Intermissão escrita por Miss Stilinski
Notas iniciais do capítulo
Oi, gente. Sei que fiquei um tempo longe. Mas é que eu estava tão entediada, que nem a internet estava me salvando. E nossa, já faz um mês que eu não posto!
A próxima aula de Ane era a de espanhol. A única aula em que Will assistia com a garota. Era irônico pensar que, um dia, essa fora a única matéria que os dois não tinham juntos.
Como sempre fazia desde o segundo ano, Ane sentou-se na última carteira, no fundo da sala. Ela ficou olhando fixamente para frente, fitando o nada. Um reboliço do lado de fora a fez despertar de seu transe se saber quem entraria dali a pouco.
Ane escutou alguém bufar e olhou para ver quem era. Jason Stoub, o garoto que falara que o Will voltara, largou-se em uma carteira na frente de Ane. Ela desenvolvera uma espécie de amizade com o garoto depois que desmaiara em sala de aula. Ane o cutucou nas costas, fazendo-o se virar rapidamente.
— Oi, Jason — disse Ane sorrindo.
— Ah, oi, An — respondeu Jason. — Posso lhe fazer uma pergunta?
— Hã... pode.
— Como você aguenta?
— Aguentar o quê? — perguntou Ane sem entender.
— Isso — ele apontou para a roda de garotas em volta de Will; Ane fez uma careta. — Como você aguente?
— Eu não aguentou — respondeu Nessie com um suspiro. — Eu simplesmente finjo que ele não existe mais.
Jason olhou para Will e a roda de garotas, e depois de volta para Ane.
— Ou... pelo menos tenta — disse Jason sabiamente.
— É — confirmou Ane tristemente.
— Ele era mais legal quando namorava você — comentou Jason. — Falava comigo e tudo. Os amigos dele se mudaram e ele sumiu, nem se despediu. Você sabe.
— Infelizmente, sei — disse Ane olhando Will, que agora desfilava para o final da sala, onde Ane e Jason se encontravam.
Jason fechou a cara e virou-se para frente. Will não se importou e tomo seu lugar ao lado de Ane. A garota ficou quieta, mas o coração dela a entregava. Ela fechou os olhos. Droga coração, fique quieto, pensou Ane com raiva.
Ao seu ado, Will deu uma risadinha gostosa, se divertindo ao ouvir o coração de Ane totalmente acelerado.
— O que o seu namoradinho diria ao saber que o seu coração se acelera só ao sentir a minha mera presença? — sussurrou Will ao pé do ouvido dela, para que a professora não os escutasse.
— Você é um imbecil mesmo. Eu detesto joguinhos, William — respondeu Ane num sussurro, olhando para frente. — Pare de fazer essas gracinhas, você não vai chegar a lugar algum.
— Você sempre tem uma resposta para mim — disse Will sorrindo. — Sempre foi assim?
— Não é da sua conta.
Ele suspirou, irritado. Ane riu.
— Eu faço você rir? — perguntou ele com uma das sobrancelhas erguidas.
— E faço você ficar irritado? — riu-se Ane. — Bom saber.
— Eu não diria irritado... e, sim, frustrado. Você me deixa com dúvidas; você me deixa surpreso; você me afasta; você me enlouquece. — Disse Will com intensidade. — Você consegue me fazer de bobo e repensar as minhas escolhas e opçãoes. E eu detesto não detestar você por isso. Às vezes penso que conheço você e vice-versa — ele parecia estar flando mais para si mesmo do que para Ane que, agora, o olhava. — Você me faz repensar nas minhas escolhas — Will se virou para Ane. — Por quê eu não faço você mudar as suas? Você escolheu o lobisomem quando eu sei que queria escolher a mim?
— Eu não conheço você, Will — respondeu Ane desviando os olhos dos dele. — Desde o momento que você fez sua escolha de ser assim, as minhas também mudaram. E minha escolha, Will, é o Embry.
— Eu não acredito em você — disse Will tomando um ar presunçoso.
— Está vendo: eu não conheço você, Will. Olha o que você fez, beijou uma garota e nem está mais ligando para ela — suspirou Ane. — Você trata os outros como se fossem nada. Especialmente eu.
— Eu nunca fiz nada a você! — defendeu-se Will. Os olhos de Ane ficaram cintilantes pelas lágrimas.
— Fez, sim. Só que não sabe — Ane enxugou o rosto na manga da blusa.
Will pareceu surpreso.
— Você está chorando? — indagou ele, incrédulo.
— Não! Agora cale a boca, porque eu quero ouvir!
Will ficou em silêncio, ainda surpreso pela atitude de Ane. Por que etudo nela o atraía? Por que ele ficava triste em saber que ela não largaria o outro por ele? E o que o fazia pensar que Ane mudaria de escolha? E a mais crucial das perguntas: o que diabos ele fez para ela?
Quando o sinal tocou, Ane foi a primeira a deixar a sala. Will foi logo depois, mas foi impedido por Deixy, cujo o sorriso se alargava em seu rosto. Will a olhou com uma das sobrancelhas erguida. Ele queria seguir Ane, como fizera na noite passada. Ele não conseguia para de pensar em Ane. O humor dela mudava tão de repente!
Deisy ainda estava no mesmo lugar, esperando que ele dissesse alguma coisa sobre a encenação daquela tarde. Ou, pelo menos, a encenação da perte dele.
— Olá, Deisy — sorriu Will, fazendo com que Deisy ficasse radiante.
— Oi, Will.
Eles ficaram em silêncio. Will esperando, impaciente, que Deisy desembuchasse de uma vez.
— Eu tenho que ir, Deisy — disse Will por fim. — Até amanhã.
Ele saiu de lá, deixando uma Deisy surpresa e magoada. Tinha de segui-la; sentia necessidade de vê-la, senti-la. Will precisava mais de Ane, como se a garota fosse um vício, uma droga, com a qual ele não podia viver sem. E nem ao mesmo sabia o por quê.
Seguindo o cheiro da garota, Will a encontrou do lado de fora, abraçando o outro. Abraçando-o de um jeito que parecia a estar reconfortando por alguma coisa. E Will soube que, o motivo de o lobisomem estar consolando-a, era por causa dele. Vê-la triste, remexeu algo dentro dele, como algo adormecido, escondido há muito tempo no fundo de seu ser, e, de repente, sentiu-se culpado e triste por ter feito Ane chorar. Doía.
Ele fechou os olhos e foi para uma outra direção, não antes de sua forma de agir — arrogante e metido — voltar ao normal.
(…)
— Antes era aquele tla de Willian, agora é Embry? — perguntou Michel, emburrado, ajudando a pôr a mesa. — E que tipo de nome é esse? Embry?
Ane colocou o último talher na mesa, depois de revirar os olhos.
— Ele é filho de uma indígena, pai — suspirou Ane. — Por isso o nome dele é diferente. Ele é legal. E, depois, eu não troco de namorado, como troco de roupa. Faz... faz tempo que eu não saio com... ninguém. Vocês sabem. — Ela olhou para o outro lado, a dor invadindo-a.
Susana viu como a filha ficara abalada e resolveu interferir:
— Ele é bom, amor. É um bom rapaz e aprece adorar Ane.
— Espero que este não a magoe como o outro fez. — Bufou o pai.
O coração de Ane pareceu afundar em seu peito. Era verdade que ela parecia precisar de Embry, mas Will sempre seria o seu verdadeiro amor. Se ela tivesse conhecido Embry primeiro, talvez tudo fosse diferente.
Ignorando o comentário do pai, Ane disse que iria subir para tomar um banho e se arrumar e seguiu para as escadas pensando em Will.
Não se arrependia de tê-lo conhecido, claro que não. Apenas se arrependia de não tê-lo pressionado mais e que não tivesse dito o que ele realmente era. Porque, os momento que Ane tivera com Will, foram os melhores momentos de sua vida. E ela sentia falta de tudo aquilo. Dele, dos momentos incríveis, do seu beijo... E tudo era diferente agora.
Ane colocou sua calça jeans preta, botas de mesma cor, uma blusa branca com estampa de lírios e prendou os cabelos vermelhos em um rabo de cavalo enquanto olhava pela janela fechada, imersa em lembranças. Às vezes, ela podia sentir o gosto do beijo de Will, como naquele momento.
Ela passou os dedos nos lábios enquanto olhava seu próprio reflexo na janela. Sua franja cobria sua testa e alguns fios menores de seu cabelos escapavam de seu rabo de cavalo, a maquiagem estava leve — ela quase não usava — e os olhos verdes demonstravam suadades.
Suspirou, mas sorriu ao ouvir a campainha toca no andar debaixo. Ela já podia sentir a diferença que Embry causa; uma sensação de... preenchimento. Ane estava vivendo o que Bella vivera quando humana.
Ane desceu as escadas e encontrou Embry perfeitamente vestido: uma camisa polo azul — destacando bem seus músculos dos braços —, calça jeans e um tênis tamanho quarenta e cinco. Seus cabelos curtos estavam crescendo arrepiados e o seu sorriso iluminava o lugar. Por que tinha de ser assim? Por que ele iria se magoar? Não tinha pessoa melhor que Embry para ser seu companheiro e melhor amigo.
Mas, se seria assim no final, por que Ane sentia um desejo de tê-lo.
Embry viu Ane parada no alto da escada e que esta o olhava; sorriu ainda mais quando surgir um sorriso bobo nos lábios da garota.
— Olá, Embry — disse Susana, feliz.
— Olá, senhora Bell — Embry desviou os olhos de Ane para encarar a mãe. — Senhor Bell — Embry inclinou a cabeça em direção ao pai de Ane.
— Embry — respondeu Michel.
Ane desceu as escadas, sorrindo, porém com uma expressão estranha no rosto.
— Embry! Você está lindo — exclamou Ane.
— Por que a surpresa? — Ele brincou. — Você está mais, com certeza.
— São seus olhos — riu-se Ane, beijando-o na bochecha.
Susana o guiou até a cozinha e todos sentaram-se à mesa enquanto Ane e Susana colocavam a comida na mesa.
Foi uma noite agradável e, aos poucos, Embry conseguira conquistar o pai de Ane. Embry contou histórias divertidas — omitindo, é claro, o fato de ele se transformar em um lobo gigante —, riram de algumas piadas, até que chegou a hora de Embry ir.
— Deixe-me ajudar com a louça — pediu Embry. — Afinal, eu as sujei também.
Mas Susana estava balançando a cabeça negativamente.
— Não, senhor. Já está ficando tarde e sua mãe vai ficar preocupada — disse Susana. Embry fez uma careta que apenas Ane pôde ver. — Ane leve o seu namorado antes que ele implore para avar a louça.
Ane riu em acompanhou Embry até a porta. Os dois saíram e Ane viu um carro velho parado em frente à casa. A garota olhou para Embry surpresa, enquanto este sorria.
— É seu? — indagou ela.
— Sim. Legal, não é? Agora, finalmente, vou poder te levar e buscar em qualquer lugar — falou ele, animado. — É velho, mas dá para o gasto.
— Ah, Embry! Eu não me importo em dar carona para você.
— Sei que não, mas... — Embry deu de ombros.
Ane sentiu um impulso de ir até ele e assim o fez. A garota ficou tão perto de Embry que nem sentiu mais frio. Embry a olhou com uma das sobrancelhas erguidas, mas sorrindo.
— Tem certeza que vai ser meu motorista? — perguntou Ane ao ouvido de Embry, precisando ficar na ponta dos pés para alcançá-lo, seus lábios tocavam a orelha dele enquanto falava.
Embry espaldou as mãos nas costas da garota, que sentiu um arrepio que nada tinha a ver com o frio — já que este a aquecia completamente.
— Sim e posso ser muito mais do que isto — respondeu Embry, a puxando mais para si e inspirando o cheiro dos cabelos de Ane. — Você é tão cheirosa!
Ane riu, desconcertada.
— Você também cheira muito bem.
Embry sorriu e depositou um beijo na curva do ombros de Ane, que inclinou a cabeça para trás, aproveitando os lábios de Embry traçando uma trilha até chegar na boca de Ane e a beijar. A parte que queria Embry, gritava para que ele a levasse para outro lugar sem que seu pai ou sua mãe os visse; já a outra parte, a racional — a que amava Will —, dizia que Ane deveria entrar.
A parte que amava Will, foi abafada pelo enorme desejo de ter o corpo quente de Embry colado no dela, percebendo que ambos estavam com roupas demais.
Pensar naquilo, a fez balançar a cabeça.
Embry levantou a cabeça e olhou-a, confuso.
— O que foi? Fiz alguma coisa errada? — Ele perguntou, se afastando um pouco.
— Você não fez nada — ela o puxou para perto. — É que eu tive um pensamento meio... intenso. — Ane corou ao dizer aquilo e imaginando.
Embry passou a mãos pela cintura de Ane, com um sorriso malicioso nos lábios.
— E como foi esse pensamento intenso?
Ane o olhou, com o mesmo sorriso malicioso nos lábios, e disse:
— Isso fica a critério de sua imaginação. Mas, se você descobrir, é só me contar depois. — O que ela estava dizendo?
Embry mordeu o lábio inferior e a beijou intensamente. Depois se separaram ofegantes, ele sorriu.
— Já tenho uma ligeira ideia do que o seu pensamento s referia. Mas vou lhe dizer amanhã, seu pai está nos espionando.
— Como sabe? — indagou Ane.
— Além de sentir o cheiro dele atrás da porta, vejo a sombra dele pela janela — respondeu Embry, fazendo Ane ficar boquiaberta. Ele a olhou, ainda sorrindo. — Até amanhã, An — e a beijou.
— Até, Embry — disse Ane, entorpecida. Ele sorriu mais uma vez e entrou no carro.
Depois que este se foi, Ane entrou e viu seu pai parado na porta. Ela riu e se dirigiu para a escada.
— Já está tarde, eu vou tomar um banho e dormir — comunicou aos seus pais. Ouviu Susana gritar um “Tudo bem” e Michel resmungar.
Ane riu baixinho e, ainda pensando na imagem dela e de Embry juntos em algum lugar sozinhos e com pouca roupa, entrou em seu quarto. pegou uma toalha e foi para o banheiro.
Quando terminou de tomar banho, enrolou-se na toalha e voltou para o seu quarto, pensando que deveria ter levado uma muda de roupa para o banheiro e ter colocado lá, pois o frio estava de congelar embora o aquecedor estivesse ligado.
Ela acendeu a luz e viu que o motivo de ela sentir frio era a sua janela aberta. Ane segurou a toalha com uma mão e, com a outra, fechou a janela, balançando a cabeça.
— Então... qual foi o pensamento meio... intenso que você teve? — Uma voz tão conhecida a sobressaltou, com raiva.
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