Jardim de Rosas Negras escrita por TamiresHale


Capítulo 12
Amante.




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Os dias passaram muito rápidos, gravávamos a maior parte do tempo, muitas vezes à noite também. Tive que ter algumas aulinhas com um pofessor perticular bem chatinho. Mas nada disto importava. Eu estava dentro do meu mundinho particular em que basicamente era incluído só uma pessoa: Robert Pattinson.

Claro que todo o elenco se entrosava bem, nós sempre saíamos juntos e eu também fiquei muito amiga da Nikki. Mas as horas que eu passava com Rob ainda eram as melhores do meu dia.

Eu nunca tinha sido tão amiga de uma pessoa.

Eu tinha parado de me culpar pelo o que tinha acontecido “naquela noite”. Afinal, quem nunca fizera besteiras depois de uns goles a mais? O importante era que continuávamos amigos.

Eu estava no meu trailer, onde passava bastante tempo fora das gravações me concentrando quando ele entrou. Eu sempre tinha aquela sensação de falta de ar quando olhava pra ele. Mesmo quando ele estava todo vestido e penteado como Edward, como agora. Eu sorri ao lembrar que sempre que acabava as gravações, ele passava a mão pelos cabelos, pra bagunçá-los de novo. A cabeleireira do set olhava mortificada o vendo fazer isto. Mas eu tinha que concordar: o cabelo de Edward era maravilhoso, mas o do Rob era muito mais sexy. Não que eu pensasse nele nestes termos, claro. Era apenas uma observação hipotética.

▬ Oi ▬ ele sorriu pra mim, jogando uma lata de pepsi no meu colo.

▬ Você ainda vai morrer tomando isto. ▬ Murmurei à meia-voz. Ele sentou ao meu lado.

▬ Todos vamos morrer. ▬ Contra-atacou ele.

▬ Menos o Edward ▬ Eu brinquei.

▬ Claro ▬ ele concordou.

Eu voltei a ler meu roteiro e ele ficou me observando. Ele geralmente fazia muito isto. Não sei qual o objetivo. Às vezes eu nem ligava. Mas as vezes, me deixava incomodada. Como agora.

▬ Não tem o que fazer não? ▬ indaguei impaciente

▬ Não ▬ ele sorriu preguiçoso.

▬ Se você não sair daqui eu vou bagunçar seu cabelo. ▬ Ameacei. Ele riu, mas se levantou.

▬ Ok, não vou te atrapalhar.

Quando ele abriu a porta, eu tive vontade de chamá-lo de volta, mas me calei. Aquilo era trabalho e eu sabia que se ele ficasse ali, eu ia fazer tudo menos trabalhar. Suspirei e olhei pela janela. Nikki se aproximou dele e eles ficaram conversando. Eu me obriguei desviar o olhar.

▬ Concentre-se, Kristen.

A noite nós saímos, como fazíamos habitualmente.
Eu tinha me acostumado com aquela rotina.
Desta vez estávamos naquele mesmo bar que Rob me levara na primeira noite improdutiva.
Ele chegou depois. Estava com aquela toquinha horrendo que fazia o sacrilégio de esconder seus cabelos perfeitos.
Quando sentou ao meu lado, eu estendi a mão e tirei a toca de seu cabelo.

▬ Esta toca é ridícula, Pattz. Você fica com cara de mendigo ▬ Eu disse.

▬ Você não sabe se é esta a intenção. ▬ Disse ele, sorrindo.

▬ Eu imagino que seja mesmo. Você é um cara estranho. Todos os ingleses são assim? ▬ Perguntei, retoricamente. Mas fiquei surpresa quando ele respondeu.

▬ Você precisa conhecer o Tom.

▬ Quem é Tom?

▬ Um amigo meu.

▬ Sei... se ele for tão estranho como você, eu dispenso. ▬ Brinquei.

Eu brincava com a toca nas minhas mãos. Ele estendeu a dele para pegá-la de volta. Eu entreguei a ele, mas então, ele segurou a minha mão.

▬ O que é isto? ▬ Perguntou ele, franzindo a sombrancelha.

▬ Isto o que? ▬ Eu tentei ignorar a sensação de calor da minha mão entre a dele.

▬ Este anel. ▬ Respondeu ele, quase frio.

▬ Oh... Eu sempre usei... Quer dizer, não enquanto gravo. É um anel de compromisso. ▬ Expliquei.

Ele não falou nada. Seus dedos brincaram com o anel e ele apenas sorriu e depois soltou a minha mão. Mas não era um sorriso como os outros. Era um sorriso... triste?
Eu devia estar imaginando coisas.
Eu mordi os lábios, me sentindo meio mal. E nem sei porque.
Tirando a noite da clareira, nós nunca mais falamos sobre meu namorado.
Na verdade eu não me sentia bem falando sobre isto com ele. Eu podia falar tudo, menos sobre isto. Era como no último tango em Paris. Nada o que estava de fora importava.

▬ Hei, Rob, quando é que vai tocar pra gente? ▬ Nikki perguntou ao seu lado.

▬ É mesmo, você toca! Podia tocar hoje ▬ Rachelle propôs.

Era incrível como elas se derretiam ao lado dele, pensei entre divertida e exasperada. Um bando de deslumbradas. Assim como eu. Ele riu.

▬ Uma hora destas...

▬ Ele esta prometendo isto faz tempo ▬ eu me inclinei pra falar.

▬ Ah, então vai lá tocar! ▬ Rachele insistiu.

Os outros fizeram coro. Nikki levantou e foi até o palco, dando uma de empresária. Hoje Rob não tinha escapatória. Ele se virou pra mim.

▬ Quer mesmo que eu toque, Kristen? ▬ Ele falou, tomando um gole de sua bebida.

▬ Eu não esqueci. Ainda não ouvi você tocar ▬ Eu disse. Mas pareci que estava sendo... evasiva.

▬ Você quer que eu suba lá e toque a sua música? ▬ Ele ergueu as sombrancelhas.

▬ Acho que você esta enrolando. Acho que esta tal música que você diz ter feito nem existe. ▬ Provoquei. Ele sorriu lentamente.

▬ Então eu vou tocar pra você. ▬ Ele suspirou.

Ele sorriu pra mim antes de levantar-se e caminhar até o palco. O pessoal do elenco bateu palmas e assovios. Mas eu apenas cruzei meus braços no peito. Subitamente nervosa. Eu sabia o que ele ia tocar. Ele ia tocar a tal música que ele dizia ter feito pra mim. Talvez fosse mais uma piada dele, pensei esperançosa. Ele sentou e começou a tocar. Eu roí minha unhas. Ele desviou o olhar do violão e sorriu pra mim. E por um momento eu achei mesmo que eu não tinha com o que me preocupar. Mas de repente ele começou a cantar. O olhar preso nos meus. E eu senti meu coração falhar uma batida. E meu mundo virou do avesso. Mas o que era aquilo que ele cantava?

"I'll be your man
I'll understand
I'll do my best to say, to tell you..."

Oh Deus. Oh Deus
Eu não conseguia me mexer

"You'll be my queen
I'll be your king
and I'll be your lover too"

Por um minuto insano eu ainda achei que estivesse entendendo tudo errado, que tudo aquilo era um lapso na minha mente. Porque eu não podia estar escutando aquilo! Mas ele olhava pra mim, enquanto a letra prosseguia.

"Yes I'll live every damn day, colour my dream
A dream that's dangling from the truth
And ohhh when the day's through
I will come to you and take you on;
Your many charms"

"And you'll look at me
With eyes that see
And we'll melt into each other's eyes"

Eu engoli em seco, meu olhar se desviou para os lados, mas ninguém parecia estar realmente entendendo o que estava acontecendo. Aquilo devia me deixar mais aliviada. Mas o baque do que ele estava cantando era tão forte, que eu ainda me sentia afundando. Aquela musica que dizia claramente que ele queria ser amante de alguém! E era a música que ele fez pra mim. Eu senti falta de ar, quando minha cabeça ligou os pontos que eu ainda tentava negar. Eu não queria escutar, quanto menos olhar. Mas meus olhos se prenderam de novo na sua figura no palco. Ele ainda olhava pra mim enquanto cantava. E eu quis subir e esmurrar sua cara. Ou levantar e gritar parar ele parar de cantar aquilo. Ele não podia querer dizer de verdade o que estava dizendo. Mas aquela era a musica que ele tinha dito com todas as letras que tinha feito pra mim
Oh Deus. Oh Deus.
Oh Deus!
Eu sentia meu rosto ficando cada vez mais vermelho, como se eu fosse explodir. mas não ousava mais olhar para os lados. Então não restava saída a não ser olhar pra ele cantando. Porque ele estava fazendo aquilo? Seria algum tipo de piada? Mas ele não estava rindo. Ele estava muito sério. E eu percebi que estava em grandes apuros. Por um momento eu desejei que a música não acabasse nunca. Porque eu sabia que quando ele saísse daquele palco nada mais seria o mesmo.

Nunca mais.

Mas a música acabou. As pessoas aplaudiram.

Menos eu.

Meus braços continuavam grudados no meu peito, e eu o fitava ainda com total horror. E quando ele colocou o violão de lado e saiu do palco, eu me levantei e corri.


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Notas finais do capítulo

Não sei agora quando postarei de novo. Espero que gostem!



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