Doze Passos Para Esconder Um Amor escrita por Lizzie-chan


Capítulo 5
Decididamente nunca encha a cara em sua presença


Notas iniciais do capítulo

Taí gente, mais um pra vocês!
Não vou falar muito hoje porque tenho de ir estudar aqui, ainda estou em prOvas xD Mas espero que gostem!!
Boa leitura!



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Você não quer que ele descubra que ama ele? Você definitivamente não quer que ele descubra? Então, nunca, em hipótese alguma, se atreva a consumir álcool quando ele estiver nas proximidades. Pena que Elesis não sabia que o albino estava por perto.

Quer dizer, como ela poderia imaginar? Lá estavam ela, Arme, Amy e, provavelmente contra a própria vontade, Mari, comemorando o aniversário de Lire num bar das proximidades.

Por que não dar uma festa normal? Elas lembravam nitidamente do que acontecera da última vez que deram uma...

É, o bar era sem sombra de dúvidas bem mais seguro.

- Então, gente, quem for na próxima tem que tomar o copo todo, ok? – e Lire levantou uma lata de cerveja para dar ênfase a sua fala.

Estavam jogando um jogo um tanto interessante no qual uma delas falava sobre fazer algo e aquelas que não tinham feito deviam tomar a bebida. Já estavam todas parcialmente alcoolizadas, o que quer dizer, em outras palavras, que as proposições estavam se tornando bem comprometedoras.

- Certo, certo, fale logo! – Amy estava realmente animada, ela não tinha tomado nem um gole até aquele momento, exceto os de antes do jogo começar. Elesis se perguntava, aliás, se ela tinha idade legal para beber. Não que tivessem um limite de faixa etária, mas crianças bêbadas pareciam meio que fora de lugar no ambiente em que viviam, então todos tinham uma certa noção de quando deviam começar a consumir álcool.

Bem, o dono da taverna não se importava nem um pouco com isso. Mais uma pessoa era mais um cliente que consumia seus produtos. E consumo significa dinheiro, então...

- Quem aqui... – Lire deu um sorriso malicioso, apesar de não estar pensando nada tão grave assim. – Nunca beijou antes?

Elesis levantou a mão, uma expressão orgulhosa em seu rosto, e olhou ao redor, esperando para ver quem mais levantaria.

Todas a encararam, mas mais nenhuma palma subiu.

- Ah, qual é? – reclamou ela, deixando o braço cair sobre a mesa. – Amy e Lire eu entendo, mas até você, Arme?

- Ah, é que, sabe... – a roxinha se encolheu, olhando para a mesa, sorrindo e corando, perdida em alguma lembrança. – Tava chovendo e eu e o Ronan meio que...

- Psiu, psiu, não queremos detalhes – reclamou Lire, mostrando a língua. – Aquela que perdeu deve encarar as consequências.

Encheu um grande copo com cerveja e o bateu na frente de Elesis, que engoliu em seco ao encarar o líquido. Ela era claramente fraca para o álcool.

Mas aposta é aposta, então o pegou e virou-o de uma vez, sentindo a bebida arder em sua garganta, o gosto amargo um tanto bem-vindo.

Bateu o copo na mesa novamente, sorrindo orgulhosamente. As garotas aplaudiram, animadas.

- Próxima, próxima! – Amy sorriu, divertida. – Essa é pra você, Elesis! – e a ruiva sentiu um arrepio subindo-lhe pela espinha. – Tá bom que você nunca beijou ninguém, mas você já segurou a mão de um garoto certo?

- Ah... Ajudar a levantar conta? – e deu um sorriso amarelo.

- Não! – a rosada riu, enchendo o copo sobre a mesa com cerveja novamente. – Vai lá, manda ver!

- Espere! Quem mais não segurou também? Eu não sou a única no jogo! – e Elesis olhou ao redor, esperançosa.

Novamente, ninguém levantou a mão.

A ruiva franziu o nariz, vendo como elas riam baixinho de sua desgraça, e virou o copo novamente, revoltada.

Colocou-o sobre a mesa de madeira escura quando terminou, suspirando. Seu bafo de álcool já podia ser sentido pelas outras garotas, que estavam relativamente satisfeitas com seu trabalho.

- Ok, a próxima... – Mari parecia entediada enquanto lia um livro, mas iria fazer uma pergunta também. Afinal, no fim das contas, eram suas amigas, e ela iria ganhar uma boa comissão pelo seu trabalho. – Quem aqui nunca se apaixonou antes?

E fez questão de levantar a própria mão, parecendo um tanto boba por fazer uma pergunta na qual ela não se encaixava.

Ninguém mais levantou-a também.

- O quê, Elesis, sua mão prendeu embaixo da mesa ou algo assim? – brincou Lire, dando uma risada de bêbada. – Tenho certeza de que é pra você levantá-la outra vez!

- Mas você... Está errada! – respondeu a líder da Caçada, a voz já embarga devido aos efeitos do álcool. Olhou para o lado, corada. – Errada, errada, errada!

- Oh sério? – e Amy parecia extremamente interessada no assunto, seus olhos castanhos com um brilho excitado. – Nos conte mais, detalhes, detalhes!

- Vocês querem os detalhes dela e os meus não? – Arme cruzou os braços, irritada. Fez uma careta, então, quando sentiu um chute na perna por sob a mesa. – Oh, Amy, sua...

- Então, diga, diga, quem é, quem é? – o sorriso da dançarina só tendia a aumentar.

A ruiva a olhou, parecendo refletir se devia contar ou não. Quando decidiu, abrindo a boca, outra voz tomou o ambiente.

- Lire! Desculpe o meu atraso! Eles não queriam me deixar vir! – e Ryan agarrou a elfa, apontando descaradamente para Ronan e Sieghart, que bateram as mãos nos rostos, suspirando em uníssono.

- Oh, Ryan! – Elesis riu, animada. – Finalmente alguém que vai perder pra mim nesse jogo! – chutou uma cadeira para afastá-la da mesa. – Vamos jogar, vamos jogar!

- Jogo? Mas que jogo? – os olhos do ruivo brilharam. Ele adorava jogos.

Antes que alguém pudesse explicar, Lass parou ao lado de Elesis, batendo a mão na mesa para chamar sua atenção.

- Você não acha que bebeu um pouco demais já? – perguntou, levantando as sobrancelhas, cínico.

            - Diversão nunca é demais – e Elesis sorriu novamente, animada. – Junte-se a nós também!

- Não, obrigado – cruzou os braços e fez expressão de poucos amigos, mas não deixou o lado da líder da Caçada.

- Tenho certeza de que Lupus jogaria – e ela fez uma careta mimada.

O albino olhou-a, franzindo a testa em surpresa.

Era a primeira vez em muito tempo que ela parecia tão relaxada em sua presença. E isso era estranhamente irritante.

- Olha, até eles querem jogar com a gente! – Elesis levantou a mão, acenando para alguns rapazes que estavam em uma mesa ao lado. Eles sorriram para ela, acenando de volta.

O ninja não pode deixar de notar que eram sorrisos maliciosos.

Puxou a mão com a qual ela os cumprimentava e a fez ficar de pé, rápido como só um ninja era capaz. Então se virou para Lire, a expressão de poucos amigos, e disse secamente:

- Feliz aniversário. Desculpe não poder ficar mais, tenho coisas para resolver.

E saiu arrastando a ruiva pela taverna.

Quando os dois deixaram o recinto, Lire afastou os braços de Ryan de seu pescoço e o encarou irritada. Antes que ele pudesse perguntar algo, Amy o deu uma pancada na cabeça. O elfo choramingou, acuado.

- Ryan, seu retardado! Ela estava quase falando! – a dançarina juntou as mãos sob o rosto, mexendo os dedos de modo sinistro. – Quase falando!

Todos o observavam com olhares reprovadores, exceto por Mari, que levantava a palma com o objetivo de receber a propina que Amy havia lhe prometido a fim de que a ajudasse em seu plano mirabolante.

- Ah, garotas são tão assustadoras...

*

O casal seguia apressadamente pelas ruas. Ninguém os olhava, afinal, coisas como aquela eram comuns, jovens andando por aí de mãos dadas.

Chegaram à base tão rápido que a ruiva desorientada mal teve tempo de piscar e já estavam no saguão de entrada. Lass começou a arrastá-la pelas escadas, indo em direção à ala na qual era o quarto dela, quando ela finalmente voltou a si e parou de andar, fazendo-o parar também.

Ele se virou e olhou-a, e sua expressão não era das mais felizes.

- O que estamos fazendo, Lass? – perguntou ela, a voz embargada, mas não só por causa do álcool.

- Estou te levando para o seu quarto – ele foi seco como ela imaginava que seria.

- Mas por quê? Por que não estamos jogando no bar? – ela juntou as sobrancelhas, magoada.

- Porque você está bêbada – mais uma vez ele foi direto ao ponto.

- E daí? Logo estaríamos todos bêbados! Qual é o problema? – ela levantou um pouco a voz, zangada. Depois começou a praguejar coisas ininteligíveis.

O ninja a observava, estático ante a surpresa de como o estava tratando. Quando fora a última vez que a ruiva se alterou com ele? Nem sequer conseguia mais lembrar.

- Por que se estivéssemos todos bêbados, ficaríamos indefesos – respondeu, torcendo o nariz.

- Indefesos? Qual é! – e ela mexeu a mão livre, fazendo pouco caso da afirmação do albino. – Eu sei cuidar de mim mesma, pelo menos.

- Não, não sabe – respondeu ele, mais seco do que antes, estreitando os olhos.

- Hey, hey, como se atreve a dizer isso? – a voz de bêbada dela ficou mais alta e o albino podia sentir o cheiro de álcool no ar. – Eu sei muito bem cuidar de mim mesma, ok? E não preciso da sua ajuda!

- Se soubesse cuidar de si mesma, não teria acenado para aqueles caras – respondeu ele, perdendo a paciência e se alterando também. – Você não viu as expressões deles? Parecia que queriam te comer com o olhar!

- E... E... – ela parecia procura argumentos, sua mente um tanto nublada para perceber o quanto aquelas últimas frases eram comprometedoras. – E o que te importa! Você não gosta de mim mesmo!

Aquelas palavras o fizeram parar por um momento.

Parecia muito estranho admitir que a ruiva tinha razão. Ele não gostava dela, ou não devia gostar. Apenas estava curioso sobre as respostas de suas perguntas. Então por quê aquilo o irritava tanto? Quer dizer, eles haviam olhado a garota como se a estivessem despindo em sua imaginação, e isso o tirava do sério. Mas como? Por quê?

Oh, Deus, mais e mais perguntas sem resposta.

- Pare de fazer isso comigo, Lass! – ela soltou a mão da dele, cambaleando um pouco enquanto ele ainda a encarava de olhos arregalados. – Pare de dar esperanças! Isso é irritante, sabia? Por que você faz isso comigo? Sabia que você é o primeiro garoto que segura a minha mão? – e só lembrava disso devido ao jogo da taverna. – Pare com isso!

Ele a encarou por alguns segundos, e então ela inclinou e perdeu o equilíbrio, provavelmente tendo seu destino fadado a rolar na escada se ele não se esticasse e a segurasse rapidamente.

- Pare com isso! – ela sussurrou, com a voz chorosa e embargada. – Pare de me magoar, não é justo...

Ele a olhava, aflito. O que exatamente havia feito àquela garota?

Colocou-a nas costas e começou a subir as escadas novamente, a mente a mil com a perspectiva de novas e novas perguntas que não era capaz de responder. O que estava acontecendo? Era apenas um jogo, mas por que parecia que quanto mais jogava mais complicadas ficavam as situações? E sua mente, por que nunca se acalmava, por que tudo aquilo o deixava tão inquieto?

Por que ele queria tanto descobrir as respostas?

A jovem ruiva atrás de si ronronou, aconchegando-se melhor em suas costas.

- Lass – chamou ela, a voz manhosa.

- Hm...

- Você é a pessoa que eu mais gosto no mundo todo, sabia? – Elesis parecia até uma criança dizendo aquilo.

Ele sentiu o rosto corar instantaneamente, o cérebro parando de trabalhar ante a surpresa novamente.

No fim das contas, talvez ele só quisesse achar as respostas porque sabia que eram boas.

Boas demais para ser verdade.


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Notas finais do capítulo

O que acharam então? Está divertida?
Pessoalmente, meu capítulo favorito mudou para este aqui, me divertiu muito escrevê-lo, e eu achei muito fofo!
Para aqueles que acompanham o mangá Kamisama Hajimemashita, sim, a cena final é parecida com uma do mangá, mas eu só percebi isso quando acabei de escrever, e eu gostei tanto de como ficou que deixei assim mesmo, desculpem x.x
Enfim, espero que tenham gostado! Estou gostando cada vez mais dessa fic, tenho que escrevê-la mais devagar, porém não consigo xD
Ah sim, não estou respondendo os reviews ainda porque estou sem tempo, mas pretendo respondê-los quando acabarem minhas provas! (viva liberdade!!!!!!!!!!) Então me deem um tempinho!
Muito obrigada a quem leu até aqui, comentou ou não comentou, favoritou ou não favoritou, de qualquer jeito adoro todos vocês! E espero que me acompanhem até o final da fic!
Beijitinhooooooooos!!