Mesmo depois de tudo, você não se arrepende. Bem, pelo menos não da parte em que você esteve com Suzuno, você até sorria lembrando disso. Você estava deitado na cama, prestes a adormecer. Fuusuke havia fugido de você e ido para a dele, e se deitou emburrado de costas para ti. Você sentia a mão dele em seu rosto ainda, mas esse era apenas o sinal vivido e vermelho ardente de que ao menos uma vez você foi capaz de fazer aquilo que fez.

Um pouco antes de adormecer, o outro garoto te veio a cabeça. O jogador da Raimon, Fubuki. Você podia ouvir a tempestade caindo lá fora, sera que ele havia chegado bem? Huh.. você não liga muito para isso, só ficou curioso para saber o que poderia ter acontecido com ele. Você adormece.

Enquanto isso, vamos ser o outro ruivo da história, alguém pode estar sentindo falta dele.

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Você é Kiyama Hiroto, algumas horas atrás. Logo depois que Nagumo saiu de seu quarto, totalmente congelado, Midorikawa te dá um cascudo.

- Porque você contou? Agora ele provavelmente vai fazer alguma besteira - disse ele, um pouco bravo.

Mas Midorikawa bravo era muito bonitinho para você sentir algum remorso do que fez.

- Mido-chan, se algum cara, principalmente amigo meu, estivesse gostando de você, eu iria querer que alguém me dissesse - você disse.

Midorikawa deu um sorrisinho disfarçado.

- E o que você faria sobre isso? - perguntou ele.

- Eu provavelmente arrancaria o órgão intimo dele e jogaria no rio - disse você, com uma especie de sorriso psicopata. Midorikawa jogou uma almoçada na sua cara.

Talvez não tenha sido uma boa ideia contar a Nagumo, mas.. você era curioso e estava a muito tempo louco para saber o que poderia vir a acontecer se Nagumo descobrisse. Você ainda se lembra do dia em que arrancou isso de Shigeto.

Ele estava no laboratório concentrado em sua tarefa e você se aproximou para dar uma olhada. Você não é muito próximo dele, mas você não é do tipo "tímido", já que vocês se conhecem a tanto tempo, você tem facilidade em se aproximar de qualquer um da Academia Aria e falar com ele normalmente, como você o fez. E assim, você acaba sabendo um pouco sobre todo mundo, e isso te faz se sentir como um cara esperto, que tem uma informação sobre todos e ninguém pode esconder nada de você.

Ele te olhou indiferente quando você se aproximou para olhar. Ele estava fazendo uma espécie de vulcão para um projeto de ciências. Porque todo mundo sempre quer fazer um vulcão? Você vai fazer uma batata atômica, é muito mais criativo.

- Esta ficando muito legal, Atsuishi - disse você. 

- Você acha? - perguntou ele, olhando para o projeto, que era apenas um monte de lama, visualmente falando.

- Sim, sério - você puxou a cadeira e sentou perto - eu ainda nem comecei o meu..

- O que você vai fazer? Um vulcão também?

Você sorri.

- É segredo. -é claro que ninguém te levaria a sério se você contasse.

Ele olhou para você um pouco, mas não parecia necessariamente curioso, era mais como "deve ser algo coxo".

Você começou a puxar conversa sobre como a Prominence estava indo bem nos jogos. Ele parecia não se interessar muito no entendo, então você começou a falar sobre Nagumo Haruya.

- Ele é um bom capitão - disse ele - dá para leva-lo a sério no campo.

- Pelo menos lá, não é? - brincou você.

- Sim.

Ele não parecia gostar muito da sua companhia.

- Huh.. posso te fazer uma pergunta um pouco.. intima?- perguntou você, se aproximando mais e falando mais baixo - posso, Atsuishi?

- Vá em frente.

- Você por acaso gosta, digo, romanticamente, do Nagumo?

Ele virou a cara para você na mesma hora, parecendo estranhar tal pergunta. É claro, não era como se vocês fossem bons amigos para você chegar nele e perguntar isso, mas.. vocês poderiam vir a ser se ele não fosse tão quieto.. chato.

- Não - respondeu ele - ele é como um irmão, eu creio que não me apaixonaria por ele. 

Você se decepcionou um pouco com a resposta.

- E também.. seria meio como uma estupidez, considerando que Nagumo-kun sempre gostou de Gazel - ele continuou.

Ah, ele chamava Suzuno pelo apelido, porque?

- Você não gosta de Suzuno? - perguntou você.

- Na verdade, eu realmente gosto dele - respondeu Shigeto.

Ele falou isso normalmente. Você arregalou os olhos para ele, e ele ignorou você. 

Oh sim, você tem certeza de que você tinha que ter dito a Nagumo, ele precisava saber isso, para não correr o risco de ser apunhalado pelas costas. Bom, você não imagina que Suzuno traísse Nagumo ou algo assim, mas mesmo assim.. talvez Shigeto pudesse chegar a tentar algo, ele precisava estar atento.

Midorikawa observava você perdido em pensamentos.

- Hiroto? - chamou ele, depois de um tempo.

Você olhou para ele.

- Oi? 

Ele apenas se ajeitou na cama. Vocês ainda estavam em SUA cama, Midorikawa havia se encostado na parede e estava abraçando seu travesseiro. Ele era tão bonitinho, que você não podia resistir de ir até ele e se sentar ao lado. Ele pareceu ficar um pouco corado. Você sempre entende isso como um pedido para beija-lo, hahahah.

E então, vocês passaram um bom tempo com esse tipo de namorico. Beijos e abraços e algumas palavras doces. Você não podia imaginar Suzuno e Nagumo fazendo essas coisas.. bom, talvez isso seja diferente para cara casal. Você e Midorikawa eram carinhoso e você amava isso, talvez Suzuno e Nagumo gostasse de algo mais selvagem. Agora que você pensa nisso, talvez haja algum tipo de sadomasoquismo na relação dele.. quem sabe? Algo como um romance violento.. até que não parecia tão ruim, hahaha, provavelmente era bem.. uau.. Você volta a realidade quando Midorikawa morde sua orelha. Quem se importa com o romance entre Suzuno e Nagumo?? Você prefere bem mais Hiroto e Midorikawa, principalmente quando Mido-chan esta, aparentemente tentando te seduzir... ah, depois ele vai dizer que você é um pervertido e esta indo rápido demais.. e de quem é a culpa?

Agora que vocês estão em um momento intimo, é melhor voltar a ser Nagumo e poupar a "escritora" a descrever cenas um pouco mais constrangedoras.

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Você levanta muito cedo. Devia ser umas 5 da manhã, e era domingo. Você corre para o banheiro e acaba vomitando. Deve ser a ressaca, você esta experimentando isso pela primeira vez, e por você, vai ser a ultima. Você esta tão desajeitado que acaba tropeçando num par de tênis ao tentar voltar para cama. Você cai e o impacto acorda Suzuno num pulo.

Ele pula para a ponta da cama e olha para você no chão, com ar de desaprovação.

- AH, merda - disse você.

Ele se levanta e vai te ajudar, mal humorado e sonolento.

- Espero que você esteja aproveitando - disse ele, te colocando na cama.

Você nota ele olhar para a marca vermelha que ele fez em seu rosto, isso provavelmente o fez lembrar do constrangimento da noite passada, pois ele virou a cara um pouco bravo e vermelho.

Você apenas olhou atento. Era legal a sensação de vê-lo tão incomodado. Era como uma doce vingança e ao mesmo tempo uma doce realização para você, mas esse sentimento bom sumia toda vez que sua cabeça latejava.

-Ah, eu não tenho tempo para lidar com você - disse ele, do nada - eu preciso descansar, meu jogo é amanhã.. 

Ele saiu e voltou para a cama.

- AH, não era hoje?

- Não, ele é amanha, mudaram o horário - disse ele - o que é bom, já que graças a você eu tive uma noite péssima..

Você se calou. Você estava triste com isso, e você nem imaginava o que ele realmente queria dizer.

Suzuno havia passado a noite em branco, preocupado com você. Você estava dormindo tão pesado que não notou, nem imagina quantas vezes ele se levou e foi até você verificar. Ele nunca havia cuidado de ninguém nesse estado, e ele só pensava que talvez você pudesse vomitar e morrer afogado no próprio vomito. Ou então você poderia ter algum tipo de ataque ou febre, ele apenas pensou um monte de possibilidades, uma mais exagerada do que a outra. E mesmo que depois da 23487º visita a sua cama, você parecia perfeitamente bem, ele continuou até que seu corpo estava tão exausto que ele não conseguiu despertar. Bom, até que você o acordou com um "baquê".

Se você soubesse disso, você provavelmente iria sorrir disfarçadamente, e logo depois se sentir um lixo por ter feito ele passar por isso. Mas você não sabia, então o sentimento de culpa foi reduzido drasticamente.