O Começo De Uma Era 2 escrita por Moça aleatoria, Undertaker


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!
Um capítulo um pouco sem ação. Quem estava com saudades da Katniss e do Gale?
Mesmo que eu não seja muito fã do Gale, achamos que ele estava faltando um pouco nessa temporada.
Espero que gostem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/337918/chapter/9

 POV Katniss.

Novamente eu estava sentada no chão de minha cela, apenas esperando o tempo passar, e desejando que ele jamais passe, pois uma hora ou outra a hora da tortura sempre volta.

A um certo tempo Johanna desistiu de tentar falar comigo, se dando conta que eu já não á respondia mais.

A cada sessão de tortura tudo fica mais embaçado, mais confuso...O  tempo, por exemplo, não sei dizer a quanto tempo estou aqui.

Em um lugar escuro onde não temos como ver a luz do sol, nunca temos certeza se é dia ou noite. No momento eu poderia ter passado vinte minutos ou talvez quatro horas sentada abraçada a minhas pernas.

Lembranças... Outra coisa que se torna tão confuso com o passar do tempo. Snow tem me dito tanta coisa... Há coisa que eu sei que não são reais, são apenas mentiras para que eu pense que estou sendo traída pelos rebeldes enfim conte a ele “os segredos” que ele pede.

Por que mesmo que eu já tenha dito milhões de vezes que eu não sei de nada, que eu não sabia de nada do resgate até chegar aqui, ele não acredita em mim.

Com o passar do tempo é como se as lembranças fossem se apagando... Não que não me lembrasse de nada, mas alguns detalhes como os da última arena somem de minha memória aos poucos.

Eu tentava me lembrar de cenas... Cenas que no momento parecem tão distantes, como borrões em minha mente.

Muitas vezes as coisas terríveis de Snow me diz durante as torturas estranhamente parecem bater com os borrões que são algumas de minhas lembranças. Como se fosse um quebra cabeça, sempre tentando achar a peça certa.

Eu não quero acreditar no que ele diz, sei que é um mentiroso e que só quer me abalar para que eu respondas perguntas as quais eu nunca soube e nunca saberei.

Mas as vezes a sua versão da história parece tão real quanto qualquer outra de minha cabeça.

No meio de tanta tortura e tragédia nessa escuridão é difícil manter a sanidade, você não tem noção do tempo, nem da realidade.

Tudo que você sabe é que o tempo é relativo, e que o que o tempo que você passou nesse lugar foi uma eternidade e que provavelmente também não sairá daqui tão rápido, provavelmente nunca sairá.

A realidade é a tragédia, a dor e a escuridão. Qualquer coisa diferente dessas três palavras são apenas uma mera lembrança, uma lembrança distante em seu cérebro a qual cada vez você perde um pouco do acesso.

Todos os dias eu tento me lembrar, tento me lembrar do que aconteceu, das pessoas e de seus sorrisos...

Da arena eu me lembro das lutas, me lembro da cornucópia, mas algumas cenas me escapam da memória.

Eu me lembro de uma cena, ela é outro borrão em minha mente. Sou eu e Peeta, estamos na floresta da arena.

Mas o estranho é que nós não estávamos triste nem nada do tipo, nos riamos juntos enquanto ele segurava um objeto pequeno a cima da cabeça, impedindo que eu o pegasse... Como gostaria de me lembrar do nome do objeto.

Eu não estava zangada com ele, acho que eu ficaria brava com quem que fosse que fizesse isso comigo, mas eu não estava. Eu estava rindo, eu estava feliz, tentava manter o rosto serio mas não conseguia, nos dois riamos como duas crianças bobas.... E eu não sei dizer o porquê.

Então houve um beijo.

Era uma cena gostosa de se lembrar, uma cena divertida. Mas ao mesmo tempo uma cena tão distante... Não parecia ter sido vivida pela mesma garota que agora está com as mão em torno da cabeça e se torturando para tentar se lembrar de lembranças tão simples.

Por que esse tipo de lembrança simplesmente some de minha cabeça? Porque tão distante?

A maioria das cenas que se afastam de minha mente são as mais felizes, aquelas que não batem com a realidade. E entre elas geralmente Peeta está presente.

Peeta... Eu não sei dizer muito bem o porquê.

Eu, eu acho que eu o amava. Eu amo?

Snow diz que ele não me ama e que nunca me amou.

Mas por que nessas lembranças eu me sinto tão feliz ao seu lado?

Mesmo que Snow diga de ele não me ame, que estava me usando eu não sei no que acreditar. Nos parecíamos tão felizes... Certo? Por que ele me abandonaria na arena? Rever essas lembranças como essa é quase como rever um filme antigo, um filme sem cores e com uma imagem ruim e com várias cenas cortadas.

Mas infelizmente isso é um fato. Eu estou aqui sozinha, abandonada e deixada a própria sorte. Talvez Peeta realmente não se importe comigo, não dessa maneira.

POV Gale.

Mal havíamos chegado no distrito 4 e já fomos postos em batalha.

Os pacificadores estavam atacando a cidade e as forças do 4 não estavam preparados para um combate de tal nível, por sorte os reforços do 13 chegaram bem a tempo de entrar na batalha.

Nesses reforços tinham tanto pessoas do 12 quanto do próprio 13, além das pessoas que já tinham se recuperado da guerra do 8, mas essas eram minoria.

 Há também muitos jovens como eu por aqui, tantos que assim como eu por tanto tempo tinham pensamentos rebeldes e guardavam apenas para si para que não fossem executados pela Capital. E todos agora tem a chance de lutar para que tudo isso se torne realidade.

Na parte teórica tudo realmente parece lindo e fantástico, mas a guerra não está sendo nem um pouco assim.

Por toda parte se é capaz de ver algumas das poucas mulheres que não foram para a guerra com seus filhos correndo atrás de abrigos, soldados feridos tentando ser socorridos, pacificadores tanto vindos da Capital quanto os do próprio 4 lutando contra o povo.

E ver toda aquela cena é capaz de deixar qualquer um abalado. Mas desistir de fato não é uma opção.

Em pouco tempo de combate e o chão já está todo manchado pelo sangue, muitas vezes se é necessário pular sobre corpos caídos no chão durante o combate.

Usar uma arma e consideravelmente mais fácil do que usar um arco e flecha, mas o que não se torna mais fácil e alvo.

Fisicamente falando, atirar em animais e em pessoas não é completamente diferente, mas a parte psicológica de ter consciência de se estar tirando a vida de um ser humano lhe deixa hesitante e abalado. Mas é necessário ter consciência de que se você não for mais rápido e atirar primeiro, será você a ser morto.

Não eram apenas soldados com armas que entraram na batalha, tanto a Capital quanto o distrito 4 também tinham alguns arqueiros que ficavam escondidos nos telhados das casas, então na medida que se atacava por terra também se era necessário ficar de olho nas flechas que voavam em sua direção algumas vezes.

De fato essa não seria uma batalha fácil, mas do que seria o mundo se não fosse a esperança? A esperança é a única coisa que lhe faz seguir em frente e enfrentar todos os desafios que a vida lhe propõe.

Pois a no meio de uma guerra, isso é tudo que você tem, e é nisso que você tem que acreditar. Se não acreditar, não há motivos para continuar, e é ai que você perde o foco, a sanidade. É onde é atingido, é onde você morre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, favoritem, recomendem, critiquem, elogiem, ameassem, mandem código morse, sinal de fumaça... Ta valendo tudo! Só queremos saber a opinião de vocês!
Até o próximo capítulo gente!