Watch Me escrita por haru


Capítulo 4
O campo de mato


Notas iniciais do capítulo

Esse cap ficou meio dramatico, eu acho.
Mas essa história, mesmo sendo uma comédia romantica, possui certo drama também.
Eu gosto de drama, espero que nao se incomodem qqq

(ignorem o nome do cap, feio e coxo)



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Estava realmente desconfortável ter que dormir dividindo a cama com Suzuno. Ele simplesmente se recusava a sair, não importando o quanto eu tentasse incomoda-lo com cotoveladas e puxões. O maldito ainda havia feito questão de deitar para o lado da parede, onde ele poderia tentar me empurrar da cama com facilidade quando eu adormecesse.

– Você é muito espaçoso, sabia?

– Porque você não dorme no sofá então? - ele perguntava.

– Cara de pau! Essa cama é minha!


Foi a pior noite da minha vida.

O pior de tudo foi acordar com Suzuno me abraçando. Seu rosto estava tão perto do meu que eu.. bom, eu levei um susto e saltei para fora da cama, caindo e batendo a cabeça no chão.

Suzuno acordou com o barulho.

– Que diabos foi isso? - perguntou sonolento, se esticando para me ver.

Eu sentei no chão com as mãos na cabeça.

– Seu desgr...

De repente a prima de Osamu, minha suposta prima também, abre a porta.

– Haruya, o que foi isso? - perguntou ela preocupada.

Ela parecia um pouco com Osamu, então não posso dizer que era lá muito bonita.

– Ah, nada, eu só escorreguei.. e cai... - falei, ainda esfregando a cabeça.

Ela deu uma olhada pelo quarto, sem ver Suzuno, é claro.

– Não esqueça de arrumar a cama, estou indo trabalhar. O almoço esta na geladeira, só esquentar.

– O desalmado... quero dizer, Osamu, não vai estar?

– Não, ele saiu cedo para um treino, não disse quando ia voltar, então..

– Tudo bem.

Suzuno apenas sentou na cama olhando para a gente, ainda com sono, até que ela saiu.

– Suzuno, arrume a cama.

– Ah, não começa - ele salta da cama e caminha em direção a porta - vou usar a sua escova de dentes, ok?

– O QUE? CLARO QUE NÃO!

– Olha, não é como se eu estivesse LOUCO para usar a mesma escova que você e correr o risco de pegar milhares de germes.. mas caso você não se lembre, eu não "existo", e provavelmente minha escova também não.. quero dizer, ela não é minha, eu acho.. você entendeu.

– VOCÊ É INVISÍVEL, PORQUE VAI ESCOVAR OS DENTES?

– Porque eu não sou porco, oras.

Me levantei e fui até ele.

– Não faça isso.. é muito... urg.. vou ver se eu acho uma escova para você.

– Como?

– EU COMPRO UMA, OK? Tem um mercado ali na esquina.

Suzuno arregalou os olhos.

– Você.. vai? Sério?

– E eu tenho escolha?

Escovei meus dentes e corri para o mercado. Comprei a escova de dentes mais barata que encontrei, e nem olhei se era dura ou macia.

Cheguei e joguei ela em Suzuno, que havia tomado banho e vestido um par de roupas meus.

– O que é isso? - perguntei, ao vê-lo usando roupas minhas.

– O que? Eu tomo banho sempre que acordo, Nagumo, você devia começar a pensar em fazer isso também.

– MAS VOCÊ esta USANDO ROUPAS MINHAS.

– Até que não ficaram tão ruim, temos praticamente o mesmo tamanho.. é uma pena que você só tenha essas cores feias.

Bufei.

– TÁ, escova logo os malditos dentes e vamos.

Ele abriu a escova, a examinando.

– Onde vamos? - perguntou.

– Vamos fazer as pessoas acreditarem em você, é claro.

Eu já ia caminhando para a escada..

– Nagumo, obrigado.

Fingi não ter escutado, mas por alguma razão, senti uma queimação estranha em meu corpo ao escutar a voz de Suzuno Fuusuke tão suave, me agradecendo.

Eu nunca pensei que ele diria isso.


Uns 15 minutos depois, Suzuno desce.

– Finalmente - falei.

– Qual é o plano?

– Vamos tentar fazer eles se lembrarem de você.. um por um.. acho que é mais facil, né?

– Talvez, mas não acredito que vamos conseguir encontrar Hiroto e Midorikawa sem que estejam grudados um no outro.

Parei um pouco na porta.

– É verdade - falei - tanto faz, dois ou um..


Andamos até a casa de Hiroto. Que era muito mais próxima do que a de Midorikawa, até onde eu sabia.

Era estranho caminhar ao lado de Suzuno. Ficamos o tempo todo em silencio, e isso me incomodou um pouco. Mas o dia estava tão tranquilo, aparentemente, que eu me senti como se ele fosse um amigo, pela primeira vez.

Talvez passar um tempo com ele, coisa que eu geralmente evitava, estivesse fazendo com que eu me acostumasse com a companhia dele.

Toquei a campainha. Hiroto correu para atender.

– Haruya? O que faz aqui tão cedo? - ele perguntou.

Olhei para Suzuno pelo canto do olho. Ele parecia estar começando a se acostumar com o fato de ninguém notar sua existência.. se é que ele existia mesmo.

– Huh.... Midorikawa está com você?

– Ele ainda esta dormindo.

Santo deus, esse cara não tem casa não?

– Vá chama-lo, quero ir com vocês a um lugar.

Hiroto arregalou os olhos, mas obedeceu. Ele provavelmente foi tomado pela curiosidade, e isso fazia com que ele se tornasse obediente..eu acho.

Alguns minutos depois já era possivel ouvir eles descendo as escadas. Midorikawa vinha reclamando, mal humorado e emburrado.

– O que você esta aprontando agora? - perguntou, quando estávamos saindo.

– Porque esse mal humor logo cedo? Você se parece.... - olhei para Suzuno - bem, eu tenho um lugar para ir com vocês.

Hiroto era o único que realmente parecia animado. Suzuno estava sério, mas eu pude notar uma certa ansiedade nele.

– Onde? Um lugar novo? - perguntava Hiroto.

– Deve ser uma armadilha.. - falou Midorikawa.

– Parece que Midorikawa esta tentando fazer o seu trabalho aqui, picolé - cochichei para Suzuno, sem que os outros dois notassem.

– Ele é um bom aliado, ás vezes - respondeu Suzuno.

Andamos por um bom tempo, até passarmos por uma parte da cidade com menos movimento. Precisamos andar um pouco em uma estrada de mato, mas logo estávamos num campinho.

ERA para ser um campinho limpo, com duas traves e grama aparada. Porém, ele estava cheio de pedras, e a grama estava alta. Eu quase não o reconheci.

Parei e olhei em volta.

– É aqui? No meio desse mato? - perguntou Midorikawa.

– O que tem aqui? - Hiroto continuava curioso.

– Você esta planejando matar a gente e sumir com nossos corpos, Nagumo? - Midorikawa estava enfezado.

Nota mental: nunca acordar o garoto alface antes das 10 da manhã.

– Vocês podem não se lembrar, mas esse costumava ser um lugar especial, eu acho - falei, tentando parecer o mais sentimental possivel.

Eles olharam para mim intrigados.

– O que? Esse lugar? - perguntou Midorikawa, andando um pouco.

– Eu não me lembro disso - falou Hiroto.

Suzuno estava calando. Ele com certeza se lembrava.

– Nós tinhamos achado esse lugar, quando eramos crianças.

– Eu acho que você esta confundindo.. porque eu não me lembro disso.. - falou Hiroto. Ele me olhava com um ar preocupado.

– Estou falando sério. Vinhamos sempre aqui, cuidávamos desse lugar. Era irritante até.. eu pensava que eu não gostava muito.. mas agora - baixei a cabeça - acho que sinto falta..talvez?

Suzuno estava do meu lado. Ele praticamente imitava meus movimentos, baixando a cabeça. Naquele momento, eu sabia que tinha que trazer ele de volta. Todas nossas lembranças.


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Notas finais do capítulo

obrigado por ler u3u



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