Psychotic Girl escrita por Sweet Lolita


Capítulo 11
Capítulo XI - Confronto.


Notas iniciais do capítulo

Oi, capítulo novo @_@ Sim, postei de madrugada, problem? O u O Okay, okay, espero que gostem desse capítulo, me esforcei muito para que ele ficasse bom - e ele ficou maior -, tipo... Umas três horas, literalmente '-'
Agradecimentos: Obrigada por favoritar a fic Oni Uchiha. Obrigada por comentarem o capítulo anterior Naty The Psicotic Killer, Oni Uchiha, Potterhead e Otaku (Otaku), Miki HA, alice e Pekenáà.
P.S. To morrendo de dor no tórax, por isso, fiquei com muita pressa pra terminar e não corrigi os erros de português, se tiver algum, me avise, por favor @_@



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 Era uma noite de domingo e lá estava Sophie parada em frente ao cinema esperando por seu acompanhante. Continuava com a mesma expressão desanimada de sempre. A garota mudava de posição constantemente, já estava meio inquieta e impaciente, pegou o celular e verificou as horas. Oito e meia. Ela olhou para o céu estrelado, já pensando em voltar para casa.

Flash Back --- [Um dia antes do ataque aos traficantes]

Sophie estava em seu armário, organizando o seu material e se preparando para ir a cantina, passar o intervalo com suas colegas. Foi quando elas apareceram, todas reunidas - Verona, Louise e Sabrina. Junto delas, estava Thomas, encolhido atrás de Sabrina.

   - Então, vamos ou não? - perguntou Sabrina.

   - Ah, vamos. - disse Sophie, batendo a porta do armário.

Juntos, seguiram até o pátio invés da cantina e sentaram-se à mesa de pedra.

    - Vamos comprar os lanches antes que a fila da cantina aumente. - disse Louise.

Sabrina e Thomas concordaram, levantando-se e indo até a fila da cantina. Verona e Sophie ficaram a sós. A princípio, Verona brincava com seus próprios dedos enquanto Sophie havia jogado a cabeça para trás em um longo e desanimado suspiro, observando o céu completamente azul. Sophie serrou os olhos para protegê-los da claridade.

  - E então... - começou Verona.

    - Então...? - perguntou Sophie, pedindo para que ela prosseguisse. 

   - O que achou dos novatos?  - perguntou Verona.

 Sophie engoliu em seco, já sabia aonde essa conversa ia parar.

   - Ah, tanto faz, não conheço muito bem eles, principalmente o Yuzuru. - deu de ombros, pouco se interessava por isso - Para você ter uma noção, eu e Thomas nem somos amigos, somos apenas colegas.

   - Eu sei, eu sei. - falou - Mas, tipo, não achou nem um deles interessante?

   - Não, não reparei muito neles. - respondeu.

   - Jura? Nem no Thomas? - Sophie arregalou os olhos - Ele é tão fofinho e aposto que ele gosta de você.

   - Tsc. - rosnou - Tanto faz, você devia parar com esses seus romances fantasiosos, acabam fazendo você dizer muita asneira. 

   - Ah, imagina que fofo, você e o Thomas juntos! - Verona abraçou os próprios ombros.

 Sophie ficou incrédula, imóvel por um momento, assuntos do gênero a deixavam desconfortável. Mesmo conhecendo Verona há muito tempo, suas fantasias ainda a assustavam.

    - Não diga asneiras! - gritou a garota.

    - Tá, então de quem você gosta? - perguntou Verona.

    - De ninguém. - respondeu, ainda desinteressada no assunto.

E então, Verona começou a tagarelar sobre diversos romances aleatórios e a contar sobre suas fantasias. Sophie, já inquieta, desconfortável, nervosa e constrangida, olhava ao seu redor, procurando pro alguma saída. Rezava para que Louise, Sabrina e Thomas chegassem logo e a distraíssem. 

  - Oi, chegamos, desculpe pela demora. - brincou Louise, sentando-se à mesa também.

 Logo em seguida vieram Sabrina e Thomas, o assunto mudou e Verona se esqueceu completamente de Sophie. A conversa estava boa com os assuntos aleatórios, até que os assuntos acabaram e todos ficaram em silêncio. Sabrina deu uma leve cotovelada nas costelas de Thomas.

   - Ah... Ahn... - todos olharam para o garoto - Sophie, será que você gostaria... Hum, bem... Apenas se você quiser, não precisa aceitar, mas se você aceitar vou ficar muito feliz e se não aceitar tudo bem, quero dizer, vou ficar triste, mas vou entender... Então só queria saber se você quer...

    - Ah, fala logo! - gritou Sabrina.

Thomas ficou nervoso e completamente corado.

    - Ah, Sophie, por favor, aceite sair comigo! - gritou.

 Todas ficaram surpresas e comovidas, sendo Sophie a única exceção. Ela desviou o olhar e suspirou, desinteressada. Thomas encolheu os ombros.

   - Gosta de filmes de zumbi, certo? - perguntou o garoto.

   - Sim. - respondeu, direta.

   - Tenho dois ingressos para estreia daquele filme de zumbi, O Despertar Dos Mortos Vivos Parte II. - falou.

   - Interessante, mas estou ocupada amanhã. - rejeitou.

   - Ele não disse que dia que é. - intrometeu-se Sabrina.

   - Estou ocupada a semana inteira. - rebateu.

 Sabrina se levantou e aceitou um tapa na nuca de Sophie, a garota, por puro instinto, serrou as mãos em punhos, pronta para revidar com um soco no nariz de sua amiga. Porém, respirou fundo e se controlou.

    - Apenas aceite! - gritou a amiga - Tenha o mínimo de consideração com os sentimentos do garoto!

 Sophie continuou desinteressada, desanimada e indiferente, sua consciência não pesava e lições de moral não funcionavam com ela. Suspirou, novamente.

   - Certo, pegue meu número com Louise e a tarde você me liga para combinarmos. - cedeu - Agora eu vou indo.

 Sophie levantou-se e saiu andando de volta para o prédio do colégio, sem rumo, sem direção, apenas queria se afastar um pouco.  

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  - Por que foi que eu aceitei isso mesmo? - questionou-se Sophie - Ah é, Sabrina, droga. Só me faltava essa, ser forçada a vir num encontro e ainda levar um fora, se ele não vier, quebro ele amanhã.

 Sophie encostou-se na parede e ficou apenas observando os casais e os amigos entrando juntos e sorridentes no cinema, pareciam tão alegres. Ter uma vida normal... Sophie estava em dúvida se já havia esquecido do que era isso ou se nunca teve a oportunidade de ter e aquele tempo que passou longe de Jeff fora apenas uma ilusão. Lembrou-se de como era divertido sair com suas amigas, ter a mente tão livre, leve e desocupada, agora, eram apenas lembranças. "Passarei minha vida toda... Apenas matando?" pensou. E naquele momento nostálgico, repleto de doces memórias, Sophie sorriu consigo mesma.

   - Sophie! - alguém a gritou.

 Por reflexo, olhou na direção exata de onde havia vindo o som, era Thomas. Havia chegado atrasado, mas pelo menos havia chegado. Ao se aproximar, Sophie percebeu seu rosto vermelho, parecia que havia corrido bastante. Parou diante da garota e se curvou sobre os joelhos, apoiando-se neles, sua espiração estava pesada e irregular.

   - Desculpe, minha mãe e meu pai estavam ocupados, não puderam me trazer, vim de ônibus e o ônibus quebrou, tive que vir correndo. - justificou-se - Fiz você esperar muito?

   - Não, acabei de chegar. - mentiu, dando de ombros.

 Thomas sorriu gentilmente. Apesar de não ter muita afeição por Thomas, Sophie adorava aquele sorriso, parecia demonstrar toda inocência e bondade no garoto, algo que ela não via nas pessoas há muito tempo.

   - Vamos, o filme já irá começar. - disse Sophie - Já comprei a pipoca e os refrigerantes.

   - N-Não precisa, eu podia ter feito isso. - disso Thomas.

   - Se tivesse deixado para você, iriamos nos atrasar mais. - explicou.

   - Mas eu tinha que fazer isso, cavalheirismo. - respondeu.

 Thomas ficou um tanto constrangido, Sophie percebeu que ele não ficaria satisfeito até que fizesse sua parte como cavalheiro. Respirou fundo e olhou ao seu redor, pensando no que dizer.

   - Faremos assim, na próxima, você paga a pipoca e os refrigerantes. - falou.

 Thomas assentiu com um brilho no olhar. "Na... Próxima? Então haverá próxima?" o garoto sorriu com essa ideia. Sophie puxou o garoto pela mão e sentiu a pele de Thomas esquentar, ele estava corado, ela sabia disso, mas preferiu não olhar, senão, ficaria corada também. Ela o guiou até a sala da qual passaria o filme, por sorte, ainda estava fazia e os dois sentaram-se mais ao centro, onde teriam uma visão melhor.

 O filme era bem violento, o que estava chocando todos os telespectadores - de menos Sophie. Thomas, que era muito sensível, passou a não prestar mais atenção nos filmes e focar apenas na garota ao seu lado, enquanto ela continuava com os olhos na grande tela. Thomas, inicialmente, tento o clichê. Hesitantemente, fingiu estar com sono e passou o braço em volta dos ombros de Sophie, a garota o encarou com estranheza, imediatamente recolheu seu braço, ficando constrangido. Minutos depois, concentrou-se na mão de Sophie, sua mente estava em conflito e tentava se decidir em tocar ou não tocar sua mão. Acabou decidindo que sim e lentamente foi aproximando sua mão à mão dela até que estivessem uma sobre a outra, ao perceber que Sophie não demonstrava reação - talvez nem tivesse percebido -, relaxou. 

 O passeio se encerrou com duas horas de filme, Thomas - apesar de não apreciar filmes violentos - foi quem mais se divertiu, pois pôde passar duas horas inteiras "a sós" com a garota da tal ele gostava. Os dois se despediram e voltaram para suas respectivas casas. 

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 Sophie estava novamente naquele mesmo cenário, em frente ao seu armário organizando seus livros. Ao fechar seu armário, deparou-se com suas três amigas, dessa vez não estavam acompanhadas por Thomas.

   - E então, como foi o encontro? - perguntou Sabrina, já com grandes expectativas.

   - Não foi um encontro. - corrigiu Sophie - Foi apenas um passeio e não aconteceu nada, apenas assistimos ao filme. O que mais quer saber?

   - Idiota! Eu sei que não foi só isso, nos conte. - gritou Sabrina - Não deve esconder nada de suas amigas, admita, vocês fizeram coisas pervertidas no escurinho, não é? - um sorriso malicioso surgiu nos lábios da morena.

 Sophie continuou imóvel, encarando-a com uma expressão séria.

   - Pela cara dela, realmente não aconteceu nada. - disse Louise.

   - Ah, mais que sem graça! Queria algo mais, cadê a emoção? O sentimento? O momento romântico em que em meio ao filme assustador, você fica com medo e caí aos braços dele, vocês se encaram e então... - Verona fez um biquinho, como se estivesse beijando alguém - O beijo.

 Sophie continuou sério, porém, não se controlou e acertou a mão no rosto de Verona.

   - Por favor, pare, isso é nojento. - Sophie estremeceu - Já disse para não falar tantas asneiras.

   - Se bem que a fantasia de Verona é bem interessante. - discordou Sabrina.

 Sophie revirou os olhos.

   - Vamos logo. - falou.

 As quatro caminhavam pelo lardo corredor até a cantina, falando sobre assuntos aleatórios, como sempre, até que Sabrina avistou Yuzuru no corredor, cercado por garotas.

   - Olhem, olhem, olhem ali! - ela quase gritou - É o Yuzuru...

   - Ah, Yuzuru... - Verona gemeu.

   - Tão lindo... - concordou Louise.

   - Lindo? Aquilo é a perfeição! - acrescentou Sabrina.

   - Seja o pai dos meus filhos, Yuzuru... - disse Verona.

   - Hei idiota, ele será o pai dos meus filhos! - falou Louise, se alterando.

   - Francamente... - resmungou Sophie - Vamos logo, suas idiotas, parem de fantasias essas bobagens pervertidas, vão acabar ficando sem lanche. 

   - Que tal irmos falar com ele? - sugeriu Verona, ignorando completamente Sophie.

   - Com todas aquelas meninas o cercando? Sem chance. - suspirou Louise - Com tantas aos seus pés, ele nunca olharia para nós.

   - Hei hei hei, o que é isso meninas?! Se elas podem, também podemos, porque somos tanto quanto elas. - repreendeu Sabrina - Ou melhor, somos mais do que elas! 

 As outras duas assumiram uma posição firme e assentiram. Já Sophie, revirou os olhos novamente e em seguida os cobriu com a mão direita, balançando a cabeça. Quando Sabrina estava prestes a chamar pelo jovem, ele as avistou e as três derreteram.

   - Com licença, meninas, quero falar com uma garota, se não se importam. - disse ele.

   - Como assim "se não se importam"? É claro que nos importamos! - reclamou uma garota - Você é nosso! - rosnou outra.

   - Meninas, meninas, já chega. - pediu.

 Delicadamente, ele foi as afastando, abrindo espaço para que passasse e em seguida, caminhou em direção as quatro. Verona, Louise e Sabrina continuaram com os olhares fixos no rapaz que se aproximava e Sophie estava virada de lado para elas, com os braços cruzados e com o olhar distante.

   - Olá, tudo bem? - perguntou elegantemente.

   - Muito melhor agora... - Verona quase babava.

   - Hei Verona, não se exalte, acabará assustando ele. - sussurrou Louise. 

   - A conversa estava boa, interrompi algo? - fingiu se importar.

   - O que? Não, não, claro que não. - disse Sabrina, fazendo diversas poses para esconder todo o seu nervosismo, o que raramente acontecia. 

   - Então será que posso roubar a Sophie de vocês por um minutinho? Ou melhor, pelo intervalo inteiro? - pediu, olhando no centro dos olhos delas, para seduzi-las. 

 As três se surpreenderam, ficaram boquiabertas, com os olhos arregalados e lentamente, foram virando suas cabeças na direção de Sophie.

   - O que?! - gritou Verona - Por que ela? - choramingou.

   - Como sabe o meu nome? - perguntou Sophie, com frieza e ainda sem olhá-lo. 

  - Andei prestando atenção em você desde que cheguei aqui. - respondeu - Espero que isso não te assuste, me faz parecer um stalker, não é mesmo? - ele riu.

   - Sinto muito, mas estou com minhas amigas e não posso deixá-las. - Sophie o rejeitou.

   - O que? - perguntou Louise, incrédula.

   - Como assim?! - Verona já se exaltava.

   - Claro que pode, Sophie, afinal, você é especial, não pode recusar uma oportunidade dessas. - Sabrina deu um sorriso meio torto.

   - Sim, posso sim, assim como estou fazendo agora. - Sophie a respondeu.

 Yuzuru pegou o queixo de Sophie na ponta de seus dedos e num gesto delicado, virou o rosto da garota, para que ela o encarasse. Olhou no centro dos olhos dela, com a intenção de enfeitiçá-la. Por um momento a expressão de Sophie se alterou, seus olhos ficaram mais abertos. 

   - Eu insisto. - murmurou.

 Sophie voltou a sua expressão original, Yuzuru percebeu que havia falhado e seu olhar sedutor não fazia efeito na garota. Sophie acertou num movimento leve e lento os dedos de Yuruzu com as costas de sua mão direita, para que ele a soltasse.

   - Não. - repetiu.

 Sabrina fez o que sempre faz, acertou um tapa na nuca da garota.

   - Ah, está certo, eu vou. - cedeu, revirando os olhos e em seguida, fuzilou Sabrina apenas com seu olhar frio e penetrante. 

 Num gesto ousado, o rapaz passou o braço pela cintura de Sophie e após isso, a puxou para mais perto de si. Ambos continuaram caminhando pelo corredor, deixando as outras garotas atrás ardendo em inveja e fúria. Próximos ao pátio, Sophie sente algo estranho, como um mal pressentimento. A garota ficou inquieta, olhando ao redor, procurando por alguma anormalidade que pudesse tê-la deixado agitada e então, se depara com um vulto correndo em direção ao banheiro feminino. Sophie para.

   - O que foi? Algo de errado? - perguntou o jovem.

   - Nada, só preciso ir ao banheiro, um minuto... Por favor. - disse ela.

   - Ah, claro. - concordou Yuzuru.

 Ele afrouxou os dedos que seguravam firmemente a cintura da garota, para que ela pudesse se libertar dele. Sophie correu até o banheiro, ficando assustada por um momento ao encontrar no espelho, escrito com um batom vermelho, a seguinte frase: "Don't go to sleep, you won't wake up". Ela se aproximou do espelho, para analisá-lo melhor, mas apenas se surpreendeu mais; no espelho estava sendo refletido Jane atrás de Sophie. Num movimento feroz e rápido, a garota se vira para socar Jane, mas a assassina desaparece. Ela olha ao redor, procurando por ela, Sophie tremia enquanto seu corpo queimava, não de medo e sim de raiva. E assim, descontou toda sua frustração por não ter pego Jane no espelho, socando-o com força. O espelho se rachou por completo e então desmoronou em milhares de pedaços. Sophie saiu do banheiro, com sua mão intacta e foi ao encontro de Yuzuru. O rapaz percebeu que ela estava alterada, nervosa com algo, mas ele, claro, não sabia direito o porque. Ele a guiou até um canto gramado atrás do colégio, onde ficavam alguns poucos alunos lanchando, os dois sentaram-se sob a sombra de uma árvore e ele armou um piquenique.

   - Algum problema, Sophie? - preocupou-se.

   - Não. - respondeu - Por que acha que haveria algum problema?

    - Você está meio tensa. - justificou.

   - Desculpe, deve ser... - Sophie olhou ao redor, pensando em alguma saída estratégica - Hormônios. Hormônios femininos são muito instáveis, sabe?

    - Entendo. - ele riu e por um momento, Sophie pode se descontrair um pouco.

 Naquele campo aberto, não haveria como Jane se aproximar sem ser vista, era um vantagem e tendo uma vantagem, Sophie se sentia mais segura, poderia relaxar um pouco. Apenas temia que Yuzuru fosse envolvido nisso. Enquanto comiam, conversavam livremente sobre assuntos aleatórios, como: estudos, política, noticiários, esportes e gostos em comum.

   - Por que eu? - perguntou Sophie.

    - Ah, porque as outras garotas estão sempre caindo aos meus pés. - respondeu.

   - Exatamente. - disse Sophie - Poderia escolher qualquer uma delas.

   - Sim, mas... Não quero passar esse tempo com elas, elas apenas são apaixonadas por mim e me acham atraente. Não teríamos uma conversa inteligente e interessante como esta que estou tento com você. - justificou - Elas seriam como fantoches e eu gosto de garotas com atitude, opinião, força, personalidade própria. Entende?

   - Entendo. - concordou.

   - Você é diferente, posso dizer especial. - comentou.

   - Não devo ser a única nesse mundo. - ela discordou.

   - Errado. - Yuzuru a contrariou - Em todas as cidades, estados, lugares que visitei, todas eram iguais, se seduziam facilmente por meu olhar, parecia até que eu havia as enfeitiçado, hipnotizado ou algo do tipo. Isso é um pouco chato. - explicou - E naquele dia, quando cheguei nesse colégio e olhei para você, percebi que você era diferente, foi quando comecei a me interessar por você. 

   - Você nem me conhece. - Sophie quase riu, mas invés disso, apenas sorriu inocentemente.

 Yuzuru riu.

   - Eu sei. - concordou - Isso deve ser um pouco assustador pra você, não é mesmo? É como se estivesse te dizendo que sou um perseguidor maníaco e tarado. - falou - Cuidado hein, posso te estuprar a qualquer minuto, não ande sozinha por aí e fique longe dos becos escuros. - brincou.

 Sophie riu, pela primeira vez, não estava fingindo, realmente se divertia, como uma garota normal. 

   - Ah, claro, mas vê se não me engravida, caso contrário, minha mãe me mata. Senhor estuprador. - debochou. 

 O sinal tocou, encerrando o intervalo. Sophie ajudou Yuzuru a organizar as coisas.

   - Foi divertido... Esse tempo que passei com você. - disse Sophie.

   - Concordo. - Yuruzu sorriu, um sorriso simpático e não galanteador.

   - Mas, hei, não fale comigo em "público". Chamaria muita atenção e não quero que minhas amigas comecem a imaginar coisas pervertidas. - pediu.

   - Claro, isso tornaria momentos como esse especiais... - se abriu - Não tenho intimidade alguma com você.

 Sophie assentiu. E assim, ambos seguiram de volta para o prédio do colégio, se distanciando a cada passo e indo para suas respectivas salas.  

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 Sophie estava pensativa, deitada em sua cama, observava o teto branco. Até que seu celular sobre o criado-mudo ao lado de sua cama aptou, sem pressa alguma, virou-se - ainda deitada - e o pegou para verificar a mensagem de texto. "GO TO SLEEP - Casa dos Digweed nº 13, Rua Angeles 1601 [21:47]". Sophie estranhou um pouco aquela mensagem, apesar das informações estarem iguais as formas que Jeff sempre manda, ela estranhou o fato de que não havia justificativa por ele não ter ido a casa dela. Do mesmo jeito, não podia faltar a um compromisso. Se levantou da cama num salto e quase que rastejou até o guarda-roupas para pegar um casaco. Em seguida, vestiu o casaco e calçou um par de tênis, pulando a janela após estar pronta. Seguiu até o endereço que havia sido lhe passado, dentro do casaco havia uma faca retangular, que havia guardado há um tempo em seu casaco para casos de emergência. 

 Chegando no endereço que fora lhe passado, deparou-se com um casarão luxuoso. Invadiu a casa silenciosamente, havia alarmes, mas já haviam sido desligados. Em meio a escuridão, Sophie caminhou pela casa, estranhando a quietude. Voltando a sala principal, Sophie decidiu que acenderia as luzes e ao fazer isso, se surpreendeu com a imagem encontrada. O cenário era uma sala banhada por sangue e havia órgãos internos espalhados para todo lado. Seguiu para a cozinha e o cenário era praticamento o mesmo. Sophie começou a desconfiar de que aquela mensagem não havia sido enviada por Jeff e aquilo tudo era apenas uma armadilha. Correu para o segundo andar, indo a suíte principal e acendeu a luz, encontrou dois corpos mutilados, sem algumas partes do porto e sem órgãos e o quarto estava manjado de sangue. As luzes começaram a piscar e sem que Sophie percebesse, Jane apareceu sorridente por trás dela, já erguendo sua faca. Sophie sentiu sua presença e rapidamente se virou com a faca em punho, fazendo um corte superficial na barriga da assassina. As luzes se apagaram e se acenderam logo em seguida, com o desaparecimento de Jane. Sophie saiu do quarto e caminhou pelo longo corredor que parecia mais um rio de sangue. "Quantas pessoas moravam nessa casa?" pensou. Havia sangue pingando até do teto. As luzes se apagaram novamente, porém, desta vez havia sido definitivamente. A garota não parou, continuou a caminhar cautelosamente, aguçando seus sentidos para que não deixasse nenhum sinal passar. Ouviu os passos apressados de Jane no corredor, correndo em sua direção, a assassina percebeu que havia sido notada e começou a gritar. Sophie se virou, mantendo uma posição baixa e firme e assim, uma batalha havia sido iniciada. 

 Com toda força, violência e brutalidade, Jane atacou Sophie com sua faca, com a intenção de atingir seu rosto, mas Sophie bloqueou o ataque com sua faca retangular, que era mais resistente, maior e melhor de corte. Novamente Jane tentou atacá-la, mas dessa vez, no estômago, a garota bloqueou o ataque novamente e em seguida tentou atingir seu peito. Seu ataque foi bloqueado também, as duas ficaram por um momento se encarando com fúria enquanto forçavam suas facas uma contra a outra. Distanciaram-se num salto. As duas saltaram para trás, jogando seus braços para trás e distanciando as lâminas, que fizeram um ruído cortante. Voltaram-se uma para a outra novamente, correndo ao encontro e desta vez, ambas atacaram, ao mesmo tempo. As lâminas se tocaram novamente, porém, o ataque não foi bloqueado, apenas desviado. Sophie recebeu um corte superficial em sua cintura, enquanto Jane teve um ferimento mais grave. A faca de Sophie, que deveria ter atravessado seu peito, foi fincada no ombro da assassina, Jane quase perdeu o seu braço direito.  Com mais raiva e fúria ainda, devido ao ferimento, a assassina chutou a garota, fazendo com que ela voasse por alguns metros e rolasse a escada no fim do corredor, em seguida, se livro de sua faca. Sophie não teve tempo para se recompor, num piscar de olhos, a assassina já havia pulado e caído sobre ela, agora, com uma motosserra em mãos. Pronta para cortar Sophie, ela ataca. A garota rapidamente pega sua faca e bloqueia o ataque, mas ela não seria forte o suficiente, era apenas questão de tempo até que sua lâmina fosse serrada. Então, sem motivo algum, Sophie se lembrou da noite passada, daquele momento em que ela esperava por Thomas e pensou "Passarei minha vida toda... Apenas matando?". "Por que estou me lembrando disso numa hora dessas?" pensou "Minha vida... Se resume apenas a matança... Será?" Sophie refletiu um pouco, sua mente agora estava distante, já não via mais Jane e nem ouvia o som da motosserra, estava no espaço de sua mente. "Não... Minha vida não se resume apenas a matança, me tornei uma assassina, mas... Eu não sou a vilã. Não sou uma vilã. O vilão é o mundo! Todas aquelas pessoas imundas que vivem nele! Eu só... Quero livrar esse mundo de toda essa sujeita e criar um lugar melhor... Ou será que sou realmente apenas mais uma vilã nesse mundo e tento satisfazer meu ego e meu desejo por sangue matando apenas pessoas ruins e mentindo para mim mesma para não parecer uma pessoa ruim? Afinal, eu... Posso ser igual a eles, igual a todos eles... E a minha vida acaba aqui? Já estou indo para o inferno?" Sophie se entristeceu por um momento "Não... Não! Minha vida não se resume apenas a matança, posso ser uma vilã, mas estou fazendo isso não só por mim, mas também pelo mundo! Minha vida... Também é..." nesse momento, ela se lembrou de Jeff, tudo que passaram juntos e seus olhos se abriram mais e aquele olhar morto e sem esperanças, agora brilhava "Jeff". Sophie voltou a si, saindo do mundo de sua mente. Ela empurrou a faca contra a motosserra, partindo a lâmina de vez. Porém, com a força utilizada por ela, Jane lançou seus braços para trás, mantendo-se desprotegida por breves segundos, mas que foram suficientes para que a nossa veloz Sophie agisse. A garota socou o estômago da assassina e logo em seguida, seu peito esquerdo, direto no coração. Jane se contorceu por um momento, deixando que a motosserra caísse para trás, Sophie saiu de debaixo dela e a chutou, fazendo com que ela se distanciasse e batesse as costas na parede à, aproximadamente, dois metros atrás dela. Sophie se levantou, quase que escorregando e caindo novamente, e se viro em direção a cozinha para pegar alguma arma, nesse momento, Jane agiu. A assassina pegou novamente e a jogou, mas como seu lançamento foi impreciso, acabou apenas passando na diagonal ao lado da cabeça de Sophie, cortando superficialmente a área entre o pescoço e o ombro. A garota se assustou por um momento e escorregou, voltando ao chão. Pronta para correr até ela, Jane é surpreendida por um misterioso encapuzado, também vestido de preto, que surge correndo e lança seu próprio corpo contra ela. Os dois deslizaram por toda a sala até que batessem contra a parede e a assassina fosse esmagada, ela o empurrou e os dois já se posicionaram para outro confronto, estavam com as mãos fechadas em punhos próximos ao próprio corpo. O primeiro ataque foi de Jane, que tentou socá-lo, porém, o desconhecido desviou do ataque, abaixando-se e ao voltar a posição original, socou o rosto da assassina. Rapidamente, Jane se recompôs e tentou outro ataque, seu oponente o bloqueou com o cotovelo e se abaixou, socando seu estômago. Jane se contorceu novamente e ao curvar-se sobre o próprio estômago, o desconhecido agarrou sua cabeça e a acertou com uma joelhada. Revoltada, não pensou muito em seu contra-ataque, apenas utilizou seus reflexos e socou a cabeça do inimigo, que caiu ao chão por alguns instantes, mas rapidamente se levantou. Jane o ignorou e correu para o segundo andar, o desconhecido a seguiu até a suíte principal e pulou a janela logo atrás dela, perseguindo-a pela reserva florestal que havia ali perto. Sophie levantou-se e correu até a suíte principal, pulando a janela também, mas não conseguiria segui-los, pois havia os perdido de vista. A garota relembrou a estrutura do desconhecido, seu rosto estava oculto, estava tentando raciocinar se era ou não Jeff. Jeff poderia ter trocado seu moletom branco por um preto, mesmo assim, Sophie chegou a conclusão de que não era ele. Sua pele não era branca como a Jeff, era pálida, mas era normal para os padrões humanos e ele, além de mais alto, também era mais forte, possuía mais músculos. 

 Aquilo deixou a garota confusa. Então, ela voltou ao normal, lembrando-se de seus ferimentos que ainda sangravam, estava um pouco tonta, apenas queria voltar para casa. Cansada e suada, Sophie joga sua cabeça para trás num longo suspiro, apenas para observar a bela lua cheia que estava alta no céu estrelado. 

   - Hoje... É uma noite muito bonita.  


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler lido, espero que tenha gostado, mas se gostou ou não, deixe um review, por favor ;) Beijos e até o próximo! Ah, e GO TO SLEEP
(.)(.)
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