A Loira Indomável escrita por Klaus Mikaelson, Lady Salvatore


Capítulo 17
Capítulo 17 - " Passado Revelado"


Notas iniciais do capítulo

Bom, presentinho de dia das crianças pra vocês o/
Lembrando que esse é o penúltimo capítulo da fic, o ultimo será postado dia 31 de Outubro, Halloween, uma coincidência forjada com o ultimo capítulo AHSHUAHSHU...
Desculpem a demora...
Boa leitura!
Gostaria de agradecer as recomendações *_*
E também a todos os comentários que não podemos responder por falta de tempo.
Novamente, Obrigado Karla por recomendar a fic o/ ~ Klaus



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Klaus não sabia exatamente por onde começar. Se pudesse simplesmente apagar aquela primeira conversa que tivera com Kol no dia em que chegou à escola, as coisas seriam muito mais simples. Era realmente uma pena coisas desse tipo não poderem ser simplesmente deletadas, tais quais arquivos em um pendrive.

O rapaz respirou fundo mais uma vez, buscando uma coragem que ele não sabia se teria. Mas assim que seu olhar pousou no rosto de Caroline, ele teve completa certeza de que, por mais difícil e doloroso que pudesse ser, tanto para ele quanto para a garota, ele lhe devia a verdade.

Sem dizer nada, ele puxou a loira junto consigo até o pequeno sofá, fazendo-a se sentar ao seu lado. Klaus sabia que a menina estava cheia de perguntas – era possível notar a curiosidade em seus olhos -, mas também sabia que precisaria explicar tudo desde o começo para que ela entendesse suas motivações, e talvez assim, pudesse perdoá-lo.

– Você sabe que me mudei pra essa cidade há pouco tempo, certo? – ele começa, vendo-a acenar afirmativamente. – Bem, eu morava com minha família em Houlton, no Maine, próximo da divisa com o Canadá, e bem, nós nunca tivemos muitas posses.

– Mas isso não é nenhum crime, certo? – diz a garota, tentando apoiá-lo de alguma maneira. – E... onde está sua família agora?

– Continuam no Maine.

– Como? – ela questiona, confusa. – O que quer dizer com isso? Você fugiu?

– Não, é claro que não – Klaus responde, encarando-a totalmente pasmo. Qual era a ideia que a garota fazia dele, afinal? Assim que teve a certeza de que ela não voltaria a interrompê-lo, ele prosseguiu. - Há dois anos minha mãe, Esther, foi diagnosticada com leucemia, e a doença já estava num estado bastante avançado, sabe? Já não tínhamos muita coisa, tanto minha mãe quanto meu pai eram operários em uma das fábricas da cidade, o que significa um salário contadinho no fim do mês.

O que já era pouco se tornou ainda menor, pois o tratamento não era dos mais baratos. À época, lembro de ter arrumado um emprego num mercadinho perto de casa, apenas meio período depois das aulas, pra dar uma ajuda no orçamento. Ao menos dava pra colocar alguma comida na mesa...

Nós conseguimos nos virar de maneira quase satisfatória por quase um ano depois que descobrimos a doença. Então o aniversário de 15 anos da minha irmã caçula, a Rebekah, se aproximou. Meu pai, Mikael, mesmo não tendo dinheiro para dar uma bela festa de aniversário pra ela, prometeu que ao menos lhe compraria um belo vestido como presente de aniversário.

E Bekah, logicamente, ficou maluquinha com aquilo. Não falou de outra coisa por duas semanas – ele continua, sorrindo fracamente ao lembrar-se da irmã. – Então, no dia do aniversário dela, meu pai a levou à melhor loja da cidade. Ela estava tão contente, tão radiante... Se eu fechar os olhos, consigo vê-la sorrir outra vez.

Antes de sair, ela deu um beijo em nossa mãe e correu para me abraçar, dizendo que estaria de volta em duas horas e que eu não deveria morrer de saudades dela nesse tempo. Dá pra acreditar?

– E o que houve Klaus? Eles tiveram algum problema, é isso? – Caroline pergunta, vendo uma sombra de tristeza no olhar do rapaz.

– Um acidente, na verdade. O ônibus em que eles estavam quando voltavam pra casa foi atingido por um caminhão que quebrou e perdeu o controle, acertando em cheio a lateral. Eles nem viram o que os atingiu, pelo que os bombeiros me disseram depois. – ele responde, com a voz embargada. - Foi... Bem, foi

instantâneo sabe?

– Eles morreram?

E nesse momento, o choque se fez presente no rosto da garota, afinal, nunca imaginara que Klaus pudesse trazer um passado tão trágico. E bem, ela sabia exatamente o como aquilo era doloroso, também perdera uma pessoa que amava muito. Sua mãe se fora há alguns anos, e havia dias em que a saudade ainda batia forte em seu peito.

Caroline estava tão absorta em seus pensamentos que nem sequer se deu conta de em que momento o rapaz ao seu lado começou a chorar. Como não tinha ideia melhor, apenas envolveu Klaus num abraço apertado, afagando seus cabelos enquanto sentia as lágrimas dele molhando sua jaqueta.

Permaneceram em silêncio por alguns minutos, enquanto Klaus buscava coragem para prosseguir com sua narrativa. Chegara apenas na metade da história, e não sabia se a reação da garota ainda seria de compaixão quando soubesse de tudo.

– Acho que estou pronto pra continuar – diz ele, voltando a se sentar, enquanto secava o rosto com as costas da mão.

– Não precisa dizer mais nada, está bem? Não tem de trazer essa dor à tona.

– Mas você precisa saber, pra quem sabe, conseguir entender e perdoar o que eu fiz, Care... – e ao vê-la assentir, mesmo que meio a contragosto, ele prosseguiu. – Depois que perdemos meu pai e a Bekah, precisei abandonar os estudos para trabalhar em tempo integral, afinal, tinha de arcar com o tratamento da minha mãe. Infelizmente, apesar de todo o nosso esforço, dona Esther acabou perdendo a guerra contra a doença alguns meses depois, e eu acabei sozinho.

Até tentei voltar aos estudos, mas estava revoltado demais com o mundo para prestar atenção nas coisas ao meu redor. É por isso que sei bem como funciona a detenção, passei boa parte dos dias escolares por lá. Isso até minha tia me chamar pra morar com ela. Dona Elisabeth já é viúva, e não queria continuar sozinha aqui, e foi desse modo que vim parar em Mystic Falls.

– Mas não tem nada de errado nisso, não é? Morar com a tia não é nenhum crime. Por que eu ficaria chateada com isso, afinal? – a garota questiona, não entendendo onde Klaus queria chegar com aquilo tudo.

– Você tem razão, não há nada de anormal em se mudar. Mas não é disso que eu estava falando, sabe? Mas eu precisava explicar do início.

– Certo, e o que mais você está escondendo?

– Você lembra do meu primeiro dia de aula na escola, não é? Quando você me bateu com o livro de história só por eu te convidar pra sair?

– E tem como esquecer? Você foi simplesmente irritante e inconveniente – Caroline responde, com um sorriso.

– Então... eu tive um motivo para ser assim tão “irritante” – diz ele, fazendo aspas com os dedos ao final da frase.

– E que outro motivo você teria, além de querer me irritar?

– Dinheiro.

– O que? Está brincando não é? Saiu comigo por dinheiro? – a garota questiona, totalmente perplexa, mas com esperança de que ele estivesse apenas curtindo com a sua cara.

– No primeiro momento, essa era a motivação. Kol estava caidinho pela sua irmã, e como sabia da tal regra de Sophie só poder namorar quando você também estivesse namorando, ele me pediu ajuda. Ele aproveitou a minha curiosidade pela senhorita para me propor um acordo: eu te conquistaria, e em troca, ele me daria uma quantia em dinheiro.

– Espere... Kol está envolvido nisso? Eu vou matar aquele garoto! – diz Caroline, furiosa, erguendo-se do sofá num pulo. – Eu deveria acabar com vocês dois! Vocês nos usaram, a mim e à minha irmã! E eu achando que ele era um garoto decente... Francamente!

– Care... – diz Klaus, colocando-se de pé também e segurando o braço da garota com cuidado. – Me deixe terminar de explicar, por favor!

– E ainda tem mais coisas? Só falta você me dizer que foi ideia sua o Tyler voltar pra cidade pra me infernizar.

– Não, é claro que não. Por mim esse babaca podia tomar um chá de sumiço!

– Se não é isso, o que mais tem pra me dizer antes que eu vá embora e nunca mais olhe na sua cara?

– Que eu desisti do acordo naquela mesma noite, depois que deixamos o cinema. Você estava tão contrariada por conta do tal urso falante, e ao mesmo tempo me pareceu uma garota tão intrigante, que eu não queria precisar me afastar – ele responde, olhando-a com ternura. – Depois que te deixei em casa, passei na casa do Kol e disse que não seguiria com o plano, além de devolver os vinte dólares que ele me adiantou logo na manhã seguinte.

– Isso é sério? – a garota questiona, dividida entre acreditar nas palavras dele ou dar-lhe uma bela bofetada na cara.

– E por que eu mentiria?

– Porque já fez isso antes, não é?

– Hey... – diz Klaus, tocando o rosto dela, fazendo com que olhasse em sues olhos. – Tudo que eu fiz desde então tem sido por você, loirinha. Porque queria conhecê-la melhor, porque queria que reparasse em mim da maneira que eu reparo em você – continua, aproximando ainda mais seu rosto do dela. – Porque me apaixonei naquela primeira noite, entre uma piada e outra que o Ted contou naquele filme.

– Eu... Eu nem sei o que dizer.

– Diga que me perdoa, Care. Diga que, apesar de eu ter sido um completo babaca, você ainda está disposta a me dar uma chance!

– Você foi um babaca, um chato, irritante e mentiroso! Mas apesar disso, me fez perceber o quanto é bom se importar com alguém, e ter alguém que se importe com você.

– E isso quer dizer que?

– Quer dizer que não terá mais chances de fugir de mim – Caroline responde, unindo seus lábios aos dele e sentindo-o corresponder ao beijo no mesmo instante.

**********

Há alguns quilômetros dali, Elijah acabara de estacionar o carro em frente à casa do Fell. O garoto estava, de certa forma, orgulhoso de si mesmo, afinal, conseguira passar a noite ao lado de uma garota incrível sem apavorá-la e fazê-la fugir. Já era algo a se comemorar, certo? Ainda mais com seu histórico recente com as garotas.

– Bem Srta. Fell, está entregue – diz ele com um largo sorriso, abrindo a porta para que ela pudesse desembarcar.

– Muito obrigada, Sr. Smith – a garota responde, com uma mesura. – Aliás, acho que você esqueceu de me convidar para a festa de Halloween da cidade, que acontece nesse domingo, certo?

– É nesse final de semana? – Elijah questiona, assustado. –Está falando sério? Eu esqueci completamente, me desculpe.

– Eu te perdoo, mas só se for meu acompanhante e se for fantasiado de samurai.

– Samurai? E por que de samurai?

– Porque gosto de Kill Bill, e samurais e espadas me lembram o filme. Simples assim! – Meredith responde, sorridente.

– Ok senhorita, seu desejo é uma ordem. Mas e você, vai fantasiada de que?

– Hm... Eu vou de Pikachu!

– Está de brincadeira, não é? – Elijah pergunta, encarando a garota como se estivesse vendo um alien na sua frente, tamanho o seu espanto com a resposta dela.

– Claro que não bobinho!

– Mas... Mas... Não deveríamos combinar as fantasias?

– Isso é brega, querido – a garota responde, girando os olhos. – Bem, eu vou entrar. Te ligo amanhã pra combinarmos os detalhes, está bem?

– Tudo bem, até mais! – ele responde, acompanhando Meredith com o olhar até que ela desaparece atrás da porta.

*************

Outra que chegava em casa naquele momento era Sophie. A garota sentia como se pudesse flutuar, tamanha a sua felicidade. Suas últimas horas haviam sido perfeitas, e ao lado de um menino incrível.

Kol passara de um desconhecido para amigo, e de amigo para príncipe encantado dos sonhos dela. Fora ele que a fizera enxergar que existe bem mais na vida do que a popularidade e garotos do time de baseball, e Soph nunca se esqueceria disso.

Ao trancar a porta da frente atrás de si, após se despedir do rapaz com um beijinho, a menina encontrou o pai largado no sofá, babando sobre uma almofada. Até pensou em acordá-lo e dizer para que fosse dormir na cama, mas ao ler o bilhete que a irmã havia deixado sobre a mesinha de centro, Sophie achou melhor dar mais um tempo a Caroline e subiu direto para o seu quarto, torcendo para que a irmã finalmente tivesse ido acertar seus ponteiros com Klaus.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, não esqueça de comentar *-* Agradeço por acompanharem até aqui a fic...