Doze Passos Para Esconder Um Amor escrita por Lizzie-chan


Capítulo 11
Nem pense em deixá-lo roubar o seu primeiro beijo


Notas iniciais do capítulo

Waa, quase no fim, quase no fim! Como estamos indo, pessoal? Finalmente é o capítulo bom que eu prometi!
Bem, sem mais delongas, boa leitura!!!



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Elesis prendeu a respiração conforme colocava as mãos sobre as bochechas, totalmente abismada.

Se ela soubesse que as coisas iam acabar daquele jeito, ia ter tentado correr atrás do restante do grupo para a batalha. Ao invés disso, lá estava ela, sentada em sua cama com aquele casaco quentinho sobre os ombros, deixada só pelo albino, que ela nem tinha idéia do que fora fazer.

Soltou um grunhido indistinto, soltando então as mãos das bochechas, as quais provavelmente estavam muito vermelhas naquele momento. Não sabia ao certo o que estava sentindo, talvez um misto de ansiedade e medo, um nervosismo indeterminado, mas acima de tudo o amor que desejava tão intensamente reprimir e esconder.

Aquele amor que a perseguia sem perdão, que fazia seu coração acelerar conforme sentia o cheiro do albino desprendendo-se daquele casaco tão fofo e doce, de um ato igualmente fofo e doce que ele tivera ao pensar nela em primeiro lugar.

Suas mãos tremiam conforme as colocou novamente sobre o colo, engolindo em seco. Sabia que estava chegando a hora de parar de fingir. Ela só queria viver no mundo de adolescente por mais algum tempo, sem ter que encarar o coração quebrado que receberia. Apesar de tudo, Lass a estava tratando cada vez mais gentilmente conforme o tempo passava. Aquele idiota sem coração não percebia que só a dava falsas esperanças no fim das contas?

Ele ia voltar. Seu coração deu um pulo em seu peito. Ele saíra, mas dissera que voltaria, e ela não tinha como fugir. Podia até considerar correr com a perna ferida, de qualquer modo, mas duvidava que ele não fosse alcançá-la e dá-la uma bronca, e provavelmente a pequena aventura lhe renderia mais algumas dolorosas semanas na cama.

Aquele machucado só tornava tudo ainda pior, impedia-a de fugir da situação, da verdade que a aguardava. Elesis não queria, definitivamente, ter se apaixonado, e agora não desejava que ele descobrisse, mesmo que já estivesse bem claro que ele já sabia de tudo. E que a correspondia.

Ela era tão cega quanto qualquer protagonista de estórias de amor.

*

Lass suspirou, bagunçando os cabelos conforme subia novamente as escadas. Era o bastante, provavelmente assustara o novato mais do que o necessário, apesar de aquele sorriso safado e irritante ter ficado estampado naquele rostinho até o final de sua discussão.

Ele estava cansado de fugir e de se esconder. Ótimo, talvez ele não merecesse amor, nem carinho, nem uma família ou o que quer que fosse. Mas alguém lá em cima resolvera que ele era digno e lhe havia presenteado com a garota mais incrível do mundo. Fugir não ia mudar os seus sentimentos, e ele não perdia nada aceitando as circunstâncias. Era muito mais fácil do que fingir não se importar.

Além disso, ele também estava cansado de se conter. Entregá-la para alguém talvez fosse o melhor se não pudesse ficar com ela, mas em quem confiaria? Não havia ninguém que fosse bom o bastante para que lhe cedesse aquela pequena jóia. Ele não queria deixá-la. Ele não queria esquecê-la.

Que fosse tudo para o inferno, ele só queria amá-la. E que morresse quem dissesse que não devia, já bastava ele mesmo para isso.

Quando abriu as porta do quarto dela, Elesis ainda estava no mesmo lugar. Ela levantou o olhar para ele conforme o observava entrar, surpresa, e Lass não pode deixar de notar o corado em seu rosto, e o modo necessitado como agarrava o casaco sobre seus ombros. Uma garota fofa, linda, e totalmente apaixonável.

- Lass... – seu nome parecia música deixando aqueles lábios tão doces. Sentiu a maçaneta se fechar sob seus dedos e então deu alguns passos lentamente até ela.

Elesis se perdeu nos oceanos límpidos que eram os olhos dele, naquele momento, tão puros e encantadores. Por que ele tinha todo aquele poder sobre ela? E, aliás, quando tudo aquilo começara? Aquela história dos dois...

O ninja sentou na cama e lentamente estendeu a mão, colocando uma mexa do cabelo dela por trás da orelha vagarosamente. A ruiva suspirou, desviando o olhar do dele, tentando manter o controle.

- Você acha que ficarão bem, assim, sem a gente? Quero dizer, na batalha...

- Claro – a voz dele a fez olhá-lo novamente. Nunca a ouvira tão rouca e bela. – Eles têm os novatos...

- E... E Azin? – aquele nome não combinava com a voz dela, e o fez franzir a testa, irritado.

- Ele está bem, aquele moleque atrevido – seu tom deixava claro que preferia que não fosse o caso, o que a fez se arrepiar. – Quem ele estava achando que era pegando-a daquele jeito?

- Você também – ele estreitou os olhos para ela por um momento. – Você também já me pegou daquele jeito várias vezes. E sem a minha permissão, aliás.

Como era possível que sua voz estivesse tão calma quando ela sentia um verdadeiro furacão dentro do peito? Talvez o mundo estivesse realmente do lado dela?

- Eu não posso? – Lass piscou, um pouco surpreso. Nunca realmente considerou que talvez Elesis preferisse que ele se distanciasse. Como uma garota apaixonada, ela devia gostar de sua aproximação, certo?

Quando havia se tornado tão presunçoso e cheio de si? Ele levantou-se, abismado consigo mesmo, e virou de costas para ela, almejando a porta. Talvez devesse pensar um pouco mais antes de fazer alguma coisa. Elesis não merecia alguém egocêntrico, de forma alguma. Por ela, tinha que ser o melhor.

Uma mão o impediu. Quando lentamente direcionou o olhar para a garota novamente, se deparou com aqueles orbes em chamas, tão brilhantes e vivos e misteriosos, encantadores e doces, que o suplicavam intimamente que não a deixasse. Ela provavelmente nem tinha idéia do que estava fazendo, mas o impacto nele foi imediato.

- Eu... Eu... – a ruiva soltou aquele pulso pálido, e quando fechou os olhos, pensando em algo que pudesse lhe dizer, foi pega de surpresa.

Ele não queria mais esperar. Já estava mais do que na hora de desistir de ser apenas um galã encantador, ou fingir não saber de nada.

Colocou os joelhos na cama e inclinou-se sobre a ruiva. Em menos de um segundo, seu maior desejo se realizou: foi capaz de juntar os lábios com os dela.

Pousou uma mão no pescoço de Elesis e a outra sobre o colchão, mantendo o equilíbrio, e percebeu como ela se mantinha imóvel, pega de surpresa. Provou avidamente daqueles lábios tão quentes, daquela pele tão macia sob seu toque, que ele sempre quisera sentir, mas que nunca se atrevera a tocar.

Inclinou-se mais, tomando consciência do corpo pequeno sob o seu. Ela estava tão diferente de quando a segurava em seus braços! Continuava frágil, mesmo que tivesse uma personalidade tão forte, e podia dizer que não passava de uma garotinha. Mas um dia ela ia crescer, e ele estaria junto dela, e se não fosse o caso, ele ficava feliz com ela do jeito como estava.

Perguntava-se como uma pessoa tão pequena podia ser tão perigosa e temperamental. Elesis era linda, ele não tinha dúvidas de que se tratava da garota mais bela em que já colocara os olhos, com seus excêntricos cabelos em chamas e fortes olhos ígneos, aquela pele quentinha e branquinha e aquela aparência completamente ameaçadora e ao mesmo tempo totalmente inofensiva.

Perguntava-se seriamente como não se apaixonara por ela à primeira vista. Talvez tivesse sido o caso, e talvez nunca tivesse percebido até olhar direito, até constatar que não queria que mais ninguém a tocasse, que ela era dele, e que a queria próxima, mais próxima do que qualquer um já estivera, mais próxima do que todos juntos.

Quando havia se inclinado o suficiente sobre ela, apoiou-se com o cotovelo, enterrando a mão nos cabelos tão belos que se esparramavam desarrumados sobre a cama, aquele penteado tão belo que ela usara já esquecido. Com as pontas dos dedos, deixou a nuca e contornou o rosto, prensando-os na bochecha macia e cálida, mas não tanto quanto seu beijo.

Lentamente sentiu-a amolecer por baixo de si, e logo ela esticou hesitantemente os braços, colocando os dedos pelas madeixas albinas e puxando levemente, entregando-se vagarosamente ao seu pequeno sinal de amor.

Ele beijou-a, aproveitou-se descaradamente e, quando lhes faltou ar, separou seus rostos por alguns instantes para tomá-lo outra vez. Logo juntou os lábios novamente, uma ânsia insaciável por ela, por sua pureza e doçura sem iguais.

Elesis estava assustada e ao mesmo tempo encantada.

Então era aquele o mundo que Amy queria lhe mostrar, que insistira para que explorasse, mesmo que ela mesma achasse que não tinha chances. Aquela era a sensação de ser amada de volta, e de tê-lo tão perto, tão perto quanto sequer sonhara, sem saber onde começava ela e acabava aquele corpo tão quente dele.

Não importava o quão frio Lass pudesse parecer, ele era cálido e aconchegante como qualquer outro ser humano, e o único capaz de fazê-la sentir aquela quentura inexplicavelmente doce no peito.

Ela o amava. Ela o amava demais. E ele a estava beijando, com um significado, ou talvez nenhum, mas ela não queria pensar nisso.

Lentamente deixou-se mover com as pontas vermelhas de seus pequenos dedos aqueles cabelos branquíssimos que sempre tivera curiosidade em sentir, passou pela pele pálida e quentinha, pelos ombros fortes e aconchegantes que lentamente se moldavam a ela conforme se aproximavam. Ela não precisava de mais nada naquele mundo. Ela tinha a Lass. Ela o amava.

Eles lentamente se afastaram de novo, em busca daquele ar tão incômodo, e o ninja colocou a testa sobre o ombro dela, ofegante. A ruiva sentiu as baforadas cálidas tocando sua pele, e quando ele soltou-se dela, levantando-se lentamente, seu coração se partiu ao pensar em uma nova possibilidade.

Não acreditava que fosse possível, Lass definitivamente nunca faria aquilo, mas o que aconteceria se ele estivesse apenas seguindo algum instinto do momento? Ela não queria ser usada. Ela não queria ser um brinquedo.

Ele se espreguiçou um pouco ao lado da cama.

Seus medos logo se dissiparam quando o rapaz lacrou os olhos com os dela novamente. Aquelas bolas azuis brilhantes não transmitiam só um desejo silencioso, ela podia ver, era muito mais que isso, era um carinho inimaginável, uma sensação de segurança que logo se espalhou por ela. Devia estar fazendo uma cara muito idiota, que deixava seus sentimentos límpidos como água que sai da terra.

Se você não quer que ele descubra, seja pela sua expressão ou pelo modo apaixonado como você o permite se aproximar, não seja boba e não permita que ele roube seu primeiro beijo. Ele não será devolvido, ele não será de mais ninguém, e você também não.

- Elesis – ela colocou os dedos sobre os próprios lábios, corada, e ele nunca a vira tão linda em toda sua vida. Lentamente sentou-se novamente na cama, após refletir um pouco, e colocou uma mão sobre a bochecha dela, seus olhos fixos um no outro. – Desculpe demorar tanto tempo pra te dizer isso...

Passou os dedos da mão livre pelos cabelos brancos, um tanto nervoso. Então era assim que ela se sentia... Bem, não havia mais o que esconder, nem motivos para tal. Tomou fôlego de novo e, pela primeira vez em sua vida, teve certeza de que estava corado, mais do que aqueles cabelos bonitos, mais do que o sangue devia ser capaz de lhe fazer ficar. E só ela seria motivo para que ele ficasse daquele jeito.

- Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal! E então, como ficou o capítulo de hoje? Bom, ruim, médio? Pra ser sincera, eu gostei, apesar de ele ser uma enrolação só também xD Mas finalmente aconteceu o que tava todo mundo querendo ver! Beijo e declaração ;D Vou ver comentários sobre isso? Vamos lá, reta final da fic, quero suas opiniões! Bem-vindos leitores novos, quase me esqueço de dizer! Sua presença me faz ainda mais feliz, não deixem de ler e me dizer o que acharam ;D
Ah sim, antes que me esqueça, uma leitora me lembrou da piadinha dos tomates do capítulo anterior xD Agora até que melhorou, mas um mês ou dois atrás o tomate tava muitoooo caro (cheguei a ouvir minha mãe reclamando de 10 reais o quilo o.o'). Quem também gosta de tomate e achou isso um absurdo, falem aí!
Ah sim, a capa fui eu quem fez, e me reservo o direito de perguntar as suas opiniões xD Eu to muito chata hoje, não to? kkkkkk Sorry
Só mais uma coisa, prometo! Desculpem por demorar pra atualizar, é que o meu teclado quebrou e agora só posso escrever no note do meu irmão, e ele tem que levar pra faculdade e tals, daí complica xD

Mas enfim, beijitinhooooooooos!
PS: (what the hell? já falo tanto e ainda tem PS?) orgulho da fic, acho que nunca acabei uma fanfic desse tamanho xD (e olha que ela nem é grande). Mereço recomendação? ;D (lê-se eu mendigando recomendações e motivos pra sorrir no fim de semana). Tá, agora acabou xD



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