Baka! Baka! Baka! Porque ele tem que ser tão burro? Ou melhor, porque ele se faz de burro? Qualquer idiota já teria percebido que ela o ama! Mas também, porque ela tinha que ser tão besta e ficar toda sem jeito perto dele?

– Baka! – Disse em voz alta, indo para o meio da floresta.

A garota andou por horas, até se cansar. Tudo que ela queria era se perder ali no meio e nunca mais voltar, mas ela era inteligente demais para isso, inteligente demais até mesmo para se perder na floresta!

– Estúpida inteligência! Estúpida vida! – Gritou para as árvores e chutou uma pedra. – Ai! Droga!

Era maior do que ela imaginava, machucou seu pé.

– Ótimo! Era só o que faltava! – O chinelo que ela estava usando se quebrou. – Baka!

A garota se sentou em uma pedra.

– Isso é tudo sua culpa! – Gritou para as estrelas do céu – Sua culpa, Gaj...

– Hey baixinha, falando sozinha?

Ai meu Deus, é a voz dele.

– G-g-gajeel? O que está fazendo aqui? Eu, er... – Levy percebeu que estava ficando vermelha. Idiota!

– O que ouve com o seu sapato? E o que faz aqui? Todos estão preocupados... Inclusive eu... – Disse ele.

Espera, ele disse que está preocupado comigo?

– Eu... Precisava pensar e... – Idiota, fale direito! – Tudo bem, vamos voltar para a guilda.

Estava noite já, tinha que ir logo. Mas era difícil andar descalça.

– Vem cá baixinha – Disse Gajeel.

– NÃO ME CHAME DE BAIXIN... Ei! O que está fazendo?! – Gajeel a pegou nos braços. – Gajeel...

– Quieta. – Disse ele, e começou a andar.

– E-eu consigo ir sozinha... – Mas não adiantou, por mais que ela pedisse pra ele a colocar no chão, ele só ria.

– Baka. – Falou baixinho, mas abriu um sorriso enorme no rosto.

– Qual a graça? – Disse ele, olhando-a nos olhos e lhe dando arrepios.

– Você sabe ser uma boa pessoa quando quer – Levy riu – Bem que você poderia ser sempre assim...

Depois de um tempo, chegaram à cidade, e Levy já estava envergonhada.

– Pode me colocar no chão, não tem pedras ou terra por aqui... – Disse ela.

– Talvez eu não queira te colocar no chão – Disse Gajeel – Tipo, nunca.

O que foi isso? Ele disse... Devo estar com problemas de audição... Mas não, foi isso mesmo que ele disse... Ai meu Deus!

– Me solta Gajeel! – Disse Levy, e ele riu.

– Tudo bem baixinha, você que manda. – Disse ele, colocando-a no chão.

– Vou pra casa. – Disse Levy, dando as costas pra ele.

– Vou te acompanhar até lá.

– Não preciso de companhia, sei me virar sozinha! – Disse ela, quando na verdade, tudo o que queria era se jogar nos braços dele.

– Não é o que parecia quando te encontrei falando sozinha na floresta.

– Aff... Baka! – Porque ele é tão chato? – Onde está Lily?

– Por aí... – Disse Gajeel, indo atrás da azulada, que saiu a passos largos.

Ele não precisava de passos muito grandes para acompanhá-la, afinal, ele era enorme.

Andaram falando besteiras até Fairy Hills, e então Levy se despediu.

– Até mais Gajeel – Virou as costas e é claro que tinha que tropeçar né?! Afinal, o que seria dela se isso não acontecesse pelo menos uma vez no dia?!

Gajeel a segurou antes que ela fosse ao chão, como imaginado, mas ao invés de apenas a colocar de pé, ele a puxou para perto e a segurou em um abraço.

– G-gajeel... – gaguejou Levy.

– Nunca mais suma assim de novo, ouviu? Nunca! – Isso pareceu mais uma ordem, e o coração de Levy deu uma parada. – Não me assuste assim de novo.

– Gajeel, eu... – Antes que pudesse dizer algo, ele a deu um beijo na testa e saiu.

– Nos vemos amanhã baixinha.

– H-hai... – Foi tudo o que conseguiu dizer.

Ai. Meu. Deus! O que acabou de acontecer? Que merda foi isso?!

– Baka! Seja mais direto e explique as coisas direito! Porque tem que ser tão misterioso? Mas que merda foi aquilo? Droga Gajeel! Porq...

– Levy? O que está havendo? – Uma voz familiar atrapalhou enquanto falava sozinha.

– Lu-chan? O que faz aqui? – Disse a azulada, assim que viu Lucy saindo do dormitório – Você não dorme aqui.

– Estávamos preocupadas com você! Estamos todas te esperando no quarto da Erza, vamos dormir lá hoje lembra?

– Ah é! – Levy esqueceu completamente que iam passar a noite juntas – Erza vai me matar!

– Verdade – Disse Lucy apenas, e se virou – Vamos logo!

– Hai!

Enquanto andavam, Lucy perguntou:

– Porque você estava bestemando, Levy?

– Ah... Não era nada.

– É por causa do Gajeel, não é?

– Er... Ah Lu-chan! – Lucy sabia que Levy o amava, ou melhor, toda a guilda sabia. – Eles fez umas coisas estranhas hoje...

– Depois você vai nos contar Levy, acho que ouvi a voz da Erza.

E realmente, Erza apareceu gritando.

–Levy! Onde diabos você se meteu? Estávamos preocupadas!

– Er...

– Bom, não importa. – Disse Erza, arrastando Lucy e Levy até o quarto dela.

Chegando lá, todas as meninas foram pedir o que tinha acontecido, e então Levy sentou-se em um colchão que elas tinham colocado no chão e contou todos os detalhes.

– Levy! Nem sei o que dizer! – Disse Lucy, depois que Levy terminou de falar – Ele gosta de você! É óbvio!

– Ah! Queria que o meu Gray-sama fizesse isso comigo! – Disse Juvia, ativando sua imaginação.

– O amor é tão lindo! Espero encontrar alguém pra mim um dia! – Disse Wendy, com os olhos brilhando.

– Você não acha que está muito nova pra isso Wendy? – Disse Charl – Mas realmente, ele parece gostar de você.

– Quem diria que lá o fundo, Gajeel tem um bom coração. – Falou Erza.

– Humpf! – Reclamou Evergreen, que estava ali só de penetra, ninguém a tinha convidado. – Isso não é nada de mais.

Todas sabiam que na verdade ela estava morrendo de ciúmes, pois Elfman não faria uma coisa dessas para ela.

– V-vocês acham que ele gosta de mim? – Disse Levy, toda vermelha.

– É claro que sim Levy! – Lucy estava toda animada com isso. – Ah! Quem dera isso acontecesse comigo!

– Nem se preocupe Lucy, logo o Natsu vai se declarar pra você. – Falou Erza.

– É verdade, vai ser tão lindo! – Disse Wendy, com os olhos brilhando novamente.

– E então, eu terei o meu Gray-sama todo para mim! – Disse Juvia, novamente dispersa em pensamentos.

– Parem com isso! – Disse Lucy, ficando mais vermelha que Levy – Natsu é um baka.

Elas ficaram conversando até altas horas, e então, todas dormiram. Levy não conseguia parar de pensar em Gajeel, será que ele realmente gostava dela? Não teria coragem de olhar para ele amanhã.

Foi difícil pegar no sono, seu coração estava mais rápido que o normal, e quando finalmente pegou no sono, sonhou com ele. No sonho, ele a carregava nos braços.