Podemos ser novamente uma família — Fea Kreuz

Meu filho. Meu sobrinho. Meu querido Teito. Vivo. Sobreviveu mesmo após tanto tempo sozinho. Eu finalmente podia voltar pra ele.

Minha família. Em memória ao meu irmão, e pela felicidade daquele pequeno... E pela minha.

Mesmo tendo observado seu crescimento, nunca pude tocá-lo, nunca pude falar com ele. Estive preso no interior de outra pessoa, um mero espectador de tudo aquilo que acontecia com meu precioso filho.

Eu sofri com seu sofrimento, e contagiei-me com sua alegria. Pude vê-lo rir e chorar, e pude vê-lo se transformar daquela criança a quem eu deixei para trás, até o ponto onde o via agora. Aquele garoto decidido e surpreendentemente estável.

Era... O mesmo Teito que um dia foi Tiashe. Era, apesar de tanto tempo, ainda aquele que quis ficar ao lado de todos que amava, mesmo em meio a uma guerra.

Era o único que eu sempre conheci, e isso me deixava feliz.

Porque ele ainda era feliz, e ele ainda era puro e gentil. Ainda era aquela criança de quem eu tinha orgulho de chamar de filho — mesmo que não o fosse —, e de aceitar como família.

E, finalmente, estávamos outra vez juntos. E, dessa vez, não planejava deixá-lo.

Nem mesmo à força.

Porque minha família é tudo que eu conto como mais precioso para mim.

E Teito é minha única família, o que o transforma em meu maior tesouro. E tesouros precisam ser cuidados com muito amor e carinho...

Mesmo após nossa morte.