A Loira Indomável escrita por Klaus Mikaelson, Lady Salvatore


Capítulo 14
Capítulo 14 - "Detenção,Estrelas e Aerosmith..."


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, desculpem a demora, boa leitura! E não se esqueçam de comentar...

"...Odeio como está sempre certo
E odeio quando você mente
Odeio quando me faz rir muito
Mais quando me faz chorar... " trecho do Poema do filme: 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você.



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Passados alguns minutos da discussão durante a aula de sociologia, o Sr. Sheppard encaminhou Caroline e Klaus até a sala de detenção, onde ficariam aos cuidados da vice-diretora Pearl, uma das professoras mais antigas da escola e também uma das mais severas.

Caroline sentou-se após um suspiro pesaroso num lugar bem à frente, impondo o máximo de distância entre ela e o colega. Em todos esses anos, era a primeira vez que era mandada para a detenção. “Maldita hora em que Klaus entrou na minha vida”, ela pensa consigo, afinal, se não fosse pelas atitudes dele, eles jamais estariam naquela situação.

O rapaz, por outro lado, sentou-se no lugar mais próximo a saída, largando-se preguiçosamente na cadeira. A detenção não era uma novidade para ele, já que havia passado por tempos um tanto difíceis há alguns meses e acabara entrando em conflitos em diversas situações. Tudo que precisaria fazer até a hora da saída era tentar não pegar no sono e babar sobre a mesa, já que não via prazer algum em ler o livro que a Sra. Pearl largara na mesa a sua frente.

Klaus observou Caroline folheando as páginas de seu próprio livro sem muita vontade, a cabeça apoiada em uma das mãos. Ao observar a garota com mais atenção, pode notar que os ombros dela tremiam levemente, dando a impressão de que ela estava chorando.

Imediatamente, o remorso pelas palavras que dissera tomou o coração do rapaz. Queria poder ir até a garota e abraçá-la, pedir desculpas por ser um completo imbecil e implorar para que perdoasse o modo como agira com ela. Mas com a vigilância da professora, deixar seu lugar não seria tarefa fácil.

Num impulso, abriu o livro, que descobriu ser uma edição de “Antonio e Cleópatra”, de Shakespeare, uma tragédia baseada em intrigas políticas e no relacionamento amoroso entre a Rainha do Egito, Cleópatra, e o Imperador Romano, Marco Antonio.

Por breves instantes, permitiu-se se distrair com uma curta passagem da Rainha, que dizia “Caro esposo, eis-me aqui! Minha coragem ... Irá provar que faço jus ao título... Sou ar e fogo; os outros elementos ... Cedo à vida inferior.” Após o rápido devaneio acerca daquelas palavras, voltou ao plano inicial, alcançando o celular no bolso do jeans e trazendo-o para cima da mesa com o máximo de discrição possível, sempre de olho na professora à frente da turma, que era composta, além dele e de Caroline, de mais meia dúzia de jovens rebeldes.

Rapidamente, digitou uma mensagem para a garota, com um simples “O que houve? Está mesmo chorando?”, clicando em “enviar” logo em seguida. Instantes depois, pode ver Caroline se remexer desconfortável, tentando ao máximo não demonstrar à Sra. Pearl que estaria mexendo no celular.

A garota girou os olhos ao ver de quem era a mensagem que acabara de receber, mas a curiosidade acabou falando mais alto, obrigando-a a ler o que Klaus havia escrito. Incrédula diante das palavras dele, permitiu-se lançar-lhe um olhar zangado antes de responder: “Você realmente se importa? Pelo que posso me lembrar, não lhe devo satisfações...”

Menos de um minuto depois, pode ouvir o rapaz bufando irritado no fundo da sala, ato que fez um leve sorriso brincar nos lábios de Caroline. Afinal, se ele achava que poderia humilhá-la e pagar de bom moço minutos depois, ele estava completamente enganado.

“Só estava preocupado com você. Mas vejo que seu humor de limão caído do pé voltou com força total, então dane-se!” foi a resposta que veio para a garota algum tempo depois. Revoltada, digitou alguns dos piores xingamentos dos quais pode se lembrar, mas apagou todos logo em seguida. Por fim, contentou-

se com um simples “Dane-se você!”. Não queria dar a Klaus a impressão de que poderia desestabilizá-la ainda mais, mesmo que a garota soubesse que aquela era uma mentira deslavada.

O rapaz bufou mais uma vez ao ver a resposta de Caroline. Não conseguia acreditar que os momentos de implicância e cumplicidade que tiveram juntos um do outro tivessem sido apagados de vez das memórias da garota. Como ela conseguia acreditar que sua preocupação era falsa? Suas declarações, mesmo que veladas, não eram suficientes para ela entender que ele realmente se importava com ela?

Para Klaus, seus sentimentos eram claros e transparentes, mas não conseguia decifrar o que se passava na mente de Caroline. Toda vez que a situação se tornava sentimental demais, ela arranjava uma maneira de se esquivar, como fizera logo após o rapaz beijá-la na noite do baile.

Derrotado, pegou o celular mais uma vez, digitando uma última mensagem para a garota e torcendo para que dessa vez, ela acreditasse em suas palavras.

Caroline tentou manter-se completamente indiferente ao ver o celular piscar indicando uma nova mensagem. Ela até conseguiu esse feito por cerca de três minutos, mas por fim, apanhou o aparelho e leu o que o garoto havia lhe enviado dessa vez, já esperando por xingamentos desconhecidos para ela.

“Desculpe pelo que eu falei agora pouco. Fui um estúpido insensível, reconheço. Nunca tive a intenção de magoá-la, apesar de fazer isso com uma frequência absurda!” Assim que terminou de ler, a garota pode sentir as primeiras lágrimas teimosas que intencionavam banhar seu rosto. Com algum esforço, conseguiu afugentá-las, mas tinha plena certeza de que assim que estivesse sozinha em seu quarto, elas voltariam a dar o ar da graça.

“Ainda não estou pronta para perdoá-lo Klaus, desculpe. Talvez algum dia...” E com a resposta de Caroline, o rapaz guardou o celular novamente no bolso do jeans, tentando prestar alguma atenção no livro que tinha nas mãos. Até o sinal indicando o fim das aulas soar anunciando sua libertação, suas companhias seriam Cleópatra e Marco Antonio...

**********

Horas depois...

O dia escolar finalmente chegava ao fim. Klaus demorou mais tempo do que o necessário para arrumar suas coisas, tentando ganhar algum tempo para que pudesse acompanhar Caroline quando a garota deixasse a sala. Mas aparentemente, ela não estava com pressa alguma para sair dali, pois conferia alguma coisa em um dos cadernos.

Mesmo contrariado, o rapaz apanhou sua mochila e se encaminhou para a saída, parando logo ao lado do batente da porta onde, mesmo que quisesse, Caroline não teria como evitá-lo ou tentar fugir. Menos de um minuto depois, a garota deixou a sala cabisbaixa, sendo surpreendida por Klaus, que segurou seu braço delicadamente para que ela parasse a sua frente.

– O que você quer? – ela pergunta, sem esboçar qualquer emoção.

– Care... acho que precisamos conversar não é? Feito pessoas civilizadas.

– Não quero conversar agora, estou cansada e quero ir pra casa. Então, se me der licença... – diz Caroline, puxando seu braço para se livrar do aperto de Klaus.

– Espere! Eu... – o rapaz exclama, puxando-a novamente para perto de si e unindo seus lábios aos dela por breves segundos.

– Você não deveria ter feito isso! – a garota reclama, desvencilhando-se dos braços dele e dando-lhe um tapa no ombro, correndo para longe dali em seguida.

*********

Naquela noite...

O relógio da sala indicava que já eram sete da noite, e antes do último toque, a campainha soou estridente, tirando Bill Forbes de seus devaneios. Apesar de estar com o jornal nas mãos, não havia prestado atenção em uma linha sequer das que havia percorrido com os olhos. Estava preocupado com Caroline, que chegara do colégio visivelmente abatida, trancando-se em seu quarto, de onde não saíra nem para comer.

Largou o jornal de lado e encaminhou-se até a porta, abrindo-a e deparando-se com um garoto de cabelos escuros e levemente arrepiados.

– Kol? O que faz aqui há essa hora?

– Boa noite Sr. Forbes! – o rapaz o cumprimenta, estendendo a mão para ele. – Sophie pediu para que eu a ajudasse a estudar para uma prova, então gostaria de pedir sua permissão para levar sua filha a um estudo prático. O senhor permite?

– Estudo prático? Como assim? – Bill questiona, a dúvida tomando sua face.

– Pelo que Sophie me falou, ela tem uma prova sobre as constelações na segunda, e gostaria de levá-la para que pudesse aprender a reconhecê-las na prática, entende? Observando-as no céu e nomeando as mais importantes.

– Bem, não sei se é o mais correto – responde o Sr. Forbes, levemente desconfiado, - mas se é para o bem dos estudos da minha princesinha, acho que posso abrir uma exceção.

– Obrigado senhor, prometo que tomarei conta dela!

– Assim eu espero, ou caçarei você! – diz ele, tentando manter-se sério. – Sophie querida, poderia vir até aqui? – completa, gritando na direção das escadas.

Menos de um minuto depois, a garota apareceu no topo da escada, descendo os degraus rapidamente até alcançar o pai.

– O que houve? – ela pergunta, parando ao lado dele. – Kol? O que está fazendo aqui?

– Bem, você pediu minha ajuda para a prova de geografia não é? – o rapaz responde. – Então aqui estou eu!

– É verdade. Estava tão distraída lendo “Sussuro” que nem vi as horas passando. – diz Sophie, sorridente. – Mas por que ainda está aí fora? Pai... devia tê-lo convidado a entrar, sabia? – completa, levando as duas mãos à cintura.

– Kol quer te levar para estudar as constelações ao vivo e a cores, querida. Por isso ele ainda está ali fora. – Bill responde, tentando não rir da pose de “garota mandona” da filha.

– Isso é sério? – ela pergunta, com os olhinhos brilhando.

– Sim, senhorita! A noite está perfeita para a observação das estrelas. Não há uma nuvem sequer no céu. – diz Kol, contagiado com a empolgação dela.

– Me dê dez minutinhos para trocar de roupa, ok? Já volto! – diz a garota,correndo na direção das escadas sem nem ao menos esperar pela resposta dele.

************

Às sete da noite em ponto, a alguns quarteirões da casa dos Forbes, Elijah tocava a campainha da imponente residência da família Fell. Foram precisos apenas alguns segundos para a porta da frente ser aberta, revelando Meredith com os cabelos cacheados ainda um pouco úmidos e vestindo jeans, All Star e com um moletom com estampa do Garfield.

– Boa noite senhorita Fell. – Elijah a cumprimenta, estendendo uma tulipa lilás para ela.

– Boa noite Elijah. – a garota responde, apanhando a flor. – Obrigada, é linda!

– De nada. Já está pronta? Podemos ir?

– Claro, me dê apenas um minuto para colocar a flor em um vasinho, ok? – diz Meredith, disparando pelo corredor.

Como prometido, a garota voltou em poucos instantes, trazendo uma pequena bolsa a tiracolo. Assim que fechou a porta atrás de si, Elijah a conduziu na direção de seu carro, abrindo a porta do passageiro para que ela pudesse embarcar.

– Isso é muito cavalheiresco de sua parte, sabe? – Meredith comenta sorridente, enquanto prendia o cinto de segurança.

– Ter um avô Cônsul te obriga a aprender certas regras de etiqueta. – ele responde, com um leve dar de ombros ao fechar a porta.

Elijah deu a volta pela frente o carro e embarcou, dando partida logo após prender seu próprio cinto de segurança. Sem tirar os olhos da estrada, ligou o aparelho de som, fazendo uma música do Aerosmith ecoar pelos alto-falantes do automóvel.

– Você gosta de “Fly Away From Here”? – a garota pergunta, encarando-o fascinada.

– É uma das minhas músicas preferidas. – ele responde, com um sorriso. – Você gosta?

– Se eu gosto? Eu A-M-O essa música! – diz Meredith, aumentando o volume e cantando junto algumas estrofes.

Elijah não pode deixar de sorrir ao ver a garota tão animada. Aparentemente, a viagem de trinta minutos até Charlottesville seria realmente agradável...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? comentem e digam o que acharam :)