Capítulo 7

Erick estava indignado com toda aquela situação. "O que eu disse de errado?", ele tentou ligar de novo, mas Amélia havia desligado o telefone. "Ela não pode fazer isso. Agir dessa forma sem ao menos explicar o que eu fiz... O que é isso Erick? Você nunca ficou assim. Por mulher nenhuma, não é agora que vai ficar agindo feito um tolo! A quem estou tentando enganar? Não consigo tirá-la da cabeça..."

***

Amélia estava feliz por ter ido visitar sua família. Era segunda-feira de manhã, como ela agiria na presença de Erick? "Vou ignorá-lo!". O problema é que ela não conseguia parar de pensar nele, era como um vício. "Mais um motivo pra mantê-lo longe..."

Ela, como de costume, chegou em cima da hora e foi pra sala dos professores guardar a jaqueta e a mochila, quando estava saindo deu de cara com Erick.

- Qual é? De novo?

- Eu é quem devia tá dizendo isso... - disse Erick sorrindo.

"Porque o sorriso dele tem que ser tão bonito? Melhor dizendo: porque o ERICK é tão bonito? Okey Amélia, você está novamente se deixando levar por ele. Tome as rédeas da sua mente Mulher!"

Amélia balançou a cabeça pra limpá-la e disse:

- Com licença?

- Precisamos conversar...

- Não precisamos não! EU preciso ir pra sala de aula. Não sei se percebeu, mas estou um pouquiiiinho atrasada.

- É claro que precisamos Amélia! Você desligou o telefone na mminha cara!

- Tecnicamente não. Eu me despedi antes.

Erick suspirou.

- Ok. Mas porque você agiu daquela forma?

- Que forma?

- Não se faça de desentendida. Num minuto estava tudo bem e no outro eu tava falando sozinho. Por que? Você me odeia?

- Au contraire. Eu não te odeio...

- Então por que você fez aquilo?

- Eu não posso falar...

- Você não pode ou não quer?

- Um pouco dos dois...

- Entendi. Tudo bem, a gente se vê por aí.

Dizendo isso, ele saiu e a deixou sozinha. "Oh Dieu. Por que essas coisas só acontecem comigo?".  Ela seguiu seu caminho para a sala de aula.

***

Erick estava nervoso, "Essa mulher tem sérios problemas!". Quando terminou sua aula resolveu falar com James...

- Então nós estávamos conversando...

- Sobre?

- Bom... eu tive a ideia de juntar as disciplinas pra uma aula especial...

- Sei. E?

- E do nada ela se despediu e desligou o telefone na minha cara. Nem deixou eu responder...

- Você não disse nada que pode ter a magoado ou algo do tipo?

- Não. Quer dizer, agora que você tocou no assunto...

- Erick, o que você disse pra pobre mulher?

- Você pareceu a minha mãe agora... Credo!

- Não muda de assunto.

- Eu a chamei de "meu anjo". Foi depois disso que ela ficou estranha...

- Você não toma jeito. Porquê tinha que chamá-la assim?

- Não sei. Simplesmante disse. Não tive a intenção de magoá-la ou "avançar o sinal"...

- Ela deixou você se explicar?

- Não. Apenas desligou o telefone. E hoje quando fui tentar falar com ela, não obtive resultado nenhum. Eu até perguntei se ela me odiava...

- E o que ela disse?

- Alguma coisa em francês, e depois disse que não. Daí perguntei o porque da mudança de humor repentina e ela disse que não podia falar. Até agora não entendi...

- Cara, dá um tempo pra ela. Vai ver ela tem namorado, ou teve recentemente. deixa quieto por enquanto.

- Acho que você tá certo. Mas esse é o grande problema. Eu não consigo "deixar quieto". Ela não sai da minha cabeça...

- Xiiih...

- Que foi?

- Acho que dessa vez o cupido exagerou na dose! - disse James rindo.

- Valeu "amigo"! Eu não ri quando você disse que estava apaixonado pela Miranda... - Miranda era a nova namorada de James.

- Tudo bem eu paro! Eu tenho que ir pra sala. Não vai fazer nada de que possa se arrepender depois!

- Sim senhor! - disse Erick em posição "de sentido" e batendo continência.