POV ROSELIE*

Levei um susto, pois eu não tinha percebido que tinha mais alguém naquele quarto, me virei de imediato e me deparei com o Braian, sentado em uma cadeira perto da porta.

—To…to bem. —Falei me acalmando do susto.

—Não é o que parece. —Ele disse sorrindo de lado observando meu estado.

Realmente, meu estado estava critico, cabelos bagunçados, olhos cheios de lagrimas, os lençóis da cama tudo revirado, sem contar que eu estava muito suada, e minha respiração completamente descontrolada.

—É… Foi só um pesadelo. —Falei rindo do meu estado.

Ele riu também, mas logo voltou a ficar sério, sentou na beirada da cama e me fixou com preocupação.

—O que aconteceu Rose ? —Ele perguntou fixando o fundo dos meus olhos.

—Nada… eu só me estressei demais. — Falei me sentando na cama.

—Entendo. — Ele disse pensativo.

—Aonde eu estou ? —Falei agora me recordando de que ali não era minha casa.

—Na minha casa. —Ele disse sorrindo de leve para mim.

—Como assim, n-na sua casa ? —Falei me assustando.

—Nada minha casa, Ué, na casa dos meu pais, você sabe. —Ele disse sorrindo por causa da minha pergunta sem nexo.

—Mas, s-seus pais me odeiam Braian ! —Falei me levantando da cama.

—Eii, calma, eles não te odeiam, só te julgaram sem te conhecer, mas agora eles pararam. —Ele disse vindo na minha direção e me colocando sentada na cama novamente e se sentando ao meu lado.

—E a escola ? —Falei reparando que já eram, 10h:14min.

—Nos faltamos, mas foi por uma causa justa. —Ele disse sorrindo meio sério.

—Obrigado, Braian, mais uma vez você me ajudou… —Eu disse sorrindo um pouco cansada de ser “salva” pelo o Braian.

—Vou começar a cobrar ! —Ele disse rindo.

—Idiota ! —Falei rindo e lhe dando um tapinha no ombro.

—Barbie emo. —Ele disse rindo também

—Playboyzinho —Falei retrucando

—Metida. —Ele disse agora ficando sério

—Filhinho de papai. —Falei realmente irritada.

—Sem noção. —Ele disse aproximando um pouco o rosto dele

—Inútil ! —Falei furiosa.

—Eu te odeio —Ele disse super sério.

—Eu te odeio ! —Falei também concordando.

Nos olhamos e só então eu percebi que estávamos bem perto um do outro, e então, não sei o que aconteceu, quando me dei conta já estava beijando o Braian, em um beijo Feroz, ele pediu passagem com a língua e eu não hesitei em ceder, suas mãos foram passeando pelo o meu busto ate chegar a minha cintura, a qual ele segurou firmemente, levei uma das minhas mãos para a nuca dele, e a outra para o seu peitoral.

Eu não sei o que eu estava fazendo, nem o que eu estava pensando, na verdade eu não estou pensando em nada, só estou agindo.

Depois de 8 minutos o beijando, o ar se fez necessário, nos separamos e nos encaramos perplexos com nós mesmo.

—Rose… —Braian disse ainda segurando minha cintura.

—Isso não deveria ter acontecido… —Falei o afastando de mim e me levantando da cama, cambaleei um pouco e fui caminhando ate o banheiro que tinha no quarto, sentindo o olhar do Braian sobre mim.

Cheguei no banheiro e fui direto para a pia, abri a torneira e molhei abundantemente meu rosto, tentando apagar a cena que acabara de acontecer.

—Roselie, o que ta acontecendo com você ? —Falei comigo mesma olhando meu reflexo no espelho.

PETER !

Minha consciência me fez lembrar que ele me ama, e que agora eu to aqui, na casa do Braian, o qual eu acabei de beijar ! Bravo Roselie, um típico papel de vaca.

Depois de alguns segundos ainda inconformada comigo mesma, sai do banheiro, Braian não estava mais no quarto, sorri aliviada, fui ate a mochila que estava em cima da cama, e abri, peguei uma roupa qualquer e me troquei ali mesmo, depois resolvi sair do quarto, ainda envergonhada por causa dos pais do Braian.

Desci as escadas e consegui ouvir vozes , que vinham da cozinha, senti meu coração pulsar mais rápidos, pensei que iria morrer, respirei profundamente, e quando cheguei ao ultimo degrau ouvi alguém me chamar.

—Olá, Roselie, venha se juntar á nos. — A Mãe de Braian disse sorrindo sentada á mesa na cozinha.

Olhei para o Braian, e o mesmo me encarava, com uma expressão indecifrável, olhei para o chão, e fui em direção á mesa, ainda meio constrangida, me sentei e fiquei meio “envergonhada”.

—Está se sentindo melhor querida ? — A mãe do Braian perguntou se sentando ao meu lado.

—Bem melhor, Senhora Albuquerque, obrigado. —Falei me sentindo um pouco envergonhada.

—Que bom que esta bem, ficamos preocupados, Braian chegou aqui, com você no colo desmaiada, então, pensamos o pior… —O senhor Rubens  disse comendo um pedaço de bolo de baunilha.

Quando o Pai do Braian disse isso, eu parei pra pensar mas sobre minha situação, Minha irmã Clar esta não sei aonde, Charlie esta levando vadias para minha casa, minha mãe internada no hospital, o traficando mais perigoso esta atrás de mim e do Braian, que belo exemplo de vida !

Fiquei um pouco “triste” ao ver a família do Braian, em volta da mesa, tomando café junto, enquanto a minha nunca se quer consegue ficar um dia juntos na mesma casa que sai briga, porque algumas pessoas tem tantas sorte e outras tanto azar ? porque uns choram e outros sorriem, porque eu tenho que sofrer, enquanto o Braian só sorri ? NÃO É JUSTO !!!

—É mais agora ela está bem, vamos parar de falar sobre isso por favor ? —O Braian disse percebendo meu estado de “inicio de depressão”.

—Tem razão filho, bom, Eu e seu pai, iremos fazer compras, porque você e a Rose depois não vão á sorveteria, para que ela posa esquecer tudo isso ? — A Mãe do Braian disse se levantando da mesa e fazendo um sinal para que a empregada viesse tirar a mesa do café da manhã.

Braian olhou para mim meio tenso, esperando minha resposta, olhei para os pais dele que estava colocando o casaco, olhei para o braian e maneei a cabeça positivamente.

—Ta bom, nos iremos, mas deixe o dinheiro, gastei toda minha mesada. — O Braian disse ainda me olhando.

—O que ? como você pôde ter gastado 900,00 reais em dois dias !!? — O pai do Braian perguntou indignado.

—Ah, pai, minhas necessidades dão prejuízos. — O Braian disse sorrindo de maneira brincalhona, de um modo que só eu pudesse ver o sorriso dele, e sem querer eu soltei um risada abafada.

—Ok, ok, o dinheiro esta em cima da cômoda. —O Pai do Braian disse tirando uma nota de 100,00 da carteira e colocando em Cima da cômoda que tinha perto da porta de saída, e saindo logo em seguida com a senhora Albuquerque, me deixando sozinha com o Braian.

—Bom… então… eu vou me trocar. — Falei fugindo da hipótese de ficar sozinha com ele e me levantando da cadeira.

—Não, espera. —O Braian disse segurando meu braço de maneira delicada.

O olhei, e me encontrei com aqueles olhos cinzas, que combinava perfeitamente com a pele perfeitamente branca e lisa que ele possui.

“Lembre-se do Peter, concentra-se no Peter, foca-se no Peter”

Minha consciência por incrível que pareça estava me ajudando, “isso é raro”

—Eu preciso mesmo, me trocar. —Falei me soltando do braço dele e subindo as escadas rapidamente.

POV BRAIAN*

Mas que droga, o que eu to fazendo? Na verdade, o que eu estou pensando ? aquele beijo…… Foi tão, perfeito, e por mais assustador que seja eu gostei, gostei de sentir os lábios dela, gostei de saborear o gosto daqueles lábios… Braian para, você ta falando como um GAY !!!

Não sei o que estou fazendo, cara ela ta com o meu melhor amigo, o Peter, isso não é certo ! e mesmo que ela não estivesse com o Peter, eu odeio ela !!

Será que é normal agente beijar uma pessoa que agente odeia e ainda gostar do beijo ??……… Acho que não !

Me levantei da mesa balançando minha cabeça para ver se eu recuperava meu juízo, fui ate a cozinha e peguei um copo de d’água, e comecei a beber aos poucos.

—Oi menino Braian, esta se sentindo bem ? — A Luzia disse batendo uma massa de pão caseiro.

—Porque, parece que eu não estou bem ? —Perguntei confuso com a pergunta dela.

—É que, o senhor esta sempre sorridente, feliz, fazendo piadas, e hoje, o senhor esta mais quieto, sério, pensativo. — Luzia disse jogando fermento na massa.

—Você me conhece mesmo Hein Luzia ! — Falei sorrindo de lado.

—Me conta Menino Braian, o que esta acontecendo? —Ela perguntou colocando a massa para descansar e se sentando na minha frente.

Olhei para o chão, e fixei um ponto qualquer, afinal de contas, o que estava acontecendo ? nem eu sei responder essa pergunta…

—Eu não sei, sabe, eu odiava essa pessoa, odiava mesmo, mas ai, rolou o beijo, e depois tudo ficou confuso, sabe, eu gostei do beijo, e agora quero mais, só que essa pessoa esta com o meu melhor amigo, mas minha mente e meu coração parecem não se importar com isso, porque eu continuo querendo novamente beijar aqueles lábios, droga Luzia, o que ta acontecendo hein ?1 me explica por favor !? —Falei escondendo que era a “pessoa” e orando para que a Luzia tenha entendido.

—Menino Braian, eu sei o que você tem… —Ela disse sorrindo de leve.

—Então me fala o que é por favor. —Falei pegando na mão dela fazendo uma cara de desanimo.

—Você está gostando de alguém. — Ela disse se levando da cadeira e rindo de leve.

—O que ??! Não não não !!, isso não !! não pode, entendeu Luzia, não pode ser isso, quer dizer, não é isso, eu sei que não é isso. —Falei me levantando depressa da cadeira e saindo da cozinha ignorando a risada da Luzia, me sentei no sofá e coloquei minha cabeça entre as minhas mãos.