[...] “Deixei que caísse e então, utilizando novamente da magia, tele transportei-o para a montanha ao norte de Blair, pois em meio as árvores que haviam lá, havia também uma espécie de porão, porém estava muito bem camuflado.”

“Eu não podia deixar que o garoto lembrasse de tudo, então o fiz esquecer de tudo, seu nome, ao seu ver, agora era Elliot Fitzer, não se lembrava de nada nem ninguém, a não ser a data de sua morte, sua idade.”

“Eu estava feliz, pois agora minha vingança estava completo, eu havia, de certa forma, acabado com Elliot Swan.”

Bella narrando

Então não foi culpa minha? Ele não morreu? Ele estava aqui o tempo todo? Ele se lembra de mim, mas e do restante todo? Ele irá para o céu como os outros?

Mil e uma perguntas rondavam minha cabeça, todas em busca de uma resposta. Eu não conseguia me mexer, devido à surpresa do momento. Saber que meu irmão esta vivo, saber que não foi minha culpa, saber que ele – mesmo que indiretamente – me mandou uma carta, saber que ele pediu minha ajuda, saber que ele esta a alguns segundos de mim...

- Bells, é seu irmão? – perguntou Tia surpresa.

- É – murmurei ainda estática.

- Vamos? – perguntou Andrey – Ah, vamos lá Castiçal, você precisa reencontra-lo, anda logo. Você mais parece uma estátua morta. – falou para descontrair a tensão do momento, e ao mesmo tempo, fazer com que eu dês petrificasse.

- Caso não saiba, uma estátua é morta, seu otário – falou Benj.

- Não enche. Eu quis dizer que ela esta com uma cara morta seu retardado.

- Ok, ok. Chega os dois. – falou Amanda e então se virou para mim – Você quer ir Bells?

- Cl-claro – gaguejei.

Seguimos rapidamente para a montanha ao norte de Blair, comecei a procurar por entre as árvores, o porão que por aqui havia. Depois de meia hora seguindo floresta adentro, encontrei algumas correntes escondidas por várias folhas entre duas árvores, deixando uma estreita passagem.

Segurei os cadeados e em apenas um puxão os retirei dali, coloquei minhas mãos nas argolas que serviam para abrir o local e as puxei para cima, revelando um local empoeirado e com alguns potes e pratos com pequenos restos de comida. De dentro dele saiu um garoto. Ele tinha os cabelos negros como os meus e os olhos eram de um azul claro perfeito, exatamente como me lembrava.

Assim que saiu de lá, olhou rapidamente todos ao seu redor, até que seus olhos caíram sobre mim, e então me abraçou com uma rapidez inexistente, e eu retribui o carinho. Ficamos assim por algum tempo, até que Andrey nos interrompeu com uma de suas piadinhas.

- E então, quando sai o casório? – ironizou.

- Hahaha, muito engraçado de sua parte – falei e então Elliot me colocou no chão.

- Isa?! – ele falou pela primeira vez em muito tempo, sua voz doce e rouca soou como música para meus ouvidos.

-Elliot! – murmurei – Senti saudades suas. – falei soluçando.

- Eu também – falou – Não me lembro de nada, apenas de você e...

- Tudo bem Elly, eu li sua carta, e posso tentar reverter o feitiço se quiser.

- Claro – murmurou.

- Da cogitationibus meis et animam meam. [Dê seus pensamentos e sua alma]. – e então Elliot ficou meio tonto, sentou-se em uma pedra que ali havia.

Cinco minutos depois ele abriu os olhos novamente e me abraçou.

- Isa, Isabella. – murmurou em meu ouvido – Eu me lembro, obrigada.

- Claro. Você se lembra de sua família? De tudo o que aconteceu?

- Sim. Nós estávamos naquela cachoeira, e então você esbarou em mim, e eu caí. E logo depois acordei aqui, dentro daquele porão. Apareceu uma mulher e disse-me que sua vingança estava completa, e que nunca me encontrariam aqui.

- Shhh, eu te encontrei, estamos juntos, para sempre. – murmurei em seu pescoço, mas sem segundas intenções.

- Hey, não pegue todo o crédito, nós também ajudamos, viu?! – resmungou Andrey. Amanda deu-lhe um peteleco – Ai!

- Deixe eles curtirem o momento – falou a mesma.

- Quem são? – perguntou Elliot curioso.

- Ah, claro! Estes são meus amigos e vieram junto comigo libertar as crianças que você descreveu na carta. Todas já se foram, só faltava você. Estes são Amanda e Andrey – apontei um dos casais – E estes são Tia e Benjamin – apontei os dois abraços mais no canto.

-Olá! Obrigado por ajudarem.

- De nada Elliot. Você é irmão de nossa amiga, é nosso dever ajuda-la – falou Tia carinhosa.

- Mesmo assim, obrigada. E Bells, como estão nossos pais? Como me encontrou?

- Bem Elliot, é uma história pouco complicada. Você consegue fazer apenas uma magia ou outra, isso é porque mamãe é uma bruxa, assim como eu. Mas papai não sabe de nada. A propósito, eles estão separados e mamãe esta com um bruxo.

- Ahh. – murmurou.

- Bem, você já ouviu falar que existem os Imperious Witch e os Witchers? – ele apenas assentiu – Pois é, mas hoje em dia eles se dão bem, por exemplo: Mamãe é uma Imperious, assim como eu, e seu marido, Phil, é um Witcher. Amanda e Andrey são Witchers, e Benj e Tia são Imperious, mas todos nos damos bem.

- Legal, nas histórias que a mamãe nos contava, eles não se davam bem.

- Pois é, também me lembro. E todas aquelas histórias são reais.

- Gente, porque não vamos embora? – perguntou Tia – Vocês dois poderiam ficar e por o papo em dia, e nós voltamos ao Alasca.

- Pode ser – falaram os outros três.

Assim, partimos para o castelo, onde eles pegaram suas coisas e foram embora, mas nãos em antes eu pedir a Amanda que avise minha madrinha e suas irmãs que eu voltarei mais tarde e que apareço lá quando chegar. Pedi que dissesse que não estou sozinha, apenas para que ela não fique preocupada, mas pedi também que não contasse sobre Elliot.

Nestes dias que se passaram, contei a Elliot tudo o que aconteceu desde aquele dia em que ele veio parar em Blair. Contei também sobre Phil, contei que estava morando com o papai, e que fui para o Alasca, devido a minha transformação. Contei tudo, até mesmo sobre os Cullen. Contei que tentei me matar, que fui para a Itália, que perdi um bebê... Ele não gostou nem um pouco de saber sobre o que Edward fez comigo e como fiquei, mas isso não vem ao caso.

Elliot continua sendo humano, na verdade, ele é um hibrido, humano-bruxo. Ele consegue fazer uma magia ou outra. Se alimenta de mês em mês, mas dorme todas as noites. Ele é rápido e é imortal.

Depois de passarmos uma semana pondo minha vida em dia, e curtindo a presença um do outro, decidimos finalmente voltar.

Edward narrando

A campainha da casa dos Denali tocou, e como eu era o único presente na sala, fui atender a porta.

Ao abri-la, dei de cara com uma garota loira de olhos azuis. Ao seu lado havia outra garota, de longos cabelos pretos e olhos de um tom âmbar.

- Bom dia. Quem deseja? – perguntei indiferente.

- Bom dia. – falou a loira - Sou Amanda e esta é Tia. – apontou para a morena - Viemos falar com uma das irmãs Denali.

- Lamento, mas elas saíram para caç... – eu não sabia se podia falar algo desse tipo com elas, vai que não sabiam sobre nós...

- Tudo bem, sabemos que vocês são vampiros. – afirmou Amanda – Eu só vim deixar um recado.

- Pode falar, eu repasso.

- Tudo bem. É só para avisa-las que Bella volta daqui uma semana e que não precisam se preocupar que ela não está sozinha. Ela virá visita-las quando chegar.

Estaquei no lugar, como assim Bella esta com outro cara em algum lugar do mundo.

- Tudo bem – tentei parecer indiferente – Irei avisa-las. Algo mais?

- Não, obrigada. Até mais... – falou Tia pela primeira vez, deixando uma brecha para que falasse meu nome.

- Edward. E de nada. Até. – falei.

Assim que ouviram meu nome, pude perceber a surpresa recorrer em seus olhos por alguns instantes, e suas mentes limpas, claras como  a água, de forma que eu não conseguia lê-las. Elas acenaram, viraram as costas e simplesmente sumiram.

Deviam ser bruxas, assim como Bella.

Ah, Bella, doce Bella, minha Bella. Como eu sentia saudades, e agora, saber que ela esta com outro, fazendo sabe-se lá o que, me deixa frustrado, e me faz sentir-se culpado por tudo o que fiz. Seu pudesse voltar no tempo, seria para o dia em que a magoei, e me impediria de fazer tal burrada. Poderíamos estar felizes, juntos, e com nosso filho. Poderíamos ser felizes, mas eu estraguei tudo, completamente tudo.

Exasperado, sai de casa, e quebrei algumas árvores, frustrado. Ao menos não quebrei a casa.

Dois dias depois as irmãs Denali voltaram de sua caçada, e repassei o recado a elas. Mas cinco dias, eu estava nervoso e morto por dentro, estava muito pior do que antes, pois agora seu sei que Bella esta com outro.

Mas o pior não foi ouvir isso, e sim quando eu estava socando algumas árvores perto de casa, e ouço uma risada da voz mais linda do mundo. Dirijo-me até ela, mas a cena a minha frente é absurda, e me deixou frustrado, arrependido e enciumado, tudo ao mesmo tempo.

Bella estava sendo abraçada pela cintura, por um garoto pouco mais alto que ela, os cabelos do mesmo tom castanho e os olhos azuis cristalinos. Por dentro eu mais parecia um touro e minha vontade era de arrancar o braço do infeliz  e tomar Bella em meus braços, enche-la de beijos, e depois faze-la minha mais uma vez.

Tive de me conter para não atacar o infeliz. Logo andei até ela e cumprimentei-a.

- Bom dia Bella. Vejo que já arranjou outro não? – questionei visivelmente irritado.

- Entenda como quiser. – falou com indiferença.

- Quem é Bells? – perguntou o rapaz. Pude perceber de relance a tenção de Bella, mas ignorei o fato.

- Este é Edward... – pude ver que o aperto de sua mão se intensificou na do rapaz – Cullen.

O garoto rosnou pra mim, como se fosse me atacar.

- Calma Elliot – ela o segurou.

- Calma? – ele ironizou – Calma Bells? Esse desgraçado te abandonou quando mais precisava e ainda pede que eu mantenha a calma?

- Quem você pensa que é pra falar assim comigo? – perguntei dando um passo à frente.

- O irmão dela, seu otário – falou aumentando o tom de voz.

- Irmão? – perguntei surpreso e virei-me para Bella – Nunca me contou que tinha um irmão.

- Não gostava de tocar neste assunto, tá legal? Eu nem ao menos sabia que ele estava vivo, quanto mais que não foi minha culpa. – respondeu – Esquece Elliot, vamos entrar.

Ela deu-me as costas e os dois seguiram para a mansão Denali. Essa história estava muito mal contada, mas o que eu estranhei foi que Bella tentou impedir o irmão, ao invés de deixa-lo me atacar. Entrei em casa logo atrás deles.

- Elliot? – questionaram as irmãs Denali, visivelmente surpresas.

Irina foi o primeiro a abraça-lo.

- Oh querido, onde esteve? Pensamos que houvesse morrido, nunca mais nos dê este susto querido...

- Tudo bem dinda, estou melhor agora, acalme-se.

Depois ele abraçou Tanya e em seguida Kate. Bella estava parada mais ao canto da sala, apenas assistindo a cena deles, logo Tanya foi para seu lado.

- Como o encontrou?

- Em Romênia.

- A carta? – Bella assentiu – Foi ele quem mandou?

- Foi. E é por isso eu fiquei lá por tanto tempo.

- Claro. Mas o que realmente aconteceu e onde ele esteve todo esse tempo?

- Lembrasse do diário de Elly Kedward que dizia na carta? – Tanya assentiu – Estava tudo anotado lá. Ao que parece minha mãe a dedurou por má bruxaria e rapto de inocentes, e como vingança ela raptaria um de nós dois. Pra falar a verdade, foi ela quem me fez esbarrar em Elliot. Ela o pegou e levou para Blair, e apagou praticamente toda sua memória.

- E como ele se lembrou de nós?

- Eu devolvi toda sua memória. Ela não pegou a memória dele, apenas escondeu dentro da própria cabeça, então foi fácil reverter.

Eles ficaram por mais algum tempo, e eu me dirigi para fora de casa, fiquei lá sentado, até que dois rapazes apareceram. Um era moreno de olhos verdes claros, e outro de cabelos pretos e olhos âmbar.

- O que querem aqui? – perguntei sem um pingo de emoção.

- Nossa, tá animado hein. Nós só viemos ajudar. – falou o de cabelos pretos e olhos âmbar – A propósito, me chamo Andrey e este é Benjamin – apontou o moreno de olhos verdes.

- prazer, Edward. – falei ainda indiferente.

- Já sabemos, e se serve pra sua alto estima, a Bella ainda te ama – falou Benjamin.

Por um momento meus olhos brilharam de expectativa e minha mente vagou par longe.

- Hey, Edward – Andrey estalava os dedos a minha frente – Acorda cara.

- Se você ainda a ama só tem que correr atrás e provar o que sente. – falou Benjamin.

- Como sabem disso? Quer dizer, como sabem que ela me ama? Como me conhecem? – perguntei.

- Ela tem amigos sabia? – falou Andrey, fingindo indignação - Creio que já conheça Tia e Amanda, e antes que pergunte, elas contaram que foi com você que deixaram o recado para as irmãs Denali.

- Como as conhecem?

- São amigas de Bella e nossas namoradas – falou Andrey.

- Ok, eu só não sei como conquista-la.- murmurei – ela mudou tanto desde a última vez que estávamos juntos.

- Cara, falou Benjamin pondo a mão em meu ombro – não é só porque ela se transformou em uma Imperious que ela deixou de ser a Bells de sempre.

- Valeu.

Andrey iria falar alguma coisa quando duas garotas aparecem de meio as árvores, raivosas. Reconheci Tia e Amanda.

- O que fazem aqui? – questionaram juntas.

- Conversando. – respondeu Andrey.

- Com Edward? Aposto que isso não é uma conversa qualquer. – exclamou Amanda.

- Ah vai. Tá na cara que os dois se amam – falou Andrey.

- Claro, fala isso porque não foi você que passou meses tentando amparar uma amiga deprimida. – retrucou Amanda. Abaixei minha cabeça, sentindo-me culpado por tê-la deixado assim. – Não foi você quem tinha de vigia-la a cada momento, pronto para impedi-la de qualquer burrada.

- Chega, tá legal. – murmurou Tia. – Só preciso saber uma coisa, Edward – chamou-me, e levantei a cabeça para olha-la – Você a ama?

- Sim, eu me arrependo de tudo que fiz, só queria voltar e desfazer a burrada que fiz – murmurei.

- Ótimo, porque não corre atrás dela? Declare-se a ela, diga que se arrependa olhando nos olhos dela, só assim ela vai saber que fala a verdade. – falou Tia confiante.

- Cara, do jeito que ela te ama vai cair nos seus braços, só não cometa a mesma burrada – falou Andrey.

- Ok – levantei-me – Obrigado pelo conselho. – consegui esboçar um pequeno sorriso.

- De nada – falou Amanda – Só não a decepcione de novo, e cuidado com Elliot, ele é meio super protetor e te aconselho a não falar com ela na frente dele.

- Ok.

- Nós já vamos – falou Tia – Temos de ir.

- Tchau então – acenei.

- Tchau – murmuraram, e então Benjamin pegou na mão de Tia, e Andrey na de Amanda. E em um piscar de olhos todos se foram.