Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 17
Quem manipula quem?


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, tudo bem?

Eu ia postar esse cap daqui dois dias, mas eu decidi postar hoje :) Eu espero que curtam, mesmo não tendo muito jisbon... Mas, eu tenho uma bela surpresinha pra vocês hehehe...

Beijinhos e obrigado a todos os reviews o/



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Pov Teresa Lisbon

Eu me sentia extremamente culpada por quase matar meu consultor… Mas ele merecia. Como ele pode fazer isso comigo? Me trair de uma forma tão nojenta, e ainda, ter um filho com essa vadia da Lorelei? Tudo isso em nome dessa maldita vingança, que já o consumiu por dentro.

Realmente, eu não sei mais quem ele é.

O Patrick que eu conhecia, não era assim, e nunca seria...

**

Já era tarde da noite, e eu tentava dormir um pouco depois de um dia péssimo como esse. Eu já tinha tomado um banho relaxante na banheira, para tentar me acalmar um pouco, além de fazer alguns curativos nas mãos e na boca. Sim, Lorelei conseguiu fazer um pequeno corte nos meus lábios. Desgraçada.

Incrivelmente, parecia que tudo me relembrava daquele cafajeste: Tentei fazer um chá de camomila e claro, me lembrei dele... Quando fui para a sala e sentei no meu sofá, eu infelizmente me lembrei do dia que ele me acompanhou até a minha casa, e me hipnotizou... Sem contar que a minha cama me recordava da nossa manhã nada usual na minha casa...

Mesmo que eu tentasse lutar contra essas memórias, eu não conseguia. Patrick fazia parte de mim, da minha vida, e era isso que me matava, pois eu não posso fugir. Mesmo que eu vá para outra cidade ou estado, essas drogas de recordações vão me lembrar desse cretino.

Eu não merecia isso.

Depois de muito pensar, me deitei na cama. Eu ainda estava usando a mesmo lençol do dia que ele tinha vindo aqui... Ou seja, seu cheiro estava impregnado na roupa de cama... Em tudo.

Pra piorar, o meu estomago começou a revirar. Ou era culpa da gastrite que estava atacando com força desde o ocorrido, ou era culpa da minha má alimentação, já que nesse terrível dia, eu acabei não consumindo muita coisa.

Eu só precisava esquecê-lo por uma bendita noite. Eu só queria dormir em paz, e rezar para amanhã ser um dia melhor.

Apenas isso.

Mas eu não conseguia.

Então, eu me levantei da cama e andei calmamente até o armarinho de remédios do banheiro. Lá, peguei um frasco de calmante que estava jogado em um canto qualquer, e tirei de dentro alguns comprimidos. O suficiente para me fazer dormir bem, a noite inteira.

Depois que eu bebi, voltei a deitar na minha cama e em pouco tempo, desmaiei, entre lágrimas e memórias dolorosas.

Afinal, o que eu fiz de errado pra merecer isso?

Pov Patrick Jane

Acordar no dia seguinte foi um desafio pra mim. Eu estava praticamente quebrado, com muita dor no corpo e diversos hematomas bem grandes espalhados, principalmente na região do ombro e costas. Era como se um trator me atropelasse.

Tenho que admitir que Grace e seu namorado me ajudaram muito.

Além deles me socorrerem na noite passada, eles também trouxeram o café da manhã para mim e Lorelei. Uma gentileza agradável por parte dos dois.

Cho não veio me ver. Ou ele não sabe o que aconteceu, ou ele está apenas esperando o momento certo. Eu deduzo que seja a segunda opção.

Quase tudo estava bem...

Uma hora eu teria que encarar a Teresa, que provavelmente estaria brava e chateada. Eu queria adiar este encontro ao máximo, mas eu preferi falar logo cedo, antes que a CBI se enchesse de gente.

Eu estava tão aflito que não consegui dar mais do que três mordidas nas minhas panquecas frescas. Meu estômago estava dolorido, e eu sentia que se forçasse algo ali, acabaria vomitando.

Então, com certa pressa, deixei Lorelei no quarto e fui até a salinha de Lisbon.

Foi um desafio em tanto.

Meu corpo latejava enquanto eu andava pelos corredores estreitos da agencia. Eu sentia que poderia cair a qualquer momento, e eu não conseguiria me levantar mais.

Parei diante da sala dela e dei duas batidinhas na porta. Como ninguém disse nada, decidi entrar.

Para minha surpresa, ela não estava lá.

O que era estranho, já que já eram quase nove horas da manhã e ela sempre chega antes disso.

Entrei na sala e fechei a porta. Iria espera-la lá dentro, sentado em seu sofá confortável.

Nervoso e um pouco entediado, comecei a analisar sua pequena sala.

Organizada, com pilhas de fichas sobre a mesa, uma xícara de café vazia perto do computador e suas cadeiras levemente desalinhadas. Seu perfume floral era evidente ali, sendo que estava impregnado em cada pequeno espaço daquela sala. Era simplesmente mágico.

Teresa era o amor da minha vida, e eu não queria perdê-la para sempre. Mas parece que eu estou sempre fazendo isso, perdendo as pessoas que eu amo... Primeiro foi Angela, depois Charlotte, e agora Lisbon.

Eu não posso deixa-la... Nunca.

“Ela é a minha princesinha” –Murmurei, olhando concentrado para sua escrivaninha.

Foi ai que eu percebi que eu não estava sozinho na sala.

Teresa estava lá, na porta, me observando.

Tomei um susto quando a vi lá e deduzo o mesmo dela.

Ela respirou fundo, dando um longo e alto suspiro antes de continuar:

-O que você está fazendo aqui? –Perguntou com um tom de voz baixo.

-Estava te esperando –Respondi, me levantando do sofá – Quero te explicar o que realmente aconteceu.

-Não temos nada para conversar – Ela disse rispidamente – Sugiro que saia da minha sala imediatamente, ou serei obrigada a te espancar novamente.

-Não, por favor. Eu não me recuperei totalmente ainda – Afimei, notando um ar de arrependimento nela – Só quero conversar, cinco minutos.

Ela cruzou os braços e deu outro longo e profundo suspiro.

-Tudo bem – Ela se rendeu – Eu te escuto por apenas alguns minutos, nada mais do que isso.

Sorri, indo meio zonzo para a cadeira que fica na frente de sua escrivaninha.

Ela sentou a minha frente e esperou calada, a hora que eu começaria a falar.

-Eu realmente peço desculpas pelo que te fiz, Teresa – Pedi, com a voz fraca – Sei que tudo que fiz foi errado, e que eu deveria ter me relatado a você antes de tudo isso começar... Deveria ter confiado mais em você... Me desculpe.

Ela olhou desnorteada para o nada e depois voltou o olhar a mim:

-Eu também peço desculpas, Patrick. Não queria ter te deixado tão machucado assim...

-Tudo bem, não precisa se sentir arrependida. Eu mereci.

Ela me fuzilou com seu olhar e afirmou:

-Eu não me sinto nada arrependida. Você realmente mereceu.

Eu queria rir daquilo. Foi uma patada bem merecida em mim. Mas eu não podia, a ocasião não permitia.

-Então, quero que me conte desde o começo toda a historia – Ela prosseguiu.

-Vai levar mais de alguns minutos...

-Vai logo, Patrick – Repreendeu-me brava.

-Ok ok... Lorelei apareceu do nada no meu quarto, fugindo do Red John, numa madrugada qualquer de três meses atrás...

-O que ela queria?

-Queria que eu a ajudasse em uma vingança.

-Uma vingança? Contra quem?

-Contra todos que participaram da morte da irmã, Miranda.

-Certo... – Ela parecia bem interessada – E você ajudou?

-É... Mais ou menos...

-Patrick... – Advertiu-me – Conte-me tudo.

-Tá tá, eu ajudei ela sim.

-Ajudou como?

Eu não queria responder a ela. Teresa iria me prender depois disso.

-Eu não posso dizer.

-Como assim não pode me dizer? – Questionou-me mudando a voz antes calma – Não acabamos de ter uma conversa sobre confiança? Você não acabou de dizer que deveria ter confiado mais em mim?

-Sim, mas você vai me prender por isso, e eu não quero ir preso, justo agora que eu estou perto de descobrir quem Red John é.

-Patrick, ou você me conta agora, ou eu juro que eu te mato –Ameaçou-me, encarando-me seriamente.

Me curvei um pouco na cadeira, aproximando-me mais dela. Criei coragem, após contar mentalmente até o 3.

-Teresa eu... –As palavras não saiam da minha boca. Lisbon nunca iria me perdoar por isso – Eu...eu...

-Você?

-Lembra daquelas mortes misteriosas que ocorreram aqui em Sacramento? Aquelas que todas as vitimas eram encontradas amarradas e torturadas com armas de choque e facas? – Murmurei – Bem... digamos que eu por acaso estava por ali na hora do crime...

Ela fechou os olhos e soltou um suspiro fraco.

-Patrick, eu não acredito que você fez isso... Matou pessoas inocentes.... – Sussurrou.

-Eu não as matei, foi Lorelei. Apenas abri a porta e fiquei sentado no sofá –Respondi calmamente.

-Como pode me dizer uma coisa dessas, de um modo tão normal assim? –Perguntou, ainda com os olhos fechados e uma das mãos no rosto – Como pode participar de quatro assassinatos, e agir como se não fosse nada?

-Meh Teresa, eles são amigos do Red John. São mais culpados que nós dois juntos.

-Isso não quer dizer que você tem que mata-los – Repreendeu-me – Você não tem esse direito. Você está só se igualando ao Red John.

Suspirei baixinho. Como sempre, ela estava certa.

-Eu faço de tudo para pega-lo, você sabe disso.

Ela virou os olhos, contraria da minha decisão.

-Eu vou ter que te prender por isso, Jane.

-Por que? Se você me prender você vai me prejudicar, logo agora que eu estou perto de descobrir o nome do filho da mãe... –Expliquei – Sabe há quantos anos eu luto por isso. Não pode estragar tudo agora.

-Estragar tudo agora? – Repetiu brava – Eu não estou estragando nada, muito pelo contrario. Eu deixei Lorelei, aquela piranha, solta, só pra você cumprir essa sua maldita vingança e me deixar em paz.

-Deixar em paz? Como assim? – Comecei a associar as coisas – Você iria me demitir?

-Iria pedir sua transferência. Não quero você trabalhando mais comigo.

-Mas Lisbon... Somos uma equipe...

-“Somos uma equipe”... Agora o senhor idiota, lembra que nós somos uma equipe, certo?

-Idiota?

-É, idiota – Afirmou – Você se acha o esperto, o gostosão – Ela fez uma careta engraçada – Mas deixa ser enganado por aquela vadia.

-Eu não estou sendo enganado por ela, tenho certeza que ela vai me contar quem é o Red John.

-Como você sabe que ela vai te contar quem é o Red John? Por que você confia tanto nela? Você não vê que ela está apenas te manipulando?

-Teresa.... Ela está em minhas mãos. Eu estou esperando o momento certo para agir.

Na verdade, meu plano seria esperar. Apenas esperar.

-Tô vendo... Tanto que ela provavelmente desconversa, sempre que você toca no assunto “Red John”... –Deduziu corretamente.

-É... pois é... – Gaguejei  um pouco nervoso.

Ficamos em um perturbador silencio por alguns segundos, antes de eu prosseguir, levemente envergonhado.

-Ainda vai me prender?

-Não... Só com duas condições.

-Condições? –Perguntei surpreso – Quais seriam?

-Primeiro: Você não pode falar comigo, ao menos que seja caso de extrema urgência.

-Como assim? Nós trabalhamos juntos, não podemos fazer isso, vai chamar a atenção das pessoas.

-Nós atuamos muito bem, ninguém vai perceber.

-Nossa, você atua tão bem... – Ironizei-a – Se depender da sua atuação... estamos ferrados.

Ela deu um sorriso falso.

-Alguem te perguntou alguma coisa? Acho que não... – Ela respondeu na melhor definição “princesinha raivosa “ de ser – Bom... A segunda e ultima condição é: Quando você achar o Red John, quero que pegue sua vadiazinha e saia da CBI.

-Eu não posso fazer isso – Neguei. Eu não podia deixa-la, afinal eu a amo e não Lorelei – Não quero ter uma vida com a Lorelei, quero ter uma vida com você.

-Mas eu não quero ter uma vida com você, Patrick. Eu prefiro perder a pessoa que eu amo, do que ser traída novamente da forma que fui.

-Teresa... Eu só vou ficar com ela até achar o Red John – Expliquei novamente – Você sabe disso. Eu te amo, Teresa, não amo Lorelei.

-Mentiroso – Exclamou – Você ama ela, tem sentimentos profundos por ela... Não precisa esconder mais, eu sei.

Virei a cabeça para o outro lado, tentando me concentrar nas palavras certas que eu iria usar.

-Eu tenho alguns sentimentos por ela, mas nenhum deles é forte como os que eu tenho por você. Eu te amo, Teresa. Da mesma forma que eu amava Angela.

Ela deu um leve sorriso, que logo fora substituído pela mesma expressão séria de antes.

Novamente, o silencio constrangedor tomou conta da sala.

Não por muito tempo. Rigsby sem perceber que conversávamos, abriu com tudo a porta da sala:

-Chefe nós... – Ele se calou quando viu que eu estava lá também – Eu...?

-Fale Rigsby – Ela ordenou, apoiando os cotovelos na mesa.

-LaRoche está te pedindo os formulários assinados. Quer que eu os entregue para você?

-Não precisa, eu mesmo entrego... - Ela olhou rapidamente para mim, antes de desviar o olhar para Rigsby, que já estava quase fechando a porta – Pode chamar a Grace? – Pediu.

-Grace? Posso claro – Respondeu antes de fechar completamente a porta.

Ficamos nos encarando por minutos sem fim. Ela evitava o contato comigo, claro. Estava zangada.

Depois de um tempo, Van Pelt entrou na sala e tentou, sem sucesso, esconder sua surpresa em me ver. Ela sabia o assunto que iríamos conversar.

-Grace... – Teresa disse, vendo-a sentar ao meu lado – Quero me conte o por que Patrick estava te ajudando.

A ruiva deu uma olhadinha para mim, antes de continuar.

-Bom... Eu estava ajud...

-Eu a ameacei – Afirmei, interrompendo a ruiva. Se Teresa soubesse que Grace e eu fizemos um acordo, ela provavelmente perderia a confiança e amizade dela.

-Patrick, eu quero ouvir isso da boca dela.

Grace olhou para mim como se perguntasse “Tem certeza?”. Apenas fiz que sim, discretamente com a cabeça.

-Ah... Chefe.... Patrick me ameaçou – Mentiu  envergonhada – Ele disse que contaria a você e ao LaRoche que eu e o Rigsby... que nós... –Ela começou a gaguejar mais e mais – Que nós...Estamos juntos novamente, é isso.

Teresa me encarou séria, concentrada. Ela não me parecia surpresa pelos dois agentes estarem juntos.

-Você sabe que as regras da CBI são bem claras quanto a namoros... Sabe que eu tenho que fazer algo a respeito a isso, certo? – Advertiu, sem mudar a expressão.

-Não precisa fazer nada a respeito, chefe. Eu e Rigsby nós não estamos mais juntos.

-Como posso confiar em você? Você não me contou sobre Lorelei.

-Teresa, eu só descobri sobre a Lorelei, há dois dias atrás. Não tive tempo de te avisar.

-É verdade – Respondi – Ela soube apenas na noite de segunda...

-Patrick... Calado, ok? –Teresa pediu docemente, levando um dos dedos aos lábios –Então, posso mesmo confiar em você, Grace? Sabe que eu admiro nossa amizade e não quero perde-la apenas por causa dessas frutas podres espalhadas por ai...

-Meh, fruta podre é nova – Brinquei, levando um beliscão dela.

-Posso confiar em você, Van Pelt?

-Pode sim, chefe.

-Ok... Patrick, pode ir já. Eu preciso falar a sós com a Van Pelt.

-Está bem – Levantei, e caminhei rapidamente em direção a porta. Quando eu estava quase saindo, me lembrei de uma coisa muito importante que tinha deixado passar – Lisbon, como que você descobriu que eu estava com a Lorelei?

-Me mandaram as fitas de vídeo do hospital.

-Quem te mandou?

-Eu não sei, não parei para pensar nisso ainda, Jane – Respondeu, tirando de dentro da gaveta, uma folha de sulfite meio amassada –Toma, faça bom uso – Ela esticou o braço e eu peguei da sua mão – Foi o bilhete que eu recebi junto da gravação. Agora, por gentileza, poderia se retirar?

-Claro, claro.

Sai da sala, indo em direção ao meu adorável sofá marrom.

Lá, sentei e comecei a ler o que estava escrito no papel:

“Querida Teresa;

Espero que aproveite o conteúdo deste CD, sozinha se possível;

Não quero que fique brava por tê-lo tirado do lugar de onde pertencia;

Mas é que eu achei que você gostaria de ver sozinha, sem ninguém, assim poderia refletir melhor sobre suas preferências amorosas....

Com muito amor;

O tigre”.

Estava boquiaberto quando terminei a leitura.

“O tigre” nada mais era do que uma apologia à obra de William Blake, O tigre.

E quem, além do Cho, adorava aquela poesia?

Isso mesmo, Red John.

Red John me dedurou para Teresa, após me assustar na noite anterior a descoberta.

Ou seja, ele está por trás de tudo isso.

Com certeza, ele está muito perto.

Mais perto do que nunca...


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Notas finais do capítulo

Curiosos, adivinhem qual é a surpresa que eu tenho guardada pra vocês? Vou dar uma dica, começa com J e termina com isbon.
ISSO MESMO, JISBON o/
Além do mais, a fic tá chegando no fim (na verdade falta um pouco ainda, mas tudo bem) e nosso querido amigo Red John vai aparecer bem mais...
Ahh, além disso, vcs gostam de quando a Teresa narra? Pq tem algumas coisas que só ela pode dizer :) Mas eu não sei se vocês curtem... Falem suas opiniões :)

Well, obrigada pelos reviews. Fico feliz em ver as suas opiniões, e se vcs tem ideias, só mandar.

Beijinhos *----*