- O chefe da Reserva concordou com isso? – O Prefeito estava sem entender o que tinha feito alguém fechado como o chefe da aldeia se abrir para uma ideia tão moderna. Eu sei que era complicado para eles se abrirem sem perder tudo que construíram todos esses anos.

- Tenho pessoas que estão se preparando para chegar até o final dessa estação.

- São só dois meses.

- Meus pesquisadores e os deles trabalharão em conjunto.

- Ainda não consigo acreditar senhor Cullen que o senhor conseguiu algo tão extraordinário. Eles são muito discretos e vivem de maneira bem reclusa como sabe, há poucos que saem e quando voltam, mesmo formados, trabalham entre eles mesmo. Tem escolas lá que foram construídas e poucos são os que trabalham e não moram lá. Estou impressionado.

- A tecnologia e o desenvolvimento que ofereço visam à modernização sem agressão. Dará oportunidades aos que tanto estudaram e também aos que querem continuar lá sem precisar viver miseravelmente.

-  Mas um pouco cara. – ele estava interessado em números.

- Coisas caras são ainda mais valorizadas em determinados mercados. É só saber vender, é questão de conhecer o mercado e o público. Minha empresa não fez dinheiro com sorte, temos os melhores e mais competentes funcionários.

- Tenho certeza que sim.

- Preciso ir, começaremos as obras assim que possível na Reserva com a supervisão dos fiscais da Prefeitura.

- Eles com certeza aprovarão o senhor parece ser bem responsável em suas... obrigações.

Era nisso que eu queria chegar. Ele sabia que eu não era um homem como Alec e suas molecagens que poderiam de uma hora para outra prejudicar. Para melhorar a situação a secretária anunciou a chegada dele e o Prefeito sorridente queria me apresentar outro empresário de sucesso. É claro que aceitei. Alec entrou vitorioso.

- Alec, preciso apresentar o senhor Cullen, ele trará grandes projetos para nossa cidade nos próximos anos e penso que colocará nossa pequena e interiorana cidade em foco.

Alec me olhou avaliando.

- Prazer Alec. – disse friamente. - Então é verdade que conseguiu convencer os velhos da Reserva a dividirem as riquezas?

- Não. – O Prefeito não entendeu. – Eu os convenci que podemos aliar a tradição com a qualidade de vida que a modernidade nos oferece. Eles não poderiam deixar de concordar que as pessoas merecem empregos dignos de seus diplomas.

- Muitos tentaram... será que seu envolvimento com Isabella não é o motivo? Ela sempre foi amiga de Jacob.

Sorri.

- Conhece Isabella? – o Prefeito perguntou.

- Minha noiva, vamos casar em algumas semanas.

Alec estreitou os olhos. Tinha certa raiva neles que apesar de tentar disfarçar não conseguiu.

- Noivos? Que maravilha! O senhor é um homem de sorte, Isabella é uma menina muito inteligente e tenho certeza que merece o título de senhora Cullen.

- Isabella foi minha namorada. – Alec falou sondando o que eu sabia da história deles.

- Ela contou que namoraram, mas terminaram por causa da faculdade. Uma pena para você que perdeu essa grande mulher. Considero-me grato a você por tê-la deixado.

Alec ficou aliviado por eu não saber, sua linguagem corporal me dizia isso.

- Preciso ir senhores, tenho um compromisso importante.

Peguei a pasta em que tinha os vídeos que Tânia gentilmente cedeu. Sam e Jacob haviam feito um excelente trabalho com ela, conseguiram além de fotos alguns vídeos deles que seriam entregues nos jornais. Alec não poderia imaginar que dentro da minha pasta havia a ruína dele. O início do fim, meus advogados estavam vendo algumas dívidas que ele tinha com alguns bancos e isso o deixaria com mais problemas. Um divórcio o deixaria com poucas coisas já que a esposa dele com certeza se aproveitaria para ficar um pouco mais rica e para finalizar tinha as ações que ele tinha colocado no mercado e que estavam baixas devido a um pequeno boato de falência que seria quase confirmado depois de tantos escândalos envolvendo seu nome.

Sim, sorri para ele pensando que estava satisfeito com o destino dele. Sai querendo ver Bella que estava no Hotel com o advogado assinando alguns papéis. Ela estava radiante com a vinda a Forks e a tudo que o passado dela agora trazia. Depois de algum tempo, só restaram às boas lembranças. É assim, a dor vem forte, mas depois ela se acomoda virando lembranças que nos consolam.

- Pensei que não chegaria nunca! – ela reclamou quando abri a porta e abracei-a.

- Tenho uma surpresa.

- Qual?

- Bom, vamos que já sei o caminho e posso mostrar minhas habilidades de andar pela pequena e fria Forks.

Ela não imaginava o que a aguardava, ela estava linda e sua felicidade irradiava minha vida enquanto a guiava.

- Edward estamos indo para o Canadá?

- Não.

- Você se perdeu?

- Não.

- Estamos quase nos limites da cidade você sabe disso?

- Sei.

- ME DIGA ONDE ESTAMOS INDO EDWARD CULLEN.

Gargalhei com a curiosidade dela.

- Não se faz isso Edward.

- Quase lá querida.

Eu entendia o desespero dela. Só tínhamos a floresta como nossa companhia. Era uma paisagem diferente da Grécia, mas tinha seu charme e esplendor. A casa ficava no meio de uma floresta e ao estacionar Bella perdeu o fôlego. Eu desliguei o carro e fui abrir a porta para ela.

- O que é isso Edward?

- Uma casa. – respondi sabendo que ela ficaria irritada com a resposta.

- Seu idiota, eu ainda sei reconhecer uma casa quando vejo.

- Nossa casa. – falei abraçando ela por trás.

- Nossa?

- Bom, Jacob ou Sam falaram do Centro de Pesquisa?

- Sim, e não imagina como fiquei feliz! Eles vão estar melhores na Reserva. Edward como meu pai sonhou com isso...

- Pois estamos realizando o sonho do senhor Swan e adquirindo uma casa para ficarmos bem acomodados quando o trabalho exigir que eu fique alguns meses.

- Essa casa é linda... como descobriu?

- Jacob e Billy. Eles falaram que ela havia estado a venda por anos e que os antigos moradores pela localização estavam com problemas, só que ela é perfeita, fica perto da Reserva, onde vou trabalhar e podemos viver aqui isolados fazendo amor em cada parte da casa sem o menor problema....

Ela se virou emocionada e me beijou.

- Eu te amo. Eu te amo tanto... Edward isso é maravilhoso, eu pensei que nunca voltaria aqui... que... isso era passado...

- Futuro meu amor. Nosso futuro, dos nossos filhos e de nossos netos. O que faremos na Reserva será algo eterno. Todos se beneficiarão e podemos ficar orgulhosos de conquistas como esta, serão muitas Bella. Eu te prometo que serão muitas.

Bella enxugou as lágrimas antes de entrar na casa que era magnífica. Toda projetada para que toda natureza entrasse em harmonia, as janelas grandes de vidro nos davam a sensação de estarmos lá fora e não dentro de casa. Havia um toque moderno, mas sutil demais. Quatro quartos, suítes em todos eles, cozinha grande e moderna, sauna, área de ginástica e de lazer. Bella olhou para um quarto que estava pintado de rosa, ficava perto da sala.

- Eles deveriam ter deixado perto para as crianças brincarem em segurança perto deles. – ela disse pensativa.

- Quantos filhos pretende ter? – perguntei.

- Uns dois... eu amo crianças...

- Teremos três então. Gosto de números ímpares. E se vier gêmeos poderemos curtir outra gravidez.

- Gêmeos?

- Tem casos na minha família. Esme é gêmea, só que sua irmã morreu há uns anos.

- Oh... gêmeos...

 A ideia pareceu fascinar ela de algum modo.

- Como vão os preparativos para o casamento? Ágatha tem sido uma boa madrinha?

- A melhor, sua mãe e Alice estão desesperadas com ela, mas ela é boa no que faz. Será algo lindo.

- Perfeito. – disse voltando a beijar ela. – Esteja lá de branco e isso me fará o homem mais feliz do mundo. Diga sim e acho que poderei morrer de felicidade.

Depois que voltamos para o Hotel Bella e eu estávamos num clima agradável e vimos filmes e relaxamos num banho. Eu só queria poder ver a reação dela quando soubesse que Alec estava totalmente enrolado, sem chances de se reerguer. Amanhã nos jornais, a matéria principal seria o escândalo amoroso e o possível divórcio. Aguardava ansioso as notícias.