Um Dia Na Vida De Sam Cruz escrita por Clarinha


Capítulo 1
Capítulo Único - POV Sam


Notas iniciais do capítulo

Essa é a primeira fic que eu posto por isso pode ter ficado ruim. Espero que gostem.



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Capitulo Único – POV Sam



O despertador não era só irritante. Ele era um inferno. Meu celular não me dava opções legais de despertador e todos os dias eu quase me socava para não atirar aquele aparelho dos infernos na parede. Desligar o barulho se tornou prioridade. Meu corpo pesava. Eu estava com sono. Completamente normal para quem acabou de acordar de um sono NADA revigorante. Uma noite perdida por nada. Nem um mísero descanso eu podia ter.



O banho me acalmou. Um pouco. Certo, o banho não me acalmou merda nenhuma. Mais um dia de aula chata, ver meus amigos, conversar sobre idiotices e fazer idiotices. Meu dia já tinha sido completamente projetado em minha cabeça. E ele estava comum demais pra mim. Já fazia sete meses que as férias de verão acabaram. As férias de julho já haviam acabado. Foram sete fudidos meses em que nada acontecia, nem nas férias algo divertido aconteceu.

Agosto me dava tédio. Era um mês completamente irônico. É claro que isso em minha opinião. Pra mim agosto era assim: nós voltávamos às aulas e não era fevereiro. A escola não era novidade. Os amigos não eram novidade. Os professores não eram novidade. E ninguém novo entrava na escola. Que graça tinha?

Escolhi um tênis e peguei minhas meias. Meu uniforme foi colocado de forma automática e parcialmente mecânica. Já havia virado um hábito de todas as manhãs. Ouvi o grito de minha mãe ao longe.

_ Sâmella você vai atrasar mais uma vez e eu não vou deixar de punir você desta vez.

Bufei e rolei os olhos. A gente se atrasa todos os dias e todos os dias minha mãe fala que eu vou ficar de castigo por isso. E eu sempre me irrito com isso a toa já que ela nunca me castiga de verdade.

_ Já acordei a tempos mãe.

_ Então venha comer ora. Você deveria ter vindo pra cozinha “há tempos”.

Ironia e mães não combinavam muito, pois toda vez que a minha usa de ironia fica idiotamente idiota. Meus tênis estavam sujos e gastos. Eu não ligava nem um pouquinho. Gostava deles assim. Fiquei em frente ao espelho durante o que me pareceram horas decidindo se passaria lápis ou delineador. Acabei passando rímel e lápis.Essa porra de dia não estava sendo boa. Meu cabelo era a parte difícil o que eu faria nele? Comecei fazendo um rabo alto. Não. Um coque? Ri sozinha de mim mesma. Claro que não, fiquei ridícula de coque. Uma trança de lado quem sabe. Não, meu cabelo não quer me ajudar hoje. Acabei apenas penteando e o colocando no lugar. Não estava mais com paciência para ele.

Fui para a cozinha comer algo antes de sair. Minha mãe estava sentada na mesa da cozinha comendo qualquer coisa que eu não quero saber o que é. Dei um beijo nela e murmurei um bom dia. Em troca ganhei um olhar de “tome logo seu café pra não atrasar”. Carinho de mãe não tem preço!

Peguei meu copinho sexy preferido para tomar meu tody de todo dia. Ele é de vidro, médioe tem uns bonequinhos em volta de mãos dadas. Coloquei meu leite e o tody e misturei. Aquelas bolinhas horríveis de pozinho ficaram lá. Cara, grande merda está sendo meu dia! O leite ainda estava gelado, e apesar das bolinhas, até que estava gostoso.

Quando acabei peguei minha mochila, escovei os dentes e voltei pra cozinha. Minha mãe quando me viu pegou a chave levantou e depois de brigar comigo por ter demorado foi indo pra porta. Tentei convencer minha mãe de me deixar ir sozinha sabendo que ia ser em vão. Ela brigou comigo de novo. Meu Deus! Eu não sou um bebê! Que coisa!

Paramos na mesma padaria de todo dia. Eu queria muito comer pão de queijo hoje. Muito mesmo. Encostei-me ao balcão e pedi pão de queijo e uma lata de coca-cola. A moça sorriu pra mim e disse que não tinha. Era só o que me faltava. Pedi bolinho. Eu adoro bolinho também, mas... Porra! Eu tava a fim de comer pão de queijo. Tá bom, tudo bem.

Saí da padaria e minha mãe e eu voltamos a andar. Minha escola não era chata, mas era ridícula só por ser uma escola. Entendeu? Conversamos sobre isso. Minha mãe avisou que queria ver minha carteirinha. Ela ainda não tinha visto por que... Na verdade eu não sei por que, mas ela não tinha visto ainda.

Chegamos à esquina da escola, dei um beijo em minha mãe e fui para mais um dia de tortura. Entrei na escola cumprimentando quem passava por mim e parei pra conversar com Camila. Depois que as meninas e eu paramos de conversar ela era uma das poucas pessoas que eu chamava de amiga.

Estávamos indo para a sala quando eu o vi. Ele estava de cabeça baixa mexendo em alguma coisa no celular. Eu estava subindo a escada e ele saindo da secretária, por isso só o vi de cima. O cabelo dele era de um preto lindo e brilhante e tinha a franja jogada para o lado. E puta que pariu! Eu amava franjas jogadas para o lado.

A vice-diretora Fernanda falou algo com ele e ele virou para o lado. Vi ele de perfil. Ele não tinha o rosto másculo ou quadrado, ele deveria ter no máximo 15 anos. Ele ouviu tudo que ela queria e corou. Repetindo ELE COROU. Camila puxou meu braço com força e relutante em deixar de ver o novato eu fui.

Sentei em meu lugar e comecei a tirar o material da mochila enquanto a professora entrava. Peguei os cadernos e passei a observar as pessoas na sala. Todos no lugar de sempre. Augusto parecia... Normal, to pouco me fudendo para como ele parecia. Meu ex grupinho estava lá conversando. Cara, eu preciso pensar mais antes de falar. Cansei da nova atividade e olhei para o quadro. A professora escrevia a data e segurava o diário da turma nas mãos.

Parei de prestar atenção na professora por um momento e olhei para a janela. Batidas leve na porta me chamaram atenção. E eu ouvi uma voz levemente desafinada pedindo licença à professora. Era ele. O menino que eu vi saindo da secretária. Ele era mais lindo vendo-o assim. Os olhos dele eram de um azul bonito. Não mito claro nem muito escuro. Era como um céu sem nuvens em um dia de primavera. Seu rosto tinha traços suaves e marcantes. O nariz era pequeno e um tanto empinado. Ele não era nem gordo nem magro. Era normal. Ele usava uma blusa preta com o desenho do bob esponja e escrita de branco “Keep Calm and Assista Bob Esponja”. Gostei. Ele usava uma calça jeans escura e um tênis all star branco de couro. Ele ainda não tinha uniforme. Sua mochila era preta e tinha uns detalhes em verde e azul.

A professora o mandou sentar que ela faria a chamada. Meu coração ridiculamente estava batendo com força. Não rápido, mas o som dele batendo ecoava em meus ouvidos. Ele veio em minha direção olhando os próprios pés. Ele parecia TÃO envergonhado. Sentou-se ao meu lado e me olhou, como se perguntasse se alguém se sentava ali. Eu sorri para ele da forma mais gentil que consegui, ainda ouvindo meu coração batendo forte. O sorriso dele era lindo e iluminado.

A professora começou a fazer a chamada e eu estava perdida em pensamentos. Será que morar na lua era possível? Seria legal morar lá. Talvez criassem roupas próprias e casas equipadas ou... Aff, que idiotice é essa que eu estou pensando? Isso é muito ridículo.

_ Joshua Nunes?

Virei meu rosto para professora e depois para o único novato da turma enquanto todos faziam o mesmo. Ele mexia em algo a mochila, mas parou ao ouvir seu nome e levantou os olhos segurando algo em uma das mãos e levantando a outra.

_ Presente. – Não aguentei e comecei a rir, se eu me chamasse Joshua com certeza odiaria meu nome

_ Seja bem-vindo Joshua.

Meu riso era baixo, mas ele me olhou parecendo surpreso com minha reação e ele me encarou por uns instantes enquanto eu apenas tapava boca e ria baixinho. Der repente ele começou a rir também enquanto a professora continuava a chamada.

_ Qual é o problema? – ele falou baixo para que apenas eu ouvisse.

Parei de rir e o olhei, ainda tinha um sorriso em meus lábios que eu sabia que era zombeteiro. Mesmo eu nunca tendo usado essa palavra antes.

_ Você chama Joshua Nunes e ainda não se matou?

Foi inevitável, quando ele bufou voltei a rir, parando apenas ao ouvir meu nome.

_ Sâmella Cruz?

_ Presente.

Dessa vez ele começou a rir e eu bufei. O sorriso que antes estava em mim foi pra ele.

_ Seu nome é Sâmella Cruz e você fala que eu devo me matar? – bufei de novo e rolei os olhos para depois olhar pra ele.

_ Só me chame de Sam, tudo bem? Meu nome realmente não é tão legal. – ele riu um pouco, mas assentiu com a cabeça e passou as mãos nos cabelos.

_ Me chame de Josh então.

Concordei rindo e peguei meus cadernos e lápis. Começando a escrever a matéria que a professora passava. Já estávamos na metade à aula quando ouvi a voz linda e levemente desafinada dizendo ‘droga’. Sorri um pouco ainda de cabeça baixa. Senti uma mão gelada em meu braço. O toque causou um leve choque. Não era o choque do tipo ruim, era bom e de certa forma me aqueceu e eu sorri pra ele. Surpresa por um instante. Um lampejo de surpresa passou pelo seu rosto. Será que ele também sentiu?

_ Me empresta o corretivo?

Sorri e lhe entreguei o corretivo. Feliz por um instante. Mas que porra é essa agora? Notei que ele usava óculos, mas não estava com eles na entrada. Talvez fosse apenas para leitura. Ele ficava muito lindo de óculos. Suspirei e voltei a copiar.


O resto do dia passou sem muitas surpresas. Conversas, sorrisos, matérias novas. Conversei mais um pouco com Josh, gostando do modo como o nome dele soava em minha cabeça. Eu fiquei avoada o resto do dia e me pegava sempre pensando nele e suspirando. Recriminava-me sempre que um sorriso idiota surgia em meu rosto ao notar o quanto ele era lindo. Quase me socava quando parava de prestar atenção na aula e o olhava. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas der repente agosto me pareceu um ótimo mês e voltar às aulas me pareceu divertido. E quando cheguei em casa mal podia esperar para amanhã, para vê-lo novamente. Mesmo não sabendo o que significava tudo isso, estava feliz por ele ter aparecido. Mais feliz do que o necessário.



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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler.



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