You Make Me Glow escrita por lovecarrots


Capítulo 15
Traidor, o retorno.


Notas iniciais do capítulo

BOMMMM!! Consegui o pc de volta! Bom, to postando, mas nao to gostando da quantidade de reviews. Eu tinha muitaaaas, agora to tendo muito poucas. Eu vou continuar só se tiver reviews. Beijos,boa leitura!



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EMILY POV

Acordei cedo. Muito cedo. Não estava afim mesmo de dormir. O dia estava frio, apesar de não estar chovendo. Acordei animada com a ideia de um belo banho quente. Me despi e fiquei um bom tempo debaixo do chuveiro.

- Será que você pode terminar esse banho? – perguntou Courtney do outro lado da porta – Você não é a única que habita esse quarto.

Me enrolei na toalha e abri a porta sem nem olhar em seus olhos. Tudo bem que Courtney estava certa a respeito de Jackson. Sofrer tanto não valia a pena. Ela estava certa. Mas mesmo assim, tinha me sentido ofendida por tudo que ela havia falado dias anteriores.

Vesti uma calça jeans bastante colada que meu irmão havia me dado no natal passado. Eu nunca havia a usado, mas sempre gostei muito da mesma. Coloquei uma blusa qualquer e um moletom de Claire por cima. Um par de sapatilhas azuis, um gloss e um pouco de base. Eu com certeza parecia um panda. Prendi meu cabelo em um coque. A situação não estava bonita e eu estava com preguiça de arruma-lo.

[...]

Já fazia um tempo que eu tinha chegado no refeitório. Não estava com muita fome. Peguei uma maçã e um copo de leite e me sentei numa mesa. Era cedo e quase não havia alunos por ali. Somente alguns CDFs e lideres de torcida sentadas nas mesas. Incrivelmente, tomar café da manhã sozinha era maravilhoso.

- Bom dia! – gargalhou Claire, se sentando do meu lado na mesa, sorrido, radiante e jogando uma bandeja com sucos e um sanduiche natural – Dormiu bem?

- Sim – sorri fraco e bebi um pouco de leite, enquanto assistia Claire comendo seu sanduiche – Desculpe por ter ido embora daquele jeito da festa, sem ao menos te avisar. Desculpe por te preocupar, é porque o clima tinha acabado mesmo.

- É, eu fiquei sabendo – ela sorriu, meio sem humor, mas ainda um sorriso – Você sabe que não precisa perdoa-lo se não quiser, não é?

- Sei – sorri, dando uma mordida na maçã – Mas eu quero. Jackson e eu nos envolvemos, mas somos imaturos. Mal nos conhecemos e tenho certeza que não quero perder sua amizade. Eu vou desculpar, mas, acho que agora eu só posso o ver como amigo.

- Tem certeza, Emy? Eu acho que vocês realmente se gostam. Porque você não conversa francamente com ele? Tenho certeza que você vai querer voltar.

- Acho que não. – sorri – Vou pegar uns materiais no meu armário. Até mais – dei um beijo na bochecha de Claire e saí do refeitório.

“Bom dia maninha! Dormiu bem? Estou na secretaria.. Tem alguém aqui que quer te ver. Pegue uma mochila e coloque algumas roupas dentro.”

Recebi essa mensagem de Noah e retornei ao meu quarto. Joguei umas roupas na minha mochila, enquanto Courtney usava o babyliss nos cabelos, os enrolando. Joguei mais um casaco no corpo e saí do quarto.

Atravessei o pátio em silêncio e cheguei a secretaria, aonde Noah estava sentado em uma das cadeiras. Ele parecia tenso, e deu um pulo ao me ver.

- Maninha! – Noah me abraçou e beijou minha testa – Precisamos conversar.

- Quem quer me ver? – perguntei, sem paciência – Você me fez perder a aula de Biologia, se não for algo importante...

- Senta ai – nos sentamos nas cadeiras, ele respirou fundo e por fim sorriu – O papai voltou.

Respirei fundo e voltei para a realidade. Sim, meu pai. O traidor, o que minha mãe sempre garantia ser um falso, manipulador, traidor e mal amado tinha voltado. Eu o amava, eu o amo. Ainda lembro, que antes de Thomas nascer, costumávamos andar de bicicleta pelo parque. Eu era feliz. Lembro que meses depois que Thomas nasceu, papai nunca mais foi ao parque comigo nem com Noah. Chegava tarde em casa, sempre bêbado e sempre discutia com mamãe. Ainda me lembro do dia em que ele jogou suas roupas desajeitas em uma mala e gritou com minha mãe. Ele saiu pela porta sem nem mesmo dar adeus.

Sem nem ao menos dizer que nossas tardes andando de bicicleta fizeram bem a ele, como fizeram bem a mim. Ele não disse que iria sentir minha falta quando eu o obrigava a assistir Tom e Jerry comigo. Ou, nunca disse que sentiria saudades de me acordar cedo no sábado para fazer panquecas para o Noah na época que ele teve catapora.

Ele apenas gritou, e saiu.

Dois anos depois ele me buscou na escola. Disse que estava namorando e estava feliz. Disse que queria que eu conhecesse a tal namorada dele, e a tratasse como se fosse minha mãe. Apenas sorri e assenti, me arrumei, mas papai nunca veio me buscar.

Mamãe teve depressões. Chorava pela casa e, não queria ser consolada. Minhas tias pagaram muitos terapeutas, mas nenhum funcionou. Ela apenas se culpava por ter deixado o papai sair pela porta. Mesmo que, os dois ainda estivessem separados, mamãe não queria que meu pai guardasse nenhum rancor dela, pois ela ainda o amava. Anos depois, o amor foi embora e veio o ódio. Minha mãe fez uma figura horrível de meu pai em nossas mentes. Depois de um tempo, passei a não me importar. Porque do meu ponto de vista, papai não se importava  comigo.

Mamãe desenvolveu o câncer. Fora anos depois da separação. Ela, apesar de tudo, foi feliz com a doença. Na hora de raspar a cabeça, sorriu e chorou. Ela dizia que nosso pai adorava o cabelo dela, e por isso chorava. Foi ai que eu percebi o quanto mamãe ainda o amava, apesar de tudo. Meus irmãos rasparam o cabelo deles também. Mas minha mãe não quis deixar eu raspar o meu, porque ela dizia que seria mais uma coisa que meu pai iria adorar em mim, pois nossos cabelos eram iguais. 

Acompanhamos ela em todas as sessões de quimioterapia. Mamãe sempre comprava sorvete pra gente depois. Ela chegava em casa, se deitava no sofá e dizia: “Estou viva...”

Seis meses depois o câncer foi para um estagio pior. Já não morávamos mais com minha mãe. Morávamos com a tia Betty, irmã de minha mãe. Lembro ainda do dia que mamãe foi para o hospital. Era uma quarta feira, eu estava na escola, quando minha tia ligou para me buscar. Fomos para o hospital e, quando cheguei, mamãe dormia. Ela acordou e conversamos um pouco.

Dois dias depois ela faleceu. Eu chorei muito, mas ainda não conseguia me controlar. Meu pai apareceu no enterro, sozinho, vestindo uma blusa azul. Não o abracei, não dei sorrisos, não o beijei. Se mamãe estava aonde estava, a culpa era dele. Ela foi enterrada. E agora eu não a veria mais. Meu pensamento só dizia: mamãe, te amo. Vovó dizia sempre dissera que se eu falasse com ela por pensamento, a faria mais presente em mim. Talvez tenha funcionado.

Mas ele tinha voltado. Me perdi em meus pensamentos e quando percebi, já chorava feito louca. Ver meu pai me trazia memórias da minha maravilhosa infância. E isso me fazia chorar. Papai me trazia lagrimas nos olhos. Ele nunca se sentou para conversar comigo. Na verdade, depois que mamãe morreu, me senti mais... Sozinha. Não parecia que eu tinha um pai, ou irmãos, ou uma família.

- Porque está chorando, Em? – perguntou Noah, secando uma lágrima – Não há motivos.

- Eu não quero o ver – nada mais que a verdade. Não queria, não sabia qual seria minha reação ao encontrar meu pai – Dá pra você dizer a ele que eu não quero vê-lo nunca mais?

- Não posso – falou Noah, respirando fundo.

- E porque? – perguntei, atônita.

- Porque eu sei que não é verdade.

JACKSON POV

Já era o segundo horário e nada da Emily. Era a aula de química, mas ela não chegava. Isso me dava nos nervos. Eu queria muito conversar com ela. Esclarecer o que houve e beijar ela.

- Bom dia – Emily passou pela porta da sala de química. Ela estava com o rosto inchado, parecia que tinha chorado muito, o que me deixou ainda mais preocupado – Desculpe Sr Turner, tive imprevistos.

- Tudo bem, sente-se – foi tudo que ele pronunciou. Emily se sentou na minha frente sem nem olhar no meu rosto. Seu cabelo estava preso em um coque e ela anotava algo que o professor estava explicando. Ela fungava certas vezes, deveria ser por causa do choro.

Quando a aula finalmente acabou, Emily saiu correndo da sala, não me deixando nem a alcançar. Eu já estava cansado de tudo aquilo. Eu, na verdade, nem tinha mais tanta vontade de ficar com ela. Eu só me sentia mal por deixar ela chateada. Quando ela chorou, e disse que realmente gostava de mim, me senti mal. Porque sabia que agora, estaria tudo acabado.

- Oi – Hendrix apareceu atrás de mim tomando um milkshake, com as mãos entrelaçadas nas de Libby, que tomava outro milkshake – Ficou sabendo? A Bonnie voltou pra escola.

- Voltou? – perguntei, com raiva carregada na voz – Quando tudo na minha vida tá bem essa garota resolve aparecer?

- E não foi só ela – falou Libby – Parece que o tal do Bradley Kingman não conseguiu ir pra faculdade porque reprovou o ultimo ano. Ele foi refazer o ano em uma escola publica mas não deu certo, então o Kingman voltou pra cá – foi nessa hora que meu estomago revirou. Consigo lembrar exatamente do Kingman, ex da Bonnie mais velho me batendo. Ele socava meu rosto e o gosto de sangue era a única coisa que eu sentia. Logo depois um funcionário da escola me encontrou e fez um curativo nos meus ferimentos.

- O Kingman? – perguntei, perplexo – Esse ano vai ser uma merda! Eu odeio esse moleque! Que ódio!

- Relaxa, ele vai ter um quarto sozinho no internato pra não atormentar ninguém. Uma amiga minha da aula de Filosofia viu ele na secretaria e disse que ele tá um amor de pessoa, até cumprimentou ela. Disse que ele tá mais atlético e tudo mais – Libby disse, sorrindo.

- Ei – Hendrix repreendeu, com raiva – O único cara que você tem que achar atlético sou eu, tá Lillian? – agora teria briga. Libby odiava que nós todos chamássemos ela por seu nome.

- Tudo bem, Harold. – Libby sorriu e o beijou – Vou encontrar as meninas pro ensaio. Beijos.

- Tchau – falei, dando um meio sorriso – Até.

Eu e Hendrix fomos andando até o refeitório, aonde nos sentamos na nossa mesa.

- E ai, conversou com a Emy? – ele perguntou.

- Não – falei emburrado – Ela entrou chorando na aula de química hoje, mas nem falou comigo. Disse pro professor que teve “imprevistos” – fiz aspas com os dedos – E por isso chegou atrasada.

- Libby disse que ela chorou muito hoje de manhã – falou Hendrix – ela tava conversando com o irmão dela na secretaria e saiu chorando feito louca, mas disse que eram coisas de família.

- Que chato – falei, comendo um pouco do meu purê de batata – Eu não quero mais ficar com ela, mas quero sua amizade.

- Acho que ela também pensa assim.


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Notas finais do capítulo

... bEIJOS!



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