Bella narrando

Meses se passaram e eu, de algum jeito, ainda estava viva, a dor ainda não havia me corroído por inteira, mas também não havia sumido, eu ainda me sentia uma pessoa sem alma, ainda sentia um oco no lugar de meu coração, por que ele não estava ali, ele havia levado meu coração e nunca, jamais devolveria, por que eu jamais sentiria algo por alguém.

Eu tentava agir normalmente, mas nem sempre conseguia, a dor era tanta que às vezes eu pensava em me matar, eu pensava comigo mesma, “minha vida não tem sentido sem ele, se eu me matar estarei fazendo um favor a mim mesma, estarei deixando a dor de lado”. E às vezes a única coisa que me impedia de se matar era Charlie. Mas naquele dia eu havia decidido, eu iria me matar, eu iria pegar a arma de Charlie e atirar no meio de meu peito, iria morrer pois viver não tinha sentido. Eu decidi que ia me matar no sábado de manha, logo depois de Charlie sair para o trabalho (ele não via sentido em levar a arma para o trabalho, então ela estaria lá), quando eu estava descendo as escadas para pegar a arma de Charlie eu olhei para o lugar onde seu cinturão policial devia estar e suspirei:

- Droga – reclamei comigo mesma.

Seu cinturão não estava ali, Charlie o havia levado para o trabalho, justo hoje, justo quando eu precisava dele. Isso era muito injusto.

Eu peguei meia tigela de cereais e fui me sentar no sofá, assim que terminei fiquei pensando nele, no quanto ele me fazia falta. Também fiquei pensando por que Charlie havia levado seu cinturão, será que ele sabia que eu pretendia me matar? Eu não me lembrava de ter comentado nada na frente dele.

- É isso, porque não pensei nisso antes – eu disse enquanto uma nova ideia me ocorria.

Eu já havia ido até a casa dos Cullen uma vez, mas não havia entrado. Eu havia apenas observado a casa, os móveis cobertos com panos brancos, eu havia ido confirmar se eles já haviam partido. Ao menos eu sabia que a casa ainda estava de pé.

Era muito simples, ele era um vampiro que tentava ao máximo não me matar (beber do meu sangue), mas eu o amava. Eu iria escrever uma carta a ele e coloca-la no quarto dele, aonde eu iria me matar, eu levaria uma faca e cortaria meus pulsos, e, se eu ainda estivesse viva, meu pescoço.

Subi ligeiramente, escovei os dentes, tomei um banho, vesti uma calça jeans e minha camisa azul (ele dissera que fico bonita de azul), rasguei uma folha de meu caderno e escrevi o bilhete a ele.

Continua . . .