P.O.V Bella

1 mês depois...

Já fazia um mês que meus pais tinham se divorciado...

E um mês que eu praticamente não saia de casa.

Que eu não ia a escola...

A única coisa que me matinha viva eram meus melhores amigos. Alice continuava em minha casa, ainda não se mostrava pronta para encarar Edward. Ela também não ia a escola. Rosalie, já havia partido. Ela só ficou uma semana. Por mais fútil que fosse, até existia uma estranha compaixão nela.

Emmett, meu bobo da corte, vinha quase todo o dia e nos inteirava da matéria do dia. E com ele vinha Jacob...

Eu vinha me afastando dele, não sei exatamente por que. Mas com essas visitas semanais, estamos mais próximos do que nunca. Sinto que nossa estranha relação esteja voltando ao que era. Uma indeterminada relação a dois, composta por tesão e amizade. Não, nada bom sai disso. Mas nos rende alguma diversão.

– Não acredito que você cometerá esse erro novamente. – Disse Alice outra noite enquanto lavava os pratos.

– Alice, não há erro nisso. Tudo nem, que não há nada certo também. Porem é a forma que eu e Jacob expressamos nossa amizade. – Respondi enquanto secava um recém-lavado prato de porcelana. Presente de casamento da minha vó aos meus recém-separados pai.

– Amizade... Isso tem outro nome pra mim! – Disse ele jogando agua em mim. – Se você perder sua virgindade com ele, eu te mato!

– Ai, Alice! Para de drama, Fadinha! – Eu corri até ela e dei-lhe um beijo estalado na bochecha.

– Para trás! – Ele me empurrou levemente – Não onde você colocou essa boca! – Disse ela sapeca já correndo da cozinha.

– A sua... – joguei o pano na mesa e corri atrás dela.

Foi uma noite divertida. Nostálgica. Lembrava-me a época em corríamos por minha casa, com meu pai sentado a frente da TV rindo por nossa travessura, enquanto minha mãe tentava nos parar com as mãos para o alto alegremente. Acho que nunca a verei fazer isso novamente.

Minha mãe tinha se entregado. Não saia da cama. No início achei que era uma tristeza passageira. Mas não foi.

Esse era meu primeiro motivo de não sair de casa. Minha mãe precisava de mim. Eu venho cuidando, com ajuda de Alice, dela. Porem, uma hora tirei que voltar a escola.

Carlisle esteve aqui uma noite, junto a Esme. Eles vieram logo que souberam dos fatos. Tanto para visitar Alice, quanto para me consolar. Carlisle examinou minha mãe. O caso era mais grave do que o imaginado. Ela estava com depressão. Sua condição necessitava de tratamento. Tratamento esse que ela se recusava a obter. Carlisle receitou uns remédios que lhe disse serem para dormir. Desde então ela fica no quarto. Hora lendo e assistindo programas culinários, hora chorando. Já me acostumei com seu estado. Quando se tornar critico ela terá de ser internada. Já me conformei com isso também. Carlisle disse que ficará tudo bem.

Meu segundo motivo de não ir especificamente a escola, é ela. Minha professora de biologia. Minha madrasta.

Me sinto aquelas garotinhas mimadas de filmes, que acham que seu pai não pode ficar com ninguém exceto sua mãe. No caso ele pode, só não com ela. Eu já não a suportava ve-la no quadro escrevendo, imagina andando de mãos dadas com meu pai... A verdade é que eu a culpo pela separação de meus pais. É irracional, eu sei, mas não consigo tirar isso da minha cabeça. Ainda mais com minha mãe nesse estado.

Meu pai tem me visitado. Já me chamou para conhecer sua nova casa. Eu recusei prontamente. Pelo menos meu pai compreendia, apesar de parece triste ele disse “ Claro, tudo bem, lhe darei o tempo que precisar para se ajustar com a ideia”. Amava ver sua compreensão. Amava mais ainda ver que meu pai era um homem bom, apesar de tudo.

Lembro-me de sua primeira visita depois da separação. Lembro-me das lágrimas em seus olhos ao saber o estado de minha mãe. Eu consegui ver sua culpa.

– Me desculpe Bella. Você não devia estar lidando com isso. Ela não devia estar lidando com isso. Me perdoe. – Sua voz abalada e sues cotovelos apoiados aos joelhos, enquanto suas mãos cobriam o rosto, me provavam sua honestidade.

Meu pai continua sendo meu herói.

–X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X

Estávamos todos (Alice, Emmett, Jacob e eu) sentados no sofá. Tínhamos entrado no consenso, de que eu e Alice voltaríamos às aulas na próxima semana. Estávamos a duas semanas das férias de verão. Sendo assim, tínhamos mais uma semana de antes das provas.

– Vocês tem certeza que conseguirão fazer as provas? – Perguntou Emmett.

– Acho que sim... – Alice respondeu.

– E se vocês não passarem? – Jacob foi quem se pronunciou desta vez.

– Ai nós estamos fudidas... – Respondi virando levemente a cabeça para encara-lo, já que estava apoiada em seu peito.

– Ah! Vira essa boca pra lá, cachorro! – Alice disse de má vontade.

– Alice... – falei com o tom cotidiano.

– Deixa Bella. Ela só esta demonstrando seu amor. – Disse jacob rindo. Amava seu jeito humorado de levar as provocações da minha melhor amiga ciumenta.

Alice limitou-se em dar-lhe a língua.

– Isso aqui esta um tédio. Eu não aguento mais. – Disse Emmett se levantando.

– Também acho. Eu to com saudade do meu quarto...

– Quer ir visita-lo, Alice.

Os olhos de Alice brilharam.

– Agora, Emm. – Ela pulou do sofá, animada.

– Ei, vocês vão nos deixar assim! ? – Eu disse me levantando.

– Ah Bella eu preciso ver o Jas... Quer dizer, quarto. Meu quarto. – Alice falou pondo seu casaco.

– Sei... E você grandão? Qual sua desculpa?

– Estou querendo agradar a baixinha. Só isso. – Falou a última parte com um sorrisinho sacana.

– Vamos, Emm! Tchau, amores. E juízo! – A baixinha disparava pela porta.

Emmett dei um sorrisinho pra nós.

– A Rosalie não é baixinha, sabia Emmett? – Falei podendo ver seu sorriso aumentar ao cruzar a porta.

– Esses dois... – Falei desabando no sofá novamente.

– Eles estão apaixonados, Bells. Não os culpe. – Jacob falou pousando a mão em minha coxa. Seu gesto fez meus olhos subirem aos seus. Um sorriso se espalhava em seu rosto. Eu sabia o que era queria. Eu queria também.

Momentos depois, estávamos rolando no sofá. Nós nos devorávamos famintos, como sempre. Minhas mãos estavam em sua nuca, desta vez eu estava por baixo. Sua mão puxou minha perna que, entrelaçou-se em suas costas. Sua boca saiu da minha e percorreu meu pescoço.

Até que senti sua mão fazer um caminho perigoso. Rapidamente sentei, desvencilhando-me dele. Jacob me olhava confuso.

– Desculpe Jake. – Nem eu sabia por que, ou melhor, sabia, mas não admitiria.

– Bella, o que esta acontecendo? – Jake me perguntou sério.

– Como assim?

– O que... Por que... Olha, eu não quero te ofender e nem estou bravo, eu só quero entender por que você esta tão diferente. Não é a primeira vez que isso acontece. Entenda, não estou reclamando. Só que entender, porque você mudou. – Seus olhos estavam sérios.

Eu podia me fazer de desentendida e fingir que não sabia do que ele falava ou até mesmo culpa a separação dos meus pais. Mas esse não era o motivo. E eu não queria mentir pra Jacob. Eu confiava nele.

– Jake, a alguns messes uma pessoa entrou na minha vida. Logo de cara, ela mexeu comigo. O problema é que eu comecei a pensar demais nele e acabei cometendo o erro de ficar com ele, logo em que o conheci. Eu fui tão fácil! Então eu acabei confundindo meus sentimentos e... Me feri. Tudo isso em meio a separação dos meus pais. – Parei de falar vendo que Jacob prestava atenção em cada palavra. – Eu fui burra. Eu nem o conheço direito. Eu confundi uma atração forte por paixão.

Terminei olhando para ele. Jacob parecia absorver minhas palavras.

– Então é isso. E porque você esta agindo assim? – Essas eram as palavras que eu não queria escutar. A pergunta que eu não podia responder. Era muito estupido.

– Por que... Bem... Eu...

– Vamos lá, Bells. Eu sou seu melhor amigo. Acho que mais que isso. Não me esconda nada. Por favor.

Isso me matava. Jacob jogava baixo às vezes. Bufei, enfim me entregando.

– Por que quando você me beija, eu sinto o beijo dele. Quando você me toca, sinto o toque dele. Até o cheiro dele eu sinto! Ele não me sai da cabeça, quando eu começo a... Sabe... Sentir prazer. – Era uma desculpa esfarrapada mais era a verdade.

– Nossa! Uau, e quem é o tal cretino?

– Sem chance, Jake.

– A qual é Bella! – Disse ele com uma leve irritação.

– Você não acha que já esta pedindo coisas demais? – Perguntei também ficando estressada.

– Não. Acho que não. Sabe por quê? Porque eu sou seu melhor amigo! Quantas vezes eu tenho que repetir isso, Bella?! – Disse ele em pé.

– Para de gritar, Jacob! Você ainda esta na minha casa. – Disse também me levantando.

– Só me diz quem é, um nome, Bella. – Disse ele se aproximando de mim. – Um nome.

– Por que quer saber?

– Acho que tenho o direito de saber de onde o golpe , tão doloroso, veio. – Disse ele com um meio sorriso

Torci o rosto perante suas palavras.

– Serio Jake? Serio? – Falei me afastando

– Eu to brincando, Bella. – Ele disse suavemente pegando meu braço. – Mas eu quero saber. Pra pelo menos poder olhar torto pro canalha que fez você sofrer.

Eu tive que rir.

Olhei em seus olhos.

Aproximei minha boca em seu ouvido e falei fracamente.

– Edward Cullen.

Sinto o corpo de Jacob se tensionar e seus punhos fecharem-se.