Bella narrando

Subi ligeiramente, escovei os dentes, tomei um banho, vesti uma calça jeans e minha camisa azul (ele dissera que fico bonita de azul), rasguei uma folha de meu caderno e escrevi o bilhete a ele.

. . .

Edward,

Espero que não se culpe por ter ido embora, me matei por que EU quis.

Só quero que saiba que EU TE AMO, sempre te amei, nunca, jamais, nem por mesmo um segundo eu deixei de te amar. Só lamento que não sinta o mesmo por mim, eu ainda penso que naquela época você me amava de verdade, mas agora é tarde para dizer o que eu sinto por você, quando você disse que ia partir, eu DEVIA ter implorado que ficasse, não importava se você fosse partir de qualquer forma, eu devia ter implorado, ou ao menos  tentado, agora eu me arrependo, e fico me perguntando todos os dias “Se eu tivesse pedido, se eu tivesse implorado que ficasse, você ficaria? Valeria alguma pena ficar de joelhos e pedir que ficasse?” Agora eu não sei o que seria, mas é tarde demais, você se foi, e levou meu coração com você.

Não consegui suportar essa dor, essa falta de ter você aqui, comigo, todas as noites e todos os dias, mas agora essa dor passou, não tenho mais porque sofrer, não tenho mais porque chorar, porque não estou mais aqui, com você, eu me matei, pois minha vida não tinha mais sentido sem você, cada um seguiu seu rumo, criou seu destino, você se foi, e eu não fui junto com você, mas agora eu se fui, por outro caminho, e para outro lugar, para o céu ou o inferno. Só não se esqueça do mais importante de toda minha vida, VOCÊ, não se esqueça de que EU TE AMO, jamais se esqueça disso.

Beijos, Bella Swan.

Eu dobrei a folha ao meio e a coloquei na minha bolsa, calcei meu All Star e desci até a cozinha, peguei uma faca de cortar carne, guardando-a em minha bolsa. Deixei um bilhete a Charlie dizendo que eu havia saído e que ele não precisava se preocupar comigo, não mencionei para onde iria. Pequei a chave de minha picape e sai normalmente, tranquei a porta de casa, guardando a chave em baixo do beiral, como sempre. Segui em direção à picape e subi na cabine. Liguei o motor e segui em direção à casa dos Cullen.

Quando cheguei lá a casa estava abandonada, vazia, como antes. Eu parei na frente da casa e fui em direção à porta principal, na esperança de que ela estivesse aberta. E estava, a porta estava destrancada, eu voltei a picape, abri minha bolsa e peguei apenas o que eu precisaria, a faca e a carta.

Eu não hesitei na porta, passei por ela e a fechei novamente, como estava. Os móveis estavam todos cobertos com panos brancos. Eu não toquei em nada, subi as escadas até o segundo andar e segui até o fim do corredor. Eu ofeguei duas vezes antes de abrir a porta, então entrei em seu quarto. O quarto estava exatamente como eu me lembrava, como da última vez que eu estive aqui.

Eu não demorei, coloquei a carta dobrada ao meio em cima do sofá de couro preto, fiquei em pé ali, ao lado do sofá. Decidi agir, não tinha mais por que adiar. Segurei a faca com minha mão direita e, cortei, sem muito esforço, meu pulso esquerdo. Ofeguei uma vez, mas passei a faca para a mão esquerda e, sem pensar duas vezes, cortei meu pulso direito. Pronto, eu havia cortado meus pulsos, e ainda estava viva. Era apenas questão de minutos para que eu desmaiasse, e mais alguns ainda para que eu morresse ali, sagrando, no quarto de Edward.

Eu não queria ter de esperar esses poucos minutos, então decidi cortar meu pescoço. Enquanto eu levava a faca, em minha mão esquerda, até meu pescoço, vejo um vulto entrando no quarto.

Continua . . .