“A dor de te perder me fez perceber quanto o amo” – Kuroyuri

Ódio. Eu odiava aquele bispo maldito; eu não poderia perdoá-lo por tê-lo matado. Não... Nunca perdoaria... Por culpa dele, a pessoa mais importante para mim... Morreu. Sumiu de minha vida, para nunca mais voltar.

E eu nunca iria perdoar. Nunca o perdoaria por tirá-lo de mim. Aquele jardineiro imprestável! Ele retirou de mim a única pessoa que ficou ao meu lado, independente do que eu fizesse, a única que se dedicava unicamente a mim! O meu Begleiter; meu único e adorável Begleiter.

Dor. A dor me assolou de maneira tão insuportável, parecia que meu coração estava sendo rasgado, e minha alma era corroída de dentro para fora. Eu juntei toda minha dor, toda minha tristeza, e as transformei em ódio. Ódio, para poder seguir em frente, para poder viver mesmo sem você aqui – eu não queria, mas Ayanami-sama disse que seria melhor se eu continuasse a viver, então eu continuei vivo.

Mas sem você aqui, viver era doloroso. Porque você não estava aqui para sorrir para mim. Eu queria ver seu sorriso, queria sentir seu toque. Seu calor e seu cheiro. Eu queria poder abraçá-lo e lhe retribuir o sorriso. Queria poder dizer a verdade.

Eu queria, Haruse, lhe dizer que o amo. Pois, à beira da depressão, eu notei...

Essa dor toda, essa insuportável sensação de vazio...

Era por eu amá-lo.