Um Caso escrita por Vtor V


Capítulo 7
Mikael Flantches - A alma vingativa


Notas iniciais do capítulo

A história de Mikael, como ele viveu após o assassinato de sua mãe Ludmila, e a nova personagem Yasmin, a sua namorada.

Narrado por: Mikael



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Em um de meus dias de adolescência, lá estava eu sentado nas raízes de uma árvore da minha casa... Já havia se passado cerca de doze anos desde o assassinato de minha mãe, e meu pai ainda estava desaparecido pela região...

Eu já estava por volta dos meus dezesseis anos de idade, quando comecei a namorar Yasmin... Uma bela garota, por que me apaixonei desde os treze e a conquistei com a mesma idade... O difícil foi que ela era um pouco irritada com todos, mas meu amor por ela suportou qualquer dificuldade...

...

Depois do triste acontecimento em minha vida, o velho senhor Rhomenik, me salvou da cena do crime e cuidou de mim em seu humilde lar, juntamente com sua esposa Lícia. Ainda que fosse me recuperar do dano causado pelo tiro, acabei com uma deficiência no meu braço esquerdo, e não conseguia movê-lo completamente. Por sorte eu sou destro.

Vivi com eles por toda minha vida, e até hoje posso chamá-los de pais, já que me adotaram quando completei meus quatro anos de idade. Mas sempre passei por dificuldades, e todas se passaram na escola... Meu sonho sempre foi ser um grande jogador de futebol americano, mas minhas limitações braçais me impediam em tudo que fosse fazer!

Eles sempre foram bem presente na minha vida! Evitavam falar sobre a morte da minha mãe ou a fuga do meu pai na minha frente, mas no meu aniversário de doze anos, abriram o jogo comigo. Me levaram até o sofá e me disseram o que houve (ou pelo menos o que sabiam), no dia fatídico.

"No dia 27 de maio de 2009, meu aniversário de treze anos. Após todos irem embora da festa, Rhomenik se aproveitou de que Lícia estava arrumando a casa da sujeira da festa, e me levou até o sofá, e começou a me contar:

– Sabe Mikael... Neste mesmo dia a nove anos, eu te achei chorando na casa da esquina. Você tinha somente quatro anos de idade... A cena era assustadora! Um bebê chorando baleado e sangrando e uma mulher morta. - e ele nota o meu espanto, então me pega pela mão e me senta do seu lado.

Eu tremia, não conseguia nem pensar direito, imaginando que eu era o tal bebê, e a mulher morta era minha mãe... Então com medo, lhe pergunto:

– Minha mãe? - gaguejava.

Ele me abraça, encosta minha cabeça em seu peito e me responde:

– Sim... Seu pai não estava em casa, e até hoje ninguém da região sabe mais nada dele... Apenas o seu nome... Jairé Vitórion seu pai... e Ludmila Maglance... Sua mãe...

Com o sangue já fervendo, eu pergunto a Rhomenik:

– Nome do assassino? - e arregalo meus olhos olhando para a parede enquanto lhe abraçava forte.

– Ninguém sabe! - responde ele.

Minutos depois Lícia chega até nós e pergunta sobre o que estávamos conversando... Dissemos que era sobre o futuro... Agora que tinha treze anos a vida já não era mais brincadeira, não era mais uma criancinha... Já era um adolescente!

Lícia não acreditou muito na nossa mentira, mas se conformou com o que dissemos e ignorou qualquer desconfiança que tivesse sobre nossa resposta. Se sentou do nosso lado, me pegou dos braços de Rhomenik, me deu um abraço forte e me disse:

– Parabéns campeão... Eu te amo muito! Que Deus te abençoe! - e me dá um beijo na testa, em seguida continua - Agora vá dormir que amanhã tem aula! Já está tarde! - e me levanta me dando um tapinha na bunda.

Eu rio. Depois ela manda Rhomenik me levar para a cama, e me dar boa noite. Ele reluta, mas inutilmente.

Subindo as escadas devagar, ele chegou no meu quarto e eu já estava deitado. Ele me cobriu com as cobertas, me deu um beijo na testa e então quando apaga o abajur, antes de ele sair eu o pergunto:

– Porque a mãe não podia saber que o senhor havia me contado aquilo? - e viro a cabeça.

Ele ri, e então me responde:

– Ela não queria que você soubesse antes dos seus quinze anos de idade! Você sabe! Besteira de mulher! - e nós dois rimos. - Boa noite, meu filho... - e sai.

Quando ele sai eu penso, Rhomenik já era quase um senhor, tinha cerca de cinquenta e um anos de idade... Lícia, sua esposa, tinha quarenta e nove... Mas mesmo assim, não me interessava saber quem tinha me dado a luz... Mas sim, quem havia me criado e me dado uma casa, comida, educação e... Amor.''

...

~ A carta para meu amor ~

No mês seguinte ao meu aniversário, conheci Yasmin na nova divisão de salas no colégio. De repente, me apaixonei por ela e com o ato de escrever uma carta ''ela e eu'' passamos a existir.

Lhe mandei a seguinte carta:

"Meu amor... Posso não ser muito para você... Mas se acredita em mim, mesmo sem me conhecer... Estou aqui para te dizer eu te amo muito... E para mim você é a coisa mais importante desse mundo! Nada é tão complicado do que o meu sentimento por você, como pode se concretizar afinal? Minha vida já está tão arruinada, que procuro a minha felicidade em todos os lados que encontro... E foi em você que achei a perfeição em forma de amor... Meu doce sonho de vida, que se formou em meu coração!

Não estou lhe dizendo que sou o melhor, ou que sou perfeito para você... E sim, que você é perfeita para mim!

Não nos conhecemos muito bem! Mas nisso podemos dar um jeito bem fácil! Se quiser falar comigo me chame a qualquer hora! Sempre estarei lá para você..."

...

Comecei a observar-lá enquanto lia a minha carta... Suas expressões, eram as mais lindas possíveis para os meus olhos... Ela ria, ficava séria, olhava para baixo e para cima, as vezes confusa, mas parecia entender... Não falou com ninguém até o final da aula... Mal respondia a professora...

Na saída, ela saí sozinha, começo a segui-la com os olhos... Mas tenho a surpresa de ver que não era ela, e tenho o susto de sentir um empurrão no meu ombro e ao olhar para trás sou atacado...

Ela me recepciona com um beijo na boca... De inicio me assusto, mas no fim o recebo... E para mim, o mundo parou de girar, fiquei tonto e me sentia em estado de choque... Me encontrava em um delírio inimaginável... Em um beijo verdadeiro...

Ao longe podia-se ouvir os aplausos e as risadas dos que estava a nossa volta... Não me lembrava mais do mundo... Para mim... Não existiria droga ou relação sexual que fosse melhor do que sentir o ardor da paixão...

Até que ela interrompe, me pega pela mão e me tira de lá correndo e me leva até a sua casa. Me deparo com uma mansão luxuosa... Minha primeira visão foi de uma piscina semi-olímpica e uma quadra de tênis... Ela era realmente rica... Por mais que não aparentasse...

Chegamos no portão da casa (gradeado), e ela fala com o porteiro toda educada:

– Charlees - chama ela - Oi... Pode abrir o portão? Não posso dormir aqui fora! - e ela ri.

Ele aparece no topo da coluna do portão, e a responde:

– Tudo bem! Mas não vá deixar a Fifi sair correndo de novo viu? Da ultima vez tivemos que chamar o Robin... E ele não gostou - e riu.

Quando o portão se abriu, fomos atacados por uma poodle pequena, que pulou em cima de mim e começou a me lamber... Rapidamente, Yasmin a pega e começa a lhe beijar. Eu fico logo sem graça, e lhe chamo a atenção:

– A... Essa é a sua cachorrinha? E... Seu nome é Fifi? - e rio.

Ela se irrita... Mas de alguma forma fica olhando para mim fixamente, até que começa a rir do nada, se deita na grama e fica bolando e esperneando como uma louca...

Eu acho a sua posição cômica e começo a rir junto a ela, mas sem perder a pose, pois na minha mente imaginava que alguém estava me observando de longe. Estendo o braço para ela se levantar, e trêmula ela me puxa e me joga no chão, me deitando ao seu lado, e me fazendo cócegas.

Até que não paramos mais, e um homem bem vestido, com uma taça de vinho bem posta em sua mão, surge para nós e começa a nos observar com uma sobrancelha levantada e boca torta, como se me desprezasse e criticasse Yasmin. Quando ela o vê, tem uma súbita reação de dar um pulo da grama e lhe perguntar o mais educada possível:

– Oi... Pai... O que houve? Quase nunca você vem a pé para essa parte da casa! - e ria ela, sabia que estava ironizando naquele momento.

Ele, em sua alta ignorância lhe reponde de forma agressiva:

– Desde quando se importa com o que eu ou sua mãe faz? Que eu saiba... Não queríamos nem a sua cadelinha aqui... E nos traz esse "vira-lata"... - e ela me levanta.

Ela não gosta da colocação do seu pai quanto a mim, então me defende:

– Não suponho que o conheça para dizer uma coisas dessas sobre o... MEU NAMORADO... - e o provoca me puxando para dentro da sua casa.

Eu já estava sem graça no meio daquela situação! Mas o que eu ia fazer? Um breve relacionamento, podeira acabar fácil com uma esquiva qualquer... E eu sabia disso!

Minha surpresa inicial foi somente com a entrada, duas escadarias enormes ligadas a um mesmo local... Um castelo... Uma palavra que descreveria aquela mansão.

...

De lá fomos direto para o quarto dela... Um santuário de pelúcias... Comecei a refletir se ela era realmente madura pra um relacionamento sério com alguém... Principalmente comigo... Um cara totalmente "sério" e "tímido"... Mas sabia que "meu coração, não poderia se magoar sozinho! Minha mente seria a culpada"...

Sentei na cama, e ela correu até uma portinha. Era seu closet, mas aquela porta para mim, não era somente a entrada de um closet! Mais parecia um outro cômodo daquela mansão.

Ela entrou e fechou a porta. Começou a demorar um pouco, mas cerca de sete minutos depois ela sai com outra roupa. Um vestido azul, sem alça, que batia embaixo dos joelhos. Não sabia eu que anos depois, ela estaria usando a mesma roupa, no dia da descoberta.

...                         

Três anos depois

...

Era meu aniversário de dezesseis anos de idade... Todos sorriam brincavam e pulavam, na temática da minha festa. Eu e Yasmin estávamos longe de lá. Sentados no banquinho de madeira que havia feito aos meus onze anos com Rhomenik.

Conversávamos sobre o nosso namoro, que iria completar três anos no mês seguinte... Era por volta das onze e meia da noite, e todos ainda estavam acordados em toda a vizinhança. Quando eu e Yasmin, vemos ao longe um carro preto, com um adesivo de uma estatueta do Óscar rindo no capô da frente.

Nos assustamos, até que ele para na nossa frente e é desligado. De dentro dele saem duas mulheres. Uma meio ruiva e de pele bem clara e olhos esverdeados e outra alta, morena e de cabelos pretos e olhos escuros. Elas param na nossa frente, até que a ruiva se agacha e fala comigo:

- Seu nome indivíduo? - me pergunta.

Eu travo, mas Yasmin me da um tapinha nas costas, como se me mandasse lhe responder. Eu penso e então respondo a ela:

- Mikael, moça... Porque? - gaguejava.

- Meu lindo... Karine... - ela chama sua amiga - Achamos nosso pivete. - diz ela sorrindo - E quem é esse carrapato, que não te larga? - ironiza.

Eu me irrito ao falarem assim da minha namorada;

- Minha namorada, moça! Talvez ela tenha se assustado com a sua cara feia! - provoco, mas Yasmin não gosta da minha ofensa.

Ela me soca as costas e sussurra no meu ouvido:

- Se faz de idiota? Essa mulher pode nos sequestrar ou só Deus sabe o que! Não podemos nos arriscar assim! - e engrossa a voz.

A moça alta diz:

- Entrem no carro os dois! Temos assuntos importantes para falar com você Mikael, sobre seu pai Jairé Vitórion... - e ri - Este nome te lembra algo? - pergunta.

Eu balanço a cabeça como que não, aquilo havia me interessado muito. Mas ainda relutei sobre o fato de elas quererem que nós entrássemos no carro delas. Então pergunto:

- Seus nomes são? 

- Eu sou Anne... - diz a ruiva - E essa é a Karine! Temos algo de valor para você sobre seus pais! - diz la me instigando a curiosidade - Algo que não vai descobrir na internet ou em... Casa! - e me estende a mão.

Eu aceito e entro no carro delas. Mas Yasmin fica imóvel... Tremia de medo. Até que Anne a encoraja agressivamente:

- Vamos fofa! Não sou uma pedófila! - e mostra seu distintivo da organização em que trabalhava.

Ela se levanta e entra no carro. Subitamente vejo Rhomenik vindo correndo atrás de nós, após ter nos visto sentados no banco, que era vizinho à rua. Ela corria e chorava, gritando pelo meu nome. Mas a sua idade não o ajudou, pois ele aperta seu coração e cai na estrada, ainda gritando.

Eu o observava pelo vidro traseiro e nervoso tentei sair do carro, mas Karine me observava, e travou as portas, até que meus olhos se enchem de água, e Yasmin vê minha situação, e aperta minha mão entrelaçando os nossos dedos. Ela era para mim a companheira mais perfeita de todas.

De pois de um certo período de tempo, chegamos a um enorme prédio de forma cilíndrica, e com uma palavra escrita no topo, mas não consegui ler. Então Yasmin fala:

- Linnêar? "O que é aqui"? - pergunta ela confusa a Karine.

Mas logo Karine lhe responde:

- Um hospício... - brinca ela.

Então Anne explica enquanto manobrava o carro para estacionar:

- Essa organização é o nosso local de trabalho... Um verdadeiro hospício! - e ri.

Chegamos até a entrada, já era mais de meia noite, pois a sede da organização ficava em uma cidade vizinha a minha. Entramos, e ficamos surpresos ao encontrar muitas pessoas ainda trabalhando naquele horário.

Pegamos o elevador e fomos até o andar dezessete. Anne nos levou até a sua sala, enquanto Karine continuou no elevador e subiu para outro andar. Ela abriu a porta e pediu para que nós sentássemos nas cadeiras e que lêssemos um documento que tinha na nossa frente.

Yasmin pega ele rapidamente e começa a lê-lo e aparentar preocupação. Então me dá ele, enquanto lia, Anne mexia no seu computador. Eu começo a ler e me surpreender a cada palavra, tinha descoberto coisas sobre meus pais que nem imaginava... Até que meu pai era um... Criminoso...

Minha mãe realmente havia sido assassinada em casa quando eu tinha apenas quatro anos de idade, e meu pai tinha me abandonado no mesmo dia do ocorrido, por medo da culpa. Me sentia cada vez mais traído, e puder até sentir o real valor da minha verdadeira família, a que havia me criado e amado por toda a minha vida! 

Sabia que minha mãe não tinha culpa de nada, apenas meu pai e o assassino, do meu abandono e desolação. Então pergunto a Anne quem tinha matado minha mãe:

- Quem a matou?

E ela responde friamente:

- Liana... A ex-mulher do seu pai... Uma assassina de aluguel que queria se vingar dele, e achou esse método. Feito. - e me mostra a ficha dela no computador.

Em seguida, Karine entra na sala, e vai logo falando com Anne sobre uma tal de "Amanda":

- Amanda não acreditou sobre Mikael! Ela colocou na mente agora que ele está morto. E você nem imagina a briga que peguei com a Emily! - e puxa uma cadeira e se senta do meu lado e da Yasmin.

Anne pega o seu rádio e chama:

- Duda... Venha na sala 177... Tenho um pedido para você. - e desliga o rádio.

Em pouquíssimo tempo uma garota aparece, rindo e perguntando a Anne:

- O que foi que houve? - e se apoia na mesa.

- Mande uma mensagem para Amanda... - responde ela.

- Que mensagem? - ela fica confusa.

Anne logo me chama, e eu me viro, e de súbito ela tira uma foto minha, com uma câmera rápida. Pegou a foto já pronta e a respondeu:

- ESSA MENSAGEM! - e a joga na mão da outra.

...

Ela vai correndo até que a foto chega na mão da Amanda, e ela leva um susto, e diz para Duda:

- Finalmente... Terei o meu aclamado prêmio! E ele virá até mim... - e ria como um monstro, até que para e dá a ordem - E quanto a você minha jovem... Trate de se preparar! Essa organização irá tremer! - e guarda a foto em uma de suas gavetas da sua mesa.

... 

Eu, já determinado falo com Anne:

- Como eu posso ajudá-los a pegar meu pai? - pergunto eu.

Anne sorri, se levanta, vai até um quadro que tinha uma foto dela com um senhor de idade, que parecia seu pai, lhe arranca a imagem e surge um cofre. Ela põe a combinação "**4*5*8*", e de dentro ela tira duas pistolas, e duas fichas de papel. Entrega uma arma e uma ficha para mim, e as outras para a Yasmin. 

Em seguida ela nos diz:

- Para caso precisem se defender de algum louco! - nos fala convicta. 

- E o papel? - pergunta Yasmin a ela.

- Para caso os policiais peguem vocês com a arma... Para vocês se defenderem! - e rimos.

Eu começo a imaginar o que poderia acontecer comigo e com Yasmin, em um sonho policial que tive aos meus dez anos de idade, mas nunca havia esquecido! Pegar ladrões de doces, e coloca-los da prisão de brócolis para toda a eternidade... Mas dessa vez não iria ser assim!

''Agora tudo que estava acontecendo era de verdade...''



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Notas finais do capítulo

A grande virada na caçada das duas detetives... O companheiro adolescente se faz presente junto a dupla, acompanhado de sua namorada, Vitórion enfim aparecerá...



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