Doze Passos Para Esconder Um Amor escrita por Lizzie-chan


Capítulo 2
Nem pense em cozinhar para ele


Notas iniciais do capítulo

Estamos aí com o segundo passo! Esse acho que não vai ser tão engraçadinho como o primeiro, mas os próximos acho que serão xD
De qualquer jeito, minha opinião não conta! Muito obrigada a quem está lendo até aqui!
Sem mais delongas, boa leitura!



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O cheiro delicioso que enchia o ar da cozinha não tinha nada a ver com a suculenta comida que Lire sempre preparava. Na verdade, era um aroma um tanto diferente, um tanto mais forte, não tão sutil quanto o dos pratos preparados pela elfa.

Quando entrou no recinto, porém, Lass não poderia estar mais surpreso ao ver a ruiva ao fogão, um sorriso tomando seus lábios rosados enquanto mexia uma colher de pau em uma frigideira.

Quer dizer, ele sabia que por causa do ferimento que recebera no pulso a loira não poderia cozinhar nem nada por algum tempo, mas simplesmente esquecera que alguém tinha de preparar a comida. Além disso, ninguém poderia culpá-lo por estar surpreso. Se pensasse em alguém para cozinhar a refeição, até mesmo Mari estaria na frente de Elesis em sua lista mental.

A ruiva não parecia nem um pouco com o tipo de pessoa que sabe cozinhar bem. Na verdade, ela aparentava mais ser a personagem que colocaria fogo na casa se tentasse ferver água no fogão. Mas não era o caso.

O cheiro delicioso que invadia suas narinas de novo e de novo conforme respirava provava isso.

Dando um pequeno sorriso, decidiu se aproximar e conversar com ela.

- Hey!

Quando o som de sua voz chegou aos ouvidos da jovem, ele teve o prazer de vê-la se retrair um pouco, congelada em sua ação, surpresa como ele estivera alguns segundos antes, se não mais.

- L-lass... – gaguejou ela, amaldiçoando-se mentalmente por ter deixado a voz fraquejar.

- Elesis – respondeu ele, seguindo pela cozinha e parando ao lado dela. A garota olhava fixamente para a frigideira a sua frente, sua expressão um tanto desesperada. Ele não pode conter um sorriso ao vê-la.

Estava mais calmo desde que digerira a ideia de que ela gostava dele. Apesar de crer que não sentia o mesmo por ela, até que achava divertido observar suas reações. Ele não queria torturá-la ou algo do tipo, mas descobriria as respostas para as dúvidas que surgiram em sua mente quando ela se declarou inconscientemente. Custasse o que custasse.

- Não sabia que você cozinhava.

Ela estava tão nervosa. Podia sentir sua mão tremendo enquanto segurava a colher de pau, e tinha certeza de que ele estava ciente desse fato também, o que a fazia sentir-se ainda mais desconfortável.

Quem algum dia disse que amamos as pessoas com quem nos sentimos bem? Se aquilo era sentir-se bem, então ela definitivamente se arrependia de ter caído na armadilha de Cupido. Se apenas fosse dona de seus sentimentos... Mas aparentemente ela era só a boneca de pano em que eles eram testados.

E isso definitivamente não tinha graça.

- Eu cozinho, sim – sussurrou, por fim, forçando-se a mexer a colher sobre o ovo que estava preparando. – Aprendi desde pequena porque minha mãe morreu muito cedo.

- Hm. – e ele continuou lá, não satisfeito em ter sua pergunta respondida, observando-a cautelosamente, deixando-a ainda mais incomodada.

Elesis não aguentava mais aquele clima pesado. Ela, pelo menos, estava se sentindo seriamente oprimida pelo olhar curioso que ele lhe dedicava. Como era idiota, estava tremendo tanto que logo o ovo voaria da panela! Ela precisava se controlar, e urgentemente.

- Você... Vai querer um pouco? – perguntou, indicando o ovo com um aceno de cabeça, sem encontrar seus olhos com os do albino. Torceu mentalmente para que ele dissesse que não, que só estava de passagem, e então fosse embora.

Mas obviamente não foi isso que ele disse.

- Claro. Por favor – e sorriu, seguindo até uma pequena mesa no canto da cozinha e se sentando em uma das três cadeiras brancas. – O cheiro está ótimo. É algo típico de Canaban?

Ela não se atreveu a olhá-lo por cima do ombro, estática com a resposta que recebera. E seu plano estava escorrendo pelo ralo antes mesmo de tê-lo começado.

- S-sim – rebateu, por fim, a voz tremida. – Quer dizer, não! – parou, pensando no que havia dito em seu nervosismo.

Ela quase podia sentir o olhar de sobrancelhas erguidas que ele dedicava a suas costas.

- Quer dizer... É apenas ovo mexido, nada demais – sussurrou, feliz de que uma pausa de alguns segundos fizesse sua voz parecer mais firme. – Talvez os temperos sejam diferentes daqueles usados nas outras regiões, mas é só isso mesmo.

- Cheira bem – respondeu ele, apoiando os cotovelos na mesa, a cabeça sobre as mãos enquanto a analisava.

Ela estava extremamente diferente naquele dia. Cozinhava, oferecera para ele um prato, mas mais do que tudo isso, o que lhe chamava a atenção era o avental branco de babados que vestia. Provavelmente era o único que Lire tinha, mas o albino não podia deixar de pensar que até que coisas fofas combinavam com a ruiva.

Desde que soubera que ela o amava, ele começara a enxergá-la mais como a garota que ela era. Cheia de inseguranças, linda, corajosa. Como ele não notara todas essas coisas antes?

Precisava continuar a observá-la, para responder aquelas perguntas insistentes de sua mente. Mas mais do que isso, ele queria observá-la.

Porque ela ficava extremamente intrigante quando estava tão nervosa, quando suas mãos tremiam como faziam naquele momento, conforme ela colocava o ovo mexido em um prato e pegava dois garfos numa gaveta, seguindo para a pequena mesa.

Ela colocou as coisas sobre a toalha de mesa, tão cheia de babados quanto o avental que usava, e sentou-se, tomando o cuidado de escolher a cadeira mais longe do albino, apesar de não mudar muita coisa, considerando que era apenas um pequeno móvel, de qualquer modo.

- Fique a vontade – disse ela, pegando o próprio garfo e espetando um pedaço do ovo, torcendo mentalmente para que ele não notasse o quão rápidas e inquietas estavam suas mãos. Ela precisava urgentemente de aulas de autocontrole.

Lass pegou o outro garfo, observando intrigado como ela tremia, como fazia todas as vezes que os dois estavam no mesmo ambiente. Não podia deixar de pensar que era a primeira vez que estavam sozinhos desde que descobrira que ela o amava. Isso lhe dava um olhar completamente diferente sobre a ruiva.

Mas claro que só isso não respondia suas perguntas. Porém decidiu não forçar a barra por algum tempo, estava claro para ele que deixar uma menina nervosa mais ansiosa ainda não o levaria a nada.

Além do mais, ele gostaria de observá-la por mais tempo. E, inconscientemente, ele sabia que se não tivesse um motivo racional para fazê-lo, ia sentir-se muito estranho ao continuar.

Provavelmente do jeito como ela se sentia.

Então ele não perguntou nada, planejando fazer isso em outra hora, e espetou também um pedaço do ovo mexido no centro da mesa, colocando-o distraidamente entre os lábios.

Os olhos oceânicos se arregalaram em uma fração de segundo e ele bateu uma mão na mesa, surpreso. Mastigou devagar, sentindo o sabor enquanto a garota o observava assustada por sua reação.

- Elesis, isso está... – quando ia deixar que as palavras deixassem sua boa com muito entusiasmo, percebeu que só não fazia o feitio dele elogiar alguém daquele modo. Quer dizer, nem a Lire ele dissera algo sobre as refeições, e a comida da elfa era realmente saborosa. Então decidiu que iria controlar um pouco sua língua. – Muito bom. Realmente muito bom. Você devia cozinhar mais vezes.

Claro, o objetivo principal disso tudo era fazer parecer que ele não gostara tanto assim, mas um elogio vindo do ninja significava que ele realmente estava maravilhado com aquilo de que falava. E uma afirmação tão animada como a que ele estava prestes a fazer seria quase como uma declaração de amor.

Então suavizar um pouco o tom de voz também era com o objetivo de não deixá-la nervosa.

Mas só Deus sabe o quanto uma palavra de alguém que você ama pode afetar sua vida. Logo, não deu muito certo, e quando o albino levantou os olhos para a ruiva, ela estava tão vermelha quanto seus cabelos.

- S-sério? – autocontrole? Ela já havia esquecido o que era isso.

Lass havia elogiado sua comida. Quer dizer, isso não deveria ser grande coisa, considerando que ela tinha noção de que cozinhava sim melhor do que aparentava, mas é do albino que estamos falando, elogios vindos daqueles lábios rosados certamente valiam mais do que uma crítica de cinco páginas.

Além disso, era dele que ela gostava. E apesar de não querer que ele descobrisse em hipótese alguma, apenas uma pequena parte de sua mente estava preocupada com o quão óbvia ela estava sendo, enquanto o restante arrasador se encontrava extremamente feliz e emocionado, tímido e orgulhoso de que fosse de algo que ela era capaz de fazer que ele estava falando.

Lass gostara de algo que cozinhara. Isso soava tão incrível! Era como em um de seus muitos sonhos de contos de fadas.

O albino a observava, estático ao notar o quão vermelha ela estava, e tudo o que ela podia fazer era tentar controlar a ansiedade que viria, aquela que sempre vinha de novo e de novo quando se tratava dele.

- O-obrigada – sussurrou, a voz trêmula, e espetou outro pedaço de ovo, fazendo uma nota mental para nunca mais cozinhar algo para ele.

Só a daria doces esperanças falsas.

Aquelas lindas palavras que eram dedicadas a algo ao redor dela, algo que ela era capaz de realizar, enchiam seu coração de ânimo. Mas mais que tudo, ela sabia que sentiria dor no futuro, ao imaginar que ele nunca seria dela no final da história.

Então, se você não quer que ele descubra, se você não quer sofrer no futuro ou deixar óbvios seus sentimentos, procure não cozinhar nada para a pessoa que você ama. Porque se ele elogiar, você vai ficar animada por vãos sonhos de finais felizes os quais não possuem garantia de sucesso, e se ele não elogiar, você ficará magoada.

E no fim seria a mesma coisa, considerando que o albino não gostava da ruiva e ela tinha certeza disso. Apenas esperanças falsas...

Mas até que parecia valer à pena quando sonhava com as palavras que ele dissera quando ele deixou-a sozinha de novo. É. Talvez sonhar não fosse tão ruim assim. Ela só desejava que fosse de verdade.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu prometi que ia ser menos dramática, mas esse finalzinho até que ficou dramático xD Prometo me controlar mais na próxima vez!
O que acharam? Não sei muito bem o que dizer, é uma dica boba, porém, faz sentido para mim, e foi uma das primeiras das 12 em que eu pensei xD
Espero que tenham gostado! Se puderem, me digam o que acharam, hã? ;D
Muito obrigada a quem leu e comentou até aqui, a quem favoritou ou a quem só deu uma olhadinha! Todos vocês são maravilhosos!
Nos vemos no próximo!!
Beijitinhoooos