LiDinho - Loved You First escrita por Forever Dinho


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Não me xinguem :)



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Raquel teve que me puxar pelos pés na cama para que eu acordasse. Meu sono tomava conta de mim, e se eu não tivesse tomado um banho bem gelado acho que nem estaria disposta para ir a escola. De alguma forma, ainda me sentia cansada por ter bebido no sábado e ainda por cima a noite eu não consegui dormir direito. Algo me perturbava.

Na aula de matemática, a primeira do dia, eu disfarcei um pouco e deitei a cabeça na mesa, com o propósito de cochilar um pouco. Ninguém me incomodou, nem o Vitor, nem a Ju, nem o novo professor, ele estava muito ocupado explicando sua teoria de alguma matéria lá que eu nem tinha prestado atenção e nem queria. Depois de três aulas completamente aérea, finalmente ocorreu o intervalo para eu tentar comer alguma coisa e ficar sem um professor falando alto e constantemente.

- Lia, você está bem? - Vitor perguntou do seu modo carinhoso de sempre, fitando seus olhos cor de mar preocupados nos meus enquanto me segurava pelos ombros, afagando-os.

- Sim Vitor, eu só dormi mal, não se preocupe. - falei, para não preocupá-lo e o puxei para um abraço. Apertei Vitor o mais forte que pude, e depois dei um beijo rápido nele. - Você me espera no nosso lugar de sempre? Eu vou ao banheiro e já vou pra lá.

- Tudo bem, Lia. Quer que eu compre o seu lanche? 

- É bom que já adianta, compra pra mim só um copo de suco de uva, ok? - falei enquanto entregava o dinheiro pra ele.

- Pode deixar que eu pago. - ele devolveu o dinheiro, sorriu para mim, e foi até a cantina. 

Sorri sozinha enquanto balançava a cabeça em tom de negação olhando para o chão, Vitor e esse seu cavalheirismo...

Fui até ao banheiro e a porta estava trancada. Xinguei mentalmente e subi as escadas para ir no banheiro do último andar, que quase ninguém usava, mas que eu poderia ter um pouco de privacidade. O andar estava vazio, e então eu senti uma mão me puxando para uma sala antes que eu pudesse entrar no banheiro.

- Você tá louco menino? - me exaltei, mas tentei não gritar. Empurrei o peito de Dinho, fazendo com que ele trombasse com uma mesa que tinha ali. 

- Lia... - ele tentou me acalmar mas eu apenas girei a maçaneta da porta, tentando abrí-la. - Por favor, nós precisamos conversar. Deixa eu te falar o que eu tenho pra te falar, por favor. Eu só peço cinco minutos. Cinco minutos, Lia. - ele abriu a palma da mão esquerda mostrando os cinco dedos, demonstrando os cinco minutos. - E se tudo o que eu te falar nesses cinco minutos não for o suficiente para você tentar compreender o meu lado, eu juro que eu deixo você sair por essa porta e voltar para o Vitor. Eu vou deletar você da minha vida e seguir em frente, fazer o mesmo que você está fazendo agora. - pude perceber o nervosismo na sua voz e a sinceridade também. 

- Fala. - falei, com os braços cruzados. 

Eu não estava tão nervosa como antes. Na verdade, até calma. Estava curiosa para ouvir o que ele tinha a dizer.

- Então... Quando eu fui embora daqui, eu não tive mais contato com a Valentina. Nós conversamos depois e ela me pediu desculpas por tudo o que tinha feito. Disse que se arrependeu e que eu era um garoto legal, que não merecia ter sido infernizado por ela. Ela voltou com o seu namorado da Argentina e mora lá agora. Não temos mais contato, e essa conversa foi por telefone, sem contato físico nem nada. Em Miami, eu não me relacionei com nenhuma outra garota. Eu simplesmente não conseguia. Eu ocupava meu tempo livre estudando e praticando esportes, eu aprendi até a surfar. Eu sei que isso vai ser canalha da minha parte, pois você está namorando, mas eu preciso te falar isso. Lia, eu ainda amo você, eu sempre vou amar. Você realmente é a primeira garota que eu amei de verdade, a garota que eu não me importaria em passar a vida toda junto, eu nunca enjoaria de você ou algo do tipo. - nisso, ele já mordia o lábio tentando conter o choro. - Eu sei que eu traí você Lia. Eu beijei a Valentina, mas isso foi quando eu fui imaturo o suficiente para não pensar o quanto isso me prejudicaria no futuro, mas eu nunca cometerei o mesmo erro novamente, eu aprendi com ele, eu estou mais maduro que antes. 

- Dinho...

- Não Lia, eu ainda tenho mais dois minutos. Deixe-me continuar... - ele limpou o rosto com a manga de seu casaco, suas lágrimas insistiam em cair. - Eu sei que o Vitor é um garoto muito bom, nunca te magoou, esteve aqui quando eu não estive, é melhor que eu. Sei que você pensa que eu sou um canalha. Eu era. Eu nunca me importei com alguém antes da gente namorar pra valer, eu não queria compromisso, não queria falar ''eu te amo'' pra alguém porque eu não queria me entregar, só queria saber de curtição. Mas você me fez ver que o amor é algo que vale a pena, você vale a pena. Se você ama mesmo o Vitor, porque me beijou aquele dia?

- Eu... Eu estava bêbada.  - gaguejei, enquanto olhava para o chão, tentando evitar seus olhos.

Sim, eu estava com vontade de chorar. Eu mordia meu lábio inferior que quase já estava sangrado da força que eu fazia para conter o choro. Meus olhos já estavam cheios d'agua.
- Você não sentiu nada? 
- Eu... 
Antes que eu pudesse responder, ele veio até mim e segurou meu rosto com as suas mãos. Ele limpou uma lágrima que caiu, e nós olhamos um para o outro ternamente. Isso foi tão rápido que eu nem vi quando ele tomou a iniciativa de me beijar. Ele apenas colou nossos lábios nos meus, e quando fui perceber, nossas línguas estavam em uma sintonia perfeita. Quando eu percebi o que eu estava fazendo, eu o empurrei e ele olhou pra mim como se quisesse mais, como se estivesse odiando que eu tivesse interrompido o beijo.

- Eu preciso pensar, ok? Não exija nada de mim, Dinho. Você não tem esse direito. Eu realmente preciso pensar. 

- Marrentinha, mas... - ele me segurou pelo ombro tentando impedir com que eu saísse da sala.

- Seus cinco minutos acabaram. Abra a porta, por favor Dinho...

Ele abriu a porta e não falou mais nada. Eu desci as escadas apressada e dei sorte quando vi que Vitor estava lá na fila ainda. Fui para o nosso lugar de sempre - que era em um lugar afastado na arquibancada - e sentei lá como se estivesse lá a muito tempo. Depois de uns quatro minutos ele chegou trazendo um copo de suco pra mim, e um pra ele. 

- Ei Lia, demorei um pouco porque parece que todo mundo resolveu comprar lanche hoje. - falou com um tom divertido e sorriu entregando o meu copo de suco para mim.

- De boa Vitor, relaxa. - retribuí o sorriso e quando ele tentou me beijar, fui mais rápida e tomei um gole do copo de suco primeiro. Imagina se ele percebesse um gosto diferente da minha bosta? Um gosto de outro homem... Eu não poderia ser tão filha da puta assim.

Eu estava muito confusa, muito. Depois de tudo que o Dinho me disse minha cabeça estava uma confusão, uma confusão louca de sentimentos e pensamentos misturados. Eu me peguei pensando em tudo aquilo que nem percebi que o Vitor estava falando comigo, até que ele me cutucou chamando a minha atenção. 

- Lia? 

- Vitor desculpa, eu tava pensando em umas coisas que rolaram aí... Você falou alguma coisa? - falei, piscando repetitivamente tentando me manter concentrada nele.

- O que está acontecendo? Você está estranha hoje... E sim, falei.

- Eu briguei com a Raquel. Ela me falou umas coisas que me deixaram pensativas. Acho que estou pensando em lhe dar uma nova chance.

- Ah Lia, isso é muito legal. Eu apoio isso, seria ótimo você ter a sua mãe de verdade na sua vida. Ela parece arrependida do que fez.

- É... talvez sim. - falei mentindo. Faltava muito para que eu perdoasse realmente a Raquel, mas ela estava sendo bastante legal comigo.

- Você pode sair hoje depois da escola? 

- Eu vou sair com a Raquel. Justo hoje ela me chamou para almoçar com ela, mas eu posso sair com você quando eu chegar, ok? Eu te ligo. - falei e ele deu um sorriso largo.

- Tudo bem Lia, hoje eu estou de folga mesmo. - ele me puxou pra um abraço, e me beijou na bocheca logo depois. - Eu fico muito feliz por você estar se resolvendo com sua mãe, eu só quero ver você feliz.

''Eu só quero ver você feliz.''

Como eu podia magoar um garoto desses? O Vitor só quer me ver feliz. O Dinho, se tivesse a chance, ele me beijaria na frente do Vitor sem se importar com os sentimentos dele. Se fosse ele no lugar do Vitor, ele não aceitaria perder para outro garoto. O Dinho era egoísta, mas eu tenho certeza que o Vitor, acima de tudo, queria a minha felicidade.

E o sinal do intervalo tocou, depois do que ele disse. 

Fomos para a nossa sala e os últimos horários passaram rapidamente. Eu menti para o Vitor pois eu precisava ficar sozinha pelo menos um pouco. Precisava pensar. Sair sozinha, sem dar satisfação para ninguém. 

Assim que fomos liberados, eu o despistei e peguei um táxi e falei para me deixar na praia. Fiquei lá sentada pensando em tudo no que o Dinho me disse e em tudo que eu e o Vitor passamos em todos esses meses de namoro juntos. Fiquei deitada na areia olhando para o céu e percebi o dia acabar, e a noite chegar. Me levantei e limpei minha roupa suja de areia, arrumei meu cabelo, e fui andando até um barzinho que tinha ali perto. O cara foi logo pedindo o meu RG e eu mostrei o falso de 18 anos que eu tinha. 

Depois de tomar várias doses de tequila, copos de vodka, e alguns outros drinks diversos eu vi a noite passar como um furacão. Já eram três horas da manhã e tudo ao meu redor estava turvo e girando. Eu mal me conseguia aguentar em pé. E todas aquelas memórias da manhã perturbavam minha cabeça ainda mais.

Eu saí do bar depois de pagar a conta e fui andando pela praia escura cambaleando. Levei alguns tombos, até que caí na areia e fiquei por ali mesmo, até que uma turma de delinquentes passou por mim e falaram:

- Passa a bolsa.

Eu estreitei os olhos e tentei enxergar o rosto daquelas pessoas, mas foi impossível já que estavam todos encapuzados.

- Porra, eu tive um dia de merda e vocês querem me assaltar? Vão a merda, seus filhos da puta. - falei irritada e ainda dei um riso de deboche.

Aquilo foi um erro. Todos eles avançaram em cima de mim e começaram a me socar e a me chutar e eu apenas me encolhi tentando me defender. Protegi meu rosto com os braços, e depois de uns cinco minutos apenas levando socos e chutes, tudo ficou preto,  eu já não via mais nada e desmaiei.


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