Jardim de Rosas Negras escrita por TamiresHale


Capítulo 16
Party


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... Eu estou realmente sem tempo. :~



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No dia seguinte, estava péssima depois de uma noite mal dormida. Na qual depois de revirar na cama, com a cabeça cheia de pensamentos confusos, eu desisti e fui pra sala, e adivinhem o que fui assistir?

Sim, este filme mesmo.

E ficar pensando sobre a proposta de Paul a Jeanne, de ficarem juntos naquele apartamento, sem ao menos ela saber seu nome, como se não houvesse mundo lá fora.

Meus dedos apertaram freneticamente a tecla pra voltar a cena e fiquei vendo mil vezes a mesma repetição, até que meus olhos começaram a se fechar de sono e em minha mente confusa os rostos de Jeanne e Paul fossem substituídos pelo o de Rob e o meu próprio.

Acordei todo dolorida e de péssimo humor.

E pra completar a primeira pessoa que vejo quando chego ao set, é justamente a razão da minha noite insone.

A vontade que eu tinha de ignorá-lo totalmente, mas do que ia adiantar? Nada.

▬ Oi ▬ ele andou ao meu lado. Estava de óculos escuros e uma latinha de pepsi na mão.

▬ Está de ressada? ▬  Perguntei acidamente. Ele riu.

▬ Algo assim.

▬ Bem feito.

Ele riu com vontade agora.

▬ Não seja maldosa Kristen, não combina com você. ▬ Ele disse, franzindo a testa.

▬ Mas eu sou maldosa, não sabia? Ainda mais com quem aparece na minha casa altas horas da noite pra falar bobagens. ▬ Eu quase mordi a língua quando falei isto. Porque eu era tão burra? Tinha que tocar no assunto?

▬ Me desculpe por isto. ▬ Ele falou.

▬ Só peça se for sincero. ▬ Objetei.

Ele franziu o cenho.

▬ Acha que não sou sincero?

Eu suspirei, cansada

▬ Não.

▬ Não o que?

▬ Eu acho que você é sincero. Em termos.

▬ Ah, vai me explicar isto. ▬ Ele agora sorria.

▬ Não

▬ Kristen, Kristen, estou pra ver alguém mais confuso do que você. ▬ Disse ele.

Eu parei, encarando-o.

▬ Eu não sou confusa. ▬ Eu disse, firme. E esperava que ele concordasse.

Ele sorriu de lado.

▬ Sabe que é.

▬ Deixa eu entender bem: porque eu disse não pra você, acha que sou confusa?

▬ Você disse não?

▬ O que está querendo dizer? ▬ Eu estava irritada. Ou algo assim.

▬ Você não disse não, Kristen.

▬ Ah! ▬ Eu senti a raiva me dominando, mas antes que pudesse dar uma resposta bem dada pra tirar aquele sorriso irritante do rosto dele, algumas pessoas apareceram e eu me afastei. Robert que fosse para o inferno!

Como assim eu não disse "não"?

Ele tinha problemas ou o que? Talvez os ingleses demorassem mais pra entender as coisas.

Mas eu acho, não, tinha certeza, que tinha sido bastante clara.

▬ Que cara é esta? ▬ Nikki perguntou ao me ver.

▬ Nada... E aí como foi ontem?

▬ Foi legal. Pena que você não foi.

▬ Eu tinha que estudar.

▬ Que droga. Mas na próxima você vai com certeza.

▬ Claro que sim ▬ Menti.

Se o Rob estivesse junto eu teria que me manter bem longe. Infelizmente eu tinha muitas tomadas com ele hoje.

Coloquei minha máscara de “não estou nem aí pra você” e fui gravar.

Ele me encarou com as sobrancelhas erguidas quando me viu, como se esperasse que eu fosse dar uma pití.

Mas eu apenas sorri, como se nada tivesse acontecido. Ele sorriu de lado, mas não falou nada. Muito melhor assim. Quando tivemos uma pausa ele veio até mim.

▬ Está tudo bem agora? ▬ Perguntou.

▬ Claro que sim, porque não estaria? ▬ Citei acidamente.

▬ Você está sendo sarcástica.

▬ Não, impressão sua.

▬ A Nikki e a Rachelle estão insistindo pra que a gente faça uma festinha lá na minha casa.

▬ O que eu tenho a ver com isto? ▬ Olhei para ele, incrédula. ▬ Você pode dar quantas festas quiser.

▬ Você vai? ▬ Ele parecia ansioso. Eu ia acabar com a alegria dele.

▬ Acho que não. Tenho que estudar.

Antes que ele falasse mais alguma coisa, nos chamaram pra gravar.

Eu fui pra casa naquele dia pensando na tal festa.

Então ele e suas amiguinhas iam dar uma festa? Bem, realmente não era da minha conta.

Mas eu me remoía de um sentimento ruim, esmagador. Que eu não queria definir. Já estava encrencada do jeito que estava. Não precisava de mais.

Assim passaram alguns dias. Nós estabelecemos uma rotina de paz.

Aparentemente.

Passávamos os dias gravando e eu até conseguia trocar algumas palavras civilizadas com ele sem agredi-lo.

Ajudava ele não ter tocado mais no assunto. Na verdade ele meio que me ignorava no restante do tempo. Claro que eu não me importava.

Não era isto que eu queria?

Eu sempre o vi na companhia de Rachelle ou Nikki

Será que ele estava ficando com uma delas. Ou as duas?

Eu tinha vontade de perguntar pra Nikki, mas não tinha coragem. Ela agia normalmente, como se fosse apenas amigos, mas vai saber?

Porém, o problema todo, era que eu me chateava com isto.

Por mais idiota que podia ser, eu sentia muita falta da época que éramos inseparáveis.

Minhas noites era vazias agora, e tão improdutivas quanto jamais foram.

E eu me via ansiosa pelo dia seguinte, para quando estaríamos gravando.

Quão patética eu podia ser?

Numa noite, a Nikki apareceu na minha porta.

▬ Vá se vestir, vamos sair.

▬ Eu já falei que não posso...

▬ Pode sim! ▬ Ela uniu as sombrancelhas.

▬ Não estou afim de ir pra nenhum bar.

▬ Nós não vamos pra bar nenhum. Vamos pra casa do Rob.

Eu lutei contra o grito de “pior ainda” que subiu pela minha garganta e dei de ombros com expressão casual.

▬ Acho que não vai dar... ▬ Minha voz parecia morta.

▬ Você vai sim! ▬ Nikki entrou no meu quarto e abriu meu guarda roupa. ▬ Vou escolher uma roupa pra você.

Não adiantou eu falar não.

Uma hora depois lá estava eu subindo as escadas em direção ao apartamento de Rob. Vestindo uma roupa que, sinceramente, não tinha muito a ver comigo. Mas Nikki insistira.

▬ Nikki, eu não estou indo para um clube de stripp ou algo assim. ▬ Falei.

Ela revirou os olhos.

▬ Sei que tem namorado, mas não precisa ir parecendo uma mendiga!

▬ O dono do apartamento se veste como um mendigo e daí?

Ela riu.

▬ É diferente. Eles podem se dar ao luxo de sair por aí fingindo que são sem teto. Nós, não!

E agora, quanto entrávamos no apartamento abarrotado de gente, metade que eu nunca tinha visto, mas que Nikki jurava que a maioria estava trabalhando no filme, eu tentava puxar o decote da blusa pra cima.

Nikki bateu na minha mão

▬ Pare com isto!

▬ Uau. ▬ Um rapaz de cabelos pretos e olhos azuis nos cercou. ▬ Oi, eu sou o Tom. ▬ Falou com seu sotaque britânico.

▬ Ah, então você é o Tom. ▬ Eu falei.

Ele riu.

▬ Já ouviu falar de mim é?

▬ Algo assim.

Ele colocou dois copos nas nossas mãos e ficou conversando com a gente. Outras pessoas chegavam e nos cumprimentavam.

Eu queria desesperadamente olhar em volta pra procurar em certo alguém. Mas não fiz isto.  Nikki se afastou e eu fiquei conversando com o Tom. Até que ele era um cara legal. E depois de um tempo eu percebi porque eu gostava dele. Ele parecia com o Rob. Assim, o mesmo estilo brincalhão.

E de repente Rob se materializou na minha frente.

▬ Oi ▬ ele disse.

▬ Oi, cara, legal sua amiga ▬ Tom falou.

Eu quis gritar: “nós não somos amigos!”. Mas se não éramos amigos éramos o que?

Rob riu pra mim.

▬ Sim, ela é.

Eu lancei-lhe um olhar irônico.

▬ Ela já tinha ouvido falar de mim ▬ Tom comentou. ▬ O que você falou pra ela, Rob?

▬ Eu não falei nada. A Kristen tira as conclusões sozinha.

Eu não estava afim de começar outra batalha verbal. Ainda mais na frente do amigo dele. E eu sabia que estava prestes a explodir.

▬ A Kristen vai encher o copo dela! ▬ falei sarcástica e me afastei por entre as pessoas. Mas a festa estava cheia. Muito cheia. Da onde tinha saído todas aquelas pessoas? Eu tentei passar por entre a multidão, o som estava alto e eu me perguntei como nenhum vizinho não tinha chamado a polícia. Alguém colocou um copo cheio na minha mão. Eu tomei um gole, sem ao menos saber o que era.
Precisava achar a Nikki. Mas onde ela se metera?

▬ Da licença? ▬ Eu pedia insistentemente me indagando como é que eu tinha concordado em estar ali. Até que um engraçadinho virou, tropeçando em mim e o copo virou todo na minha blusa.

▬ Hey, olhe por onde anda! ▬ Gritei, exasperada, mas duvido que ele tenha escutado devido a altura da música.

▬ Droga! ▬ Falei por entre os dentes. Minha blusa estava arruinada. Tentei continuar passando por entre as pessoas, caçando a Nikki pra gente dar o fora dali. Se antes não estava afim de ficar, agora que não queria mesmo. De repente alguém puxou meu braço. Eu já ia xingar, quando vi que era Rob.

▬ Onde vai com tanta pressa? ▬ Perguntou.

Eu indiquei minha blusa.

▬ Não é óbvio? Algum idiota derrubou cerveja em mim. ▬ Eu disse, revirando os olhos. Ele riu

▬ Está brava por causa disto? Não é o fim do mundo, Kristen. ▬ Ele disse, sorrindo.

▬ Não sei porque tento conversar com você ainda! Preciso achar a Nikki ▬ eu tentei virar, mas ele me puxou.

▬ Ela saiu. Foi buscar mais bebida com o Cam.

▬ Droga!

▬ Vem, eu te empresto uma blusa.

▬ Não vou usar nada seu. ▬ Quase gritei. Ele riu.

▬ Ok, pode ficar assim também. Garanto que ninguém via reclamar. ▬ Ele olhava pra minha blusa e eu segui seu olhar. Fiquei roxa quando vi que estava completamente transparente.

▬ Droga! A Nikki disse se ia demorar? ▬ Perguntei meio desesperada, cruzando os braços em frente ao peito. Como se adiantasse agora!

▬ Eu não sei.

▬ Ok, eu aceito sua oferta.

Ele segurou minha mão e fomos passando por entre as pessoas até o quarto dele.

Ok, eu me arrependi na mesma hora.

Mas já era tarde. Se eu saísse correndo ia ser pior. Só ia provar que eu estava totalmente perturbada da cabeça. E de quem era a culpa? Não minha com certeza.
Enquanto ele fechava a porta atrás de nós eu olhei em volta. Era um lugar despojado como todo o apartamento. Afinal, era temporário. Só ficaríamos ali até terminar as gravações. E até que não era tão bagunçado, como eu imaginava. Eu sorri pra mim mesma.

▬ Está rindo do que? ▬ Ele perguntou, curioso.

Eu dei de ombros.

▬ Achei que fosse mais bagunçado. ▬ Eu disse, olhando em volta.

▬ Kristen e suas conclusões precipitadas.

Eu sorri.

Não sei porque de repente eu me sentia mais relaxada. Devia estar me sentindo mais tensa do que nunca. Mas não. Era como se, fechando a porta trás de nós, pudéssemos ser nós mesmos de novo.

▬ Culpada ▬ eu falei sorrindo e ele devolveu meu sorriso. ▬ Eu sinto falta de você. ▬ Escapuliu. Eu juro. Mas eu disse aquilo. E o pior: eu me senti liberta quando disse. Porque era a mais pura verdade. Eu me consumia há semanas e não podia dizer nada pra ninguém. Nem a mim mesma.

De repente a música que tocava na sala chegou até mim, mais baixa agora, junto com as vozes do outro lado da porta, mas era como se não houvesse ninguém ali. Eu mordi os lábios, os braços ainda cruzados em frente ao peito. Ele me fitava com um olhar indagador. Eu mordi os lábios dando de ombros.

▬ Não queria me sentir assim. ▬ Falei. Agora eu precisava falar. Por pra fora. ▬ Mas... ainda é difícil dizer o que esta acontecendo. Eu me sinto... sem saber o que fazer e... eu só queria...eu nem sei o que eu quero...

De repente ele estava na minha frente. E ele sorria. Não qualquer sorriso, mas aquele de lado que parecia iluminar tudo a sua volta. Seus dedos tocaram meu rosto.

▬ Você sabe, Kristen. Mas ainda não esta preparada para admitir.

▬ Eu não... ▬ eu tentei me afastar, mas ele me segurou.

▬ Não vai sair daqui enquanto não fizer o que veio fazer.

Eu o encarei. O sangue correndo mais rápido em minhas veias, mas minha mente se recusando a trabalhar direito. Ele sorriu ainda mais, suas mãos seguraram meus braços obrigando a descruzá-los e então eu me lembrei da minha roupa molhada.

Mas fui incapaz de me mexer, quando eu senti os dedos dele na barra da minha blusa. Ele puxou-a para cima a tirando. Eu parei de respirar, a música continuava a tocar la fora. Nossos olhares se prenderam e tudo o mais foi esquecido.

A eletricidade entre nós dava pra gerar um curto circuito.

Ele abaixou a cabeça e beijou o meu rosto, os lábios deslizando por minha pele, até meu ouvido, enquanto os dedos abriam o fecho frontal do meu sutiã.

▬ Acho que está molhado também.

Eu não ia discordar. De maneira alguma.
Os lábios desceram por minha garganta, meus ombros e eu prendi a respiração em expectativa ao sentir o hálito quente em meu peito.

E então eu deixei de pensar.

Minha cabeça pendeu para trás e eu senti dificuldade de respirar. As batidas desenfreadas do meu coração deveriam estar sendo ouvidas na cidade inteira.

Minhas mãos subiram como se tivessem vontade própria para se mesclar em meio aos cabelos cor de areia e seu nome saiu dos meus lábios trêmulos.

Era pra ser um protesto.

Mas até para meus ouvidos saiu mais como uma súplica. Eu ia derreter ali mesmo se ele não parasse com aquilo agora.

E ele parou. Apenas para me beijar na boca, de uma forma tão intensa e faminta que eu duvidaria que voltaria a respirar um dia. Mas quem precisava respirar?

Calor. Calor. Calor. Era só o que eu sentia.

As mãos dele estavam no meu cabelo e eu me apertei contra ele, não querendo que restasse nem um espaço entre nós. Meus dedos abriram desajeitados botões de sua camisa, os beijos se sucediam cada vez mais urgentes e profundos.
Eu mais senti do que vi, quando ele me empurrou pelo quarto e só me toquei de onde estava quando me vi caindo e depois os lençóis frios da cama contra minhas costas, seguidas do peso dele contra mim.

A boca se desgrudou da minha para traçar um caminho de fogo por meu rosto, os dentes mordiscando meu pescoço. Eu abri os olhos e olhei o teto acima de mim, respirando com dificuldade, enquanto sentia os lábios dele devorando minha garganta.

Eu estava completamente perdida. E nem estava me importando. Queria que aquilo não acabasse nunca.

Ele me beijou de novo, a língua passeando por meus lábios, os dedos agora no meu rosto e eu senti meu coração se despedaçando em mil pedaços que eu sabia que nunca mais seriam concertados. Em algum lugar dentro da minha mente, a realidade se intercedeu.

Não. Não. Não.

Eu não queria a realidade. Eu queria ser Jeanne. Em algum lugar de Paris, como se não houvesse nada lá fora. Como se fossemos só nós dois.

Meus braços o prenderam com mais força, com quase desespero e eu o beijei de volta, sentindo seu gosto, seu cheiro impregnando minhas narinas, seu peso sufocando minhas dúvidas.

Mas ele parou e me encarou.

Seus dedos desenharam minha sobrancelha e ele sorriu. Eu eu soube que eu não ia continuar com aquilo. Deus. Eu era uma imbecil!

Ele me fitou. Em seus olhos havia um misto de exasperação e frustração. E eu não podia culpá-lo

▬ Eu sei o que você quer. Talvez eu também queira, mas não posso fazer isto. Me desculpe. ▬ Eu disse, minha voz trêmula.

Ele apenas sacudiu a cabeça afirmativamente como se tivesse ponderando o que eu dissera. Achei que ele fosse me xingar. Ele tinha todo o direito de estar bravo.

▬ Se eu prometer não insistir mais, posso ficar com você? ▬ Perguntou.

Eu lancei-lhe um olhar incrédulo.

▬ Está brincando não é? ▬ Eu o empurrei sentando na cama. Me sentindo exposta agora, cruzei os braços em frente ao corpo.

▬ Acha mesmo que isto dará certo? Olha aonde estamos! ▬ Gemi.

▬ Eu não vou dizer que eu sinto muito por isto, porque eu não sinto.

Ele levantou-se, acabando de abrir a blusa que eu tinha começado e passou pra mim. Eu peguei e a vesti. Foi um erro, claro. O cheiro dele agora estava impregnado em mim.

▬ Eu sei que a culpa é minha... ▬ Comecei a dizer, mas ele me interrompeu.

▬ Pare com esta coisa provinciana de culpa! ▬ ele falou, exasperado.

▬ Não era pra eu me sentir culpada? Desculpa, mas eu me sinto. ▬ Eu levantei. ▬ Preciso sair daqui.

▬ Isso, foge de novo. ▬ Ele disse, quase com raiva.

▬ Não estou fugindo. ▬ Gritei, irritada ▬ Acha que é fácil pra mim? Como acha que eu me sinto?

▬ Kristen, por favor. ▬ Ele aproximou-se e eu dei um passo atrás.

▬ Não faça isto.

Ele parou respirando fundo.

▬ Eu não sei como continuar com isto sem enlouquecer; Eu só sei que ainda preciso estar todos os dias com você e isto não esta dando certo. ▬ Falei

▬ Você tem razão.

▬ Eu não quero brigar com você. ▬ confessei ▬ Mas também não posso... não posso... ▬ Deixei as palavras no ar.

▬ Também não quero brigar com você.

▬ Acha que... ainda podemos ser amigos? ▬ Perguntei esperançosa.

▬ Você disse há pouco que era impossível.

Eu dei de ombros.

▬ Trabalhamos juntos. Acho que não há outra saída. A não ser que você... não queira. ▬ Eu disse, baixinho. Eu não podia suportar que ele não quisesse ficar perto de mim.

▬ Acho que não temos saída não é? ▬ ele sorriu.

Quando ele sorria assim, era como se tudo fosse ficar certo. E eu sorri também.

▬ Então voltamos a ser amigos ou algo assim? ▬ Ele indagou.

▬ Algo assim ▬ eu concordei.

Eu sentia como se um peso fosse tirado das minhas costas. Era como uma droga. Eu sabia que tinha que ficar longe das tentações. Mas não conseguia. Eu estava flertando com o perigo e estava além das minhas forças. Mas se ele prometia que as coisas ficariam no nível da amizade, eu tinha que acreditar.

Mesmo depois de hoje. Eu precisava acreditar.

▬ Quer mesmo ir embora? Eu te levo pra casa ▬ ele indagou quando saímos do quarto.

Eu dei graças a Deus agora da festa estar tão cheia, assim ninguém reparou em mim.

▬ Não, eu posso ir sozinha.

Ele pegou as chaves do carro dele.

▬ Não vou dirigir seu carro.

▬ Melhor do que ir andando esta hora.

▬ Ok, obrigada... tchau ▬ eu falei e me afastei por entre as pessoas.


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Notas finais do capítulo

N/A: À partir de agora, só posto aos domingos. E com alguns reviews, claro. :D



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