The Devil's Daughter escrita por Ninsa Stringfield


Capítulo 4
Capítulo 4




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Ali, olhando para o interior daquela caverna, Katherine acreditava em Finn quando ele a disse que eles estavam no Inferno.

O interior da caverna era muito maior do que Katherine poderia imaginar, e os castiçais que cobriam o caminho até a entrada da porta agora estavam naquela sala. Considerando o fato de as velas serem num tom de azul que as vezes oscilava para o vermelho, a sala era bem iluminada e possuía uma escada alta que ia desde onde Katherine estava até seu interior que era dividido em quatro partes.

Considerando o espaço do lugar, Katherine podia ter certeza que agora ele estava vazio, e que ele ficava cheio em dias normais, como de segunda a sexta. Agora, ela apenas via alguns grupos de meninos que aparentavam as mesmas condições de Finn. Eles usavam as roupas pretas e os olhos eram vermelhos.

A primeira parte de seu interior podia ser associado com a de um espaço de treinamento de luta. Havia um tapete grande que cobria seu piso inteiro e algumas prateleiras nas laterais com algumas armas, mas não como as armas que Katherine as vezes via os policias usarem nos filmes de ação, mas como aquelas do tempo medieval, eram espadas e facas de todos os tipos e tamanhos. O único grupo de meninos que estavam dentro da caverna estavam ali, lutando entre si, mas pelas gargalhadas que eles davam quando um caía no chão, Katherine pensou que eles poderiam estar apenas treinando, mas quando um dos integrantes do grupo perfurou o outro no meio do peito com a sua faca, ela não conseguiu se conter e teve que gritar.

Eles pararam onde estavam e olharam para Katherine. O menino que havia esfaqueado o outro deixou o corpo de seu colega cair no chão enquanto ele limpava a própria faca, e para surpresa de Katherine, o corpo ferido apenas desapareceu de onde estava e apareceu na outra extremidade da caverna, em uma das quatro partes onde não havia nada além das paredes que o cercavam. O garoto ferido estava de pé e sem nenhuma marca de sangue ou de luta, como se nada tivesse acontecido. Ele caminhou para uma das paredes e desapareceu nas sombras, depois uma porta no mesmo lugar onde o garoto havia desaparecido abriu, revelando o garoto novamente, que caminhou em um corredor entre as paredes que separavam as quatro partes da caverna e abriu outra porta no lado de uma das paredes que cercavam o lugar onde o outro garoto que o havia esfaqueado estava, ainda olhando para Katherine.

Ao ver a direção do olhar do garoto ele se virou para Katherine e sorriu.

– E ai Niah, veio ver como estamos nos saindo?

Katherine abriu a boca para responder dizendo que ela não era Niah, mas Finn a cortou:

– É claro, e eu vim junto! - Finn olhou para Katherine e abaixou a voz - Eles não podem saber que você não é a Niah, não antes dela própria saber disso, apenas eu e Blake sabemos e continuaremos sabendo até que contemos a ela!

– Mas eu não sou essa garota, e definitivamente sou muito diferente dela, não vou conseguir enganá-los!

Antes de Finn responder, os garotos que estavam em um dos complexos da caverna começaram a rir alto e a fazerem barulhos de incentivo para chamarem a atenção dela e de Finn.

– É isso ai Finn, pensei que Niah já o havia dispensado mas parece que ainda rola bastante entre vocês!

Katherine olhou para Finn com as sobrancelhas arqueadas e ele corou, ele não a havia dito que ele tinha ficado com essa tal de Niah. Agora estava explicado o porque de tanto querer protegê-la.

– E-eu - gaguejou Finn, mas Katherine o cortou tentando fazer a voz mais sedutora que conseguiu.

– Acho que não hoje garotos. - ela começou a descer a escada com graça, ou pelo menos tentando, alguma coisa nas roupas de Niah indicavam exatamente como ela era: arrogante, mimada e sedutora, completamente controladora. Katherine levantou o queixo e tentou fazer a cara que sua amiga Ivy fazia quando ela via um garoto bonito se aproximando dela e queria ficar com ele.

Ela por si só nunca foi boa nisso, ela ainda se admirava por ter conseguido um namorado, e Chris não era nada ruim, era alto e musculoso, e para surpresa dela própria, popular. Quando eles se esbarraram no corredor e Chris pediu seu número, Katherine pensou como aquilo foi igual as cenas de filmes adolescentes clichês, onde o homem da sua vida esbarra com você no corredor da escola.

Olhando para trás para ter certeza de que estava indo bem, Katherine olhou para Finn, que ainda estava parado no topo da escada onde Katherine o havia deixado, ela curvou os lábios no sorriso mais sedutor que conseguiu e levantou uma sobrancelha, ele piscou várias vezes antes de balançar a cabeça e seguir os passos de Katherine, andando duas vezes mais rápido do que ela.

Quando eles chegaram na porta do complexo onde o grupo de garotos estavam um medo repentino possuiu Katherine e ela segurou a mão de Finn antes que ele pudesse abrir a porta.

– Espere, eu... - ele olhou para ela - Eu não sei como eu consegui fazer aquilo, mas eu não consigo fazer de novo!

– Claro que consegue, e você estava ótima, até eu pensei que você era Niah, mas você estava andando devagar demais, nós andamos rápido.

– E a culpa é minha se não sou uma de vocês? - perguntou ela tentando não gritar - Conseguir falar daquele jeito já foi um grande avanço pra mim, imagina se eu estivesse correndo, eu teria tropeçado no meu próprio pé e não teria enganado ninguém!

– Ta bom, esquece o que eu falei e tenta fazer o que você fez antes - ele revirou os olhos quando Katherine bufou - Ah, por favor, faça qualquer coisa, tente pensar no que você pensou quando você fez pela primeira vez, sei lá!

A lembrança do que fez com que Katherine ganhasse confiança a atingiu de uma vez e ela começou a rir alto, Finn a encarou com os braços cruzados e depois olhou para a porta na parede impaciente.

– Se você acha que suas risadas já são o suficiente, acho que devíamos entrar. - Katherine tentou parar de rir, e ao secar seus olhos das lágrimas que haviam aparecido em seu rosto depois de tanto rir ela arregalou os olhos de novo, agora parando de rir.

– Meus olhos! - gritou ela - Os olhos de Niah não são vermelhos? Porque os meus não são!

Finn arregalou os olhos também e colocou as mãos na cabeça, bagunçando os cabelos e andando de um lado para o outro. Ele praguejou antes de começar a empurrar Katherine para o corredor que ela tinha visto o garoto ferido passar.

– Eu tenho uma ideia, mas você vai ter que ficar escondida, e depois eu vou apanhar de Niah, ela vai me matar se descobrir que eu vou falar isso...

– Isso o que? - perguntou Katherine tentando se livrar das mãos fortes de Finn que seguravam seu ombro a empurrando para dentro de uma porta.

– Não interessa, apenas fique aqui!

Ele saiu batendo a porta com força, o que fez Katherine desistir de gritar seu nome e mandar que ele voltasse. Ela apenas bateu na porta com força com seus pés e seu virou para encarar o interior do complexo.

Ela teve que se segurar para não sair correndo dali naquele exato momento. Ela estava em uma sala cheia de jaulas e de outras portas que eram azuis, as jaulas possuíam criaturas que Katherine teve medo de pensar o que eram, algumas possuíam chifres, outras rabos e eram de diferentes tamanhos e cores.

Katherine mesmo com medo se dirigiu até uma das portas mas hesitou antes de abri-lá, havia uma placa na porta: "Salão das bruxas".

Bruxas? Além de demônios e bichos que Katherine não queria nem ao menos saber o que eram, aquele lugar possuía bruxas!

– No que eu fui me meter? - ela se perguntou agora olhando para as jaulas.

Algumas estavam cobertas com forros, e as que não estavam e possuíam as criaturas, estavam tão silenciosas que ela teve medo de que estivessem mortas.

Um ruído estridente cortou o silêncio da sala e Katherine se sobressaltou pulando em direção a parede. Um dos monstros a estava encarando, ele segurava a barra com as mãos peludas e olhava para ela pedindo piedade, quando Katherine finalmente conseguiu se soltar da parede e conseguir se mexer o monstro começou a se transformar. Ele agora era um garoto, não mais velho do que ela própria, com provavelmente a mesma idade que ela, dezessete.

Por favor... - sua voz era como um guincho surdo, como se ele estivesse muito longe dali - Eu não tive culpa...

Ele estendeu a mão na direção de Katherine, e ela hesitou antes de se aproximar. 

- Por que você esta preso? 

Eu não sei, acho... - mas antes que ele pudesse terminar a frase a porta do complexo abriu, e Finn apareceu. Ao ver Katherine conversando com o monstro ele correu até a jaula e a cobriu novamente, depois se virou para ela com os olhos arregalados.

- O que você pensa que está fazendo? - perguntou - Você não deve nem ao menos olhar para eles, quem dera falar com eles!

- O que era aquilo? 

- Um monstro - respondeu ele dando de ombros - Nada disso é do seu interesse, você não precisa saber dessas coisas.

- Mas eu quero - gritou Katherine - Vocês me trazem para cá, dizem que estamos no Inferno, e depois não querem me contar mais nada? Eu já estou cheia disso tudo!

Finn riu.

- Nós te salvamos e você é que quer respostas? - ele se aproximou dela - Você não acha estranho o fato de você nem ao menos conhecer o nosso mundo e mesmo assim a rosa ter ficado vermelha? Ou você ter conseguido falar com os monstros e ainda tocar nas rosas de Niah?

- Seja lá quem você for, você esta mais envolvida nesse mundo do que pensa, e eu quero saber o porque! - continuou ele.

Se Katherine não fosse ela mesma, se ela não estivesse tão acostumada a resistir e a não ligar para o que os outros falaram sobre ela a vida toda, ela não teria conseguido resistir o tanto que conseguiu, ela queria chorar, mas ali, olhando para a cara de raiva de Finn, ela não sabia como.

- Chega, eu não quero mais saber, seja lá quem essa tal de Niah for, eu tenho certeza que ela tem respostas - Katherine suspirou - Agora me diga, o que viemos fazer aqui, de verdade?

Os ombros de Finn relaxaram, ele esfregou os olhos e tentou sorrir.

- Blake acha que se Niah te ver ela vai querer te matar - começou ele - Vendo o quão irritante você é eu também estou começando a pensar nisso e a rezar para que aconteça.

Katherine sorriu, ela adorava ser chamada de irritante.

- Ótimo, então isso quer dizer que...?

- Que eu vim aqui para tentar ensinar o máximo que alguém pode ensinar em menos de um dia - ele cruzou os braços - Eu vou te ensinar a lutar.



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