Jardim de Rosas Negras escrita por TamiresHale


Capítulo 5
O amor e suas infinitas possibilidades...




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Quando eu abri meus olhos novamente, já tinha amanhecido. O braço do Rob ainda estava sob minha cabeça. Eu fiquei paralisada de vergonha. Tentei me mexer sem fazer barulho, mas ele já tinha acordado. Ele sorriu pra mim.

▬ Dormimos mesmo aqui? ▬ Perguntei, ainda com sono.

▬ É, acho que sim. ▬ Ele fez uma careta. ▬ É melhor irmos embora, se pegarem a gente aqui, talvez nós vamos presos... ▬ Disse ele, com uma falsa preocupação.

▬ É, e lá se vai minha fama de provinciana... ▬ Eu disse, sorrindo.

▬ É assim que começa, Kris...

Entramos no carro e ele deu a partida.

▬ Este é meu medo, você está me levando para o mal caminho, Pattinson.

▬ Só se você quiser. ▬ Ele disse, sorrindo maliciosamente. Ok, às vezes aquele sorrisinho dele me deixava nervosa.

▬ Vou acreditar nisso, Cláudia. ▬ Eu desviei o olhar.

▬ Não vai esquecer essa história, não é? ▬ Perguntou.

▬ Definitivamente... Não. Talvez eu fale em alguma entrevista. ▬ Brinquei.

▬ Eu já falei. ▬ Contra-atacou.

▬ Estraga prazeres. ▬ E fiz uma careta.

▬ Vai ter que descobrir outro segredo meu, agora. ▬ Ele sorriu.

▬ Diga-me. ▬ Eu disse, curiosa de súbito.

▬ Um dia, quem sabe... ▬ E me fitou com seus olhos insondáveis. Paramos em frente à casa onde eu estava hospedada. Eu desci do carro e ele também.

▬ Hey, Kris? ▬ chamou ele.

▬ O que? ▬ Perguntei.

▬ Onde está seu script? ▬ Perguntou ele. Eu levei a mão à boca, espantada.

▬ Ah, merda, esqueci lá! ▬ Eu disse. E depois ele ergueu a mão com alguns papéis. Os scripts, percebi.

▬ E depois eu que sou o irresponsável...

▬ De novo nós não ensaiamos. ▬ Disse eu.

▬ Outra noite improdutiva... ▬ Ele disse. Eu sorri e me virei.

▬ Depende do ponto de vista... ▬ Falei tão baixo que não tenho certeza se ele me ouviu.

▬ Kristen...

Eu me virei, fingindo impaciência. E, para minha surpresa, ele me puxou pela cintura, colocando uma mão na minha camiseta e outra no bolso do meu jeans.

▬ Eu acho que tem algo meu com você... ▬ E ele puxou o maço de cigarros que eu havia pegado dele ontem. Ah. Mas, antes, que eu pudesse demonstrar surpresa, espanto, ou até mesmo raiva, ele se virou, entrou no carro e partiu. Fiquei parada no meu lugar, me sentindo tonta. Mas meu celular tocou e era a assistente de Catherine, e ela queria me ver o mais rápido possível. Suspirei e entrei para me arrumar.

 

Ele já estava lá, na casa de Catherine.

▬ Que bom que se juntou à nós, Kris... ▬ A assistente da Catherine falou.

▬ Acordei tarde hoje. ▬ Eu disse e não me atrevi a olhar para o Rob. Sentei numa cadeira ao seu lado, e eu rapidamente olhei para Catherine e a assistente dela. Se eu olhasse para Robert, sabia que começaria a rir.

▬ Então, como estão indo nos ensaios? ▬ Perguntou Catherine. Eu fitei Rob.

▬ Vai bem ▬ Dei de ombros.

▬ Muito bem. ▬ Completou ele.

▬ Então, não preciso me preocupar com isso? ▬ Perguntou ela.

▬ Não. ▬ Disse eu e Rob juntos e nós rimos. Rob se inclinou pra mim e tirou uma folha do meu cabelo. ▬ Dormiu no mato, Kristen? ▬ Perguntou ele, rindo. Eu devo ter ficado vermelha como um tomate.

▬ Engraçadinho. ▬ Eu disse a ele.

▬ Muito bem meninos, se está tudo bem... Vou confiar em vocês. As gravações foram adiadas. Começam daqui há uma semana, ok? Qualquer coisa, me procurem. ▬ Disse Catherine. Nós saímos da casa de Catherine e caímos na gargalhada.

▬ Ok, aquele comentário do mato foi totalmente sem graça. ▬ Eu disse.

▬ Com fome? ▬ Disse ele, ignorando a minha observação.

▬ É, estou.

▬ Então vamos comer. ▬ Disse ele, olhando para mim.

▬ Boa ideia. ▬ E desviei os olhos. Ele me levou num restaurante qualquer, onde comemos e falamos um monte de bobagens. Depois começamos a andar sem rumo pelas ruas de Portland, como desocupados, sem nada para fazer. Mas nós tínhamos o que fazer, lembrei a mim mesma enquanto entrávamos numa book store.

▬ Rob, é sério, precisamos dar uma lida no script. ▬ Falei.

▬ Mas nós vamos. Já ouviu isto aqui? ▬ Perguntou ele, e colocou um CD na minha mão.

▬ Não.

▬ É bom, leva. ▬ Disse ele, distraído. Depois ele pegou mais CDs e colocou na minha mão.

▬ Pra que peciso de tudo isso? ▬ Ergui uma sombrancelha.

▬ Por que é bom. ▬ Ele disse, finalmente olhando pra mim.

▬ E quando vou ouvir você tocando? ▬ Perguntei.

▬ Um dia destes...

▬ Eu vou cobrar. ▬ Prometi. Fomos para uma seção de DVDs e é claro que eu zoei ele quando vimos Harry Potter. Ele me ignorou.

▬ Este é bom. ▬ Ele disse, jogando pra mim O Último Tango Em Paris.

▬ Hmm. Nunca vi.

▬ Então vamos vê-lo, hoje. ▬ Sugeriu ele.

▬ Temos que ensaiar. ▬ Eu disse, exasperada.

▬ Ainda temos uma semana, Kris!

▬ Argh. Eu sabia que você ia inventar alguma coisa...

▬ Vem, vamos ver alguns livros. ▬ E me puxou pela mão para a sessão de livros.

▬ Vai me obrigar a comprar muitos livros também? ▬ Perguntei, revirando os olhos.

▬ Posso te obrigar a fazer muitas coisas. ▬ Disse ele, virando para mim. Um frio percorreu minha espinha.

▬ Vai sonhando. ▬ Eu disse, só para entrar na brincadeira dele.

▬ Você pode se surpreender. E até gostar. ▬ Disse ele, sorrindo.

▬ É provável que suas táticas só funcionem em Londres. Oh! Uma starbuck. Vem, vamos tomar um café. ▬ Eu disse.

▬ Vai na frente. Preciso achar um livro...

▬ Não dê uma de intelectual. ▬ Murmurei, enquanto me afastava. No balcão pedi dois cafés. A moça me olhou com um olhar estranho.

▬ Aquele com você não é aquele lá do Harry Potter? ▬ Perguntou ela.

▬ É. ▬ Falei.

▬ Ele é tão... sexy. Você não acha? ▬ Perguntou ela. Eu não gostei do modo que ela olhava para ele. Que estúpida!

▬ É, acho que sim. ▬ Dei de ombros. Peguei os cafés e me afastei do balcão. Se eu o achava sexy? Claro que achava. E não achavam todas? Não era nada pessoal. Depois avistei Rob vindo na minha direção com alguma coisa nas mãos. Ele sorriu e colocou em minhas mãos. Era um embrulho.

▬ O que é isto? ▬ Perguntei.

▬ Um presente... ▬ Respondeu, de modo casual.

▬ Hoje não é meu aniversário. ▬ Disse eu.

▬ Abra, KStew. Não me dê uma de Bella Swan agora.

Eu o olhei.

▬ Não sou a Bella. Definitivamente não. ▬ Franzi a testa. Abri o embrulho e era um livro de poemas. ▬ Hmm, obrigada. ▬ Fiquei meio sem graça. Eu li a contra-capa. ▬ "O amor tem infinitas possibilidades..." ▬ O fitei com a testa ainda franzida.

▬ Tavez se identifique com algumas. ▬ Ele disse.

▬ Será? Vamos ver ▬ Continei a ler ▬ "O amor platônico"? Não, acho que não. "O amor virginal"? Não. Não sou virgem. ▬ Eu sacudi a cabeça negativamente e ri. ▬ "O amor romântico"? Talvez. ▬ Eu dei de ombros.

▬ Não sabia que era romântica. ▬ Ele falou.

▬ Porque você não sabe de nada. ▬ Eu disse e ele reprimiu um riso. Continuei a ler. ▬ "Amor adultero", "amor erótico"  ▬ Ignorei a risadinha dele e continuei. ▬ "Amor paternal", "amor nostálgico", "o amor não correspondido", "o amor ilícito", "para não falar de amor perdido, torcidos e obsessivos...." ▬ Eu o fitei. Ele sorriu, de novo.

▬ E então, qual o seu? ▬ Ele perguntou, me olhando nos olhos e o sorriso dele se transformou malicioso. Eu dei de ombros.

▬ São muitos. Qual o seu? ▬ Perguntei. O olhar dele ficou bem injetado.

▬ Talvez um dia eu te diga... ▬ Ele disse. Eu devia estar ficando louca, mas parecia qua havia muito mais ali do que só uma conversa hipotética de amor. Talez estivesse mesmo ficando louca, porque depois ele riu descontraidamente.

▬ Vamos? Está tarde e temos que ensaiar... ▬ Ele disse.

▬ Ah, agora você lembrou que estamos aqui a trabalho? ▬ Perguntei sarcasticamente.

▬ Se eu me esquecer, você está aqui para me lembrar. ▬ E sorriu aquele sorriso torto. Pensei que sabia como a Bella se sentia quando Edward sorria para ela.

Nós saímos da loja e ele ergueu o casaco dele sobre nós, para nos esconder da chuva. Enquanto corriamos, ele segurou minha mão e um trecho do livro veio à minha mente.

“Eu tenho medo de que goste de ficar com você muito mais do que deveria.”

Eu realmente devia estar com medo. Mas não estava. Me enconstei mais nele e deixei que guiasse em meio a chuva.

 

 

 

 

 

 


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