Intermissão escrita por Miss Stilinski


Capítulo 8
7.


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas do meu coração. Demorei, eu sei. Mas aqui está outro capítulo para vocês!



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Ane estacionou em frente a sua casa, onde, tantos anos atrás, o avô de Nessie morara. Saiu do carro e entrou, sabendo que sua mãe estava na cozinha. O dia de Ane fora cheio — briga no banheiro, desmaios, Will diferente — e ela havia esquecido que sua mãe havia prometido uma surpresa. Foi até a cozinha e encostou-se no batente da porta, jogando a mochila no chão.

—É aí que você coloca a mochila? — perguntou Susana. Ane sorriu.

— Depois eu guardo — falou a garota, observando a mão. Seus cabelos, vermelhos, iguais aos de Ane, estavam na altura do pescoço, seus olhos castanhos claros a olhavam com carinho e irritação ao mesmo tempo, usava calça jeans e blusa de manga comprida em gola V. Ane era parecida com Susana, mas herdara os olhos verdes do pai.

— Só quero ver — disse sua mãe. — Por que demorou?

— Er... fiquei conversando com a Nessie — mentiu Ane, rezando que, se sua mãe perguntasse, Nessie sustentasse a mentira.

— Ah, sim...

— Então, mãe. Quero a minha surpresa — Ane ficou na ponta dos pés e boltou a fixá-los no chão. Susana riu e saiu da cozinha, pegando a mochila de Ane ao passar.

Ane a seguiu, pulando igual a uma criancinha. Nem sabia o por quê de ser estar tão... animada. Não devia estar assim. Não depois de chorar na frente de Embry. Mas, talvez, fosse por isso que ela estava tão contente. Ele ficou ao lado dela sem dizer nada sobre Will, a única coisa palavra que ele dera fora o “Sinto muito”.

Susana subiu as escadas e Ane foi atrás, querendo saber qual era a surpresa.

— Me fala, mãe! Qual é a surpresa? — pediu Ane, a seguindo por todo o lado. — Via, mãe, me conta! — Susana não respondeu, apenas ria. — Não vai me contar? É isso mesmo? — Ane balançou a cabeça. — Mae, se você não me contar, eu vou ficar o dia inteiro, no seu ouvido.

Susana riu. Virou-se para filha, que esperava ansiosamente com os olhos brilhando. Susana riu mais uma vez.

— Está bem — rendeu-se a mãe. — Qual foi a última vez que você falou com os seus amigos?

— Hoje — respondeu Ane prontamente. Susana balançou a cabeça.

— Os seus amigos de Nova York, que eu estou me referindo.

— Ah. — Disse Ane. A verdade era que fazia um ano que a garota não falava com suas amigas de Nova York. Mas, depois que Will fora levado com os Volturi, ela fechou-se e nem Renesmee ou Jacob ou Seth ela falara. Ane suspirou. — Acho que elas não vão querer falar comigo.

— E por que não? Eu falei com Elizabeth anteontem. Ela está morrendo de você saudade e preocupação de você — falou sua mãe, ajeitando acama do próprio quarto.

— Sério? Ela não está com raiva de mim? — indagou Ane, esperançosa.

— Claro! Eu expliquei a ela o por que você está... não estava falando com ela. E, bem, ela entendeu. — Respondeu Susana.

— Que legal. Mas por que perguntou? — estranhou Ane. Sua mãe a olhou, sorrindo.

— Que tal visitá-la? — propôs Susana.

— Mesmo? — Ane sorriu. — Você vai me levar? Quando?

— Hoje? — sugeriu Susana.

— Sério? Vamos! — De repente, Ane se sentia animada por poder esquecer o mundo mitológico um pouco. Ficar no mundo real, com uma amida normal, que não sabia de nada ia ser bom. Ela queria voltar a ser normal, queria poder deixar Will esquecido no fundo de sua mente e coração. Algo que Ane não podia — não queria — fazer. Então por que não ficar com Elizabeth? Ela era legal e se preocupava com Ane.

— Claro. Vou me arrumar — respondeu Susana olhando o relógio. — Por que não liga para Elizabeth? E diz que estamos indo? Mas você sabe que nós vamos demorar para chegar, não sabe?

— Sei, sim. Vou ligar para ela!

Ane ligou para casa de Elizabeth, que atendeu o telefone. Ela ficara animada com a visita de Ane e Susana e falou que adoraria vê-la. Elas partiram à tarde.

(…)

Quando, enfim, chegaram em Nova York, Ane percebeu que, ali, não era mais o seu lar. Já da rodovia, ouvia-se os carros zunindo, buzinando, a poluição era visível. Ane estava com saudades de casa. Contudo, valeria a pena. A ruiva sentia falta de suas amigas; poderiam até visitar o seu antigo colégio.

Susana olhava para as luzes, pensando que nunca iria se acostumar com a rotina agitada da cidade mais. Gostava do ar de Forks: puro e com todo o seu verde. Ela dirigiu o carro alugado até o centro da cidade, onde as luzes ficavam mais brilhantes, depois seguiu algumas quadras, até pararem perto de sua antiga casa, que já estava ocupada por alguma outra família. De repente, sentiram falta dali.

Já era noite quando Ane bateu à porta de Elizabeth. A mãe dela, Jenifer, abriu a porta com um sorriso no rosto. Atrás dela, Elizabeth e Carrie, pulavam para ver Ane. Ela entraram e sorriram antes de se abraçarem. As garotas subiram as escadas animadas umas com as outras.

As três jogaram-se na cama de Elizabeth, que tinha os cabelos louros claro, olhos mel e algumas sardas cobriam o seu nariz arrebitado. Já Carrie, era morena com os cabelos negros e longos com os dentes brancos. Ela poderia muito bem ser uma Quileute. Elas riram, pois se embolaram uma nas outras.

— Você está tão diferente! — exclamou Elizabeth, analisando os cabelos ruivos e repicados de Ane. — Fez até uma franja! — Ane riu e passou a mão na franja.

— Ficou bom? — indagou Ane.

— Claro! — disseram as outras em uníssono e depois Carrie acrescentou, pensativa: — Mas achei que não gostasse de franjas.

Ane fez uma careta. Não queria comentar o por quê da mudança. Mas tudo parecia voltar para Will. Até mesmo quando suas amigas falavam, parecia que sabiam de tudo.

— Eu... eu queria mudar. — Respondeu, por fim, Ane.

— Ah — disse Elizabeth e Carrie em coro, parecendo entender que a outra não queria tocar no assunto.

— Então, como está essa cidade? — mudou Ane de assunto. — Como está a escola?

— Muitas coisas! — exclamou Carrie. — Elizabeth aqui, tornou-se a mais popular do colégio.

Ane virou-se para amiga, que estava corada.

— É mesmo? — Ane ergueu uma das sobrancelhas para Elizabeth. Elizabeth remexeu-se, desconfortável, por ser o centro das atenções.

— Mais ou menos — ela deu de ombros. — Ainda sou a mesma... apenas namoro o Keyle. — Ane espantou-se.

— O Keyle? Keyle Santiago? Aquele que ficava com Diana, a vaca? — Ane não acreditava que Elizabeth estava com Keyle. Ane sempre fora apaixonada por ele, desde a primeira série; mas depois ele começou a namorara Dian e ser do time de basquete da escola. Keyle ficou mais popular depois disso e Ane ainda continuava a suspirar pelo louro de olhos verdes. Keyle nunca olhara para ela, mesmo sendo uma das poucas ruivas do colégio. — Como conseguiu esse feito? — Elizabeth riu, sem graça.

— Não sei bem como aconteceu. Pareceu coisa de filme, sabe? — Ela olhou para Ane. — Eu estava atrasada e estava com os braços cheios de livros. Ele esbarrou em mim, fazendo os meus livros caírem no chão, eu o xinguei e depois nos olhamos... não aconteceu nada de imediato; ele ficou espantado, porque nenhuma garota o xingava, você sabe. E ninguém derruba os meus livros no chão. Mas depois, aconteceu — Elizabeth deu de ombros como se aquilo não fosse nada, mas significando tudo.

— Puxa — disse Ane. Elizabeth a olhou, pedindo desculpas com os olhos.

— Me desculpe, An. Eu sou sua amiga desde o jardim e eu sempre soube que você era apaixonada por ele. Eu ficava me xingando por isso e não conseguia lhe dizer pelo telefone. — Ela estava vermelha e seus olhos brilhavam com a sinceridade.

— Isso já não importa mais — respondeu Ane. — Depois que eu me mudei para Forks, muita coisa aconteceu e eu já não ligava tanto para popularidade ou para Kelye — ela olhou para o outro lado. — Eu não precisava disso para ser feliz.

Carrie e Elizabeth trocaram olhares; ambas foram até a garota e afagaram seu cabelo. Ane sorriu.

— Ele era realmente importante, não era? — sussurrou Elizabeth. Ane assentiu, com as lágrimas ameaçando a cair.

— Sabe o que é pior? — Ane as olhou. — É que ele melhorou, mas não se lembra mais de mim. Não consigo pensar em outra pessoa, a não ser ele. Keyle nem é mais bonito para mim. Desejo que vocês sejam felizes.

Elizabeth sorriu, corando.

— Obrigada.

Ane olhou para Carrie, tentando sorrir. Lembrar-se de Will doía.

— E você, Carrie? Também está namorando alguém popular?

Carrie balançou a cabeça.

— Longe de garotos populares, por favor. Já basta ser “popular” por andar com Elizabeth — ela fez um gesto com as mãos. — Eu estou sozinha, por enquanto. Tenho que fazer com que Elizabeth não pire com a nova popularidade.

— Para! Eu não sou metida como a Diana Vaca — rebateu Elizabeth e se virou para Ane. — É mentira dela. Ela tem saído com um nerd do segundo ano.

— Ele não é nerd. É inteligente — corrigiu Carrie e Ane riu. — James fica gatinho de óculos. Está vendo como eu tenho de ficar de olho nela? Já está chamando as pessoas de nerds. Como se ela não fosse uma — e revirou os olhos.

— Por favor, Eliza. Nada de ser esnobe como a Diana. E por falar em vacas, o que aconteceu com a Vaca número 1? — indagou Ane.

Elizabeth e Carrie caíram na gargalhada.

— Foi uma coisa tão estúpida... vergonhosa — disse Elizabeth. — Ela foi pega na sala de detenção com um novato, fazendo.... coisas inapropriadas em uma escola — riu-se ela. — E, bem, foi expulsa. Keyle ainda estava com ela e teve um treco... mas eu já cuidei disso — ela riram mais uma vez.

As três deram mais gargalhadas e conversaram mais um pouco. Até que houve a hora das despedidas; Susana e Ane deveriam para não chegar a Forks muito tarde.

— Ah, tchau, Ane — disse Elizabeth com lágrimas de olhos. — Vamos sentir sua falta!

— Com certeza — concordou Carrie, as lágrimas já manchavam seu rosto moreno. Ane, que também chorava, abraçou as amigas, agradecendo por não a terem esquecido. — Volte, está bem? — disse Carrie, quando se separaram.

Ane assentiu, não sabendo quando realmente iria voltar.

— Até mais, meninas — Ane despediu-se e saiu para a noite abafada de Nova York.

(…)

Ane entrou em seu quarto e acendeu a luz. Uma mão teve que cobrir a boca da garota para que esta não gritasse. Ane olhou para Renesmee com os olhos arregalados e a mão no coração, que estava disparado pelo susto.

Ane tirou a mão de Nessie de sua boca, fechou a porta e voltou o olhar para Nessie.

— Quer me matar de susto? — perguntou Ane zangada, ainda com o coração acelerado.

— Onde você estava? — indagou Nessie ignorando Ane completamente, com os braços cruzados diante do peito. Ane franziu a testa.

— Alice não viu nada?

— Ela foi caçar — respondeu Nessie, séria. — E não levou o celular.

— Ah. Eu fui até Nova York com a minha mãe — disse Ane. Nessie esfregou as têmporas e respirou fundo. Olhou para Ane. Com o olhar mais suave.

— Quando for assim, me avise, está bem? Só Deus, Jacob e meus pais sabem o quanto eu fiquei preocupada. — Nessie suspirou e Ane sorriu. Renesmee a olhou. — Está sorrindo por que?

— Nada, não — respondeu Ane abraçando a amiga.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem...
Comentem!
E apareçam leitores fantasmas!



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