Blessed With A Curse escrita por Mari Bonaldo, WaalPomps


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeello little monkeys, tudo na paz? Jesus, cêis comenta hein? Titia Mari deve estar pulando de alegria HUAUHAUHAHU
Bom, mais um capítulo, já que vocês são bonzinhos ^^



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Santana pegou o celular nas mãos e mandou uma mensagem de texto para Brittany, tentando se distrair. Mas a loira não respondeu e alguns minutos depois ela já estava cansada de ficar sentada na poltrona ao lado da cama de Finn, fingindo que nada havia acontecido.

- Ok. – ela se levantou da cadeira e colocou as mãos fechadas sobre a cintura fina. – Eu tentei ficar quieta e respeitar o seu espaço, mas definitivamente tudo o que eu quero é poder deitar a minha cabeça nesse sofá desconfortável e dormir um pouco. Mas isso é impossível, porque o meu melhor amigo aparentemente suicida está ao meu lado sem abrir a boca ao menos uma vez. – ela deu uma pausa para respirar. Finn tinha certeza que Santana havia aprendido a falar sem pausas com Rachel. Uma pontada de dor inexplicável abateu-lhe quando o nome dela surgiu em sua mente.  – Vai, Finn. Conte-me o que está acontecendo, por favor.

Finn olhou para o próprio braço machucado e tratou de colocar um sorriso irônico no rosto.

- Eu quebrei duas costelas e meu pulso está fraturado. Não é como se isso conseguisse me deixar a pessoa mais feliz e bem humorada do mundo.

Santana se aproximou de sua cama, olhando-o com uma intensidade tão grande que ele quase pôde ver lasers vermelhos saltando de seus olhos.

- Você se esconde atrás da ironia, Finn, quando tem medo de alguma coisa. E isso acaba distraindo as pessoas ao seu redor do que você realmente está sentindo. Dos seus verdadeiros problemas. Mas eu te conheço há anos e essa máscara de garoto mau não funciona comigo.

Finn soltou um bufo mal humorado e ajeitou-se na cama, gemendo de dor ao fazê-lo.

- Não é nada grave. – ele disse e Santana soltou um suspiro, parecendo realmente chateada.

- Não é nada grave? – ela começou a falar com a voz ofendida. – Seja o que for, esse “nada grave” é o motivo de você estar deitado nessa maldita cama de hospital e é também o que fez a Rachel ir embora do hospital parecendo totalmente detonada.

Ele mexeu no lençol que cobria a cama, tentando se distrair das palavras da amiga. Detonada. Era assim que Rachel estava. E o culpado era ele, somente ele.

-Você poderia ter morrido, Finn. – Ele ia abrir a boca para protestar, mas a latina voltou a falar antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. – E sabe o que é pior? Você parece gostar dessa ideia. Da ideia da morte. Você ao menos pensou nas conseqüências que isso acarretaria? Aposto que não. Você não é mais criança Finn. – Santana se inclinou na cama do amigo e segurou seu rosto, obrigando-o a olhar em seus olhos enquanto falava. - Nada na sua vida é tão ruim que não possa ser superado e está na hora de você agir com maturidade perante aos seus problemas, e não buscar sempre o caminho mais fácil.

As palavras diretas de Santana atingiram Finn sem piedade ou aviso prévio. Ele abaixou o olhar, o desviando do rosto triste da amiga e só voltou a levantá-lo quando sentiu que as mãos de Santana soltavam o seu rosto machucado.

O silêncio voltou a se abater sob o quarto branco. Ao longe, podia-se ouvir uma voz que convocava um dos médicos a comparecer na sala de emergência.

- Hoje faz seis anos. – Finn disse, de repente.

A expressão ofendida e machucada no rosto de Santana foi se suavizando. O aniversário da morte de Ally. Com todo o estresse da operação ela havia se esquecido. Com carinho, ela tomou a mão boa do amigo nas suas. Todo ano desde que a mulher havia falecido, a semana de sua morte era sempre a mais dolorosa para Finn. E no aniversário do óbito, era o dia mais difícil. No começo Finn não saia de casa e chorava observando alguns dos objetos de Ally que resolvera guardar. Depois o choro se foi. Mas ele passou a beber e Santana sempre estava ao seu lado, cuidando para que ele não fizesse alguma besteira.

- Você sabe que eu sinto muito, Finn. – A voz dela era muito mais suave agora, mas ainda sim com um pingo de repreensão. – Mas isso não justifica o que você fez.

- Não é como se eu tivesse tentado me matar, Santana. – ele disse, apesar de saber que aquela não era a verdade total. No momento em que subiu na moto, ele sabia o quão arriscado era. Mas não ligou. Não tinha medo da morte e no momento achou que aquela era mesmo a melhor opção. Assim talvez ele pudesse tomar Ally nos braços novamente e beijar os seus lábios pelo menos mais uma vez. Finn resolveu entregar a própria vida nas mãos de um Deus no qual ele não acreditava.

- O que você fez foi estúpido e arriscado, Finn, e você sabia disso quando resolveu montar naquela moto sem um capacete e dirigir pelas estradas sem cuidado algum mesmo sabendo como estavam escorregadias. – a voz de Santana tinha um leve tremor, e Finn sentiu-se culpado por causar toda aquela preocupação a ela. – Pra mim, isso soa como um sub-suícidio.

Finn ouviu as palavras de Santana com atenção, timidamente culpado. Por isso ele fez a única coisa que sabia para sair da situação de vulnerabilidade. Tentou contorná-la com grosseria.

- E se eu quisesse morrer, Santana? – ele cuspiu as palavras na direção da amiga, com a voz fraca sendo levemente elevada. – Eu amei a Ally por toda a minha vida, e você não sabe como é complicado acordar, dia após dia, e não ter o calor do corpo dela do meu lado por minha culpa. Ela foi tirada de mim sem piedade e sem avisos prévios. De repente, eu estava enterrando a mulher que me amou e me ajudou desde os meus onze anos, nos momentos mais difíceis. Coloca-se no meu lugar. E se fosse você que houvesse perdido a Brittany por um erro estúpido e todos os anos, durante o dia de sua morte, revivesse cada momento de dor lactante?

A boca de Santana se abriu e seus olhos se injetaram de surpresa. Aquelas palavras a atingiram e de repente sentiu que suas pernas enfraqueciam, buscando apoio na poltrona, sem soltar as mãos de Finn.

- Eu te entendo, Finn. – ela disse, depois de alguns minutos de silêncio absoluto. – A Brittany me ensinou o que “amar” significa. E por isso eu nunca tentaria tirar a minha vida caso a perdesse. – Finn a olhou confuso, mas Santana logo continuou. – Ela me ama, Finn. E por isso nunca gostaria de me ver deitada em uma cama de hospital, assim como você está. – ela ficou em silêncio por alguns segundos, mas logo continuou. – Eu imagino como é difícil, realmente imagino. Mas leve cada dia como um desafio, querido. Você não está sozinho. – nesse momento ela apertou a mão de Finn com um pouco mais de pressão. – Você tem à mim, à Brittany, à sua mãe, ao Puck e agora à Rachel também.

Finn soltou suas mãos das de Santana, sorrindo com ironia.

- A Rachel nunca vai tomar o lugar da Ally. Meu Deus, eu gostaria tanto que vocês entendessem isso!

- Foi por isso que ela foi embora daquela forma! – Santana disse, somando dois mais dois. – Quem você se tornou, Finn?

Santana o olhava decepcionada e culpada. Ela tinha apoiado Rachel, achando – torcendo – para que o amor dessa mulher curasse as feridas da outra e então Finn finalmente encontrasse a felicidade de novo.

- O que estava acontecendo entre eu e Rachel era um erro. – ele começou a confidenciar para a amiga. – Eu nunca vou poder amá-la da forma que ela espera e merece. A Ally foi a única pra mim, Santana. E ela se foi. Quanto mais tempo eu deixasse isso continuar, pior seria, ta legal? Eu não fui um monstro por abrir os olhos da Rachel, mas teria sido se eu deixasse que as coisas passassem do ponto onde estão. Eu não quis iludi-la. Só isso. – ela soltou um suspirou profundo. – Talvez eu não tenha feito isso da forma correta, mas era o único jeito de não deixar nem um pingo de esperanças restar.

Santana ouviu tudo, quieta em seu lugar. Ela sentia, em seu íntimo, que o amigo havia cometido um grande erro em abrir mão do amor sincero de Rachel. Finn a amava, só estava cego e machucado demais para perceber. Mas Santana e Rachel haviam tornado-se boas amigas, e por mais que prezasse a felicidade de Finn, a latina não queria que a amiga ficasse mais machucada do que já estava.

- Você tem certeza que não tem esperança alguma para vocês dois?

Finn deixou os olhos se fecharem por um momento. Todos os momentos com Rachel haviam sido maravilhosos, e agora eram somente memórias amargas. Ele tinha total convicção de que o aperto em seu peito era só porque ele sentiria falta de ter sua companhia, e não porque estivesse apaixonado por ela. Afinal, ele não estava e esperava que um dia a morena percebesse que toda a dor que ele havia causado nela ao terminar tudo daquele jeito era para o seu próprio bem. Ele ainda amava Ally, ou a memória dela. Nunca poderia amar Rachel da mesma forma. E apesar de Berry habitar frequentemente sua mente, nunca ocuparia espaço em seu coração.

- Sim. Eu tenho certeza.

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Caixa postal. Novamente. Aquela era a décima vez que Rachel tentava ligar para Quinn e o celular estava desligado. Ela precisava tanto ouvir a voz da amiga lhe dizendo que tudo ficaria bem. Porque nada parecia bem agora. E talvez se ouvisse as palavras da boca de alguém que confiava e amava, sentiria que elas virariam realidade um dia.

Ela se recostou na cama, tentando esvaziar a mente. Precisava falar com alguém. Mas Quinn não atendia o celular, Santana dormiria no hospital com Finn, e Brittany havia caído no sono um pouco depois de voltar do hospital. Tudo o que Rachel não queria era ficar sozinha com seus pensamentos. Ou atacar outra caixa de chocolate. Com certeza, diabetes adquirida não era a melhor opção para um coração quebrado.

Rachel levantou-se da cama e olhou pela janela. A praia. Era tranqüila e silenciosa no inverno, mas ainda sim conseguia distraí-la como nenhum outro local. Ela desceu as escadas rapidamente, tomou o casaco que estava pendurado no cabideiro em frente à porta e saiu andando no frio cortante.

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Tudo fazia tanto sentido para ele agora. Todas aquelas músicas horrorosas sobre amor. Os filmes melosos que sua mãe e irmã tanto adoravam. Os best-sellers românticos. Tudo. Era impressionante como a visão de Puck sobre o mundo havia mudado tão drasticamente depois que ele havia se apaixonado por Quinn.

Eles estavam juntos há cinco semanas. Todos os dias dessas cinco semanas, Puck havia descoberto coisas novas em Quinn que o fizeram ficar ainda mais caído por ela. Agora ele entendia aquela estória de “Apaixonar-se todos os dias” que todos ao seu redor costumavam falar.

Quinn estava deitada no sofá acoplado à janela de seu apartamento, lendo um livro, e Puck estava sentado em sua confortável poltrona da sala, lendo uma revista sobre esportes. Mas toda hora ele se perdia no texto, pois seu olhar sempre recaia na mulher loira ali perto e em como o simples fato de tê-la no mesmo recinto que o seu já tornava aquele momento de tranqüilidade ainda melhor.

Ele estava totalmente convencido de que aquela era a mulher certa para ele.

- Eu quero que você conheça a minha família. – Puck disse à Quinn, que deixou o livro cair de suas mãos.

- O... O quê? – ela perguntou, ainda espantada. Quinn nunca havia sido apresentada a nenhuma mãe antes e tinha certeza que, com sua sorte, tudo sairia totalmente errado. – Não é muito cedo?

Ela tinha esperanças que ele dissesse que sim.

- Não. – respondeu Puck.

Droga.

- Eu amo você, você me ama. – ele continuou. – E eu quero que minha mãe conheça a garota que me fez sossegar. Aceita? – Puck sorriu de uma forma irresistível. Droga. Mil vezes droga. Porque Puck tinha que falar dessa forma e ter aquele sorriso tão bonito?

- É claro. – ela respondeu, forjando um sorriso e enterrando o rosto no livro novamente, tentando esconder o nervosismo.

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Finn não estava machucado. Ele estava perfeitamente normal, como em um passe de mágica. Mas ele sentia um peso em seus braços. Olhando para aquela direção, ele viu que carregava um bebê. Devia ser um menino, pois estava envolvido por uma manta azul. Ele era um lindo garotinho. Finn sorriu para ele, que fez alguns barulhinhos delicados com a boca.

Mas de repente o bebê não estava mais lá. Sua mãe apareceu e o tomou dos braços de Finn. A mulher que o segurava estava de costas, por isso ele não podia identificar suas feições. Ela tinha cabelos escuros compridos e lisos, e usava um vestido que marcava sua cintura.

De repente ela se virou. A mulher era Rachel. Ela chorava. Finn tentou se aproximar, mas não conseguia sair do lugar, por mais que movesse suas pernas. Então um homem sem rosto apareceu, tomando o garotinho nos braços e dando uma de suas mãos para Rachel. Ela já não chorava. Sorria, visivelmente feliz. O homem chamou o garotinho de “meu menino”. Isso significava que o bebê era seu filho. Significava que Rachel havia seguido em frente. Ela tirou o olhar do homem por um segundo, olhando Finn com repulsa pela última vez antes de desaparecer.

Finn acordou, sentindo o coração bater de forma descompassada. Ele respirou fundo e se ajeitou na cama desconfortável, alcançando um copo de água que a enfermeira havia deixado na cômoda ao lado caso ele sentisse sede. E Finn tinha muita sede agora.

Que sonho estranho havia sido aquele?

E porque diabos o seu peito doía tanto?


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Notas finais do capítulo

Agora meu comentário: ACORDA PRA VIIIIDA FINNUTIL, OU VAI PERDER SUA BAIXINHA.
Desculpem por isso, voltando ao profissionalismo.
Comentem bastante que eu posto o próximo logo ^^
Beijos e queijos