Eu deveria me desvencilhar e mandar Edward para algum lugar bem criativo, mas eu estava aliviada e feliz porque eu sabia o que Nessie tinha e porque eu estava ao lado de Edward afinal de contas. Porque eu ainda não tinha ouvido ninguém mencionar Victória e porque ele estava ali, eu sou uma idiota mesmo.

– Preciso falar com ele...

– Vamos... eu te levo...

– Não. – era a hora da separação. – Eu sei o caminho Edward.

E então saí deixando Edward ali sem saber muito bem o que fazer, mas nessa hora o que me importava era Nessie e avisar aos médicos que ela precisava da medicação certa. Corri pelo hospital, cheguei à sala de médicos e abri a porta sem querer saber se ali estava ou não o médico de Nessie ou se eu poderia estar ali.

– O médico de Vanessa Cullen Swan... Eu preciso...

Um médico mais velho levantou e me olhou feio.

– Não pode entrar aqui!

– Eu quero saber quem é o médico dela! – o velho fez cara feia. Será que era ele?

– O caso dela é sigiloso e acho que a senhora...

– Olha só, o médico dela ou uma sala quebrada! Porque com a raiva acumulada que estou quebro essa merda em mil pedaços... e ainda...

– Uma mulher tão bonita deve ter motivos para estar aqui Joshua. – um médico saiu de um lugar que pareceu o banheiro. Ele era novo e sorridente.

– Ela é abusada isso sim! Isso aqui é uma área particular.

– Faço parte da junta médica senhora....

– Swan. Isabella Swan.

Ele se aproximou com calma e bateu nas costas do velho que estava me encarando feio.

– Sou Patrick. Patrick Nobel. Sou um dos médicos que está tratando dela.

A voz suave e o jeito confiante dele me arrebataram.

– Eu sei o que ela tem. – disse voltando a mim.

Ele sorriu para mim divertido. Eu não era médica, eu sabia disso.

– E a senhora tem tanta certeza por quê?

– Porque James, o pai tinha. É algo que é meio genético... meio azar não é? Os dois terem? Uma tia avó nossa tinha...

Ele gargalhou do meu jeito falante, mas eu só queria falar o que Nessie tinha e vê-la bem.

– Vamos fazer o seguinte. Joshua vai ver os pacientes dele e vamos conversar melhor. Se o pai tinha e uma tia avó com certeza pode ser a mesma coisa. O pai morreu disso?

– NÃO! Meu Deus não...

Ele riu de mim.

– Sra. Swan, eu só estava tentando entender.

– Virou psiquiatra agora Patrick? Por que...

– Olha aqui....

– Vamos com calma Joshua, penso que ela tenha a chave para todo esse desespero. Venha senhora Swan, sente-se e me conte com calma, com muita calma o que seu irmão tinha e o que provavelmente sua sobrinha pode ter.

E então eu sentei e contei a ele tudo que sabia da doença, eu percebi que ele anotava alguma coisa em um bloco que tirou do jaleco e fazia muitas perguntas sobre James, o que era um pouco obvio já que sobre minha tia avó eu não sabia muita coisa, só o que papai comentava às vezes.

– Vamos fazer o seguinte, não crie expectativas, vou fazer alguns exames e em algumas horas podemos saber o que Vanessa tem. Quero que entenda uma coisa Sra. Swan, ela pode realmente ter desenvolvido isso, mas pode também ter outra coisa e preciso que você se acalme e espere o resultado.

– Claro.

– Agora se junte a sua família e espere algumas horas sim?

– Sim.

O que eu tinha que fazer? Esperar. Sai da sala um pouco menos feliz, um pouco mais aliviada e perdida. Olhei para os lados e nem imaginava como tinha chegado ali, andei sem rumo até lembrar que no segundo andar tinha a cafeteria, não estava com fome, mas era melhor que a sala de espera com Edward lá.

– Você está nos devendo uma boa conversa Isabella. – a voz de Alice soou atrás de mim assim que pisei na cafeteria. Então eu vi Esme, Rose e Alice me olhando.

– Eu me perdi. – disse.

– O médico pediu mais exames, é em relação ao que Edward disse... que era algo que James tinha?

– Sim Esme. – respondi tranquilamente – mas ele disse que precisamos esperar. Então, nada de expectativas não?

Eu disse triste.

– Enquanto esperamos pode nos contar como Paul veio à tira colo? – Rose perguntou divertida. E eu apenas sorri.

Contando das viagens e tudo mais que tinha acontecido, percebi que Esme estava um pouco abatida, mas se tudo desse certo, Nessie estaria bem. Continuei falando de Roma, Paris, Madri, Nápoles.

– Sério que quase deu a volta ao mundo nesses dois meses?

Rose estava surpresa e divertida.

– Sim. – dei os ombros- eu ia ficar sentada chorando por Edward enquanto ele paparicava a ladra da Victória?

Esme nessa hora estreitou os olhos. Falei demais. Merda.

– Ladra? – perguntou.

– Bom, não sei se vão acreditar... Edward com certeza não... mas parece que ela e Luka roubam milionários.... golpes pequenos e discretos. Paul me contou que seu irmão Isaac conhece alguém que ela depenou.

– VAGABUNDA!

Alice gritou e Rose bateu na mesa nos assustando.

– EU TINHA QUE BATER MAIS NELA!

– Você bateu nela? – perguntei a Alice.

– Bati e muito, mas Rose fez um serviço melhor! – elas riram e Esme somente se conteve. Acho que ela queria rir, mas não ia dar asas a essas duas.

– Eu queria meter a mão nela também. – confessei – Vagabunda e ladra.

– Então acha que ela está nessa com Luka? – Esme perguntou.

– Bom, faz mais sentido que ela querer do nada se reabilitar, Edward e sua culpa astronômica é a vítima perfeita.

– Precisamos fazer alguma coisa. Rose você sabe onde ela?

– Onde ela está Alice?

– Bom... – agora Alice estava sem graça. Ela nunca ficava sem graça.

– O que foi?

– Edward a internou depois que descobriu que você se foi... ele te procurou... mas parece que sempre havia desencontros...

– Ele me procurou? – isso era uma surpresa e queria não ficar feliz, mas fiquei. Aquele idiota tinha ido me procurar, largou Victória e seu vício e foi me procurar. Eu estava feliz.

– Ele te ama. – disse Esme sorrindo. – Ama como nunca amou ninguém. E sofreu.

– Bem feito! – Rose gritou – Imbecil estúpido. Passa anos sozinho, mal- humorado e sendo culpado. Então Bella aparece e ele a larga assim? Bem feito!

Alice concordava com a cabeça e Esme de certa forma também concordava apesar de querer o bem de Edward. Que confusão enorme isso se tornou, mas eu sabia que aquilo não resolveria tudo, nem a metade da confusão que se tornou eu e Edward.

– Rose onde ela está? Eu sei que você seguiu Edward outro dia.

Esme olhou espantada para Rose que se fez de certa.

– Segui mesmo, queria saber onde a piranha estava e acredite Edward a colocou na casa de reabilitação mais cara que conheço, supera até a que ele foi. Tenho certeza de que ela recebe visitas de Luka.

– Por que acha isso? – perguntei.

– Porque Edward não vai todos os dias, porque ela liga mais para ele que a própria mãe para manter algum contato, e porque ela não parece nem um pouco reabilitada. – Rose pensou um pouco e olhou para Esme – Quando Edward saiu disso... vocês sempre contam que ele estava... mal...

– Mal? – Alice falou – Edward era o trapo em pessoa. Ele passou semanas um feito maluco. E acredite, já vi malucos melhores na época. Carlisle mesmo não conseguia ver ele, nem sei como Esme conseguiu.

– Pois bem, de longe ela não está nem parecida com isso acredite!

Ficamos todas nos olhando pensando e repensando. Eu vi Paul entrar e sorri para ele, ele tinha se tornado um grande amigo e o abracei.

– Fiquei preocupado com você menina...

– Eu acho que isso se resolve hoje... vamos torcer não é mesmo?

E então vi Edward entrar com Ágatha a tira colo. A cena na minha frente era essa, ele com minha aliança no dedo e ela nos braços. Tinha algo errado nisso não? Eles se aproximaram e eu e Edward travamos uma guerra de olhares. Não ia ceder, o que aquela mulher estava fazendo ali?

– Bella não sabia que tinha voltado. – ela disse simpática.

– Voltei sim, é minha sobrinha acha que estaria onde?

Ela olhou sarcasticamente para Paul e eu tive vontade de voar nela.

– Soube que viajou. Não pensei que tinham conseguido te avisar, só isso.

– Bom, ela sumiu mesmo. – disse Edward e eu me voltei com ódio para ele.

– Edward seu cretino sabe muito bem porque eu precisei ir embora! Para não olhar para sua cara de besta e cachorro de Victória!

– Você foi sem a gente conversar! Não é assim que as coisas são Isabella!

– E entre Victória e sua reabilitação você teria tempo para mim? Edward se manca! Ela não presta te faz de capacho e eu quero um homem e não um cachorro!

E então o vi ficar nervoso e vermelho. Estavam todos olhando para nós como se a qualquer momento fossemos explodir e ele pegou meu braço e saiu me arrastando pelo hospital eu lutava, mas mesmo assim estava sendo levada e arrastada por ele que entrou num dos quartos, eu olhei para o senhor que estava deitado assistindo televisão.

– Quer um homem Isabella? – ele disse e eu quase implorei para ele não fazer o que eu sabia o que ele iria fazer. Então olhei para o senhor meio desesperada e então Edward me imprensou na porta e me beijou. Eu dei um soco em suas costas, mas fui vencida pela saudade e pelo meu amor por ele. O beijo intenso e cheio de paixão me deixou fora de órbita, me entreguei querendo mais e não me sentindo saciada em nenhum instante. A porta abriu e fomos empurrados para trás. O senhor agora sorria divertido e a enfermeira nos olhava de cara feia.

– Você é um idiota! – disse e saí do quarto sentindo meus lábios vermelhos, sentindo ainda tudo que estava aflorando em mim. Precisei de uns minutos sozinha em um banheiro qualquer. Lavei meu rosto, molhei meus pulsos e no final me olhei no espelho.

– Você precisa ser mais firme. Isso não está certo.

Isso não convenceu nem a mim mesma, mas eu aproveitei o momento sozinha e sentei num banco que encontrei. Respirei fundo várias vezes e me entreguei as preocupações com Nessie, era por ela que estava aqui e por ela eu ficaria. Minha paz não durou muito, Alice entrou no banheiro.

– O médico está com os resultados dos exames, ele quer conversar com todos nós.

Te amo tanto

Mas isso não é suficiente

Você ama pesado, e eu gosto do leve...

Nós apenas dissemos adeus com palavras

Eu morri umas cem vezes

Você volta pra ela

E eu volto


Luto, luto, luto, luto, luto, luto, luto, luto

Eu volto

Eu volto

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