- Então de quem é a culpa? – perguntei, agora realmente curioso.

. . .

Emmett narrando

- Minha, – disse ela – quando veio se despedir de mim, ele disse que estavam indo porque era perigoso demais pra mim, e que eu devia esquecê-los, que eu devia seguir em frente – ela fez uma pequena pausa – mas ao invés disso eu só me afoguei nas lembranças, de cada momento juntos que tivemos, de cada beijo, de cada abraço, de cada segundo – ela parecia segurar as lágrimas – eu só queria que ele voltasse pra mim, pra minha vida.

Bella narrando

Quando sai do hospital Emmett me levou até a antiga casa dos Cullen, pois meu carro estava lá, eu agora esperava poder ir para casa e dessa vez me matar, sem interrupções. Mas Emmett, adivinhando meus planos, me seguiu em seu carro atrás de mim, e, pra piorar, entrou na minha casa. Eu, estando com fome, fui para a cozinha, esperava agora que ele visse que estava tudo bem e fosse embora, mas foi até a sala.

Terminei de comer e fui pra lá também, a fim de descobrir o que ele queria ali. Me sentei no sofá de frente pra ele.

- Quando você vai tomar juízo Bella? – ele perguntou em tom sério, mais parecendo meu pai.

- Desde que vocês se foram eu não sei mais como ou porque estou aqui – disse respondendo a sua pergunta.

- Bella, eu sei que talvez seja difícil pra você entender isso agora, mais todos, partimos para o seu bem.

- Se fosse pro meu bem vocês estariam aqui – eu disse com toda minha arrogância – Se fosse para o meu bem, ele­ estaria aqui – eu disse em um suspiro triste.

- Bella, entenda que o Edward – ao ouvir o nome dele meu mundo quase desabou - só não quer que você se machuque mais ainda por causa de um de nós, ou por causa dele.

E eu fiquei sem palavras. Conforme o silêncio se prolongava eu ia me lembrando de todos os momentos que passamos juntos. Até chegar a minha inútil festa de aniversário. Me lembrei de todos os momentos de dor e solidão depois que eles pronunciou tais palavras com firmeza, quando eu perguntei se me amava e ele, simplesmente disse “Eu não te amo Bella, nunca te amei de verdade”. Me lembro de como meu coração parou, de quanto eu tempo eu olhei profundamente em seus olhos, até que pisquei, uma só vez, tempo mais que suficiente para que ele saísse, duma velocidade inumana, sem me dar um último abraço, um último beijo, ou sem nem mesmo me deixar sussurrar então um “Adeus”, ou um “Eu te Amo”, porque ele se foi, e me deixou ali, chorando, com as lágrimas rolando por meus olhos, de agonia e de dor, eu estava literalmente morrendo por dentro.

- Calma Bella, calma. – senti braços frios me abraçando – O que foi? O que foi Bella? Está tudo bem? – Só então me dei conta de que eu estava chorando silenciosamente.

Rapidamente, me levantei, ainda com as lágrimas rolando por meus olhos, e segui em direção ao meu quarto. Fechei a porta, em sinal para que ele não entrasse. Eu estava sentindo ódio por mim mesma, ódio por não ter tentado, de todas as maneiras possíveis, mantê-lo aqui, comigo, por não ter implorado, ficado de joelhos, pedido, nem que fosse em um sussurro, nem que fosse apenas uma palavra, para que ele ficasse, e estivesse aqui e agora, ao meu lado.

Continua . . .