P.O.V Cato
—Cara por que diabos você fez aquilo com a Glimmer, ela ficou com muita raiva por você ter feito aquilo, mais calma com seus métodos para conquistar a boboca da Clove, se não depois você não vai conseguir correr atrás do prejuízo e conseguir recuperar sua "ex" de novo! — Gale fala inexpressivo. enquanto mordisca seu sanduíche no almoço.
—Gale, hoje tudo termina! Hoje a noite, você vai ter que vir junto comigo até a casa da Clove, e ficar bisbilhotando pela janela. Hoje eu pego aquela garota, passo na sua casa, você me dá meu CD, e tudo vai voltar ao normal! As coisas estão fugindo do controle! Clove já está superconfiante e cheia de planos para a candidatura contra Glimmer, e se isso se estender por muito mais tempo, ela pode ter grandes chances de ganhar se eu estiver como um cachorrinho do lado dela, sozinha ela não tem um pingo de popularidade, mas quando se tem o garoto mais popular junto, os olhos e os comentários a cercam, sem falar que o apoio dos grupos oprimidos pela Glim também estariam ao seu lado! — Digo em resposta a ele.
Tudo é verídico, Clove é revolucionária, ela quer destruir esse sistema de castas que rege essa escola, os menos favorecidos com certeza iriam apoia-la, como Glimmer é odiada, e sempre recebe os votos por ser opressora, perderia num abrir e fechar de olhos, hoje vou beija-la e por uma pedra encima de tudo isso, fingindo que nada nunca aconteceu, e que nem a conheço.
— Cato, você sabe que tudo isso é uma loucura não sabe? Quando propus a aposta, nunca achei que você aceitaria e acabaria indo tão longe, se você não quiser, não precisa continuar com isso, eu te dou o CD inútil e volta tudo ao normal agora, hoje, você recupera a Glim, e evita afundar sua reputação inteira! — Gale fala tentando simplificar as coisas.
—Não meu amigo, quero ganhar do jeito certo. Afinal eu aceitei a aposta, e agora que já cheguei tão longe, não vou parar até tocar meus lábios nos dela, é uma questão de honra! — Meus olhos exalam a ira que se expande por todo meu corpo enquanto menciono estas palavras.
P.O.V Clove
Cato deve chegar logo já está anoitecendo e provavelmente o ônibus já estará chegando, penso comigo mesma. Olho para o casaco dele, trouxe para o andar de baixo e o depositei no braço da poltrona na sala de estar.
Não sei o por que mais estou agitada, minhas mãos estão suadas, e meu rosto quente, não entendo para que tanto nervosismo, sabendo que esta claro que ele irá apenas me entregar alguns papéis na porta.
Sento no sofá esperando ansiosa. Alguns minutos depois a campainha toca. Direciono-me até a porta abrindo-a.
— Boa tarde senhorita, permite que este humilde plebeu adentre o seu castelo — Ele fala usando um sotaque de Lord inglês falsificado. Meus lábios armam um sorriso.
—Ficaria honrada Sir, a que devo a sua presença? — Digo adentrando a brincadeira.
—Ah não consigo continuar com isso! — Ele fala caindo na gargalhada. — Estes são todos os conteúdos das aulas de hoje, tive o imenso trabalho de separá-los com clipes para não mistura-los! — Ele fala enquanto fecho a porta.
Nos direcionamos ao sofá, sentando um ao lado do outro. Me sinto engraçada, meus pés estão gélidos, as mãos suadas e levemente formigas, meu rosto ainda aquecido, é uma espécie de pressentimento, algo irá acontecer.
—Obrigada, Cato! Não só por isso, mas pelo que fez por mim hoje, você enfrentou Glimmer, enfrentou ela em minha defesa. E logo você! Jamais esperaria essa atitude sua! — Agradeço, é a única coisa certa a se fazer.
—Clove, não precisa agradecer, quando encontramos a pessoa certa, aquela que nos toca profundamente, somos capazes de fazer diversas coisas, coisas as quais jamais imaginaríamos que iriamos realizar antes de encontrar a pessoa especial — Ele fala serenamente, pegando minha mão que estava próxima a sua.
Não há mais nada a ser dito, não existem palavras para dizer sobre o que ele acabara de falar, sobre o que ele fizera por mim, sobre tudo. Minha ação é quase que involuntária, aproximo meu rosto do dele, e é então que nos beijamos.
É a mesma sensação de quando se tira uma ótima nota na escola, um frio iminente na barriga, uma sensação de nostalgia, e os pensamentos, os pensamentos são etéreos durante o ato. É um momento único, maravilhoso e mágico. Cato se afasta interrompendo nosso beijo.
—Preciso ir! O jantar lá em casa é servido cedo. Obrigada Clove por tudo, por tudo mesmo, te devo muito! — Ele abre a porta e desaparece.
Desaparece antes mesmo que eu pude-se me manifestar e pedir que fique por mais alguns minutos. Decididamente o amo.
P.O.V Cato
Obrigada por me dar aquele CD que eu tanto precisava, penso comigo mesmo enquanto dou uma gargalhada ao lado de Gale.
— Você tinha que ver a cara derretida dela enquanto você saia pela porta Cato, decididamente não prestamos! — Ele diz enquanto caminhamos até sua casa que fica em um bairro vizinho.
— Gale você sabe que eu jamais perco uma aposta — Digo dando uma piscadela irônica para ele. — Hoje mesmo irei ligar para Glimmer e falar como estou extremamente arrependido, e amanhã quando o sinal de inicio das aulas tocar tudo já estará na mais perfeita normalidade! E Clove irá abrir seus olhos e acordar do sonho de princesa da Disney que ela achava estar vivendo, ela voltara a andar se escondendo pelos corredores e jamais irá ousar afrontar os populares — Termino.
Depois de passar na casa de Gale e pegar meu CD, retorno para minha residência. Todo este processo durou aproximadamente 2 horas. Agora já estou deitado na minha cama, olhando para o espaço destinado a minha coleção que agora está completa, me sinto orgulhoso por ter todos os CD's.
Quando cheguei a primeira coisa que fiz foi ligar para a Glimmer, ela ficou muito feliz em saber que mudei de ideia, e que não sobreviveria sem ela nem mais um dia se quer. Mulheres adoram pensar que tem seus homens na palma da mãos, e foi realmente isso que disponibilizei a ela. Foi fácil reatar nosso namoro.
Agora só me resta dormir, esfriar a cabeça, e esquecer Clove, esquecer aquele beijo, colocar uma pedra encima de tudo isso, e fazer de conta que tudo isso jamais aconteceu.
P.O.V Clove
Cato não estava no ônibus, espero que não falte aula, quero estar junto dele antes do inicio das aulas. Não consigo parar de pensar nele, e em nosso beijo de ontem a noite. Decididamente sou a garota romântica mais boba que existe!
Quando desço do ônibus vejo uma cena deplorante. Me sinto confusa, pasma. Meu coração palpita no peito, meu corpo estremece, é como se acabara de receber a noticia de que um familiar tenha ido a óbito, uma espécie de sensação mais horrível impossível.
Cato e Glimmer estão mais a frente aos amassos. Mas isso não vai ficar barato. Corro em direção a eles com aquela sensação horrível no peito depositando minha mão com muita força no rosto do garoto. É possível ver a marca de meus cinco dedos em seu rosto.
— Por que você tinham que fazer toda essa merda? Por que? Por que não me deixaram vivendo minha vida miserável como sempre vivi aqui nessa porcaria de escola! Vocês são o maior lixo que existe! Os dois! — Digo enfurecida não conseguindo inibir as lágrimas de raiva.
— Sua Vadia, você acha que é quem pra bater assim na cara do meu namorado? Você é ridícula, papel ridículo este que você está fazendo! Tá querendo o Oscar garota? Toda dramática, toda fragilizada! Você ainda não se tocou que Cato só estava brincando com você? Acabando com esse seu coração medíocre? Com essa sua carinha deslavada que se acha a boneca mais inteligente do planeta Terra? ACORDA Clove, você não é NADA! — Ela finaliza com sucesso, aquelas palavras me atingem profundamente, me sinto nocauteada pela minha maior inimiga.
Passei as 5 horas seguintes trancada no banheiro, não teria coragem de sair dali, não sabendo que seria bombardeada pelos olhares de todos os alunos. Cato é a pessoa mais idiota que já conheci, a pessoa mais baixa e sem caráter e repugnante que conheço, como ele pode ter levado essa brincadeira tão adiante? Não há explicação!
Mas agora meus olhos estão bem abertos, e isso não vai ficar barato, as coisas vão mudar, e essa mudança vai começar por mim.
A vingança é um prato que se come frio.