Next To Me escrita por Jessie Austen


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Yay! *____*
Dobradinha! ♥
Espero que gostem! ;)



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Quando Sherlock despertou, a claridade que vinha da janela fez sua cabeça latejar de dor.

– Meus olhos...- resmungou enquanto John o observava da poltrona.

– Já são 15h45. Ontem à noite você...

– Eu sei, eu me lembro. De tudo. Com detalhes.

– Oh. – o loiro se lembrou de sua declaração e isso o fez ficar extremamente sem graça – Bom, do seu lado tem um analgésico e eu vou comprar um café forte para você tomar, tá?

– Uh. Por quanto tempo vou ficar assim?

– É só você tomar um café da manhã reforçado e tomar um banho. É como se fosse uma ressaca, só que um pouco mais fraca.

– Mais fraca? É por isso que não suporto a ideia de baladas, pubs, bares e tudo que tenha uma grande concentração de pessoas idiotas reunidas.

– Foi a Irene que fez isso com você, Sherlock...- declarou fazendo o moreno encará-lo.

– Plausível. Como sabe?

– Eu a vi na verdade, foi ela quem me serviu no bar, quero dizer...eu acho que foi, a questão é que enquanto você estava na pista eu a vi lá...Sarah também veio falar comigo e estou com tanta raiva dela que acabei deixando esse detalhe da Adler passar. Sinto muito.

– Oh. Claro. Sarah...e ela aproveitou para te beijar de novo?

– O quê? Não...ela foi me falar que se arrependia e aquela coisa toda. Disse que vai embora também...vai sair da faculdade.

– Hum. Provavelmente foi expulsa por ter seu nome associado ao Jim. Agora que todos acreditam que a justiça foi feita, o Diretor Cunningham com certeza vai querer mostrar serviço e autoridade.

– Você está bem Sherlock?

– Não. Ontem...eu...é como não se ter controle do seu próprio, John. – Sherlock declarou e Watson teve que segurar a vontade de rir.

– É...

– Muitas pessoas me viram, certo?



– Todo o pub.

– Oh.

– E Mycroft conseguiu gravar e postou no Youtube também. Já teve 300 visualizações até agora. Sinto muito.

– Oh.

– Mas está tudo bem, Sherlock...foi divertido no final das contas!

– Não, não foi. Eu fui drogado e todos agora me acham um completo maluco.

– Na realidade todos já achavam isso. Ei, desde quando você se importa com o que os outros pensam de você?

– E eu não me importo. Mas virar chacota da faculdade inteira nunca foi meu objetivo, obviamente.

– Sinto muito. Mas você estava em uma balada...e quase não vai em uma, então o pessoal vai achar que você tinha bebido demais...e só vai se lembrar que estava sóbrio também, o que aquela altura não deveria ter muita gente...- John sorriu se aproximando, tentando tranquiliza-lo.

– Hum. É. Faz sentido. Mas você...você estava sóbrio e me viu agir como um tolo.

– Eu até que gostei sabia? Você estava todo sexy...e descontraído...sorridente. - John sorriu.

– E não sendo eu. – Sherlock respondeu de mau humor.

– Só ficou mais solto...eu gostei. Muito na verdade. – declarou e os dois se encararam por um tempo até John tomar coragem e continuar – Você...você disse que se lembra de tudo...que rolou ontem.

– Sim.

– Então...provavelmente se lembra o que a gente fez...ou melhor, quase fez...ali, no chão.

– Naturalmente. – Sherlock respondeu muito sério.

– Ok. Legal. E...sabe também o por quê não aconteceu...quero dizer, foi porque eu não quis. Eu queria muito, na verdade...mas não...eu te disse...

– Eu me lembro, John. Aonde quer chegar?

– Oh. Ótimo. Eu...eu queria enfatizar. Só isso. E-eu estou apaixonado por você.

Sherlock então o encarou e por fim respondeu um simples “ok”.

– Ok? Uau! Certo...era exatamente o que eu queria ouvir...

– E o que você esperava ouvir?

– Bem, eu não sei...sinceramente não sabia o que esperar Sherlock, mas definitivamente não era “ok”.

– Desculpe-me.

– Não...está tudo bem. – John se levantou decepcionado, sentando-se na poltrona novamente.

– John...

– Não, é sério. Eu...

– Obrigado por ontem. Por cuidar de mim...das melhores formas que só você poderia ter feito. – Holmes declarou fazendo John olhá-lo.

– De nada.

– Na verdade, tenho me perguntado o que você espera de mim. De nós. – Sherlock disse.

– E o que você concluiu?

– Eu não conclui, não pude. Você é um mistério, John. Não encontro razões, sejam elas racionais ou fantasiosas para alguém como você querer ficar comigo.

– É nesta parte que entra a parte do “eu estou apaixonado por você”, Sherlock.

– É nesta parte que entra a parte das razões fantasiosas. - Holmes respondeu calmamente.

– O que quer dizer?

– Eu não sou divertido. Ou social, ou adorável...esse sou eu. E você quer coisas, deseja...algo que não poderá ter comigo. Eu não sou normal. Não sou comum.

– E você acha que eu não sei nada disso? Eu sei...você é genial, brilhante...

– Obrigado, mas eu me refiro à parte do relacionamento humano. Como já havia dito, eu não entendo o por que as pessoas se relacionam...se não há reais benefícios para isso.

– Mas isso é o que você acha. E você tentou não entender, só sentir? Só uma vez? Porque eu sei...eu sinto...que você quer isso tanto quanto eu, do seu modo, mas ainda assim. Você acha que eu não percebi o jeito como você tem me beijado, Sherlock?

– John...

– Não. Você quer analisar tudo, certo? Então vai ouvir a minha análise dos fatos: eu percebi a maneira como você sorri quando eu chego, é diferente quando a gente se despede na faculdade. Você tem ciúmes da Sarah, mesmo não reconhecendo e você se arrepia quando eu beijo sua nuca...mas disfarça. Eu sei que você odeia quando eu mordo seus lábios, mas mesmo assim você deixa...nunca diz nada.

– Eu odeio mesmo.

– Ótimo. E eu vou continuar fazendo...não me importo. – John desafiou enquanto os dois se olhavam.

– O que eu quero dizer é que o que temos nunca poderá ser normal. Porque nada poderia ser normal...e para mim isto está certo. Mas e para você? Eu não consigo entender o por que você quer isso.

– Você não pode decidir o que é melhor para mim, Sherlock. Saber o que é melhor...

– Sim, mas mesmo assim eu sei.

– Eu não importo.

– Para mim, o jeito como estamos...está perfeito. Mas você diz que está apaixonado e em um momento de distração estamos nos agarrando no chão. Não percebe? Só fizemos isso porque eu estava com drogado. Jamais aconteceria se eu estivesse sóbrio e você sabe muito bem disso.

– É isso que você teme, Sherlock? Que eu tenha necessidades? É, eu sou louco por você...e seria ótimo se você quisesse isso tanto quanto eu, mas antes de qualquer coisa eu fui seu amigo primeiro...eu jamais poderia exigir algo.

– E só se passaram alguns meses. Você vai conseguir se manter só com beijos e longos abraços?

– Talvez. Como você pode saber disso por mim?

– Porque você já está assim. E em algum momento encontrará outra pessoa que queira isso tanto quanto você, o que poderá causar duas reações: ou ficará com ela e vai achar que esta me traindo. Mesmo que não estejamos em um relacionamento e mesmo eu dizendo que não me importo com seus casos, você vai se culpar. Ou você vai deixar a oportunidade passar e me culpar, se perguntando o que faz comigo, mesmo não tendo coragem de dizer isso e terminar isso. Não vê? Não tem como terminar bem.

John encarou Sherlock demoradamente. Após um tempo respondeu:

– Além de saber tudo que se passa com todos e com tudo você também prevê o futuro agora?

– Isso seria impossível.

– Não banque o engraçadinho, Sherlock...não comigo...não com o que temos.

– E o que nós temos? Por que uma hora você vai querer contar para as pessoas e elas te perguntarão. Você vai querer encontrar uma razão para tudo isso também, John. Em um certo momento nada disso será o suficiente para você.

– Você quer terminar...você quer...você não quer mais isso? Isso que temos? – John perguntou, com sua voz embargada, contra sua vontade.

– Eu não disse isso.

– Então me diga aonde você quer chegar...- respondeu se levantando e sentando na frente de Sherlock – Você diz que não estamos juntos. Que não namoramos. Que não poderemos ter nada que seja comum. Ok. Eu não me importo...eu também estou ótimo do jeito que estamos. Se você está dizendo tudo isso por causa de ontem...certo. Não tentaremos mais nada. Mas não pense por mim, porque o que eu tenho com você, Sherlock...é muito melhor do que sexo.– declarou.

– Você está mentindo. – Sherlock deu um meio sorriso.

– E você nunca saberá...- John sorriu de volta, aliviado.

– Isso foi maldade de sua parte.

– Sim e proposital também. Você está nervoso e eu entendo. O que aconteceu ontem foi inesperado, mas não faça o que você não quer. Não tome atitudes que não quer...até porque eu não vou aceitar, não enquanto eu achar que você me quer tanto eu te quero. Do seu jeito, eu sei.

Holmes suspirou muito fundo enquanto os dois se olhavam. Por fim, John segurou sua mão e ele soube que havia coisas que não poderiam ser ditas, apenas vividas. Sentidas. John estava certo.

– Eu realmente não quero tomar nenhuma atitude precipitada, John.

– Eu sei. E acredite quando eu digo que você é tudo que eu procurava, não consigo me ver com mais ninguém. Assunto encerrado.

Sherlock sorriu muito sem graça e se deu por vencido. Não tinha como resistir. Avançando um pouco, tentou beijar John, que se desviou levantando-se e pegando seu casaco.

– Aonde você vai? – perguntou decepcionado.

– Buscar um lanche para nós. Essas discussões de relacionamento sempre me deixam faminto. Para você é mesmo de sempre, certo? – John provocou com um sorriso.


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