Pretérito Imperfeito escrita por ValValdez, Livia Dias


Capítulo 2
Capítulo 1 - A sua maneira


Notas iniciais do capítulo

Wow, agora fiquei feliz, já temos 4 reviews *-*
Resolvemos postar hoje de novo porque ontem foi só o prólogo, então, aproveitem. :)



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Agora...

Percy POV

Passar noites sem dormir se tornou comum pra mim, desde então.

Às vezes acordo assustado, sonhando com algo que aconteceu três anos atrás, quando levei um tiro. Também fico pensando da garota que esbarrei e que também saiu machucada. Se não me engano se chama Annabeth. É, acho que se chama assim, mas que diferença faz afinal? Nós estudamos na mesma faculdade, em cursos diferentes, a vejo muitas vezes, porém nunca nos falamos. Falta assunto e coragem, da minha parte, claro. E acho que ela nem se lembra de mim.

Hoje recomeçam as aulas na faculdade. Estou no segundo ano, e felizmente cursando engenharia, como desejado. Tento criar coragem para me levantar da cama, mesmo ainda faltando um pouco para sair de casa. Tenho essa mania de começar a me arrumar antes, tranquilamente, pra não chegar atrasado. Se tenho uma coisa que odeio é atraso, seja da minha parte ou da parte de outra pessoa.

Desço para tomar café da manhã. Olho o celular. Em cinco minutos meu pai vai me ligar, achando que ainda estou dormindo. Ele sempre faz isso. Já faz parte de sua rotina me tratar como um bebê.

Solto uma risadinha quando o celular toca e o atendo.

– Bom dia filho - deseja com a voz carregada de uma energia que eu normalmente não tenho pela manhã. - Estava dormindo?

– Não, só deitado mesmo - bocejo, despejando suco em um copo e bebendo tudo num gole só. - Mas e aí, op que aconteceu? Posso saber o motivo dessa animação toda hoje? pergunto curioso. Faz um tempo que Sr. Poseidon está saíndo com uma mulher. Na verdade, há muito tempo, mas nunca falou nada sobre me apresentá-la. Gostaria de saber quem conseguiu ganhar seu coração, já que depois de minha mãe só tomei conhecimento de uma namorada sua.

– Oh sim. - disse o sr.Poseidon ainda carregado de energia. Revirei os olhos. Meu pai nunca acredita que meu sononão é mais forte do que eu. Mas é claro, ele está certo. O sono sempre é mais forte do que eu. - Não vou te incomodar mais. Vai pra faculdade, nos falamos mais tarde.

– Perai, perai - disse rapidamente. Felizmente, meu pai não desligou o telefone. - Você não vai me dizer mesmo o motivo?

– Em breve você saberá filho. Agora tenho que ir, nos falamos mais tarde. - disse ele e pude notar pelo seu tom de voz, que ele se diverte com minha curiosidade. - ...e não me espere pro jantar, porque tenho um compromisso. - Soltou uma risadinha, me deixando com raiva. Filho da mãe. Mas afinal, como eu disse, aparentemente quem conquistou seu coração deve ser muito especial.

Então, o famoso "tu...tu...tu.." se seguiu. Desliguei o celular, frustrado. Cara, vou acabar tendo um colapso se meu pai não me contar quem é essa namorada dele.

Tomo banho e me enrolo todo procurando uma camisa, até que pego uma preta e uma jaqueta e olho o relógio. Estou praticamente atrasado para a faculdade.

Jogo os livros dentro da mochila e arrumo os cabelos, deixando-os mais rebeldes do que já são.

Saio de casa quase correndo e passo pelos jardins. Chego até a rua e vejo, para meu alivio, o carro de Thalia Grace, minha outra prima. Ela aparece nas piores horas e nós não nos damos muito bem, mas hoje Thalia fez questão de mudar a tradição.

– Cabeça de Alga! - disse Thalia buzinando. Atravesso a rua e entro no carro. Esse apelido que ela me deu, é justamente pelo fato de que eu sou um peixe fora da água, digamos assim.

Acho que vocês já devem ter notado, pelo fato de eu demorar uma hora e meia para tomar um simples banho.

– Cabeça Cheia de Nada. - digo animado e rio da careta que ela faz.

– Tem que ter um pouquinho mais de respeito com sua prima, não acha? - pergunta com um sorriso cínico nos lábios. Eu sorrio da mesma forma que ela e respondo:

– Ahn.. acho que não... - torço o nariz e sorrio de canto, colocando o cinto de segurança.

Minha relação com Thalia é um tanto complexa. Eu e ela brigamos muito, mas vivemos colados. Já com Bianca é diferente, quase nunca nos desentendemos.

Thalia dirige como piloto de fórmula 1, e em menos de meia hora chegamos a faculdade ao som do Nirvana.

As portas da faculdade estão abertas para todos... que tenham dinheiro suficiente para pagar. Sério, ter dinheiro pode ser uma virtude para gente como eu, por exemplo. Uso parte do que ganho do meu pai para pagar a faculdade, e a outra, para comprar besteiras.

Olho para todos os cantos, os mesmos grupinhos de sempre, às vezes nem parecem que estão na faculdade para garantir uma carreira e um bom futuro e sim para conversar sobre banalidades e fazer besteira.

Ok, até eu me assusto quando falo como um velho. Mas essa é a verdade.

E quando digo que o dinheiro é uma virtucde, não repita por aí. Por que? Você não gostaria de dizer isso perto de Rachel Elizabeth Dare. É, ela é minha ex-namorada. Terminamos justamente porque não combinávamos nem um pouco.

Bonita e inteligente, eu gostava dela, mas sei lá, não deu certo. Thalia que nunca a suportou. A chama de "limpa trilho" e "boca de lata", porque ela usa aparelho nos dentes, sempre da cor vermelha.

Rachel é um pouco estranha em alguns aspectos, como por exemplo no fato de idolatrar professores chatos - como a de artes, no colegial, uma cinquentona assanhada e solteira (provavelmente cria 25 gatos, 3 calopsitas e 1 coelho), que só usava rosa e dedicava parte do seu tempo à nos atormentar e dar em cima dos alunos. E quando eu digo alunos, é em geral mesmo, garotos e garotas. Resumindo, era uma mulher toda estranha.

Mas as coisas mudaram (muito!) entre mim e Rachel. Hoje, estamos teoricamente bem. Na prática ainda não sei definir. Faz pouco mais de um ano e meio que terminamos, não sei ao certo. Foi logo quando comecei a faculdade. É estranho, porque não penso nela faz um tempo, e logo agora a vejo caminhando com um grupo de garotas de sua turma. Não sei se é bom ou ruim, mas elas cochicham e apontam pra mim. Resolvo fazer uma das coisas que faço de melhor: passar reto e fingir que não vi nada.

Passo um bom tempo procurando por Nico. É o primeiro ano dele aqui, e agora que somos amigos vou tentar fazer com que ele não se sinta deslocado. Ele é meu primo, bem quieto. Ficamos mais próximos depois que eu o livrei de tomar uma surra há um tempo. Senti muita raiva quando percebi que ele já fora ameaçado outras vezes e que não tinha ninguém para defendê-lo. Resolvi me aproximar, e noite que só não ficamos amigos antes porque ambos somos caladões.

O avistei quando virei um corredor. Ele parecia estar me procurando também, porque ao me ver revirou os olhos e sorriu pra mim. Passou a mão pelos cabelos (que gay!) e veio andando. As garotas só faltavam deixar a baba escorrer, e eu reprimi uma gargalhada pensando em como ele fica idiota tentando impressionar.

Avisto uma cabeleira loira vindo pelo mesmo corredor, logo atrás de Nico. Mesmo sendo alto tenho que ficar na ponta dos pés para enxergar melhor. E foi aí que eu a vi.


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Notas finais do capítulo

Olá gente!!! Sou eu Livia Dias. Espero que tenham gostado do capítulo e deixem comentários. Vanessa e eu não vamos postar todos os dias, já aviso rapidamente, pois temos que preparar os outros capítulos então, o próximo só sai segunda.
Agradecemos a Cece Jackson que favoritou a fic e a todas que deixaram suas opiniões no capítulo anterior.
Até segunda ;)