Heart In Flames escrita por arya


Capítulo 11
Capítulo 11 - Um Leo menos idiota


Notas iniciais do capítulo

FEEEEEEEEEEEEEEELIZ PÁSCOA!
Espero que estejam gostando da fic!



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Leo provavelmente iria se arrepender muito do que havia feito. Mas agora ele só conseguia chorar. Porque ele não agüentava mais ser a segunda opção. Estava na cara que Piper amava Jason, pra que mentir para Leo? Apesar de sua intuição dizer que não era nenhuma mentira, e que ele estava agindo como um bobo em não deixar nem que Piper explique as coisas, ele não aceitava.

Sua cabeça estava muito confusa e cheia de pensamentos sobre os últimos tempos. Tudo seria mais fácil se eles não fossem semideuses. Leo não teria criado tantos problemas, não teria ido para a Escola da Vida Selvagem e não teria se apaixonado por Piper. Ele talvez agora tivesse alguma outra namorada que o amasse e uma vida normal. Uma vida em que ele não estivesse ameaçado de morte a todo segundo e não perdesse as pessoas que ama com tanta freqüência.

Ser um semideus tinha suas vantagens... A verdade é que todo semideus diz que preferia ser um simples mortal, mas jamais se acostumaria com essa vida. É bom ser especial, apesar de seus riscos. Leo pensou sobre isso. Ele também era especial, diferente dos outros. Jason teve Piper muito fácil, e as coisas para Leo sempre eram mais difíceis. O filho de Hefesto se lembrou porque sempre se apaixonava por meninas mais difíceis de serem alcançadas. A vida sem desafios, não tem sentido.

Os heróis tem vários desafios. Sempre lutar contra forças do mal é um deles. Leo riu do fato de que seu maior problema agora é ser a segunda opção de uma garota, sendo que ele estava num navio indo em direção às Portas da Morte, tendo que derrotar Gigantes e Gaia.  Ele realmente não tinha as prioridades na cabeça.

Mas e Piper? Como será que ela está? Leo foi tão egoísta ao deixá-la sozinha depois de ter ouvido todas aquelas coisas. Piper disse que ele merecia uma resposta, mas duvido que continuasse pensando assim depois que viu a reação dele ao ouvi-la. Isso foi tão infantil.

Leo queria consertar as coisas, mas não podia simplesmente entrar pela mesma porta pela qual saiu, com a cara mais lavada do mundo e fazer um pedido idiota de desculpas. Piper devia o estar odiando nesse momento.

Não havia mais o que fazer. Quem mandou agir como uma criança? Agora Leo iria agüentar o que precisasse. Ele saiu do quarto e foi em direção à ala de refeições do navio.  Só os homens estavam lá.  Sentando-se e pegando um prato para jantar, Leo disse:

–E aí gente, Jason melhorou?

–Não muito. Mas quando Percy tomou sangue de górgona demorou um pouco até que sua memória voltasse completamente. –disse Frank.

–Seus olhos estão inchados. O que aconteceu? Levou um soco? –disse o treinador Hedge.

–Parece mais é que andou chorando! Que foi Valdez, está com saudade das Caçadoras? – riu Nico.

–Eu... Piper está bem? E Porque Hazel não está aqui, ela também está machucada?

–Bom, as duas estão razoavelmente bem, cheias de ferimentos que nem nós. Mas não muda de assunto, por que você estava chorando? Não me diga que é por causa da Piper... –disse Frank.

–Eu devia ter colocado vocês de castigo! –disse Hedge rindo.

–N-não, eu só... Estou com saudade de c-casa. Só quero que tudo acabe para que eu possa voltar pro Acampamento.

–Para de gaguejar que a gente viu vocês dois naquele dia, ta na cara, Leo. Você nem age mais como você mesmo. Onde foi parar aquele Leo brincalhão, bobo, e irritante? –disse Frank.

–Não importa o que aconteceu naquele dia, por que nem mesmo eu sei. Ela me confunde demais. Mas o que eu sei é que ela sempre vai amar Jason. É óbvio, vocês viram como ela arriscou a vida para conseguir curar ele. –As lágrimas ameaçavam escapar de novo.

–Já passou pela sua cabeça oca, que tudo isso pode ter outro sentido?Piper te vê de modo diferente, ela te olha como se você fosse um príncipe encantado, ou sei lá. Argh! –Nico fez uma careta para provocar Leo. – Só quero dizer que tudo que ela fez por Jason provavelmente não passa de agradecimento. Talvez ela só esteja pagando uma dívida de gratidão que tem com ele.

Leo levantou da mesa e correu para a ala hospitalar. Ele ouviu risinhos dos seus amigos e um “Bem a cara desse idiota” e “Sabia que ele faria isso”, e depois um “Já era hora”. O tempo que demorou para chegar lá parecia uma pequena eternidade. Ele bateu na porta umas três vezes, mas não ouviu nada como resposta. Achou que Piper podia estar zangada, o que era bem provável, então resolveu ele mesmo abrir a porta.

A maca de Piper estava com os aparelhos desligados, e aparência de que havia alguém ali há pouco tempo. Ele olhou em volta e viu que estava sozinho. Pensou: Onde ela poderia estar? Ele procuraria em todos os lugares até encontrar.

Nos estábulos? Leo nem sabe por que foi procurar lá. Quarto de Piper? Vazio. De Hazel? Também.  Sala de Jogos? Estava tão abandonada nos últimos tempos que nem parecia que já fora usada. Leo continuou procurando por todo o navio. Começava a se arrepender de ter construído algo tão grande. Até que chegou à parte mais alta de Argo II, onde havia uma espécie de varanda/sala de estar. Um lugarzinho afastado onde se podia conversar com alguém em paz, apreciando a natureza e o mar, sem que outros prestassem atenção à conversa.

De onde estava Leo avistou Hazel e Piper, cada uma sentada em um pufe, conversando seriamente sobre algo. Seu primeiro impulso foi correr até lá, mas ele não sabia o que falar. Ainda mais interrompendo a conversa das duas. Elas com certeza ficariam muito bravas, e as coisas só iam piorar.

Mas Leo havia construído o navio, e sabia de um lugar onde ele poderia se esconder. Não era certo ouvir a conversa delas para descobrir as coisas, mas ele estava desesperado. Dali de onde estava andou mais uns 10 metros para a direita, onde havia uma cobertura e várias caixas embaixo dela. As meninas não o veriam fazendo isso. Ele tirou uma caixa específica do lugar, levantou uma tampa, e encontrou uma escada que levava ao porão.  Desceu, e andando pela escuridão, ele se posicionou embaixo da sacada onde as duas conversavam. Sentou-se no chão e tentou ouvir.

“Mas ele gosta de você, tá na cara isso.”

“Hazel,eu acabei de te contar o que ele fez! Ele não me quer!”

“Quer sim. Ele deve estar achando que você ainda gosta do Jason.”

“É, mas invés de me deixar explicar tudo como uma pessoa normal faria, ele saiu correndo e me deixou falando sozinha. Se estivesse realmente interessado não faria isso.”

Leo tombou para o lado e caiu no chão fazendo barulho. Ele tinha se esquecido que assim como era possível ouvir os sons de cima lá embaixo, o contrário também era válido. Leo começava a praguejar si mesmo por ter estragado a chance de descobrir as coisas, quando sentiu algo se mexendo no seu bolso. Porque sua chave de fenda começou a voar?

[...]

–Piper, tem alguém aqui embaixo. Estou sentindo alguns metais pequenos se movendo. Alguém deve estar andando pelo porão. – Hazel disse, e Piper corou. Será mesmo que alguém ouviu isso? Ela só esperava que esse alguém não fosse Leo.

Hazel estava sendo uma ótima amiga. Elas estavam conversando há um bom tempo. Ela havia lhe contado sobre Sammy, Leo, e Frank. Apesar de sentir um pouco de ciúmes, Piper entendia, e sabia que Hazel não a trairia.

–Piper?

–Ah, desculpe-me! Eu nem sabia que tinha algo abaixo de nós. O que será que é?

–Provavelmente um porão. Mas não importa, precisamos descobrir quem está lá. Vamos! –Elas correram da sacada e tentaram achar o lugar de algum jeito.

[...]

Leo ficou com medo de que Hazel simplesmente quebrasse o chão e o achasse. Mas, graças aos Deuses, Hazel não fez isso. Leo ficou tranqüilo, porque ela nunca acharia a entrada do porão.

Ele acendeu uma chama em suas mãos para iluminar a escuridão.  Leo viu uma grande estátua, e se lembrou que foi ali onde guardara a Atena Parthenos. Olhou para ela, e se perguntou no que seu “grande poder” poderia ajudar. Todos lhe diziam que essa estátua ajudaria a salvar o mundo e blá blá blá mas até agora não havia mostrado-se capaz nem de não se empoeirar.

Chegou mais perto, e perguntou para a estátua o que fazer. Não esperava que respondesse, mas quando se dirigiu a estátua como se fosse Atena, ela brilhou. De repente ele estava em um lugar diferente, sentado a uma mesa branca que tinha chá, bolinhos, e uma pilha de livros. Sentadas junto com ele estavam duas deusas. Uma ele reconheceu como a mãe de Piper. A outra deduziu ser Atena, já que ele falou com a sua estátua.

–O que...?

–Falou com a minha estátua, garoto. Não quer conselhos?

–Duas deusas reunidas só para me aconselhar? Não pode ser verdade.

–Não mesmo. Não nos reunimos para te aconselhar. Nesse momento estamos juntas resolvendo outras coisas, que são importantes, mas você pediu ajuda para Atena, e precisa que eu te ajude com a minha filha. Então, uma parte de nós está falando com você na sua mente. –Afrodite o encarava com aqueles lindos olhos caleidoscópio. Olhos como os de Piper.

–Huh, obrigado... É que, bem, vocês sabem... Como posso dizer...? Eu amo Piper, ela parece gostar de mim também, mas eu fiz besteiras e fui um idiota e não sei como consertar as coisas.

–É claro que você sabe. Mas não quer aceitar. –Atena estava se entediando, e abriu um livro.

–Não, eu não sei. Jason tentou matar Piper hoje de tarde. Eu queria ver como ela estava, e ela me disse coisas que me confundiram. Ainda acho que ela está brincando com meus sentimentos.

–De novo com essa conversa? Para de ser bobo! Está vendo, Atena? Eu tenho todo o trabalho de criar uma história legal, cheia de reviravoltas, e esse garoto não sabe reconhecer a hora em que as coisas tem que dar certo. Eu devia ter escolhido um mais decidido para a minha filha.

–Eu acredito que ele apenas esteja meio abalado. Mas já que você gosta de reviravoltas, isso é um elemento inesperado bem legal. Não o culpe, a ignorância é algo terrível. Mas você, filho de Hefesto, devia ter tentado ao menos esclarecer as coisas, e não ir agindo sem saber.

Afrodite pegou um bolinho, e depois se ajeitou no espelho. Não que precisasse, é claro.

–E então, o que você vai fazer? Espero que não seja me desapontar.

–Obrigado, vocês duas. Deve ser bom ser um deus e poder manipular as coisas a seu favor. Vocês não entendem como é difícil ser um mortal e não poder criar coisas que ajudem a própria vida.

Atena realmente estava entediada. Fechou o livro, e disse para Leo:

–Mas você não é só um mortal. Uma parte de você também é divina. Você também pode criar coisas que ajudem na sua vida. Porque não começa criando uma situação propícia para consertar as coisas?

Leo acordou no porão, do lado da estátua, decidido a fazer o que as deusas haviam o aconselhado. Ele iria consertar as coisas.


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Notas finais do capítulo

E ai? Deixe seu review por favor!
Até a próxima ^^



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