- Uau! Isso aqui tá um máximo! – John vibrou ao ver o pub cheio e muito animado, assim que chegaram.

- Se você se refere a capacidade de pessoas que cabem aqui dentro, sim. Está no seu máximo. – Sherlock respondeu com pouco caso enquanto observava um casal de agarrar de maneira exagerada perto da porta.

- Vocês vieram! – Mycroft se aproximou abraçando os dois.

- Está bêbado? – Sherlock perguntou.

- Claro que não, tenho tomado remédios, lembra irmãozinho? E você, John? Como está?

- Bem, muito bem...e feliz de te ver tão animado!

- É! Tudo que eu passei...me fez dar maior valor à vida sabe? E ao que verdadeiramente importa! – Mycroft gritou no ouvido de John por causa da música alta que tocava.

- Oh! Claro! Claro...- John sorriu para Sherlock que revirou os olhos.

- Mas vamos...venham...por aqui! – o Holmes mais velho disse enquanto eles seguiam entre as pessoas que dançavam animadamente.

Chegando na mesa, no canto da parede e perto do DJ, viram Molly e Greg se beijando.

- O restante do pessoal está vindo daqui a pouco. Já venho! – ele disse apontando duas cadeiras para os dois.

- Que ótimo. – Sherlock respondeu sentando-se de costas para o casal que nem havia percebido a presença deles ali ainda.

- Nossa, esse lugar está três vezes mais cheio do que daquela vez que viemos, lembra?- John observou.

- De fato. E isso deve-se ao fato de que Moriarty foi mandado para um colégio interno no sul da Holanda. As pessoas começam a sair agora que sabem que não dará de cara com ele.

- Sim! – concordou olhando para Sherlock. Neste instante percebeu o quanto o moreno estava bonito. Mais do que era típico. Ele olhava com sua expressão “o que estes seres estão fazendo?” para a pista de dança. Usava uma camisa de seda cor violeta, relevando sua pele pálida e tinha os cabelos impecáveis. Respirando fundo, John disse em seu ouvido:

- Você está maravilhoso hoje.

Sherlock o encarou muito sério e disse:

- Você também. Apesar de achar que está com muita roupa.

- Como assim? – John perguntou curioso.

- Você sabe...eu prefiro seu visual de nadador. Só de sunga. Vermelha. Consigo ver melhor seu corpo. – Sherlock levantou uma de suas sobrancelhas, fazendo John sorrir.

- Oh...sim. Isto. Fale mais sacanagens para mim, Sherlock. – respondeu segurando a coxa do moreno por debaixo da mesa.

- Hum. No momento não me vem mais nada. Posso pesquisar na internet? – este perguntou fazendo John rir.

Os dois se olharam e souberam o que estariam fazendo se estivessem sozinhos.

- Estou com inveja deles...- John suspirou apontando para Molly e Greg que ainda não haviam se separado.

- Eu não. – Sherlock respondeu fazendo John gargalhar.

- Certo...tá calor aqui. Vou pegar umas bebidas. O seu é suco de amora, certo? – perguntou se levantando e pegando dinheiro.

- Sim.

- Ok. Já venho. Não saia daqui...- John piscou.

- Nem se eu quissesse. Não conseguiria encontrar a porta. – Sherlock respondeu sem esperanças.

Watson seguiu em direção do bar que estava completamente abarrotado. Assim que chegou deu de cara com Sarah.

- Oh. – foi sua reação ao ver a jovem olhá-lo sem graça.

- Oi John.

- Você tem coragem de se dirigir a mim? Uau.

- Eu sinto muito...por tudo.

- Não existe isso para mim, Sarah. Você sabia o que estava fazendo. Sua falta de caráter te definiu...e quanto a isso não a nada a ser feito...- John lhe deu as costas, chegando ao balcão – Vou querer um suco de amora e uma cerveja, por favor!

- Mesmo assim. Sinto muito. Estou indo para os EUA no fim deste semestre e só queria dizer que Jim foi culpado.  – ela revelou tristemente enquanto insistia em ficar perto dele.

- Oh ok. Bom para você! Adeus então! – John sorriu deixando o dinheiro e pegando os dois copos com a garçonete de cabelos castanhos, olhos azuis e batom muito vermelho.

Voltando para a mesa encontrou Sherlock conversando com Greg enquanto Molly ria com Mycroft e Anderson.

- Obrigado. – Holmes agradeceu tomando um bom gole de suco de uma vez.

- De nada. E aí, Mycroft...só mais alguns semestres e você estará formado! Qual é a sensação? – Watson perguntou.

- Ah, a melhor possível John. Liberdade. Vida!

- Legal! Bom, não quero pensar muito nisso...falta muito tempo para mim, para nós né, Sherlock? Sherlock? – John olhou para o moreno que agora tinha seus olhos muito abertos e olhava o globo completamente fascinado.

- Veja, John...é como o universo...- ele sorriu apontando para as luzes.

- Não. Não é. Você está bem?

Neste instante a versão remixada de “Heads Will Roll” do Yeah Yeah Yeahs começou a tocar muito alto e Sherlock se levantou num pulo gritando:

- Eu amo essa música! Vamos dançar imediatamente, John!

Puxando o loiro pelas mãos, os dois foram para a pista de dança e Sherlock começou a dançar de maneira engraçada para John que o olhava assustado.

Olhando a sua volta, as pessoas davam espaço para Sherlock enquanto batiam palmas. Holmes se empolgou e começou a querer tirar sua camisa.

- Sherlock...o que você pensa que está....- John disse olhando para o bar. Neste momento viu Irene Adler vestida de garçonete rindo para ele enquanto levantava uma taça com uma bebida, brindando-o – Ok...o show acabou. Sherlock...vamos embora! Vamos...

- Para casa? Vamos! – Sherlock respondeu muito animado saindo dançando da pista enquanto todos aplaudiam.

John o segurou pela cintura enquanto Sherlock ria muito. Aquela cena seria hilária ,se não fosse trágica.

- O que houve? Só vimos o Sherlock começar a dançar...tipo, do nada.- Molly disse quando alcançou os dois.

- Depois eu te conto. Vamos voltar...você pode pagar a minha comanda? Depois eu te pago, por favor? – John pediu segurando forte a mão de Sherlock que ainda dançava no lugar – Tenho que levar este dançarino para casa.

- Certo...claro. Me liguem assim que chegarem! – a jovem disse se afastando ao ver os dois sairem para a rua.

- Para onde vamos?! – Sherlock disse percebendo onde estavam.

- Para a casa...já disse.

- Para a casa...já quer me levar para a sua cama não é, John? – Sherlock sussurrou no ouvido de John e este ficou nervoso ao pensar no que Adler tinha feito – Ei...olha, um táxi!

Neste momento Sally Donavan estava entrando em um táxi, mas Holmes correu empurrando-a e tirando de sua frente.

- Ei, Holmes! Eu vi esse táxi primeiro!- ela protestou enquanto os dois entravam – As damas primeiro!

- Que dama? Não vejo dama nenhuma! – Sherlock gritou da janela enquanto o veículo já andava.

John riu, mas a verdade é que estava preocupado. Segurando o pulso de Sherlock, viu que este tinha batimentos muito acelerados.

- Nossa, esse táxi fede! – o moreno gritou fazendo o taxista olhá-lo com raiva.

- Desculpe-me. Sherlock...pare quieto! Seus batimentos...

- O que tem meus batimentos, John? Por que eu sequer deveria me importar com eles? Me sinto tão feliz! Você faz isso comigo...e sabe o que eu quero que faça comigo hoje a noite toda?! – Sherlock provocou enquanto sua mão apalpava John, fazendo-o pular no banco.

- Sem sexo aqui dentro. - o taxista disse olhando pelo retrovisor com raiva.

- Até parece que eu queria querer transar aqui dentro, nesta lixeira com quatro rodas! - Sherlock respondeu com pouco caso fazendo John ter que segurar seu riso.

A sorte é que o local ficavam apenas alguns blocos de distância e logo eles chegaram na república. Subindo as escadas, quase caindo, Sherlock ria alto e John teve medo de acordar alguém, o que não aconteceu.

Abrindo a porta do quarto, eles entraram e Sherlock o puxou contra a mesa, sobre os papéis.

- Sherlock...pare! Espere...você tem que tomar um banho, você foi drogado, tem que tomar algo forte! – Watson respondeu tentando não enlouquecer com os dedos finos de Sherlock dentro de sua calça agora.

- Ótima ideia. – o moreno provocou e começou a tirar sua camisa enquanto John o olhava sem ar – Por que não tira as suas também, John?

John sem conseguir se concentrar mais, o agarrou, fazendo os dois cairem no chão. Enquanto se beijavam, as mãos do loiro abriam o zíper da calça do moreno que o sorria.

- Oh...- Holmes gemeu cravando seus dedos no pescoço de John que beijava seu tórax.

Neste instante John parou e se levantando, se afastou encostando na poltrona.

- Parou por quê? – Sherlock parecia decepcionado.

- Eu não posso fazer isso. Sinto muito. Não desse jeito.

- Por quê? Eu quero...você quer muito. Por que não?

- Porque quando isso acontecer eu quero que seja com você, não com a substância que está rolando por suas veias...mesmo você sendo mais legal assim. E mesmo sabendo que essa é só apenas a sua verdadeira vontade.

Sherlock então se aproximou sorrindo e dizendo:

- Você parece tenso. Não quer relaxar?

- Não, Sherlock e a sra. Hudson não deixa, lembra?

- Isso não é verdade. Eu inventei essa regra. – o moreno revelou.

- Tá. Aham...faz muito sentido agora.

- Então, o que estamos esperando?

- Eu não posso! Não insista... – John se esquivou.

- E por quê?

- Porque eu estou completamente apaixonado por você! Eu não quero que a nossa primeira vez seja assim! Eu quero que você se lembre de tudo. Eu quero ter todos os detalhes. – John se declarou.

- Você sempre estraga as coisas, John Watson! – Sherlock fez uma careta deitando-se no chão.

- Eu? Eu? Eu digo que eu te amo...e eu estrago as coisas?!

- Você agora me ama? Ficou ainda pior. Ei, veja! Achei a minha gaita! Vou praticar agora mesmo!– o moreno se dispersou agora entrando debaixo da cama.

John respirou muito fundo. E rindo do que tinha acontecido, soube que definitivamente era melhor assim.