Intermissão escrita por Miss Stilinski


Capítulo 9
8.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Nem demorei tanto assim para estar postando, né? Está aí outro capítulo para vocês ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/343995/chapter/9

 — Sabe o que eu, às vezes, não entendo? — perguntou Ane, ajudando Nessie com os livros enquanto andavam por entre vários alunos apressados.

— Não. O quê? — indagou Nessie, distraída, em resposta.

— Você.

— O que tem eu, Ane? — Nessie, então, olhou para a amiga.

— Você é minha amiga. Atura a escola por minha causa — listou Ane. — E, você é bem mais velha do que eu — sussurrou —, e, mesmo assim, aguenta uma adolescente como eu!

Renesmee parou para olhar Ane, surpresa.

— Que coisa para se dizer, An! — exclamou Nessie chocada. — Eu gosto de você. É minha melhor amiga. Por que disso?

Ane deu de ombros e continuou a caminhada pela escola, mas Nessie não aceitou aquilo como resposta. Pegou Ane pela blusa e a encostou na parede, para ficar longe dos outros, um pouco forte demais.

— Ai, Nessie! — reclamou Ane, esfregando o braço.

 — Desculpe — disse a outra. — Que história é essa “aguentar uma adolescente como eu”? Só porque eu sou mais velha do que você, não quer dizer que eu seja uma senhora de idade!

— Não falei. Só quis que você deve se encher de uma adolescente com os hormônios a flor da pele — justificou-se Ane. — Não é chato, não?

Nessie balançou a cabeça, incrédula: — Não! Para falar a verdade... eu até gosto. Chato mesmo é ser adolescente com a mente de uma anciã. Estou vivendo novamente. Nem penso em mim como uma velha. Prefiro viver. E você, Ane, é a minha melhor amiga.

Ane sorriu e abraçou a amiga.

Os outros que passavam por elas, a olhavam de um jeito estranho. Ane, percebendo os olhares, se separou de Nessie e sorriu.

— É melhor irmos — disse Nessie. — Até a próxima aula.

— Até — sorriu Ane e seguiu seu caminho para a aula. Seus pensamentos flutuavam no primeiro encontro que tivera com Will. Seus olhos brilharam de lágrimas ao lembrar-se que fora com ele que dera o primeiro beijo de Ane.

Ela continuou a andar pelos corredores aina pensando em Will; como ele pôde ter-se esquecido dela? O olhar dele agora a atravessava, como se ela nem existisse. E isso era a pior coisa. Queria poder voltar no tempo e não ter pego o diário... Mas, aí, ela nunca conheceria Nessie. E disso Ane não se arrependia.

O sinal tocou, indicando que já estava na hora de todos os alunos estarem dentro de suas respectivas salas de aula e Ane nem na metade do corredor, estava. Ela apertou o passo.

Ao virar o final do corredor, Ane deparou-se com uma cena desprezível: Will segurava um garoto do primeiro ano pela gola da blusa e sussurrava algo no ouvido do menino que o deixava aterrorizado. Ane percebeu, chocada, que Will estava preparando-se para atacar. Quase tarde demais, Ane recuperou o ar que havia perdido e gritou:

— William Sher!

Tanto o garoto, quanto Will a olharam. O garoto a olhava, agradecendo com o olhar e Will a olhava um pouco abalado. Sher? 

Percebendo que estava com o garoto nas mãos, soltou-o lentamente e sussurrou outra coisa para ele. O menino assentiu, trêmulo, e desatou a correr, seus passos apressados fazendo eco pelo corredor deserto. Depois que o menino desapareceu, Will parou em frente a Ane, que não se assustou nem deu um passo para trás. Já estava acostumada com Nessie e Alice fazendo isso o tempo todo.

Os dois ficaram se olhando sem trocar uma palavra. Por um segundo ou dois, Ane pensou ter visto Will voltar me olhar do garoto. Essa certeza, porém, lhe foi arrancada, pois naqueles olhos profundamente negros de Will, havia um monstro criado por alguém que Ane não conhecia. A garota engoliu em seco.

Will sorriu. Não era o sorriso que Ane gostava. Ele podia ouvir o coração de Ane se acelerar com a mera aproximação dele; ela tentava fazê-lo diminuir de velocidade, mas era involuntário: o corpo de Ane estava acostumado — e ansiava — com a aproximação de Will.

— Não tente fazê-lo obedecê-la — sorriu, diabolicamente, Will. — Sinceramente, eu gosto de ouvi-lo bater. — E fechou os olhos.

— O... o que pretendia fazer com aquele garoto? — perguntou Ane, fingindo que não havia ouvido aquele, na opinião, belo comentário. Will abriu os olhos para encará-la.

— O que você acha que eu ia fazer? — sussurrou ele em resposta.

— Ia matá-lo? Aqui?

— Não se preocupe, eu não ia derramar sangue — disse Will serenamente. Ane balançou a cabeça; Will ergueu uma das sobrancelhas. — Não?

— Eu não ia deixar você fazer isso — Ane assentiu com firmeza. Ela não o olhava, temia ver o que não desejava, mas sabia que Will mantinha os olhos fixos nela. Ele sorria.

— E que lhe garante que eu não mataria você? — perguntou Will deslizando seus dedos gélidos nas bochechas de Ane, fazendo-a olhá-lo. Will vacilou sob seu olhar penetrante de Ane. Seus olhos demonstravam determinação e um desafio que Will nunca vira uma humana lhe lançar.

 — Você vai me matar? — sussurrou Ane. Will ficou calado. — Hein, você vai me matar?! — desafiou-o Ane mais uma vez.

Will piscou e logo recobrou seu lado sombrio. Sorriu para Ane e girou em volta dela lentamente, acariciando os cabelos lisos e ruivos de Ane, afastou-os das costas da garota e cheirou o pescoço, roçando o nariz pela extensão toda até os ombros. Inconscientemente, o coração de Ane parou e logo voltou a bater descompassado. Onde ele a tocava, a pele dela se arrepiada.

Gostando daquilo, Will sorria e provocava mais. Ele não sabia o que estava acontecendo. Essa menina mexia com os sentidos dele mais escondidos, seu sangue era tão atraente, quente, era quase como se cantasse para ele. Will passou a língua pelos lábios. Não era só desejo, era algo mais.

Depois de mais um giro, Will parou em frente a Ane novamente. Seu sorriso — não era o mesmo que Ane se lembrava, mas chegava perto — angelical estava ali, seus olhos faiscaram algo a mais do que desejo que ele sentia.

— Matar você? — Will balançou a cabeça. — Não. Eu não poderia matar você, Ane, não é esse seu nome? — Ane não respondeu respondeu, ele sabia que era. — Embora seu sangue seja quase... irresistível, não posso matá-la, linda. Seria um crime terrível, mesmo que seja contra as minhas regras.

Ane virou o rosto. Will sorriu ainda mais.

— Eu falo que eu não vou matá-la e você vira o rosto? — perguntou Will gentilmente.

— Ah, é claro. Há outras por aí, não é? — respondeu Ane com outra pergunta, irritada. Will ficou confuso.

— Você é estranha, Ane — disse ele lentamente, estreitando os olhos para a garota. — Você fala de morte sem medo, se irrita quando eu digo que eu não a matarei... Parece até que já viu alguém morrer.

— Mas eu já vi alguém morrer — falou Ane com mágoa. Will ergueu uma das sobrancelhas.

— Ah, é? E quem foi?

— Você. — Respondeu ela e saiu dali, deixando Will surpreso. Aquela garota tem o dom de me deixar confuso, pensou ele.

(…)

Ane estava sentada em um tronco caído, atirando edras no mar. As ondas quebravam revoltas nas pedras e na margem sem fazer barulho aos ouvidos de Ane. Pela primeira vez em dois anos, ficara tão perto de Will, mas tão longe dele. Aquela conversa toda ainda ecoava na cabeça da garota. Ainda podia sentir o nariz perfeito de Will fazer cócegas em seu pescoço, podia ver os olhos negros dele não demonstrarem nada, também.

Jake e Nessie brincavam mais a frente como duas crianças. Ane via o amor deles, que era tão puro e verdadeiro, que Ane sentia inveja só de olhar. Suspirou e voltou a se concentrar em atirar pedras na água salgada para aliviar a raiva que sentia.

— Assim você machuca os peixinhos — uma voz conhecida chegou aos ouvidos de Ane.

A garota olhou para o lado de viu Embry parado, sem camisa, sorrindo para ela. Ane parou de jogar as pedras com força. Embry sentou-se ao lado de Anee apoiou as mãos no tronco; Ane o olhou. Corando, Ane observou o corpo forte e moreno de Embry, seus cabelos lisos e castanhos escuros contrastando com sua pele em perfeita harmonia. Ane desviou o olhar.

— Não está sentindo frio? — quis saber Ane, pois ela mesma estava abrigada sob um grosso casaco. Embry a olhou.

— Não. Sou um lobo, lembra? — respondeu ele e depois franziu a testa. — Mas, às vezes, eu penso nisso. Deve ser bom sentir frio.

— É mesmo? Eu não acho — riu-se Ane.

— É... — disse Embry pensativo.

— E o que lhe faz pensar assim? — perguntou a garota. Embry a olhou novamente.

— Porque, se você estiver com a pessoa certa, pode aquecer muito melhor do que apenas um simples casaco.

Ane não respondeu. Ele falou aquilo para ela? Não. Ela só podia estar imaginando coisas. Será que ela estava... carente? Ane balançou a cabeça.

— E aí, como você está? — perguntou Embry ainda a encarando.

— Acho que vou bem — respondeu ela, fazendo Embry rir.

— Acha?

 — Hum... — Os dois olharam para o lado e viram que Jacob havia pego Renesmee no colo e a estava girando. Ela soltara um grito, o que havia feito chamado a atenção de Ane e Embry.

— Quer ir para um outro lugar? — perguntou ele. A garota olhou novamente para Nessie e Jacob. Ele agora beijava Nessie. Ae fez uma careta e pensou no que Nessie havia dito: para que Ane vivesse. Quem sabe Embry a ajudaria?

— Claro — respondeu Ane sorrindo.

Embry sorriu também e pegou a mão de Ane, ajudando a garota se levantar. Olharam mais uma vez para trás; Nessie e Jacob pareciam ocupados demais para notar que Ane estava andando para longe deles, de mãos dadas com Embry.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Intermissão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.