Pretérito Imperfeito escrita por ValValdez, Livia Dias


Capítulo 6
Capítulo 5 - Disfarces


Notas iniciais do capítulo

Hey, desculpem a demora, mas a motivação pra continuar a fic está sendo um grande problema.. Por isso espero que leiam e comentem, se puderem. Beijos :)



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Percy POV


Não consegui dormir quando anoiteceu. Revirei-me na cama por horas, mas o sono chegou. Já era quase hora de levantar quando meus olhos pesaram. Se não fossem Thalia me acordando, teria perdido a aula.

Thalia, Nico e eu saimos depois de nos despedirmos de Luke, que dormiu lá em casa de novo..

Enquanto nos dirigimos para a faculdade um sentimento estranho me atormenta. Eu me sinto inseguro em relação ao que me procura. Cronos. Um cara maluco, um mafioso que quer me ver morto.

– Pare o carro, Thalia. - peço de repente, interrompendo a conversa dela e de Nico.

Thalia freia e me encara.

– O que houve? - pergunta, com as sobrancelhas arqueadas.

Minha mente trabalha a mil. Como posso ir para a faculdade com um louco atrás de mim?

– Ér...Thalia eu vou voltar para casa. - digo.

Thalia e Nico se entreolham e me encaram.

– Por que, Cabeça de Alga?

– Ah...Não estou me sentindo muito bem. - minto descaradamente.

– O que você está sentindo? - pergunta Thalia, preocupada.

Eu gostaria de poder responder "Medo", mas o que disse foi totalmente diferente.

– Dor de cabeça. Sabem, eu não dormi muito bem. - digo. Parte do que disse é verdade. Eu não dormi muito bem mesmo, mas acho que vocês já entenderam isso.


– Então eu te levo até em casa. - disse Thalia fazendo menção de religar o carro.


– NÃO! - grito, sobressaltando Thalia. - É que...você já está atrasada e a faculdade está próxima. Não faz sentido voltar. - sorrio amarelo.

Nico e Thalia me encaram.

– Ele tem razão. - Nico disse por fim. - Cronos não vai surgir do nada, Thalia. Não é, Percy?

– É. - o que Nico acabou de dizer não foi muito legal, mas concordei querendo parecer confiante (mesmo não estando tão confiante assim).

– Tudo bem, então. - Thalia suspirou. - Nos ligue quando chegar em casa.

– Pode deixar. - sorri enquanto tiro o cinto. - Nos vemos mais tarde.

Saio do carro, mas a mão estendida de Nico me fez parar e lhe olhar.

– Pra você pagar um ônibus. - disse ele.

– Valeu. - agradeci e sai do carro.

Aceno enquanto Thalia segue caminho com seu carro, e colocando as mãos nos bolsos, sigo para o lado oposto da rua, pensando em ir para um lugar, que não é nem de longe minha casa.


(...)



Annabeth POV



Antes de ir para a faculdade, marquei com a minha mãe de irmos ao hospital para a visita de sempre mais tarde. Mesmo morrendo de vontade de voltar para a cama, eu sei que devo ir pra faculdade se quiser ser alguém na vida.


– Depois da aula,eu vou te buscar. - diz senhorita Atena, enquanto eu saio de casa.

– Tudo bem mãe. - digo, com um suspiro. - Nos vemos mais tarde.

Quando chego na faculdade, Clarisse me espera de braços cruzados.

– Onde está o Cris? - pergunto, quando ela me vê.

– Atrasado como sempre. - Clarisse suspira. - Então Sabidinha, vamos?

Clarisse e eu entramos. Logo, Travis e Connor chegam rindo como sempre e contando piadas. Cris apareceu logo depois, sorrindo culpado para nós. Clarisse revirou os olhos ao vê-lo. Eu realmente não a entendo. A minutos atrás, ela estava reclamando pelo atraso de Cris, e agora, reclama por vê-lo. Acho que agora entendo porque os homens acham as mulheres tão complicadas. De verdade.


Fomos para a sala e mal me concentrei na aula, porque de repente, a imagem do garoto de olhos verdes-água e cabelos negros surgiu em minha mente.


Tenho que admitir, ele é bonito. Mas como ele fica surgindo na minha cabeça e em meus sonhos, tantas vezes? Foi apenas um encontrão que demos, o qual provocou um tiro e vários dias no hospital. Quer dizer, eu não o culpo totalmente. Quem atirou em mim foi o culpado. Minha impressão é de que ele estava correndo desse alguém. E se estava correndo não quer dizer algo muito bom, porque provavelmente fez algo errado...

A única coisa que sei é que ele ficou internado no mesmo lugar que eu. Um tal de Percy.


Enfim, a aula finalmente acaba e enquanto guardo as minhas coisas, ainda penso naquele dia que levei o tiro. Não vou negar, a curiosidade de saber direito o que aconteceu para que o moreno bonito fosse baleado (e consequentemente eu)ainda me assombra.


Ao sair da sala, Clarisse, Cris, Travis e Connor me esperam, conversando com Thalia.

– Oi Annie! - Thalia me deu um abraço rápido.

– Hey, como estão as coisas? - perguntou, quando nos separamos.

– Bem - Thalia diz, com um tom diferente na voz.

– Algum problema, Thalia? - pergunta Clarisse, desconfiada.

– Ah não. - Thalia sorri para nós. - Estou pensando em irmos dar um passeio juntos. Que tal?

Sinceramente, não estou muito para festas e encontros com amigos. Desânimo total. Mas quando penso em inventar uma desculpa, Clarisse fala ameaçadoramente:

– Nem pense em não ir. - e depois, mudando seu tom para súplica, completa: - Vamos Annabeth! Vai ser legal.

– É! - diz Thalia, animada. - Vou chamar o Nico, a Bianca e o Percy e...

Eu não o ouvi o restante da frase. Percy. Será ele? Não. Não pense besteira Annabeth. Deve ser um outro Percy. Ah, mas que mané outro Percy, ele provavelmente é o único com esse nome no campus inteiro.

– Então, você vai Annie? - pergunta Cris.

Acordo de meus devaneios e noto que eles me encaram, esperando minha resposta.

– Tudo bem. - suspiro, provocando alegria geral.

– YEAH! - comemoram Travis e Connor.

– Vamos tomar café. - digo olhando no relógio e juntos, seguimos para o refeitório.


Percy POV



– Então, você pode me ajudar? - pergunto, ansioso, para a pessoa atrás da poltrona giratória, me perguntando porque esse cara adora me deixar pensando que ele é maluco.


A poltrona gira para mim e Hermes sorri.

– Claro que sim, Percy. - ele se levanta e vai até uma prateleira. - Foi bom ter vindo até mim.

Para passar o tempo, batuco os dedos na poltrona que estou, esperando que ele pare de teatrinho. Acho que os irmãos Stoll puxaram a ele. Nem vou dizer porquê.

Ainda reflito se foi uma boa ideia ter vindo para cá. Hermes já foi um grande ladrão.

Sério, ele já foi ótimo nesse ramo, mas depois que se casou com a Sra. Castellan, Hermes abandonou o mundo dos crimes e depois de passar alguns anos na cadeia, abriu essa loja onde se vende de tudo.

– Aqui estão. - Hermes pega um gorro e um óculos escuros. - Cinquenta dólares.

Arregalo os olhos para ele.

– Cinquenta dólares? Só pra um gorro e um óculos? - pergunto, indignado. - Não dá para fazer um desconto não?

Hermes pensa por um instante.

– Quarenta e cinco dólares.

– Trinta. - digo.

– Trinta e cinco e não se fala mais nisso. - diz tranquilamente.

Penso por um instante. Tenho trinta dólares apenas. Mas eu ainda tenho o dinheiro que o Nico me deu. Me lembrarei de agradece-lo quando voltar pra faculdade.

– Feito. - digo animado.


(...)


– Foi muito bom fazer negócio com você, Percy. - diz Hermes sorridente. Estou de frente para o espelho, perplexo.

– Ninguém me reconhecerá. - murmuro vendo o meu próprio reflexo, disfarçado com um gorro preto e óculos escuros.

Cronos não vai reconhecer o garoto que o importunou anos atrás. Isso me deixa animado. O medo que eu estava sentindo enquanto ia para a faculdade, simplesmente sumiu. Ih é! A faculdade!

– Tenho que ir, Hermes. - pego minhas coisas, e correndo, aceno com a mão lhe dando tchau

– Vai pela sombra, Percy. - brinca Hermes, enquanto saio de sua loja e como um louco, começo a correr em direção à faculdade - que por sorte, não fica muito longe daqui.

Ofegante, vejo o zelador Argos, à uma pequena distância.

– ARGOS! - grito, chegando às portas da faculdade.

– Não vou deixar você entrar, moleque. - responde. Filho da puta...

– Mas é hora do café! - ecxclamo, indignado.

Argos me encara.

– Tudo bem, tudo bem. - diz o zelador, impaciente. - Entre logo antes que eu mude de ideia.

Argos abre os portões e sorrio.

– Fico te devendo uma, Argos.

– E acredite, eu vou cobrar! - resmunga, enquanto fecha os portões. O.K. Fiquei com medo agora - o que não é grande novidade, já que sou um medroso de marca maior.

Caminho para o refeitório e rapidamente localizo Nico. Já que estou aqui uma brincadeirinha não faria mal, certo?

– Mãos para o alto! Passa o lanche, passa o lanche! - grito, fazendo uma arma com os dedos e colocando nas costas de Nico.

– AHHHH! Pode pegar o lanche! Leva minha peruca também! - grita Nico, assustado, erguendo as mãos para o alto.

Começo a gargalhar e Nico abaixa as mãos, aparentemente confuso. Largo-me em um lugar vago, ao seu lado e continuo rindo. Nico estreita os olhos para mim.

Tiro os óculos escuros, ainda gargalhando.

– Posso levar sua dignidade também? - digo rindo. - Cara, não imaginei que você fosse assim...Você...Usa...Peruca? - falo pausadamente por causa das risadas, que agora já fazem minha barriga doer.

– Percy? O que está fazendo aqui? - pergunta, mal ligando para o que eu disse.

– Dãhh! Eu estudo aqui. Por acaso você tem perda de memória recente? - pergunto

– Você não estava com dor de cabeça? - ele devolve minha pergunta, desconfiado.

– Melhorei. - falo, entediado.

– E esse gorro e óculos escuros?

– Comprei enquanto vinha para cá.

– E os meus cinco dólares? - pergunta Nico.

– Tecnicamente, você me deu esses cinco dólares. Portanto, eles não são mais seus.

– Que seja. Onde eles estão?

– Sumiram. - respondo, dando de ombros.

– Sumiram? Como assim sumiram? - pergunta Nico, perplexo e mais desconfiado. Mas que merda, não sabia que além de medroso ele é pão duro.

– Criaram asas e sairam voando, Nico. - respondo ironicamente.

Ele arregala os olhos para mim.

– Não me diga que comprou esse gorro com o MEU dinheiro? - Nico parece furioso.

Resolvo ficar calmo.

– Ah não. - digo entediado.

Nico suspira, aliviado.

– Eu comprei os óculos com os cinco dólares.

– VOU TE MATAR! - Nico se levanta e eu me levanto, caindo na risada.

– Hey amigo, já ouviu falar em "divisão"?

– Vou dar uma divisão bem no meio da sua fuça! - ameaça Nico, irritado.

O sinal toca e eu começo a correr, enquanto Nico tenta me matar por causa dos cinco dólares.



Annabeth POV





– Quem é aquele garoto? - pergunto à Thalia, enquanto tomamos nosso café. Ela se vira meio confusa pra mim e eu continuo - Aquele, que está de gorro e óculos. - Ele passa por nossa mesa e se dirige até Nico - o primo da Thalia.



Thalia para de conversar com Travis, Connor, Clarisse e Cris, e olha para o garoto que chamou minha atenção.

– Percy? - murmura Thalia e olho novamente para a mesa de Nico.

O garoto acabou de tirar os óculos escuros e eu o reconheci. É ele. Percy, o garoto que me derrubou e que aparece de vez em quando para atormentar meus pensamentos... Ele deve ter feito algo, porque Nico parece irritado.

– Ah...é o Percy. - diz Clarisse, entediada. - Já o conhecemos.

– É o meu primo. - Thalia comenta, surpresa com algo. - Ele estava com dor de cabeça e por isso não veio para a faculdade.

– Mas agora ele parece bem. - comento, interessada.

Um pensamento surge na minha mente e eu tiro os olhos de Percy.

Ele deve ser um daqueles garotos metidos com coisa errada. Se não, por que outro motivo alguém ia querer atirar nele?

Logo o sinal toca e vejo Percy correndo do Nico. Melhor eu tirá-lo da cabeça. Não quero confusão para mim.



Percy POV




Consegui fugir de Nico quando entrei na sala de aula. Ele pareceu realmente bravo por não ter conseguido me dar uma surra. Eu apenas ri.


O professor entrou na sala e todos ficamos em silêncio. Felizmente, consegui prestar atenção na aula e particularmente, ela foi boa.

O sinal tocou e logo que sai da sala, dei de cara com Thalia.

– E ai, Thaliazinha? - brinco, mas me arrependo quando o punho dela vem com tudo no meu ombro. - HEY! - reclamo, massageando o local atingido.

– Isso é para você aprender a não mentir para nós! - exclama Thalia.

Faço minha melhor cara de inocente.

– Do que você está falando? - pergunto.

– Não se faça de inocente! - diz Thalia, irritada. - Sei que você não estava com dor de cabeça coisa nenhuma!

Putz, ferrou para mim.

– Ah... - foi apenas o que saiu da minha boca.

Thalia e Nico se entreolham e me surpreendo pela expressão deles ter suavizar.

– Olhe Percy - Thalia diz e noto que há certa pena em seu tom de voz. - Nós entendemos você. Sabemos que está com medo de...você-sabe-quem.

Continuo encarando Thalia, que parece querer escolher as palavras certas, como se eu tivesse 5 anos de idade.

– Queremos ajudá-lo, Cabeça-de-Alga. - Thalia sorri. - Mas se você começar a nos enganar...

– O.K. Já entendi. - disse, interrompendo qualquer sermão. - Desculpem. Satisfeitos?

– Ainda não. - diz Nico.

– É priminho, ainda tem mais uma coisa. - Thalia sorri animada e eu prevejo algo ruim à vista.


(...)



Annabeth POV



Minha mãe e eu saimos do hospital depois da visita.


– Eu vou sair hoje à noite, mãe. Tudo bem? - pergunto, enquanto a senhora Atena dirige pelo trânsito infernal.

– Claro, filha! Será Ótimo! - sorri minha mãe.

Continuamos conversando sobre outros assuntos, o restante do caminho. Quando chegamos em casa, ajudei minha mãe em algumas coisas. No final da tarde, ela foi até meu quarto, me a escolher uma roupa. Ou melhor "A" roupa.

– Mãe, por favor. - suplico, quando ela me mostra um vestido extremamente curto e cheio de brilho.

– Sua tia Afrodite adoraria esse. - ri minh mãe e eu acabo rindo também. Tia Afrodite é uma comédia. Sempre arrumando pretendentes para todos da família.

Quando penso que não há esperanças para meu caso e que não vou ao encontro de amigos, minha mãe tira do armário "A" roupa, como diria tia Afrodite.


Percy POV



Ainda reflito se foi uma boa ideia ter aceitado vir nesse "encontro de amigos". Thalia e Nico praticamente me obrigaram a vir e até meu pai e meus tios, ficaram ao lado dos meus primos, dizendo que sair um pouco não seria mal algum.


Os amigos da Thalia que conheci outro dia, chegaram e começamos a conversar. Travis e Connor contam piadas como ninguém. Me divirto muito com eles.

Cris chegou com Léo Valdez - um garoto da faculdade, filho de Hefesto, um mecânico amigo do meu pai - e depois, Bianca surgiu para completar.

– A Annie está atrasada! - comenta Thalia, impaciente.

– Quem é Annie? - pergunto, curioso.

– É uma amiga nossa. - responde Travis.

– Você não conhece. - acrescenta Connor. - O nome dela é Annabeth Chase, mas costumamos chamá-la de Annie.

WOW. Não acredito. Annabeth... Será que é aquela Annabeth? Minha mente fica longe da conversa por vários minutos. Até que Thalia exclama.

– Você está atrasada, Annabeth!

Esqueço que estou junto com meus amigos e que eles vêem o que acabo de fazer. Mas é inevitável. Meus olhos se fixam nela, agora que está perto muito mais bonita... Realmente, seu nome combina com ela. Ambos são lindos.





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Notas finais do capítulo

Aqui é a Livia falando e como a Vanessa disse, a motivação é o grande problema de nós duas...
Mas estamos tentando resolver isso e garantimos que em breve, vamos postar o próximo capítulo.
Deixem comentários para que a fic continue e para que tenhamos mais motivação e menos preguiça :P
Comentários, please.
Beijos da autora, Livia Dias ;)