Blessed With A Curse escrita por Mari Bonaldo, WaalPomps


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Após altas ameaças, está ai mais um capítulo de Blessed.
E um capítulo muuuuuuuui romântico hihi'



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- Berry, vá dormir, que diabos! – disse um Finn Hudson sonolento, parado no batente da porta.

- Eu não posso e você sabe disso, Hudson. – Rachel respondeu, incorporando delicadamente o chocolate 70% de cacau derretido; ingrediente do bolo de suflê de chocolate com creme inglês e farofa de pistache.

Ele grunhiu alguma coisa inteligível e logo estava postado ao seu lado, exalando o típico aroma amadeirado que trazia ótimas sensações à Rachel.

- O que você está fazendo? – ela perguntou, sem olhá-lo nos olhos. Desde a briga da noite anterior, Finn e Rachel estavam se falando minimamente. Ele, com medo de deixar seus sentimentos a magoarem e ela com receio de iludir-se novamente. A verdade é que Rachel não receava só por ela, não mais. Agora ela era responsável por outra vida em formação, e não podia tomar decisões precipitadas que talvez fossem magoar o seu filho algum dia.

- Te ajudando. – ele franziu os ombros, timidamente. – Você está com virose, não pôde fazer muito esforço físico, ok?

Ela mordeu os próprios lábios. Mal sabia Finn que o vômito e o cansaço eram causados por seu filho que se formava no ventre dela. Ela e Santana haviam concordado em dizer que as reações eram culpa de uma virose comum até que Rachel tivesse coragem de dizer à Finn sobre a gravidez.

- E eu entendo que ajudar a Santana e a Brittany é importante para você; mas não quero que você ultrapasse os limites do esforço. Então, simplesmente me dê as instruções enquanto senta a bunda na poltrona. Prometo que faço tudo direito.

Rachel ficou encarando Finn por alguns segundos antes de puxar uma cadeira e sentar-se. Logo a voz dela dava instruções à Finn, que, apesar da confusão inicial, saía-se muito bem.

- Você é ótimo para um iniciante. – Rachel falou, fazendo Finn virar a cabeça em sua direção e lançar-lhe um sorriso torto.

Ela não pôde evitar que sua mão repousasse sobre o local onde o bebê se formava; ao ver aquele homem durão encolher-se sobre o fogão pequeno em razão do bem estar dela.

De repente, ela se pegou desejando que seu filho fosse tão bom quanto o pai.

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Santana acordou cedo no dia seguinte. Logo quando abriu os olhos e viu cachos loiros espalhados por seu pescoço, sentiu o coração se descontrolar e as mãos soarem. Era naquele dia que sua vida mudaria totalmente.

Uma parte dela estava ansiosa para que Brittany se levantasse logo e visse tudo o que havia sido feito para ela na noite anterior. Mesmo de cabeça cheia com a história do bebê, Rachel havia estado de pronta ajuda e passara a noite inteira na cozinha, trabalhando como louca e até mesmo Finn havia ajudado.

Sem poder conter-se, a latina se levantou com cuidado para não acordar a namorada. Enquanto procurava a roupa certa para vestir, não pôde deixar de sorrir como uma idiota. Em algumas horas, talvez Brittany S. Pierce aceitasse tornar-se Brittany S. Pierce Lopez.

Ela pegou o celular e teclou o número de Rachel.

- Eu estou pronta.

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- Noah, pelo amor de Deus, fique quieto! – disse Quinn, colocando as mãos nas têmporas. Estava com uma dor de cabeça lactante e o namorado – e agora “colega de quarto” - não conseguia parar de fazer barulho na cozinha.

- Quinny, a culpa não é minha! Essas panelas é que estão mal arrumadas. – a voz de Noah veio da cozinha e logo o barulho de tampas caindo no chão de mármore invadiu os ouvidos da loira, que se levantou do sofá macio, irritada.

Ela sabia que não daria certo. De alguma forma, ela sabia. Noah e Quinn namoravam há pouco tempo e de repente, um pouco depois de visitarem os pais dele pela primeira vez, ele partira com a ideia de dividirem um apartamento. Com algumas palavras bonitas e o sorriso sedutor, ele a convencera. Óbvio que, como uma boa racional, Quinn recusou-se a comprar um novo apartamento e Noah limitou-se a aceitar sua oferta de morarem no apartamento da loira – segundo ela, era bem maior e acomodaria dois com mais facilidade do que a casa de Puck.

No começo, estivera tudo bem. Quinn contava até três, inalando o ar e colocando em prática todas as suas técnicas de ioga antes de gritar com ele pela bagunça nunca arrumada. No fim, ela mesma arrumava a casa e os dois caiam na cama – ou no local mais próximo, dependendo do desejo – e faziam amor a noite toda.

Mas ela estava exausta. No dia anterior, pela primeira vez, havia esquecido-se da manicure, ocupada com pensamentos sobre o monte de roupa para lavar (como uma pessoa conseguia usar tantas roupas em uma semana?) e o que compraria para o jantar (Noah tinha sido criado sobre as asas da mãe e não comia um grande leque de alimentos).

Pela manhã, acordara com a cabeça explodindo, resultado do choque pela noticia de Rachel somado ao cansaço corporal. Noah oferecera-se para fazer o almoço, mas até mesmo assim ele conseguia deixar a bagunça tomar conta de cada pequena atitude, e parecia impossível que ele conseguisse deixar o almoço pronto sem derrubar todas as panelas e os talheres que via pela frente.

Então, Quinn dirigiu-se para a cozinha e resolveu falar algumas verdades para Noah. Lavou a sua alma, desabafando sobre como tudo ficava nas costas dela, que ela não era uma super-mulher e que definitivamente sua vida estava deprimente.

Ele respondeu, dizendo que estava cansado das reclamações constantes da loira.

- Uma casa não é um lar se você não puder ser quem é. – Noah disse, aos berros, antes de sair do apartamento, batendo a porta com força.

Quinn soltou um grito abafado, antes de sentir lágrimas de raiva caindo dos olhos oliva.

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Brittany acordou com deliciosos aromas invadindo-lhe as narinas. Ela não pôde distinguir nenhum, provavelmente pelo fato de ter acordado há pouco tempo.

- Bom dia amor. – disse Santana, sorrindo, parada à sua frente. Ela usava um vestido branco de renda, colado ao corpo perfeito. Os cabelos estavam colocados de um lado só da cabeça, as ondas negras caindo pelos ombros cobertos pela renda branca do vestido, causando um contraste maravilhoso. Nos pés, um peep-toe menta. Antes que Brittany pudesse responder o comprimento adequadamente, as mãos morenas de Santana à puxaram para fora da cama. – Vem comigo.

Sem protestar, a loira seguiu a namorada até o gigantesco terraço da casa onde estavam. “Não abra os olhos, hein?” Santana disse, e Brittany não conseguiu deixar de sorrir animada. Adorava surpresas. Era uma de suas coisas favoritas no mundo.

- Estamos chegando? – perguntou, como uma criança ansiosa. Santana riu e assentiu.

Quando Brittany abriu os olhos, a confusão tomou conta de sua mente. No terraço, fotos estavam grudadas na parede da casa e perto da cerca de vidro que circulava todo o espaço aberto, estava postada uma mesa para duas pessoas, com três bolos majestosos em cima dela. Surpreendentemente, o sol brilhava em Elba, mesmo que o frio continuasse imperando.

- O que está acontecendo? – ela balbuciou.

- Quero que você marque um “X” nas opções que achar mais bonitas, tudo bem? – disse a namorada, esticando uma caneta Sharpie para a loira. Brittany deu de ombros.

- Parece divertido.

Dessa forma, ela correu para a parede, com Santana sempre a seguindo. A primeira coisa que viu foram locais: uma praia, um campo e uma igreja. Sem pestanejar, marcou a praia. Depois disso, nomes de músicas: Nothing Else Matters; Somewhere Over The Rainbow e Landslide. Ela sorriu, vendo o título da música que tocava quando Santana e ela se conheceram. Fez um “X” em Landslide.

Após isso, várias opções: Cores, vestidos de noiva, buquês e quantidade de filhos. Após marcar cada uma das opções, Santana a tomou pelas mãos e a levou até a mesa postada.

- Quero que me diga qual é o seu bolo favorito.

Elas provaram os bolos, e bom, Brittany se apaixonou pelos três. Depois de um pouco de dúvida, acabou escolhendo o de Genóise Branca com Marzipã.

- Será que agora você pode me explicar pra que tudo isso? – Brittany disse, rindo.

Santana respirou fundo e se levantou. Logo estava ajoelhada em sua frente.

- Eu te amo. Isso não é novidade para ninguém. Mas o meu amor por você é tão grande que cada dia mais eu me imagino oficializando isso. Eu não sou boa com palavras, mas eu te prometo que meus sentimentos são verdadeiros e nunca vão mudar. Porque pra mim você é a única, e você ainda faz as minhas pernas bambearem e o meu coração acelerar a cada beijo. Eu quero sentir o seu gosto de baunilha todos os dias pro resto da minha vida, Britt. Eu quero uma casa, filhos, o Lord Tubbington me fazendo espirrar com aquele rabo peludo... Eu quero isso mais do que tudo. Mas eu quero fazer do jeito certo.

“Aquela praia vai ser onde nós duas vamos nos casar. Landslide vai ser a música que vai estar tocando quando você se dirigir para o altar, de braços dados com o seu pai. Nosso casamento vai ser branco e rosa chá; aquele ali vai ser o seu vestido e aquele o seu buquê. Nós vamos ter dois filhos, Britt, e eu quero que eles se pareçam com você” – Santana fez uma pequena pausa e deu um riso emocionado – “Então, eu tenho uma última placa para você.” – Ela tirou as mãos das costas, levantando uma placa com os dizeres Você quer se casar comigo?.

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Quinn deixou a cabeça recostar no vidro embaçado de seu apartamento. Todas as vezes em que ela terminara ali, observando depressivamente a neve cair com um chá quente nas mãos, fora por causa da mesma pessoa. Noah.

Fazia duas horas desde que ele tinha deixado o apartamento e o peito de Quinn estava vazio. O silêncio que ele deixara para trás, só fazia tudo piorar.

Quando os dois foram contar aos pais dela sobre sua decisão de começarem uma vida juntas, a Sra. Fabray tinha-os advertido: Nem tudo era fácil quanto parecia. Eles não ligaram para a senhora, inebriados demais pelo amor que sentiam um pelo outro.

Mas uma mãe sempre tem razão.

Agora, Quinn não tinha mais certeza se estava pronta para isso. Ela estava infeliz com a situação, e pelo visto não era a única. Os problemas do dia-a-dia não vinham com um manual de instruções e ela se perdia entre o trabalho, a vida doméstica e a vida amorosa. Era demais para ela.

Mas ao mesmo tempo, ela sentia que não poderia viver sem ele. Nas duas horas em que estavam separados, ela sentia falta do riso desengonçado de Noah, de sua bagunça e de seu barulho. O apartamento parecia muito silencioso. Muito vazio. Porque Noah não estava ali.

De repente seu celular apitou. Uma nova mensagem.

“Posso voltar para o nosso lar? Noah.”

Quinn respirou aliviada e deixou que um pequeno sorriso brotasse nos lábios bonitos. Mas não iria dar o braço à torcer. Não tão facilmente.

“Agora esse é o seu lar? Quinn”

Ela mordeu os lábios, nervosa pela resposta que receberia.

“Meu lar é onde você estiver. Seu Noah”.

De repente, todas as dúvidas de Quinn desapareceram. Não importava o quanto as roupas sujas e a bagunça para cozinhar a incomodassem... Porque isso significava que ele estaria ali. E ela precisava tê-lo ali.

O amor a deixava fraca.

Mas o que tornava aquele apartamento um lar, afinal, era o amor.

“Então volta rápido, porque o lar está incompleto sem você aqui. Sua Quinn”.

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Rachel fechou a porta da frente, limpando as lágrimas de felicidade. Santana e Brittany haviam vindo dar a notícia de que iriam se casar, animadas. Quando a loira abraçara o corpo de Rachel, agradecendo-a por tudo o que tinha feito para que o pedido fosse perfeito, o peito dela se encheu de felicidade. Quando as duas convidaram Finn e Rachel para serem padrinhos da cerimônia, Rachel não pôde evitar que lágrimas escorressem por seus olhos. Lágrimas que ainda não haviam cessado totalmente.

Malditos hormônios.

- Ei. – disse Finn, sentando confortavelmente na poltrona. Rachel o olhou. – Você está melhor?

- To sim. – ela respondeu educadamente. – Finn... Obrigada por ontem.

Ele deu um sorriso como resposta, e encarou a morena, que fez o mesmo.

Os cabelos de Finn estavam, como sempre, bagunçados de uma forma linda. Os seus olhos whisky estavam levemente puxados para o verde. “É por causa da falta de sono” ele havia lhe dito.

E Rachel se pegou perguntando se o bebê teria aqueles olhos e aqueles cabelos que ela tanto amava. Ela esperava que sim. Ou que o filho herdasse pelo menos o nariz perfeito do pai, e não o seu, desproporcional.

- Está me encarando por quê? – ele perguntou, dando uma risada rouca.

- Nada. – ela murmurou.

- Você está estranha. – Finn disse, levantando-se da poltrona e se dirigindo a ela, que ainda tinha o corpo encostado na porta recém fechada.

- Tem... Tem outra pessoa na minha vida Finn. – ela disse, para logo se arrepender. Aquele definitivamente não era o melhor jeito de dizer a um cara que ele iria ser pai.

Finn sentiu o corpo gelar e o coração doer. Fechou os olhos para tentar fazer a dor ir embora. Rachel mal tinha terminado com Mattia, e agora já estava com outro alguém?

Ele queria muito ser esse outro alguém.

- Quem é? – conseguiu responder, alguns minutos depois, abrindo os olhos. Quando o fez, viu o rosto de Rachel banhado em lágrimas.

- Eu ainda não o conheci, entende? – ela disse, parecendo extremamente nervosa.

Não, ele não entendia. Limitou-se a olhar para ela, confuso.

Rachel pegou uma de suas mãos e colocou em seu ventre plano. A cabeça de Finn dava voltas ao redor de si mesma.

- Eu vou conhecê-lo daqui há oito meses. Nós vamos conhecê-lo, aliás. – ela respirou fundo. – Finn... Eu estou grávida.


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Notas finais do capítulo

FINN VAI SER PAPAI, FINN VAI SER PAPAI.
Como será que ele vai reagir? hm*
Beeeijos e até logo.