sim — Vesti o sobretudo e saímos do hotel. O taxis eram de cor amarela queimado, o carro dele eu não sabia o nome, mas eu achava bem charmoso e bem cuidado. Entramos no carro e saímos pela cidade.

— Então — Começou Bernhad a dizer — Tem alguma preferência ou algum local que queira ir primeiro?

— Não, me mostre os melhores locais da cidade — Pedi sorrindo.

— OK! — Disse e então começamos a rodar pela cidade. Depois de uns minutos ele estacionou o carro em um estacionamento e se virou para mim. — Espero que goste de aquários.

— Vamos em um aquário? — Perguntei animada.

— Na verdade já chegamos — Disse saindo do carro e abrindo a porta para mim.

Olhei para o enorme prédio cinza ao lado e levantei as sobrancelhas.

— O aquário AquaDom é o maior aquário cilíndrico do mundo.Ele fica no interior do hotel Radisson — Disse Bernhad para mim.

— Serio? — Perguntei surpresa, ele confirmou.

— Vem vamos entrar — Disse começando a andar. O segui, pagamos nossas entradas e a primeira coisa que vi foi um enorme aquário no centro, senti minha boca abrindo. — Essa nem é a parte legal.

Ele me levou até um elevador perto do aquário e entramos. Quando eu me dei conta eu estava dentro do aquário, vi aqueles milhares de peixes la dentro, era incrível. Bati foto nossas lá dentro. Depois disso fomos para o Altes Museum, o mais antigo museu de Berlim, com uma coleção dedicada a arte da antiguidade grega, romana e etrusca, distribuídas em dois andares. O andar principal, é dedicado a arte da Grécia antiga e no andar de cima, é dedicado às artes romana e etrusca.

Eu fiquei encantada com tudo, eu amava coisas históricas. Depois disso fomos comer alguma coisa, ele me levou ao Kurfürstendamm, que é uma das avenidas mais famosas de Berlim.

Passamos o resto do dia ali, comprei algumas coisas e depois Bernhad me deixou no hotel. Amanha continuaríamos o passeio. Tirei minhas roupas e coloquei no guarda-roupa, peguei a toalha e entrei no banheiro. Tomei um bom banho e vesti minhas roupas de dormir, deitei na cama e liguei a TV, e assisti um filme ate cair no sono.
Acordei de manhã cedo e fui me arrumar, Bernhad iria me pegar daqui a 20 minutos, vesti calça jeans preta, blusa de manga preta e vermelha, botas pretas, sobretudo preto e um cachecol vermelho. Coloquei minhas coisas na bolsa e esperei Bernhad chegar. Quando chegou, desci rapidamente e partimos para o passeio.

Primeiro fomos ao Tiergarten , depois passamos por bairros do qual podíamos ver as artes de rua em prédios. Era incrível, eu nunca tinha gostado tanto de uma cidade quanto aquela. Logo em seguida fomos para o Zoologischer Garten, que também era lindo. Almoçamos pelo zoológico mesmo e depois visitamos o aquário de lá. Quando saímos de era quase sete horas da noite.

— Quer ir em mais um lugar? — Perguntou Bernhad dando um sorriso para mim.

— O que você está aprontando agora? — Perguntei dando um sorriso.

— Você vai ver — Disse e deu partida no carro. Demoramos para chegar aonde quer que ele me levaria, até que ele estacionou o carro em frente a um prédio com aparência antiga, porem bonita — Chegamos.

— Ok, mas onde? — Falei descendo do carro.

— Apenas me siga — Falou começando a atravessar a rua, o segui em direção á uma fila. Ficamos esperando na fila por alguns minutos e finalmente conseguimos comprar nossos Tickets. Bernhad entrou na frente e eu o segui. De repente ele parou, me fazendo bater de cara nas suas costas. — Seja bem vinda Staatsoper, onde operas famosas acontecem! Olhei boquiaberta para aquele local e dei um leve tapa no braço de Bernhad.

— Essa foi boa — Falei sorrindo. Procuramos um lugar para sentar e esperamos a opera começar. Vários minutos depois a opera começou, tenho que dizer que não gosto muito de opera, mas aquilo tinha sido alucinante. Bernhad estava tão encantado quanto eu com a opera, acho que era a primeira vez que ele via aquele grupo ou fazia muito tempo que ele não vinha. Eu fiquei feliz por ele estar gostando de andar comigo, seria muito chato conhecer todos esses lugares sem uma companhia. Quando a apresentação acabou, ele se virou para mim e vi lagrimas em seus olhos, fiquei sem reação por segundos, ele enxugou suas lagrimas e me deu um enorme sorriso.

— Fazia tempos que não ouvia opera — Disse me dando um tapinha no ombro, senti um alivio por não ser nada grave ou triste.

— Eu nunca tinha assistido uma — Falei dando de ombros.

— Mas gostou?

— Amei — Respondi com um enorme sorriso.

— Que bom! — Falou, olhou em volta e apontou para a saída. — Precisamos ir, já está tarde.

E de fato estava, cheguei no hotel era 2 horas da manhã. Só tirei minha roupa e deitei na cama, estava exausta. Amanhã seria o terceiro dia que eu estava em Berlim, nem meus pais nem Yoi tinham me enviado o endereço de Amanda, estava ficando preocupada. Cobri-me com o lençol e dormi.
Escutei meu celular vibrando e abri meus olhos, olhei para a tela piscando e vi que Bernhad estava me ligando.

— Alô — Falei, minha voz estava rouca de sono.

— Bom dia Charlie! Ainda estava dormindo, né? — Falou rindo

— Aham — Sentei na cama e bochechei. — Bom dia Bernhad.

— Se arrume para irmos terminar nosso tour! — Falou do outro lado da linha.

— Tá — Respondi me levantando, esfreguei meus olhos. — Me dê 20 minutinhos.

— OK.

Desliguei o telefone e joguei-o na cama, entrei no banheiro, tirei minhas roupas e abri o chuveiro, esperei a água esquentar e tomei meu banho. Lavei meus cabelos com Shampoo e condicionador, sequei-os, escovei os dentes e sai do banheiro. Fui até a minha mala e tirei de lá roupas limpas. Uma calça jeans, botas pretas, calcinha e sutiã pretos, uma blusa branca e uma camisa listrada vermelha com preto e branco, um gorro e um cachecol cinzas. Coloquei tudo que precisava dentro da bolsa e sai do quarto.
Peguei o elevador e fui para o Hall, vi Bernhad sentado no sofá mexendo no celular, levantou a cabeça quando me aproximei e sorriu.

— Foi mais rápido do que eu pensei — Disse sorrindo.

— Humm — Dei de ombros.

— Vamos, vou te levar para tomar café.

Tomamos café em uma cafeteria próxima ao hotel, depois iniciamos o nosso passeio. O primeiro ponto do dia era o Potsdamer Platz, onde visitamos lojas, restaurantes, vimos um filme, próximo ao Platz vimos pedaços do muro de Berlim e a calçada da fama dos alemãs. Visitamos o Palácio de Charlottenburg e os seus lindo jardins, passamos pelo Bunker de Hitler, depois fomos ao Madame Tussauds (Museu de Cera), lá vimos o casal Angelina Jolie e Brad Pitt, Michael Jackson, Elvis, Beatles, Barac Obama e vários outros famosos.

No final da tarde paramos no Hackescher Markt, comprei varias bugigangas e roupas por lá. Me aproximei de uma lojinha que tinha uma boina branca com bolinhas pretas e entrei, Bernhad entrou logo atrás de mim. Senti meu celular vibrar e o tirei do bolso da calça. Era uma mensagem do meu pai, abri a mensagem e vi um endereço escrito. Engoli em seco e respirei fundo.

— Eu vou levar a boina e embrulha para presente, Por favor — Falei a moça que tinha se aproximado de mim, ela fez o que eu pedi, paguei no caixa enquanto ela embalava. Olhei em volta e achei Bernhad olhando umas camisas, acenei para ele se aproximar e felizmente ele viu.

— Aqui moça — Disse a atendente me entregando uma sacola com o presente.

— Obrigada — Agradeci, guardei o cartão na minha bolsa e me aproximei de Bernhad, que estava vindo em minha direção. Ele me olhou de um jeito diferente e eu engoli em seco, peguei meu celular e mostrei a mensagem. — Preciso que me leve nesse endereço, urgente.

— É pra já — Disse e saiu na minha frente, segui-o até o carro e sentei no banco de trás, coloquei a sacola do meu lado. Bernhad deu partida no carro e começamos a nos movimentar. Eu estava suando frio, respirei fundo varias vezes e abri a minha bolsa, olhei a caixinha prateada e a abri, vi o colar e tremi.

— Chegamos — Disse Bernhad, olhei para ele assustada. Tínhamos chegado muito rápido ou era eu que estava tão nervosa a ponto de não perceber o tempo passando? Olhei para fora do carro e vi um prédio enorme de cor preta e branca, na frente havia um jardim e um banco de mármore. — Charlie?

— Hã, Oi — Falei olhando para ele.

— Está tudo bem? — Perguntou me encarando cuidadosamente.

— Sim, está sim — Respondi e engoli em seco. — Bernhad, meu amigo, por hoje é só, vou ficar por aqui um tempo.

— Tem certeza? Você parece que não está se sentindo bem.

— Não, eu estou bem, não se preocupe — Falei dando um tapinha levemente no seu ombro, peguei a sacola de presente e desci do carro, fui até a janela e olhei para Bernhad. — Eu ligo se precisar de carona.

— Certo, se cuide então — Disse ele, dando partida no carro, percebi que ele estava preocupado, mas resolvi ignora-lo, isso não o envolvia. Vi o seu carro partindo e me virei para o prédio.
Caminhei em direção à entrada e abri a porta com insulfilm, um hall enorme apareceu no meu campo de visão, o piso era todo de porcelanato preto, vi uma balcão de mármore preto e logo atrás dele tinha um segurança. Ele olhou para mim e fechou a cara. Respirei fundo e me aproximei dele.

— Boa noite — Comecei a falar, já passava das 6 horas da noite. — O senhor Albert Schmidt mora aqui, não é?

O segurança me olhou bem, como se desconfiasse de mim e deu uma confirmada com a cabeça.

— Você pode me dizer em que apartamento ele mora? — Perguntei.

— Não posso dá informação sem autorização, sem dizer que o Dr. Schmidt esta no trabalho agora — Falou ele me encarando com cara de mau.

— Na verdade, eu preciso falar é com a filha dele — Falei.

— Espere um momento — Disse e discou em um telefone, esperou por uns dois minutos e desligou. — Ninguém atende ao telefone.

Droga!

— Posso esperar aqui então? — Perguntei, implorando com os olhos para ele não me expulsar de lá. Ele concordou com a cabeça e fui em direção ao sofá que tinha em um canto. Não faço a mínima ideia de quanto tempo esperei lá, só sei que quando olhei para o lado havia um casal ao meu lado me observando. Olhei para o balcão e não vi o segurança lá.

— Você tem cara que tá esperando aqui faz um tempão — Disse o Rapaz de cabelos castanhos, olhos verdes e pele dourada, estava segurando a mão da garota ao seu lado. Olhei no relógio e era 8 horas da noite.

— Isso é verdade — respondi dando um balançar de ombros cansados.

— Está esperando por alguém? — Perguntou a garota que estava com ele. Ela tinha olhos castanhos e cabelos loiros.

— Sim, mais ou menos — Fiquei em pé com frustração. — Sei lá! O idiota do segurança não quer dizer onde o Schmidt mora!

— Ah, então você procura o professor Schmidt? — Disse o rapaz me dando um olhar de reprovação.

— Eu quero saber porque diabos o povo fica me olhando desse jeito quando falo o nome dele, eu sei que ele é professor e tals — Minha paciência estava no limite.

— Calma, garota — Disse a outra para mim. Deu um sorriso tranquilo e eu a encarei. — O professor tem muitas fãs por ai.

— Entendi, mas eu lá tenho cara que estou na universidade? — Perguntei apontando para mim.

— Não — Disse o rapaz.

— Então não tem motivo para me olhar com reprovação! — Falei, respirei fundo e me sentei no sofá, coloquei minha mão na cabeça e me forcei a ficar calma. Eu estava nervosa por estar tão perto de Amanda, mas ao mesmo tempo distante e principalmente porque eu não tinha ideia do que falar quando eu a visse. — Me desculpe gente, eu não estou me sentindo bem, estou cansada, faminta e nervosa.

— Tudo bem — Disse a garota colocando a mão no meu ombro.

— Na verdade, eu preciso ir até o apartamento do professor, para falar com a filha dele e não com ele.

— Ah — Disse o rapaz, vi o olhando em volta e deu um sorriso para mim. – Venha conosco, nos sabemos onde ele mora.

— Serio? — Perguntei me levantando.

— Moramos no mesmo andar — Disse a garota sorrindo, os dois andaram rapidamente para o elevador e eu os segui, entramos e a porta se fechou. — Você é amiga da filha do professor?

— Sim — Respondi. Na verdade mais do que amigas.

— Falando nisso, qual é o seu nome? — Perguntou o rapaz para mim.

— Charlie — Falei dando um sorriso.

— Charlie, Hein? — A garota deu uma cutucada com o cotovelo no rapaz, ele deu um sorriso de que tinha entendido e os dois olharam para mim. — Meu nome é Ricarda e esse é o meu noivo Anselm.

— Prazer em conhecê-los Anselm e Ricarda — Estendi minha mão para eles e eles me cumprimentaram.

— Prazer é nosso — Disse Anselm. O elevador estava no 4º andar agora. Ficamos em silencio até o momento que o elevador parou no 7º andar e os dois saíram na minha frente. Pararam na frente de uma porta marrom escura com o numero 64 nela. — Bem, o apartamento do professor e este da frente, o 65.

— Ah vocês são vizinhos — Falei dando um sorriso.

— Aham — Concordou Ricarda. Os dois se entreolharam sérios — Olha, se você precisar de qualquer coisa.

— Ou se alguma coisa acontecer — Completou Anselm olhando para mim. — Não hesite em bater em nossa porta.

— Tudo bem — Falei, eu fiquei em duvida sobre eles, não sabia se eles estavam sendo gentis ou se eles sabiam de alguma coisa que não poderiam me contar. — Vou sim. Muito obrigada por me trazerem junto com vocês.

— Não tem de quê e tenha uma boa noite — Disseram os dois juntos, os vi destrancando a porta e entrando logo em seguida. Fui para a porta 65 e parei a sua frente, respirei fundo varias e varias vezes, minhas mãos estavam suando e tremendo. Juntei minha coragem e bati na porta. Não ouvi nada por alguns minutos, olhei para o olho mágico na porta e vi olhos tão azuis quanto o céu me observando, senti meu coração parar de bater. Escutei a porta se destrancando e então ela abriu.

Amanda estava me encarando boquiaberta, estava vestindo um par de jeans e uma camisa de frio azul escura, seus cabelos estavam bagunçados e caindo sobre os seus ombros. Os seus olhos estavam, estavam lindos. Senti toda a minha coragem e força indo embora, e eu fiz a única coisa que eu mais estava querendo no mundo. Coloquei minha mão em volta do seu pescoço e trouxe o seu corpo contra o meu. Amanda ficou parada, a abracei com força, sentir ela tão perto de mim, sentir o seu cheiro, sua pele, era tão bom, não havia nada comparado a isso. Lagrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, pus minha cabeça sobre o seu ombro e comecei a chorar.

— Por favor. Por favor, perdoe-me — Comecei a dizer e segurei sua blusa. — Por todas as merdas que eu fiz. Por tudo. Eu não... sou nada sem você — Levantei meu olhar para ela e a vi me observando com atenção. Senti meu coração quebrar e chorei mais ainda. — Sei que fiz merda... muitas na verdade. Que destruí seu coração e que a magoei, sei que fiz mal pra você. Mas por favor, eu só quero que você... me... perdoe... por tudo.

Amanda me olhou nos olhos e fez o que eu não esperava, quando me dei conta estava encostada na parede com a mão no rosto. Olhei para ela sem o que dizer, eu já não tinha o que dizer antes, imagina agora que levei um tapa na cara. Ela não me perdoaria, nem agora nem nunca. Acabou. Definitivamente acabou. Cai de joelhos no chão e coloquei as mãos sobre o rosto. Lágrimas e mais lágrimas corriam pelo meu rosto, eu estava me sentindo uma inútil e babaca ali. Principalmente pelo fato de ter sido muito babaca ao ponto de pensar que ela voltaria para mim depois de tudo o que aconteceu. Depois de tudo que a fiz sentir.

Vi um borrão aparecer na minha frente e percebi que era Amanda que tinha se ajoelhado para ficar na minha altura. Não consegui olhar em seus olhos, talvez nunca conseguisse de novo. Ela tocou meu rosto com as suas mãos.

— Sabe Charlie, depois de tudo o que você já me fez sofrer, eu passei a pensar melhor nas minhas escolhas. No inicio, eu te admirava com todas as minhas forças, te amava com todas as minhas forças, mas você destruiu isso. Sua família destruiu isso. Talvez seja esse o fato que eu não posso perdoar você, não tão facilmente — Amanda não hesitou em nenhum momento enquanto falava, o que fazia meu corpo doer cada vez mais. Talvez ela esteja certa e eu não mereça o seu perdão. Eu preferiria que ela tivesse batido a porta na minha cara e me deixado chorando no corredor, era melhor do que ouvir suas palavras cortantes.

— Mas sabe, mesmo tendo essa vontade enorme de fazer você pagar na mesma moeda, de fazer você sofrer como eu sofri, por ter feito me apaixonar e me preocupar com você. Eu simplesmente não posso ignorar o fato de você está aqui na minha porta, chorando que nem uma criança após deixar o seu pirulito cair no chão — Ela segurou meu rosto com as suas mãos e eu desviei o olhar. — Olhe para mim!

Fiz o que ela mandou e olhei para os seus olhos que estavam uma mistura de cinza e azul. Senti meu corpo tremer e engoli em seco, pude escutar meu coração martelando sobre o meu peito.

— E é por isso que eu te perdoo — Senti o ar sair de mim quando ela disse isso, a encarei surpresa e ela continuou a falar. — A perdoo porque hoje vi nitidamente quem você é. Uma lutadora. Uma lutadora que mesmo sabendo que pode apanhar e perder tudo que tem, continua a tentar a coisa que mais lhe parece certa. E essa foi uma das primeiras coisas que me fez gostar de você — Ela me olhou nos olhos, vi uma lágrima cair de seus olhos e um sorriso triste aparecer em seu rosto. — E é por essa personalidade tão incrível que você tem, que me faz querer sempre a ter ao meu lado. Isso é o que me... faz te AMAR.

Seus lábios pressionaram contra os meus, fiquei segundos tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Ela me amava, ainda me amava. Eu só precisava disso, só precisava que ela continuasse me amando. Envolvi meus braços em volta do seu pescoço e a beijei calmamente. Nosso beijo nada mais foi do que o compartilhamento do que sentíamos, a dor por tudo que passamos e o amor que sentíamos profundamente uma pela outra.

— Eu te amo também — Sussurrei entre o beijo. — Sempre vou te amar.

Amanda me abraçou e me colocou de pé, a envolvi em meus braços e a beijei rapidamente. Quando sentimos que precisávamos de fôlego nos afastamos por alguns segundos, e nesses segundos eu peguei minhas coisas que estavam no chão no corredor e entrei, enquanto que Amanda fechava a porta. Mal tinha colocado as coisas no chão quando ela pulou em cima de mim. As coisas caíram no chão e eu a abracei, beijei-a, nos duas estávamos sedentas uma pela outra.

— Seu quarto? — Perguntei, ela me puxou rapidamente pelo corredor e me beijou, fez uma trilha de beijos até o meu pescoço e eu sorri. Abriu uma porta ao nosso lado e eu a empurrei para dentro, dei uma rápida olhada no seu quarto e consegui ver uma cama de solteiro grande, uma mesa que não tinha nada, uma estante cheia de livros e um notebook, uma porta no canto e um espelho na parede. — Bonito.

— Você achou? — Perguntou olhando para o quarto.

— Aham — Respondi e a puxei contra mim, tirei a sua blusa rapidamente e beijei seus lábios, seus doces lábios, nossas línguas se encontraram e eu sorri. Ela tirou minha camisa vermelha e a minha blusa branca. Pressionei-a contra a parede e tracei uma linha de beijos até o seu peito, senti sua pele se arrepiar e sorri. Ela cruzou suas pernas na minha cintura e eu a levei até a mesa.

— Dessa vez não vai ter nada para cair no chão — Disse ela sorrindo. Eu confirmei com a cabeça e beijei seus lábios ferozmente. Eu estava sedenta, Amanda era a água que me mantinha viva no deserto e eu precisava que ela matasse a minha sede. Suas mãos tocaram minhas costas e eu me arrepiei. Ela percebeu e deu um sorriso, tomei o seu sorriso para mim e puxei seu corpo para mais junto ao meu.

Suas unhas roçaram com força nas minhas costas e eu tremi de prazer. Beijei seus ombros e seu peito, enquanto que minhas mãos massageavam suas coxas. As mãos dela desceram das minhas costas para minha bunda, sorri quando senti o seu toque. Viramos-nos na mesa e ela ficou na minha frente. Beijou-me lentamente, nossas línguas se cruzaram, sua mão tocou minha cicatriz na barriga eu mordi o seu lábio. Ela abriu o botão da minha calça e o zíper, olhei para ela a desejando e ela me deu um sorriso safado.

Ela me jogou na cama de costas e eu a observei fazendo um stripper, tirou sua calça jeans bem lentamente e pude ver as curvas perfeitas de seu corpo, senti um sorriso surgir no meu rosto, ela ficou só de calcinha e sutiã sobre mim, pressionou seu corpo contra o meu, seus lábios tocaram minha barriga e eu gemi. Virei- a na cama e a pus embaixo de mim.

— Eu prefiro assim — Falei sorrindo enquanto a via sorrindo para mim daquele jeito lindo. Ela sentou e puxou a ponta do meu cachecol que por incrível que pareça ainda estava com ele.

— Você fica sexy assim — Disse e então me beijou lentamente. O Beijo foi se intensificando cada vez mais e eu decidi que estava na hora de tê-la toda pra mim. Puxei sua cabeça para trás e ela sorriu. Percorri sua garganta com a minha língua, mordisquei sua orelha e desci para os seus ombros, percorri seu sutiã com minhas mãos e o abri. Joguei-o em algum lugar do quarto e beijei seu seio esquerdo lentamente. Amanda deitou na cama e me deixou trabalhar.

Mordi o bico dos seus peitos devagarzinho e escutei ela gemer. Massageei-os lentamente e desci lambi o suor que tinha na sua barriga. Amanda tremia cada vez mais, toquei na sua calcinha e senti que estava molhada. Tracei uma linha lentamente desde o seu umbigo ate a virilha. Tirei sua calcinha lentamente e a vi ficando vermelha. Sorri e beijei seus lábios, fiz o mesmo percurso novamente, a torturando e finalmente cheguei onde queria. Amanda se contorceu de prazer quando eu toquei seu sexo com a minha língua. Senti seu corpo se arrepiar e tremer ao mesmo tempo, aumentei a minha velocidade e os gemidos ficaram mais altos. Quando vi que ela não iria mais aguentar parei e beijei o seu pescoço.

— Por que.... você..... parou...? — Perguntou sem fôlego agarrando meu cabelo.

— Não tem graça só você ter o orgasmo — Respondi sorrindo, Amanda me fez ficar de joelhos na cama e tirou o resto de roupa que me faltava. Ficamos nuas, coloquei- a no meu colo e ela começou a me beijar. Lambeu minha orelha me fazendo tremer, depois meu pescoço, massageou meus seios lentamente e mordeu o bico, senti meu corpo desejar por Amanda cada vez mais, seu toque era tão bom. Não consegui segurar um gemido quando ela beijou minha cicatriz na barriga.

Ela foi bem mais rápida do que eu, beijou minha virilha e foi adiante. O prazer foi tanto que eu gemi em alto e bom tom, meu corpo todo tremeu e se arrepiou, Amanda segurou minhas pernas para não me mexer e ficou me torturando lá por um bom tempo, eu não estava mais aguentando segurar e a puxei para cima. Beijei seus lábios, seu pescoço, toquei seu sexo com uma das minhas mãos enquanto a outra apertava seu seio. Pressionei seu corpo nu contra o meu e tivemos um orgasmo duplo. Amanda relaxou seu corpo sobre mim e ficamos deitadas respirando fundo.

Estávamos exaustas e suadas. Coloquei meus braços em volta da sua cintura e fechei meus olhos. Senti sua respiração tocando meu pescoço e sorri.

— O que foi? — Perguntou ela levantando o rosto e me olhando. Observei os seus lindos olhos azuis que estavam brilhando, seus lábios vermelhos e o seu incrível corpo nu sobre o meu.

— Você é linda demais — Falei tocando o seu queixo. — Eu te amo muito. E fico feliz por você ter me perdoado.

— E eu fico feliz por ter vindo até aqui me pedir perdão — Disse sorrindo e me dando um beijo lentamente. — Eu também te amo, minha cavaleira.

— Cavaleira é? — Sorri me sentando — Isso te faz a minha princesa, então?

— Se você diz que sim — Ela me deu um sorriso lindo. Beijei sua testa gentilmente e a abracei. — Charlie.

— Hum?

— Você tá com fome? — Perguntou ela me dando um olhar já sabendo a resposta.

— Pensei que nunca ia perguntar — Respondi sorrindo. — Faz horas que eu comi alguma coisa.

— Certo — Disse ela se levantando, pegou duas camisas longas, uma azul claro e outra branca, jogou a branca pra mim e a outra vestiu, cobrindo totalmente o seu corpo. — Vem, vamos a cozinha preparar alguma coisa para comer.

Amanda me surpreendeu em quão bem ela sabia cozinha comida alemã, pela primeira vez desde que tinha chegado em Berlim, eu tinha realmente gostado de algo. Eu estava faminta, Amanda me observava mais do que comia, algo que eu achei fofo.

— Não está com tanta fome? — Perguntei olhando para o seu rostinho fofo.

— Não muita — Respondeu sorrindo.

— Acho melhor você comer mais — falei.

— Por quê? — Perguntou sem entender.

— Por que a noite pode ser longa — Comentei dando um olhar safado para ela e ela tacou um pedaço de carne em mim.

— Palhaça — Disse com um sorriso bobo.

— Seu pai chega que horas?

— Por volta das 1 hora — Respondeu voltando a comer. Vi um olhar meio triste aparecer no seu rosto e fiquei preocupada. Fiquei de pé atrás dela.

— Há algo de errado? — Beijei o topo da sua cabeça.

— Na verdade não.

— Então porque esse olhar triste? — Perguntei, ela ficou quieta por um bom tempo, soltei um suspiro e me afastei. Talvez ela ainda não estivesse pronta para me contar ou ainda não confiasse em mim tanto quanto antes. Fui até a entrada do apartamento e peguei minhas coisas. — Termine de comer aí que já volto.

Arrumei nossas roupas rapidamente, peguei a caixinha prateada da minha bolsa e o presente que tinha comprado de tarde e fui até a cozinha. Amanda olhou para as duas coisas que estavam na minha mão e vi seu olhar mudar de um meio triste para um surpreso.

— Você? — Disse pegando a caixinha prateada da minha mão e abrindo. Peguei o colar de dentro e me coloquei atrás dela, afastei seus cabelos e coloquei o colar em seu pescoço. Beijei seu ombro cariosamente e falei.

— Nunca mais o retire, ok?

— Ok — Respondeu-me olhando nos olhos. Olhou para o presente embalado.

— É seu, comprei agora de tarde — Falei colocando o presente em suas mãos. Ela o abriu e a vi ficar toda boba quando colocou a boina na cabeça. Tinha ficado perfeito nela. — Perfeito.

— Ah para — Vi seu rosto corar e eu sorri. — Você tem que parar de me dar presentes assim.

— Por quê? Eu gosto.

— Mas eu nunca comprei algo para você — Disse sem graça, toquei seu rosto com a minha mão e olhei dentro dos seus olhos, aquela imensidão azul.

— O maior presente que já ganhei foi ter conhecido você — Falei corando. O rosto dela ficou vermelho e eu não me contive em sorrir, me deu um tapa no braço. — Ai!

— Chata!

— Nem sou — Falei sorrindo, peguei meu celular e coloquei na câmera. Fiquei atrás dela e coloquei a câmera na nossa frente. — Vamos bater uma foto.

A foto ficou ótima, linda na verdade, o celular conseguiu capturar a alegria real de nos duas. Mandei a foto para Yoi logo em seguida. Puxei Amanda pela mão e voltamos para o quarto. Sentamos na cama e começamos a conversar.

— Como está as suas aulas? — Perguntou segurando a minha mão.

— Estão indo — Apertei sua mão e suspirei. — As meninas estão sentindo saudades de você, na verdade todos.

— Humm — Amanda olhou para nossas mãos.

— E como é a sua escola? — Perguntei olhando para nossas mãos.

— É legal, mas eu prefiro a antiga.

— Entendo — Amanda estava com uma expressão triste no rosto, trouxe sua mão para os meus lábios, ela olhou para mim e eu sorri. — Mas você pode voltar para lá.

— Como? — Perguntou me encarando e ela abriu a boca. — Espera como que você conseguiu me achar? E como veio para Berlim? Seus pais sabem?

— Uma pergunta de cada vez — Sorri para ela e encostei minhas costas na parede. — Meus pais nos aceitaram juntas — Os olhos dela se dilataram e eu continuei. — Eles nãos gostam muito do fato de sermos lésbicas, mas perceberam que fomos feita uma para outra e que deveríamos ficar juntas.

— Serio? Minha mãe também?

— Se levar em conta que foi dela que meus pais conseguiram o endereço daqui, sim — Falei sorrindo. — Meus pais pediram desculpas por tudo e compraram passagens de ida e volta para cá.

— Ainda não acredito nisso — Olhei para o seu rosto e vi que ela realmente não acreditava e sorri.

— Pode acreditar — Me inclinei e beijei sua testa.

— Então, está tudo bem em ficarmos juntas? — Perguntou me olhando nos olhos, dei um enorme sorriso para ela e sai da cama.

— Sim — Respondi.

— Então você não veio até aqui só para me pedir perdão?

— Não — abaixei-me e segurei suas duas mãos. — Eu vim aqui para levar você de volta para casa, para sua mãe, para suas amigas e principalmente te levar de volta para mim — Amanda me encarou, seus olhos azuis eram tão lindos, eu os amava. Apertei suas mãos e respirei fundo. — Você quer ser a minha namorada novamente?

Amanda ficou em silencio, vi uma mistura de emoções se passarem pelo seu rosto e meu coração começou a martelar no meu peito.

— Eu prometo que nada vai nem ninguém vai nos separar de novo — Toquei seu rosto com a minha mão e vi uma lágrima caindo de seus olhos. Parei de respirar, eu odiava a ver chorando, aquilo me destruía por dentro.

— Quero sim, quero sim — Disse e a puxei para um beijo suave. Envolvi-a em meus braços, não iria perde-la novamente. Ficamos abraçadas por um tempo até que ela se afastou com um sorriso lindo nos lábios.

— Que foi? — Perguntei sorrindo também.

— Você é romântica quando quer — Disse, senti meu rosto corar e olhei para a parede ao seu lado, ela me puxou de volta, me fazendo olhar nos seus olhos, beijou minha testa e fechei meus olhos. — Charlie?

— Hum.

— Tem um probleminha — Afastei-me e a encarei sem entender. — Meu pai.

— Que tem o seu pai?

— Minha mãe tem que conversar com ele — Disse, percebi que ela estava escondendo alguma coisa de mim. A observei e suspirei.

— Por que sinto que está escondendo algo? — Falei sem pensar, Amanda me encarou seria e se levantou da cama. Caminhou com passos largos em direção a porta do canto do quarto e a abriu.

— Vou tomar um banho — E fechou a porta logo em seguida. Fiquei olhando sem reação para a porta, não entendi o que tinha acontecido, será que ela tinha brigado com o seu pai?

— Ah sim fica difícil — Sussurrei e me deitei de costas na cama. Amanda demorou uns 10 minutos para sair do banheiro, vestia a mesma camiseta e uma calcinha branca, os cabelos estavam levemente molhados, parou na minha frente e jogou uma toalha em cima de mim. Levantei da cama devagar, olhei para Amanda de canto e entrei no banheiro. O banheiro estava quente, o vidro e os espelhos estavam embaçados. Estendi a toalha e tirei a minha camisa. Abri o chuveiro e entrei debaixo d’água, senti meu corpo se aquecendo e fechei meus olhos. Será que eu tinha falado alguma coisa errada para ela? Peguei o sabonete e passei pelo meu corpo. Suspirei profundamente e deixei a água me envolver, peguei a toalha e me enxuguei, sequei meus cabelos e vesti minha roupa. Calcinha e a camisa, abri a porta do banheiro e vi Amanda deitada na cama de costas para mim.

Estendi a toalha na cadeira e me sentei na beira da cama. Olhei para ela e balancei a cabeça levemente, levantei o cobertor e deitei ao seu lado, coloquei meu braço em sua volta e a trouxe para mim, encaixei meu rosto no seu pescoço e aspirei o cheiro do seu Shampoo. Amanda ficou quieta em meus braços e eu beijei o seu pescoço suavemente.

— Você pode contar comigo pro que der e vier, se algo aconteceu e você não quer me dizer, eu vou esperar até está pronta para me contar — Sussurrei em seu ouvido. Ela respirou fundo e segurou a minha mão. Depois disso não fizemos mais nada, dormi aconchegada em seu ombro.

Acordei com alguém batendo na porta fortemente, me levantei da cama com um pulo, olhei para o lado e vi Amanda de costas para a porta como se a estivesse se segurando.

— Se arrume! — Falou para mim.

—Abra essa porta sua maldita! — Ouvi uma voz masculina do outro lado da porta, olhei assustada para Amanda, peguei minhas calça jeans e minha camisa e troquei de roupa rapidamente.

— Que diabos está acontecendo aqui? — Perguntei me aproximando de Amanda.

— Meu pai.

— Abra essa porta Amanda! — Gritou o pai dela dando um chute na porta. — Quem está ai com você?!

— O que aconteceu? — Perguntei segurando a porta junto com ela, olhei para o seu rosto que estava completamente assustado, foi então que eu vi que estava com um hematoma vermelho. Senti meu corpo pesar e toquei seu rosto, olhei nos seus olhos assustados e senti uma raiva me tomando. — Ele bateu em você?

— Não! — Disse ela, vi lágrimas começando a cair de seus olhos. — Não que ele quisesse. Ele tem transtorno de múltiplas personalidades.

— Abra essa porta sua pequena puta! — Gritou e eu senti um chute na porta. Aquela porta não iria aguentar por muito tempo.

— O remédio dele acabou faz uns dias e está em falta na cidade — Falou ela rapidamente.

— E você só me fala isso agora?! — Gritei com raiva. Ela se encolheu e eu me arrependi na mesma hora. — Desculpa, mas por que ele te bateu?

— Ele acha que eu fui a culpada pela a separação dele com a minha mãe — Amanda estava em pânico ao meu lado. Engoli em seco e toquei seu rosto, ela olhou para mim assustada.

— Se acalme — Falei. A vi respirando fundo varias vezes. Foi então que a merda bateu no ventilador. A porta quebrou, nos duas fomos lançadas contra o chão, olhei para trás e vi o pai dela, Albert, ele era alto, tinha os olhos cinzas e cabelos pretos, seu rosto estava em fúria. Nunca tinha visto alguém tão furioso como ele. E olha que os motivos dele não eram nem tão ruins. Ele entrou no quarto, usava uma calça jeans surrada e uma camisa de botão preta sem os dois primeiros botões, de forma que se via o seu peitoral. Pegou Amanda do chão como se fosse uma criança e a jogou contra a parede. Ela ficou parada, o pai dela se aproximou dela e eu me levantei. Não iria deixa-lo tocar mais um dedo nela. Não me importava se ele tinha problema mentais ou se ele era o pai dela. Dei um chute no seu joelho e ele cai no chão. Acho que foi a primeira vez que ele me notou ali.

— Não toque nela — Falei ameaçadoramente, ele se levantou lentamente.

— Quem diabos você pensa que é? — Gritou.

— A namorada da sua filha! — Gritei de volta, respirei fundo e senti minha mão tremendo. — Não pense em tocar em mais um fio de cabelo dela!

— Ah é? — Ele se virou rapidamente e deu um chute na barriga de Amanda, Um grito agudo ecoou pelo quarto, senti meu corpo tremer de puro ódio e corri para cima dele.

Nos caímos sobre a mesa, ele ficou embaixo de mim, fechei minhas mãos em punhos e soquei o seu rosto repetidamente. Ele segurou um dos meus pulsos e com a mão livre me deu um soco certeiro, sentir meus lábios se partirem e cai de costa no chão. Ele se sentou em cima de mim, sua mão me bateu no rosto com força, minha visão escureceu por alguns milésimos e tentei sair debaixo dele. Puxei o seu braço com força para o lado e consegui me livrar do seu peso.

Olhei para o lado onde Amanda estava começando a se sentar. E levei um chute nas costas, cai de cara sobre os pedaços da mesa. Ele me pegou pelo braço e me jogou contra a parede. O ar escapou do meu corpo por alguns segundos, suas mãos envolveram o meu pescoço com força, tentei afastar as suas mãos. Ele tinha muito mais força do que eu.

— Sua vadia, vou matar você primeiro — Sua voz soou medonhamente assustadora, eu sabia que ele iria me matar se não fizesse nada. Olhei para Amanda que tinha ficado de pé.

— Chame os vizinhos da frente! — Gritei, Amanda saiu do quarto em disparada.

— Mas não vai mesmo! — Disse o pai dela soltando o meu pescoço, juntei minhas forças e dei um chute no seu peito, ele cambaleou para trás e bateu contra o guarda-roupa, levantei do chão e sai correndo do quarto. Entrei no corredor, passei pela cozinha e entrei na sala. Senti uma mão segurando o meu ombro e a próxima coisa que eu senti foi minhas costas batendo com força sobre a mesa de madeira da sala. Ela se despedaçou abaixo de mim, forcei meu corpo a se levantar e meu corpo ruiu quando fiquei de joelhos. Olhei para trás e vi Amanda batendo na porta do apartamento 64.

— Sua vadia — Albert puxou a sua filha para dentro de casa, Amanda bateu contra a parede e eu me levantei rapidamente. Fui para cima dele e dei dois socos na altura no peito, chutei o seu joelho com força, ele caiu no chão, quando fui girar para chutar o seu rosto, ele me jogou contra o chão e meu campo de visão começou a escurecer.

— Mas que diabos está... — Anselm olhou de mim para Amanda no chão quando abriu a porta, sua afeição ficou furiosa e a ultima coisa que eu vi, foi o punho de Anselm acertar em cheio o rosto de Albert.


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Notas finais do capítulo

Então ??? hsuahsua. O que será que acontecerá com Charlie e Amanda? Será que Charlie vai estar pronta para o campeonato nacional? e Amanda voltará com Charlie para o Japão?? O pai de Amanda será preso ou internado?? Fique ligados no próximo capitulo de A Vida como ela é!!

Comentem hsauhsa. Bjus para todos.



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